LIVRO: Programa do Livro-Texto (PLT), por Marco Antonio S. Vasconcellos e Manuel Enriquez Garcia Curso: Administração de Empresas Disciplina: Economia Professor: Miranda março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 1 1.1 Introdução: Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, rádio e televisão deparamo-nos com inúmeras questões econômicas, como: aumentos de preços; períodos de crise econômica ou de crescimento; desemprego; setores que crescem mais do que outros; diferenças salariais; crises no balanço de pagamentos; vulnerabilidade externa; valorização ou desvalorização da taxa de câmbio; dívida externa; ociosidade em alguns setores de atividade; diferenças de renda entre várias regiões do país; comportamento das taxas de juros; déficit governamental; elevação de impostos e tarifas públicas. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 2 1.2 Conceito de Economia: Economia é a ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade empregam os recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, e distribuí-los entre os membros da sociedade, para satisfazer as necessidades humanas. A base e o objeto do estudo contém vários conceitos: escolha; escassez; necessidades; recursos; produção; distribuição. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 3 Os recursos produtivos ou fatores de produção são limitados, mas as necessidades humanas são ilimitadas. Independentemente do grau de desenvolvimento, nenhum país dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade. Sendo assim, tem-se um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas. Dessa forma temos que escolher entre as alternativas que se apresentam. Essa é a questão central do estudo da Economia: como devemos alocar os recursos produtivos limitados para satisfazer as necessidades da sociedade. A SOCIEDADE TEM DE TOMAR DECISÕES SOBRE A MELHOR UTILIZAÇÃO DE SEUS RECURSOS, DE FORMA A ATENDER AO MÁXIMO (MAXIMIZAR) AS NECESSIDADES HUMANAS. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 4 NECESSIDADES HUMANAS Necessidade humana: é a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. Tipos de necessidades: Necessidades do Indivíduo Segundo a pessoa Necessidades da sociedade Natural: por exemplo, comer Social: decorre da vida na sociedade; por exemplo, festa de casamento Coletivas: partem do indivíduo e passam a ser da sociedade; por ex. o transporte coletivo. Públicas: surgem da mesma sociedade; ex. a ordem pública. Necessidades vitais ou primárias: destas depende a conservação da vida; por exemplo, os alimentos. Segundo a natureza março de 2009 Necessidades civilizadas ou secundárias: são as que tendem a aumentar o bem-estar do indivíduo e variam no tempo, segundo o meio cultural, econômico e social em que se desenvolvem os indivíduos; por exemplo, o turismo. FACULDADE TABOÃO DA SERRA 5 1.2.1 Os Problemas econômicos fundamentais: Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, surgem os problemas econômicos fundamentais: O quê e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? o quê produzir: a sociedade deverá escolher, diante das necessidades e das possibilidades de produção que se apresentam, quais os produtos e as quantidades que serão produzidas. como produzir: a sociedade terá de escolher, dada a tecnologia existente, quais recursos serão utilizados para a produção de bens e serviços. Os produtores sempre escolherão, entre os métodos disponíveis, aquele que tiver o menor custo de produção. para quem produzir: a sociedade terá de decidir como seus membros participam da distribuição e dos resultados da produção. Como é feita a distribuição da renda, dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, como também da repartição da propriedade. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 6 O MODO COMO AS SOCIEDADES RESOLVEM OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS DEPENDE DA FORMA DA ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA DO PAÍS, OU SEJA, DO SISTEMA ECONÔMICO DE CADA NAÇÃO. 1.3 Sistemas econômicos O sistema econômico é definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É o sistema de organização da produção, distribuição e consumo dos bens e serviços de uma economia. Elementos básicos do sistema • estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: recursos humanos, o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia; • complexo de unidade de produção: empresas; • conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: a base da organização da sociedade. Classificação dos sistemas • sistema capitalista ou economia de mercado: Funciona pelas próprias leis do mercado, predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção; • sistema socialista, ou economia centralizada, ou ainda economia centralizada: as questões fundamentais são resolvidas pelo poder central, e os fatores de produção ou meios de produção são de propriedade pública. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 7 Vale salientar que até o início do século XX, as economias ocidentais funcionavam num sistema de concorrência pura (não havia a intervenção do Estado), o liberalismo é que valia. A partir de 1930, passa a valer os sistemas de economia mista, valem as forças do mercado mas o Estado é mais atuante, principalmente na alocação e distribuição dos recursos e organização geral do sistema. Nas economias de mercado, os preços dos bens, serviços e salários é determinada pelo mecanismo de preços, por meio da oferta e da demanda dos fatores de produção. Nas economias centralizadas, o funcionamento do mercado é definido pelo órgão central de planejamento, a partir de levantamentos das necessidades e dos recursos disponíveis. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 8 1.4 Curva de possibilidades de produção (ou curva de transformação) A curva (ou fronteira) de possibilidades de produção expressa a quantidade máxima de produção de uma sociedade, supondo a utilização de todos os recursos disponíveis no momento. Trata-se do conceito de como a escassez de recursos impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade e a necessidade de escolha. Sendo assim, a produção total de um país tem um limite máximo, uma produção potencial ou produto de pleno emprego, quando todos os recursos estão empregados. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 9 Suponhamos uma economia que só produza máquinas (bens de capital) e alimentos (bens de consumo) e que as alternativas de produção sejam as seguintes: Possibilidades de produção Alternativas de produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas) A B C D E 25 20 15 10 0 0 30,0 47,5 60,0 70,0 Na alternativa A, todos os fatores que dispõe a economia seriam utilizados na produção de máquinas (e zero de alimentos); na alternativa E, os fatores estariam disponíveis somente para a produção de alimentos (e zero de máquinas); sendo que nas alternativas B, C e D, os fatores estariam distribuídos na produção dos dois bens. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 10 Alimentos Curva (ou fronteira) de possibilidades de produção (toneladas) E 70 60 D 50 C Z 40 30 Y B 20 10 A 0 0 5 10 15 20 25 Máquinas (milhares) Acurva indica todas as possibilidades de produção de máquinas e de alimentos na economia. Qualquer ponto sobre a curva significa que a economia irá operar no pleno emprego, ou seja, à plena capacidade, utilizando todos os fatores de produção disponíveis. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 11 1.4.1 Custo de oportunidade A transferência de fatores de produção de um bem para outro (A para B), implica num custo de oportunidade que é o sacrifício de se deixar de produzir, por ex.: parte de A para produzir mais B. Como exemplo, na curva de possibilidades de produção, temos que: para aumentar a produção de alimentos (de 30 para 47,5 tons) em 17,5 toneladas, sacrificamos 5 mil de máquinas (passando do ponto B para C), este sacrifício ou renuncia é o custo de oportunidade. Os custos de oportunidade são crescentes, pois quando aumentamos a produção de determinado bem, os fatores de produção transferidos dos outros produtos ficam difíceis de se adaptarem a nova finalidade, e assim, o grau de sacrifício vai aumentando. Os fatores de produção são especializados em determinadas linhas de produção, e não são completamente adaptáveis a outros usos. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 12 Assim se justifica o formato côncavo da curva de possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção dos alimentos implicam decréscimos cada vez maiores na produção de máquinas. Curva de possibilidades de produção/ custos de oportunidade crescentes Alimentos (toneladas) Acréscimos iguais na produção de alimentos... Máquinas (milhares) ...levam a quedas cada vez maiores na produção de máquinas março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 13 1.4.2 Deslocamentos da curva de possibilidades de produção Quando o deslocamento da Curva é para a direita indica que o país está crescendo. Isso pode ocorrer tanto pelo o aumento da quantidade de fatores como em função de melhor aproveitamento dos recursos já existentes (progresso tecnológico, eficiência produtiva e organizacional e melhoria da mão-de-obra. Desse modo, a curva se desloca para a direita e para cima, pois a economia ganha em todos os bens. Alimentos (toneladas) Crescimento econômico Máquinas (milhares) março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 14 1.5 Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Para o funcionamento do sistema econômico, temos: supondo uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção no mercado dos fatores de produção. As empresas, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. Mercado de bens e serviços Oferta Demanda Famílias Fluxo real da economia Empresas Demanda Oferta Mercado de fatores de produção março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 15 Como observamos, famílias e empresas exercem um duplo papel. As famílias vão ao mercado de bens e serviços para demandar, enquanto as empresas vão para oferecer seus produtos; enquanto que, no mercado de fatores de produção, as famílias vão oferecer seus serviços (que são de sua propriedade), e as empresas demandam os serviços dos fatores de produção. Pagamentos dos bens e serviços Famílias Fluxo monetário da economia Empresas Remuneração dos fatores de produção O fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 16 Juntando os fluxos real ( ) e monetário ( ) da economia, temos o chamado fluxo circular de renda. Mercado de bens e serviços Oferta de bens e serviços Famílias Oferta de serviços dos fatores de produção Oferta de bens e serviços O quê e quando produzir Como produzir Empresas Para quem produzir Mercado de fatores de produção Oferta de serviços dos fatores de produção As forças da oferta e da demanda atuam conjuntamente nos mercados, determinando os preços. No mercado de bens formam-se os preços dos bens e serviços, e no mercado de fatores são determinados os preços dos fatores de produção. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 17 O fluxo que vimos, é chamado também de fluxo básico, que se estabelece entre famílias e empresas. No fluxo completo temos: o setor público (impostos e gastos públicos); e o setor externo (mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o resto do mundo). Um fluxo é definido ao longo de um dado período de tempo (ano, mês etc.). Diferente do conceito de estoque, que é definido no momento em que se observa. Essa diferença é importante em Economia: pois, o conceito de déficit público é um fluxo (mensal, trienal, anual), enquanto a divida pública é um estoque acumulado, até o momento da observação. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 18 1.5.1 Bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção Bens de capital são utilizados na fabricação de outros bens, mas não são consumidos no processo produtivo. Por exemplo, máquinas, equipamentos e instalações. Bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De acordo com sua durabilidade, podem ser classificados como duráveis (por exemplo, geladeiras, fogões, automóveis) ou como não-duráveis (alimentos, produtos de limpeza). Bens intermediários são transformados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matérias-primas e componentes). março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 19 Em relação aos bens intermediários temos: São diferentes dos bens finais, que são vendidos para consumo ou utilização final. Mas os bens de capital, como não são “consumidos” no processo produtivo, são bens finais, e não intermediários. Os fatores de produção, chamados recursos de produção da economia, são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 20 A cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber: Fator de produção Tipo de remuneração Trabalho Salário Capital Juro Terra Aluguel Tecnologia Royalty Capacidade empresarial Lucro Como se observa, em Economia considera-se o lucro também como remuneração a um fator de produção, representado pela capacidade empresarial ou gerencial dos proprietários da empresa. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 21 1.6 Argumentos positivos versus argumentos normativos A Economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deverá explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos estão contidos na análise que não envolve juízo de valor, estando essa estritamente limitada a argumentos descritivos, ou medições científicas. Ela se refere a proposições básicas, tipo se A, então B. Por exemplo, se o preço da gasolina aumentar em relação a todos os outros preços, então a quantidade que as pessoas irão comprar de gasolina cairá. É uma análise do que é. Vista sob esse ângulo, a Economia se equipara à Física ou à Química, que são ciências isentas de juízo de valor. Contudo, a Economia é mais do que isto, pois trata do comportamento das pessoas. Nossos valores interferem nos fatos econômicos. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 22 Nesse sentido, precisamos utilizar também argumentos normativos, ou seja, realizar uma análise que contém, explícita ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. Por exemplo, na afirmação “o preço da gasolina não deve subir”, expressamos uma opinião ou juízo de valor, ou seja, se é uma coisa boa ou má. É uma análise do que deveria ser. Suponha, por exemplo, que desejemos uma melhoria na distribuição de renda do país. É UM JULGAMENTO DE VALOR, NO QUAL ACREDITAMOS. Assim, o administrador dispõe de algumas opções para alcançar esse objetivo (aumentar salários, combater a inflação, criar empregos). A Economia Positiva ajudará a escolher o instrumento de política econômica mais adequado. Se estamos próximos da plena capacidade de produção, os aumentos salariais poderão gerar desemprego; isso é contra a melhoria na distribuição de renda. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 23 1.7 Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento Embora a Economia tenha seu núcleo de análise e seu objetivo bem definidos, ela tem intercorrências com outras ciências. Uma vez que, todas estudam a mesma realidade, são muitos os pontos de contato. 1.7.1 Economia, Física e Biologia O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A formação científica da Economia, começou com os organicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). Para os organicistas, ela se comportaria como um órgão vivo. Daí usamos termos como órgãos, funções, circulação e fluxos. Para os mecanicistas, ela se comportaria como algumas leis da Física. Daí termos como estatística, aceleração, velocidade . . . março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 24 1.7.2 Economia, matemática e Estatística Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades, como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivo. Assim temos, a Matemática e a Estatística para estabelecer relações entre variáveis econômicas. Com a Matemática podemos escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de Economia e permite análises econômicas na forma de modelos analíticos, com poucas variáveis podemos resumir os aspectos essenciais de uma questão. Como as relações econômicas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Se a Economia tivesse relações matemáticas, tudo seria possível. Porém, não existe no mundo econômico regularidades como a equivalência entre massa e energia, leis de Newton. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 25 “Na economia, o átomo aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a Química se o átomo aprendesse: aquelas belas regularidades desapareceriam. Os átomos pensantes logo se agrupariam em classes para defender seus interesses: teríamos uma “Física dos átomos proletários”, “Física dos átomos burgueses” e outros.” Mesmo assim, a Economia apresenta muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por exemplo: • o consumo nacional depende diretamente da renda nacional; • a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional ao seu preço, tudo o mais constante; • as exportações e as importações dependem da taxa de câmbio. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 26 A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos é a Econometria, que combina teoria econômica, Matemática e Estatística. A Matemática e a Estatística são instrumentos, ferramentas de análise para testar as proposições teóricas com a realidade. Colocam à prova as hipóteses econômicas, mas são meios, e não fins em si mesmas. A técnica é para auxiliar, mas não predominar, quando tratamos de fatos econômicos, pois esses envolvem decisões que afetam relações humanas. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 27 1.7.3 Economia e Política A Economia e a política são áreas muito interligadas, fica difícil estabelecer uma relação de causalidade (causa e efeito) entre elas. A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (se é democrático ou autoritário). Porém, por outro lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econômico. Alguns exemplos: • política do “café com leite”, antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o cenário político do país; • Poder econômico dos latifundiários; • poder dos oligopólios dos monopólios; • poder das corporações estatais. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 28 1.7.4 Economia e História A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Economia, pois facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. As guerras e revoluções, por exemplo, alteram o comportamento e a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos econômicos afetam o desenrolar da História. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos, como os ciclos da cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações econômicas. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 29 1.7.5 Economia e Geografia A Geografia não se resume apenas em registrar acidentes geográficos e climáticos. Podemos analisar fatores econômicos, como: • as condições geoeconômicas dos mercados; • a concentração espacial dos fatores produtivos; • a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica. Algumas áreas de estudo econômico estão relacionadas diretamente com a Geografia, como: • a economia regional; • a economia urbana; • as teorias de localização industrial e a demografia econômica. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 30 1.7.6 Economia, Justiça e Filosofia Na Idade Média, a Economia era vista como parte da Filosofia, da Moral e da Ética. O estudo econômico era orientado pela moral e a justiça. Não existia o estudo das leis econômicas, predominava a lei da usura, e o conceito do preço justo. HOJE, AS ENCÍCLICAS PAPAIS REFLETEM A APLICAÇÃO DA FILOSOFIA MORAL E CRISTÃ PARA AS RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE HOMENS E NAÇÕES. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 31 1.8 econômico Divisão do estudo A análise econômica, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo: Microeconomia Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja: • como os consumidores e as empresas se relacionam no mercado; • quais quantidades serão praticadas dos produtos e serviços; • e qual o nível de preços que satisfarão a ambos. março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 32 Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados: • como o produto interno bruto (PIB); • investimento agregado; • a poupança agregada; • o nível geral de preços. Sua preocupação é no curto prazo (ou com as condições do momento). março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 33 Economia internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país: Destas relações, quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento econômico Preocupa-se com a melhoria da qualidade de vida da sociedade. O objetivo é macroeconômico, mas visando as questões estruturais e de longo prazo (como a evolução tecnológica e o crescimento econômico). março de 2009 FACULDADE TABOÃO DA SERRA 34