Gabriel Rabelo de Barros Simão Sistema Cardiovascular: O Sistema Cardiovascular, como um todo, têm como função principal transportar gases e substâncias por todo o corpo, como por exemplo, oxigenar as células com o sangue arterial, assim como remover os gases desnecessários e o sangue pouco oxigenado pelo sangue venoso (isso também se aplica ao caso da nutrição, os nutrientes após a digestão vão para a corrente sanguínea para que por meio da mesma os nutrientes se disseminem por todo o corpo). Componentes do Sistema: Coração: o principal órgão do sistema circulatório. Nos mamíferos possui 2 átrios e 2 ventrículos, onde o sangue não se mistura, possibilitando que os mesmos possam ser homeotérmicos (manter sua temperatura corporal). Além de possibilitar uma grande vazão do sangue por todo o corpo (é composto por tecido muscular estriado cardíaco, com uma contração rapidíssima e involuntária). Sangue: é um tecido conjuntivo líquido que circula nos vasos sanguíneos de animais (com sistemas circulatórios fechados). É composto pela plasma (matriz líquida do tecido), e os elementos figurados, que ficam suspensos no plasma (hemácias, leucócitos, plaquetas e fragmentos de células). Artérias: levam o sangue (rico em oxigênio e nutrientes) do coração para os tecidos e células, a principal artéria do nosso corpo é a Aorta. Veias: levam o sangue (com poucos gases) dos tecidos e células para o pulmão, as veias cavas são as principais veias do nosso organismo. Ramificações dos vasos: Vasos Capilares: possuem a importante função de distribuir e recolher, respectivamente, o sangue arterial e venoso nas células. Faz a junção de um vaso com o outro, conecta as ramificações das veias e artérias, por dentro do tecido. Arteríola: pequena ramificação proveniente das artérias. Leva o sangue arterial aos vasos capilares (estes que veiculam o sangue nas células), além de regular a pressão sanguínea periférica. Embora, pequenos e abundantes em nosso corpo, as arteríolas são fatores imprescindíveis para a nossa sobrevivência, uma vez que, levam o sangue arterial (rico em O2 pela ação dos alvéolos pulmonares e nutrientes) para as células, possibilitando a oxigenação e nutrição das mesmas. Vênula (ou Vénula): pequena ramificação proveniente das veias. Recebe o sangue venoso vindo das células (pobre em oxigênio e nutrientes, mas rico em CO2) voltar as veias. Após sua volta as veias o sangue venoso é levado ao coração e sucessivamente ao pulmão para que na troca gasosa, seu CO2 seja substituído por O2. Coração: O coração dos mamíferos é dividido em 4 câmaras dos quais são 2 átrios e 2 ventrículos. Átrios: situados na parte superior de nosso coração, os átrios se enchem de sangue para bombeá-los com o auxílio dos ventrículos, a força exercida nos átrios empurra o sangue pela corrente sanguínea fazendo a movimentação por todo o nosso corpo. Ventrículos: situados na parte inferior do nosso coração, os ventrículos possuem uma musculatura fortíssima, esta que se contrai e relaxa num ritmo veloz e forte, possibilitando o bombeamento e a fluidez na corrente sanguínea. Os sangues venoso e arterial não se misturam, embora cheguem em um mesmo local, em vasos separados, um septo vertical, não possibilita a mistura do sangue, por isso o lado direito atende ao sangue venoso e o esquerdo atende ao arterial . Por conta do trajeto maior ,e sucessivamente, uma maior pressão arterial, o músculo esquerdo é mais forte do que o músculo direito. Aorta A Aorta é a principal artéria de nosso corpo. Além de ser a nossa maior artéria, todas as demais provém da Aorta. Ela começa no coração e termina na lombar, é ela que oxigena e nutre todas as células de nosso corpo. A Aorta é também a artéria mais flexível do corpo humano, ela se estende, para permitir uma maior vazão de sangue, regulando a pressão arterial. A Aorta se inicia na base do ventrículo esquerdo, e se divide ao longo de seu percurso em 5 fragmentos: 1. Aorta ascendente; 2. Arco da aorta; 3. Aorta descendente; 4. Aorta torácica; 5. Aorta abdominal. Veias Cavas: As veias cavas são subdivididas em duas: superior e inferior. Estas são as veias principais do nosso corpo, além de serem as maiores, todas as demais, e suas ramificações, provém das veias cavas superior e inferior. A veia cava superior drena o sangue venoso que vem da cabeça e do pulmão, e têm como função retornar o sangue venoso para o átrio direito, para ser direcionado ao pulmão. A veia cava inferior drena o sangue venoso que vem dos membros inferiores e abdômen para o coração. É formada na quinta vértebra lombar através da junção das veias ilíacas comuns, e termina no átrio direito. Tratamento e Prevenção das doenças cardiovasculares: Na maioria das ocorrências de doenças cardiovasculares, a prevenção é simples, basta ter hábitos saudáveis, fazer exercícios físicos, uma dieta balanceada, e moderar no sal. Porém há doenças sem prevenção ou com prevenções diferenciadas como no caso do aneurisma da Aorta e da estenose aórtica. O tratamento da maioria das doenças é cirúrgico e/ou clínico. Em casos como a hipertensão pode-se fazer o uso de medicamentos para diminuir o ritmo cardíaco e sucessivamente a pressão arterial. Em outros casos, porém, a abordagem é mais invasiva, sendo uma cirurgia necessária, como no caso da aterosclerose, em que é necessário fazer uma desobstrução do vaso sanguíneo. Há também, casos avulsos, como no caso da estenose aórtica, em que o tratamento não cura, porém melhora a qualidade de vida do paciente (exceto em casos cirúrgicos e em transplantes de coração). Ponte de Safena: É uma cirurgia na qual se usa uma parte da veia safena da perna para desviar sangue da aorta para as artérias coronárias. São também utilizadas as artérias radial (braço) e mamária (tórax). A ponte é usada para conectar a área antes da obstrução e depois da mesma, permitindo o percurso e fluidez do sangue, mesmo com a interrupção. Essa cirurgia é recomendada para pacientes que possuem problemas na irrigação do coração pela obstrução das artérias coronárias. A causa da cirurgia, assim como a aterosclerose, é causada pelo acúmulo de gordura nos vasos (coronários). Esse procedimento é utilizado para evitar enfartos do miocárdio (falência do músculo que bombeia o sangue). Aterosclerose: A Aterosclerose é basicamente, a formação de placas nas paredes de um vaso sanguíneo, gerando perca de elasticidade, e maior suscetibilidade a infartos, por conta da grande redução na vazão sanguínea. Pode gerar uma obstrução total nos vasos sanguíneos. Em casos de entupimento nas artérias do cérebro e do coração, pode haver um infarto crônico, visto que, esses são órgãos que ficam poucos minutos sem oxigenação. Um dos principais fatores que acarreta essa doença é a grande presença de colesterol (HDL) e lipoproteínas, agravados pela hipertensão, e a predisposição familiar. A prevenção dessa doença é: manter hábitos saudáveis, sendo fisicamente ativo, com uma dieta balanceada, e a presença do LDL, que anula o HDL. Hipertensão: A Hipertensão arterial é uma doença crônica, em que por conta dos elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias, para o sangue circular no ritmo normal o coração faz um esforço maior. Essa doença pode facilitar a ocorrência de diversas outras disfunções no nosso organismo, dentre outros problemas cardiovasculares temos: insuficiência cardíaca, aneurisma da aorta e aterosclerose. O principal fator da hipertensão é a predisposição familiar, aliada ao consumo abusivo de sal, ausência de vitamina D, o stress, a cafeína. Além da obesidade, do alcoolismo e tabagismo. Essa doença, como as demais, pode ser prevenida mantendo hábitos saudáveis, sendo fisicamente ativo, com uma dieta balanceada, e reduzindo o consumo de sódio. Essa doença não possui um tratamento, o uso de remédios para controlar a pressão ameniza, mas não cura. Acidente Vascular Cerebral: O AVC é causado pelo entupimento (isquêmico) ou rompimento (hemorrágico) de um vaso sanguíneo cerebral, caracterizado pela perda rápida, sendo parcial ou total da função neurológica. Por ser um mal súbito, não há prevenção, entretanto os sintomas são facilmente detectados. Estes são: dificuldade na fala, déficit na visão, paralisia ou dificuldade nos movimentos Temos como agravantes, uma alta pressão arterial, idade, tabagismo, colesterol elevado, diabetes, estenose aórtica, entre outros. O AVC tem como tratamento, a reabilitação do paciente do paciente com a fala, as ações, e para funções simples e rotineiras, como comer algo. A recuperação de certa área, se deve ao setor cerebral afetado pelo AVC. Por tratar-se do cérebro, uma intervenção mais invasiva é inviável, podendo acarretar problemas maiores, e até a morte. AVC Isquêmico: Esse tipo de AVC é o mais comum, ocorre pela falta de fluxo sanguíneo cerebral, podendo causar diversos problemas como a falta de irrigação e enfarte do parênquima cerebral. Pode ser causado por: um trombo (vaso obstruído), queda repentina da pressão sanguínea, obstrução na drenagem do sangue venoso, quebrando o ciclo e impossibilitando a entrada do sangue arterial no cérebro. O tratamento para o AVC Isquêmico, pela localização não é invasivo ou cirúrgico, mas clínico. Faz-se o uso de um remédio trombolítico que dissolve o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo no cérebro. Em casos de Ataque Isquêmico Transitório, não há nenhum tipo de sequela para o paciente. AVC Hemorrágico: É o tipo de AVC mais incomum, entretanto tão perigoso quanto o Isquêmico, este AVC ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo, gerando um derramamento de sangue em nosso cérebro. O sangue em reação com o parênquima nervoso tem ação irritativa, e dentre outras reações, como a pressão exercida, o tecido cerebral começa a degenerar e prejudicar as funções cerebrais. Pode ser dividido em dois grupos: AVC Hemorrágico Intraparenquimatoso (dentro do tecido cerebral), e o AVC Hemorrágico subaracnóideo (entre a meninge e o cérebro). O AVC Hemorrágico Intraparenquimatoso é causado, geralmente, pela pressão alta crônica, já o subaracnóideo no geral é causado por uma ruptura de um aneurisma ou hipertensão descontrolada. Assim como o tratamento convencional, o foco é na prevenção de outro AVC, e recuperação das funções. Insuficiência Cardíaca: Insuficiência cardíaca é a incapacidade do coração de bombear o sangue, numa quantidade suficiente para suprir as necessidades do nosso metabolismo, e se o faz, os ventrículos ficam sobrecarregados podendo gerar uma parada cardíaca. Alguns dos fatores para a ocorrência dessa doença, podem ser: a taquicardia (aumento da frequência cardíaca), a estenose aórtica, e algumas doenças que causam dificuldade na contração do miocárdio. A prevenção para a insuficiência cardíaca é: uma dieta balanceada, redução do consumo de sódio, hábitos saudáveis, fazer atividades físicas. O tratamento para essa doença é ineficaz, entretanto como as demais doenças sem um tratamento eficaz, o transplante é viável. Aneurisma da Aorta: O Aneurisma da Aorta é uma dilatação em um dos segmentos dessa artéria. Podendo ser da Aorta torácica, e/ou da abdominal. A ocorrência dessa doença, em seus dois tipos, se dá principalmente em: tabagistas, hipertensos e homens. Pode, também, ser causado por fatores familiares, espontâneos e traumáticos . O principal problema de um aneurisma, não é a sua presença, mas a sua ruptura, gerando um vazamento de sangue. O tratamento dessa doença pode ser feito em duas abordagens, cirúrgica ou clínica. No caso da clínica, são usados medicamentos para reduzir a frequência cardíaca. No caso cirúrgico, há duas saídas, a mais convencional, remover o aneurisma e pôr uma prótese sintética no interior do vaso para aliviar a pressão no ponto frágil. Há também outras técnicas menos invasivas. Estenose aórtica: A Estenose aórtica é uma doença em que há uma abertura incompleta da valva aórtica, gerando um aumento de pressão entre o ventrículo esquerdo e a raiz da artéria Aorta. Pode ser contraída, de forma congênita (antes de nascer, ou até 1 mês após o nascimento), por conta do acúmulo de cálcio e sucessiva calcificação e em casos de febre reumática. Para prevenir devemos: tratar infecções por estreptococo imediatamente para prevenir a febre reumática, entretanto esse problema não pode ser evitado, mas algumas de suas complicações sim. Essa doença não possui um tratamento, que cure o paciente, além do transplante, entretanto, o acompanhamento médico é necessário.