Apresentação sobre Língua Portuguesa

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UNIVERSIDADE
TIRADENTES
PROEAD
PRÓ-REITORIA
DE ENSINO A DISTÂNCIA
CURSO DE LICENCIATURA EM
LETRAS-PORTUGUÊS

PRÓ-REITOR
ROBERTO DE ALMEIDA E LIMA JUNIOR

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
ÁUREA DE ARAGÃO FERRAZ

SUPERVISÃO DE TUTORIA
ANDRÉA KARLA FERREIRA NUNES

SUPERVISÃO DE AVALIAÇÃO
MARIA JOSÉ GUIMARÃES VIEIRA

COORDENAÇÃO ADJUNTA DO CURSO
ELINALVA ELOI N. OLIVEIRA

TUTORA
PAULA PATRICIA S. OLIVEIRA
EDUCAÇÃO, NOVAS TECNOLOGIAS E
FORMAÇÃO DE PROFESSORES

“Haverá muito o que mudar, antes que o ensino
de Português possa ser o que deve - um processo
no qual o professor e os alunos entre si, se
enriquecem reciprocamente compartilhando sua
experiência vivida de língua (...). mas a
mudança virá daqueles que vivem o ensino, não
daqueles que especulam sobre ele.”
Rodolfo Ilari
LETRAS-PORTUGUES
III PERIODO
GRAMÁTICA:
ENSINAR OU NÃO?
EIS A QUESTÃO!
GRAMÁTICA:
ENSINAR OU NÃO?
EIS A QUESTÃO!





Por que a Gramática tem causado tanta polêmica
entre os profissionais da educação?
Afinal ela deve ou não deve ser ensinada nas
escolas?
Por que o ensino de gramática vem sendo
questionado?
O que pensam os professores sobre essa questão?
E os professores estão preparados para essa nova
prática?
Quais a respostas??
Certamente você não terá uma
resposta 100% segura.
 O que veio em sua mente?
 Como foram suas aulas de Língua
Portuguesa?

Reflita!!
O que restou de todo esse arcabouço
teórico??
 A Gramática lhe assusta??

O que dizem os teóricos??
Alertam sobre o equívoco que se tem
mantido quanto a ensinar ou não gramática nas
escolas. Ao analisarem a polissemia no uso do
termo gramática, lembram que fazer uso de uma
língua, ou de uma modalidade, ou de um nível de
língua exige o conhecimento essencial de sua
respectiva gramática. E sendo a gramática (viva)
o sustentáculo da língua e de suas possibilidades,
é estranho a escola não conseguir até hoje levar o
aluno a um olhar mais amistoso para com esse
ensino.
Gramática Normativa

É aquela que estuda apenas os fatos
da língua padrão, da norma culta de
uma língua, norma essa que se tornou
oficial. Apresenta e dita normas de
bem falar e escrever.
Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT
Gramática Descritiva

É a que descreve e registra para uma
determinada variedade da língua, em
um dado momento de sua existência
(abordagem sincrônica). Trabalha
com qualquer variedade da língua, e
dá preferência para a forma oral desta
variedade.
Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT
Gramática Internalizada

É o próprio mecanismo, o conjunto de
regras que é dominado pelos falantes e
que lhes permite o uso normal da língua.
Ela é de domínio de todo e qualquer ser
humano, independente de raça, cultura e
condição social.
Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT
Mais Gramáticas:
Gramática Implícita;
 Gramática Explicita ou Teórica;
 Gramática Reflexiva;


Gramática Contrastiva ou Transferencial;
Gramática Geral;
 Gramática Universal;
 Gramática Histórica;
 Gramática Comparada.

Muitas pessoas acreditam que,
embora exista uma perspectiva de
aprendizagem em aulas totalmente
embasadas na teoria gramatical, ela
não sustenta uma porcentagem
aceitável. Quase sempre é impossível
que o aluno saia da escola sabendo
escrever
e
interpretar
adequadamente.
Por outro lado, há pessoas que
acreditam na força desse método
tradicional de ensinar a gramática,
pois alegam, que tiveram o mesmo
ensino e aprenderam naturalmente,
praticando e aplicando as regras em
suas produções textuais.
Uma das maiores discussões no
âmbito educacional é justamente
essa:
O ensino de Língua Portuguesa,
hoje, é considerado ‘arcaico’ devido
ao uso de métodos totalmente
teóricos, sem nenhuma significação
e/ou aplicabilidade na vida dos
alunos.
Entretanto, existem muitos
professores que defendem o ensino de
gramática normativa nas escolas, pois
acreditam que ela possui suas
correlações na vida cotidiana do
aluno, estando seguros do seu
funcionamento, bem como o uso das
regras e exceções regidas pela
gramática, eles poderão aplicá-las à
sua prática textual.
Para eles ensinando a Gramática
Normativa evitaríamos:
Pois bem:
A gramática normativa não é
apenas para proteger ou conservar a
composição
da
língua,
como
denunciam alguns teóricos e afins,
mas, sobretudo, para subsidiar o
usuário em suas necessidades textuais
e orais.
Realizamos uma atividade com
32 alunos do 3º Ano Magistério Colégio Municipal Laura N. Costa
(Arauá) - acerca de alguns textos.
Pontuaremos
aqui
apenas
“O Escorpião e a Rã” – Rubem
Alves. Analisamos como os alunos
contemplam a Gramática, segundo
suas experiências escolares.
“O Escorpião e a Rã”
Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava.
"Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou.
Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e,
finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso.
"Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..."
Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A
travessia era impossível.
"Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou.
Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam:
"Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido.
- Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio?
- Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada.
- Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar.
A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?"
- Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente.
- Que favor? - murmurou a rã.
- Bem - o tom da voz era mais brando ainda.
- Bem, você me carregaria nas costas até a outra margem?
A rã hesitou:
- Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar?
- Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - Argumentou o escorpião.
- Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem?
- Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião.
- E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã.
- Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a
morte.
Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião acomodou-se
nas costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase
chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio.
De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu,
ergueu o ferrão.
"Antes a morte que tal sorte" - pensou.
A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais
acentuado começava a invadir-Ihe o corpo.
- Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso?
O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo.
- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.
Sugerimos aos alunos que eles
apresentassem suas inferências em
relação à:

– Morfologia: formação de palavras (derivação);
substantivo; adjetivo; grau do adjetivo; artigo; advérbio;
verbo (modo e tempo); verbos de ligação; pronomes oblíquo
e indefinido.

– Sintaxe: termos essenciais da oração: tipos sujeito,
predicado verbal e nominal, predicativo, classificação dos
verbos quanto à predicação; termos integrantes da oração:
objetos e complementos; termos acessórios da oração:
adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto, vocativo,
concordância nominal; período composto: coordenação e
subordinação.
•– Morfossintaxe: diferenciação entre advérbio e
locução adverbial; identificação do núcleo do
sujeito e classe gramatical correspondente;
identificação do adjunto adnominal e classe
gramatical
correspondente;
oração
absoluta/adjetivo.
– Estilística: figuras de linguagem; discurso
direto
e
indireto;
estilo
nominal.
■
Análises
textuais:
interpretação
e
compreensão,
atos da fala, construção de
hipóteses, variantes lingüísticas e dinamicidade.
Analisemos os dados
Áreas da língua portuguesa - %
Estilística
Morfossintaxe
Morfologia
Sintaxe
0
20
40
Gráfico 1 – Áreas da língua portuguesa
60
Observa-se que:

A figura mostra a ênfase dada à sintaxe
e que os alunos também trabalham a
morfologia. Porém, vemos que não se
consegue estabelecer relação entre elas
(morfossintaxe),
São
analisadas
distintamente. E finalmente percebemos
que são raros os momentos que
trabalharam a estilística.
PERCENTAGEM
ANÁLISES TEXTUAIS (%)
80
Compreensão e
interpretação
Atos da fala
60
60
Dinamicidade
40
20
20
5
5
10
0
VARIÁVEIS
Gráfico 2 – Análises textuais
Construção de
hipóteses
Variantes
lingüísticas
Embora os níveis de compreensão e
interpretação tenham ocorrido com maior
freqüência, os alunos mostraram suas
deficiências
quanto
às
variantes
lingüísticas.
Quando analisamos as variáveis
textuais: atos da fala, dinamicidade e
construção de hipóteses, observamos que
os
resultados
encontrados
foram
inexpressivos.
Conclui-se que:

Os estudos de Língua Portuguesa deixam
transparecer uma visão de gramática concebida
como um manual de “regras de bom uso da
língua, a serem seguidas por aqueles que
querem se expressar adequadamente”, ou seja, a
gramática normativa (TRAVAGLIA, 2001) e
não contemplam uma visão de linguagem como
sendo expressão do pensamento. A gramática
normativa desconsidera o modo como cada
texto é usado em diferentes situações de
interação comunicativa.
As atividades de gramática,
sugeridas ao longo da escolaridade do
individuo, apresentam a língua como
um produto pronto, estático, uma vez
que não possibilitam ao aluno testar e
construir hipóteses, refletir sobre os
atos da fala e os fatores lingüísticos.
Por que a Gramática é estudada
desta forma??
Segundo a história, o ensino de gramática
normativa nem sempre esteve relacionado aos
interesses da classe dominante, no entanto,
sua sistematização se deu devido a fatores
diferentes em vários períodos.
O ensino de gramática, oferecido hoje
pelas escolas, esbarra num equívoco político e
pedagógico.
O equívoco não está só vinculado
aos fatos históricos, e sim em
hipóteses que vão desde valores
sociais
dominantes,
estratégias
escolares discutíveis, até sobre
preconceitos e mitos acerca do ensino
da norma padrão em relação à classe
dominada.
Afinal, o professor deve ou não
ensinar a gramática nas escolas?
Diante das circunstâncias atuais e de toda a
história de ensino da língua portuguesa,
podemos eleger uma possível resposta: sim,
entretanto não como é ensinada pelo sistema
tradicional, pois a forma de se ensinar a
gramática é que deve ser mudada.
Então:
É o método de ensino que precisa ser
mudado, pois acredita que, partindo de
sua relevância, a gramática não pode
ser “omitida”, devendo ser conhecida
pelos usuários da língua, pois assim
evitarão que, amanhã, o aluno pergunte:
gramática? O que é isso?
Mas como mudar a metodologia??
O ensino da língua portuguesa deve
ser harmonioso na relação entre o
ensino da gramática normativa e a
contextualizada,
sem
descartar
completamente as terminologias e
regras
gramaticais,
que
são
fundamentais para o desenvolvimento
cultural e social dos alunos.
Será mesmo simples???
Há quem diga que alguns
profissionais se negam a mudar essa
forma de ensinar, devido a um ato de
comodismo e insegurança que está
ligado àquele famoso medo do
desconhecido.
Qual seria a melhor maneira de
atuar em sala de aula??
Daria certo??
Há um modelo ou uma receita que
complete estas premissas??

Não há uma resposta ‘mágica’,
nem receitas ou modelos milagrosos,
o que se percebe é que tudo
dependerá da atuação do professor.
Podemos usar um exemplo que
melhor explicaria essa realidade: a
receita de um bolo.
Caberá somente a cada professor
descobrir em si mesmo a receita
milagrosa que lhe garantirá todo o
sucesso de sua prática de ensino em
sala de aula.
Queridos alunos e futuros colegas,

O ensino da língua deve ser pensado como um
processo de prática da linguagem, cujo objetivo maior
deveria ser o de aumentar as possibilidades de uso
exitoso da língua. Seria muito mais interessante
utilizar efetivamente e concretamente a língua do que
apenas conhecer suas regras e nomenclaturas. Passar
a maior parte do tempo reconhecendo e classificando
fragmentos lingüísticos é, a priori, inútil. Não se
aprende a língua por meio de exercícios mecânicos,
mas sim através de práticas significativas e
contextualizadas.
Celso Pedro Luft
OBRIGADA PELA ATENÇÃO
PAULA PATRICIA
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