8.EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Parte 7A 8.1–INTRODUÇÃO – PVI’s 8.2–MÉTODOS DE PASSO SIMPLES 8.3–MÉTODOS DE PASSO MÚLTIPLO 8.4–MÉTODOS PREVISOR-CORRETOR 8.5–EDOs DE ORDEM SUPERIOR 8.6-PVC’s E O MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS hoje 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.1. Introdução Seja um PVC de segunda ordem dado por: y f x, y, y com as seguintes condições no contorno a1 y (a) b1 y (a ) 1 a 2 y (b) b2 y (b) 2 onde a1 , b1 , 1 , a 2 , b2 , 2 são constantes reais conhecidas, tais que nem a1 , b1 , nem a 2 , b2 , sejam nulas, simultaneamente. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.1. Introdução O PVC de segunda ordem dado, tem a forma mais geral possível. Quando os valores de um PVC são dados na fronteira, por exemplo: a1 y (a) 1 e a 2 y (b) 2 dizemos que temos um problema de Dirichlet. Quando os valores da derivada de um PVC são dados na fronteira, por exemplo: b1 y (a) 1 e b 2 y (b) 2 dizemos que temos um problema de Neumann. P.G. Dirichlet (1805-1858) e K.G. Neumann (1832-1925) 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.1. Introdução Para o PVC de segunda ordem y 0 com as seguintes condições no contorno a1 y (a) b1 y (a ) 0 a 2 y (b) b2 y (b) 0 onde f x, y, y 0 e 1 2 0 , dizemos que o PVC é homogêneo e a solução trivial y( x) 0 é solução. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização A idéia básica do Método de Diferenças Finitas transformar o PVC em um sistema de equações algébricas, aproximando as derivadas por Diferenças Finitas. Considere o intervalo do PVC dado por x a, b . Fazemos x 0 a e x n b. Fazendo uma partição Regular, sejam n subintervalos iguais de comprimento ba h n 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Assim, x k x 0 k h com k 0,1,..., n Notação: y k y x k y x 0 k h Se f ( x, y, y ) for linear em y , y o sistema algébrico a ser resolvido será linear e podemos utilizar o Método de Lagrange para resolvê-lo. Se f ( x, y, y ) for não-linear em y , y o sistema algébrico a ser resolvido será não-linear e podemos utilizar o Método de Newton para resolvê-lo. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização As aproximações mais utilizadas para derivadas primeiras são: y i 1 yi y xi h y i yi 1 y xi h yi 1 yi 1 y xi 2h Diferença avançada Diferença atrasada Diferença centrada 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Graficamente: aproximação por diferença avançada y i 1 yi y xi Derivada h y aproximada Derivada correta xi 1 xi xi 1 x 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Graficamente: aproximação por diferença atrasada y i yi 1 y xi h y Derivada correta Derivada aproximada xi 1 xi xi 1 x 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Graficamente: aproximação por diferença yi 1 yi 1 centrada y xi 2h y Derivada aproximada xi 1 xi Derivada correta xi 1 x 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Note que cometemos um erro ao aproximar a derivada y x i pelas fórmulas discretas apresentadas. O erro cometido, da fórmula de Taylor, é y xi 1 y xi y xi xi 1 xi y xi 1 xi onde xi , xi 1 Assim: yi 1 yi y xi onde h xi 1 xi h 2! 2 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização p O h Definição: Dizemos que g (h) é , se existe p C 0 tal que g(h) C h uma constante . Da definição, se y M onde xi , xi 1 , então a expressão de diferença avançada, para aproximar y x i são de ordem O h1 , pois y i 1 y i h M g(h) y xi y h h 2 2 onde xi , xi 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Analogamente, da definição, se y M onde xi 1 , xi então a expressão de diferença atrasada, para aproximar y x i é de ordem O h1 , pois y i y i 1 h M g(h) y xi y h h 2 2 onde xi 1 , xi 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Enfim, para diferença centrada temos que: h2 h3 y xi 1 y xi y xi h y xi y i 1 2! 6 h2 h3 y xi 1 y xi y xi h y xi y i 1 2! 6 pois xi 1 xi h e xi 1 xi h e i 1 xi , xi 1 , i 1 xi 1 , xi . Somando as aproximações 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização h3 y xi 1 y xi 1 2 y xi h y i 1 y i 1 6 y xi 1 y xi 1 h 2 y xi y i 1 y i 1 2h 12 De modo que, a aproximação por diferença cen2 Trada é de ordem O h . A fórmula de diferenças centradas é mais utilizada. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização Discretização de derivadas segundas. Novamente a partir da série de Taylor, expandindo até a terceira ordem 4 h2 h3 h y xi 1 y xi y xi h y xi y xi y 4 i 1 2! 3! 4! h2 h3 h4 4 y xi 1 y xi y xi h y xi y xi y i 1 2! 3! 4! Somando as aproximações: 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.2. Discretização 4 h y xi 1 y xi 1 2 y xi y xi h 2 y 4 i 1 y 4 i 1 4! Logo uma aproximação para a derivada segunda é dada por : y xi y xi 1 2 y xi y xi 1 h2 com erro da ordem O(h 2 ) 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Exemplo 1: PVC linear y x 2 y x y x x com y (0) 0 y (1) 1 Dividindo o intervalo [0,1] em n subintervalos de comprimento h, segue que x0 0 ,...., x n 1 y(0) y( x0 ) y 0 0 Como conhecemos y(1) y( x n ) y n 1 resta calcular y1 y ( x1 ) , y 2 ,....., y n 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Utilizando diferenças centradas para a derivada primeira e a discretização deduzida para a derivada segunda, ou seja: yxi 1 yxi 1 e y x yxi 1 2 yxi yxi 1 y xi i h2 2h sendo ambas aproximações de segunda ordem, para cada i, a EDO discretizada fica y i 1 2 y i y i 1 h2 y i 1 y i 1 y i xi h 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Como x i i h reescrevemos a equação discreta y i 1 2 y i y i 1 y i 1 y i 1 y i xi h h2 1 h y i 1 h 2 2 y i 1 h y i 1 i h 3 A primeira equação (i=1), utilizando as condições no contorno, escreve-se como: h 2 2 y1 1 h y 2 h 3 Analogamente, para (i=n-1), temos a equação 1 h y n2 h 2 2 y n1 1 h n 1 h 3 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Temos que resolver o seguinte sistema linear h 2 2 y1 1 h y 2 h 3 1 h yi1 h 2 2 yi 1 h yi 1 n 1 h 3 ih 3 para 2 i n 2 1 h y n2 h 2 2 y n1 1 h n 1 h 3 Temos um sistema de n-1 equações, tridiagonal, a resolver, vejamos matricialmente: 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Reescrevendo matricialmente o sistema linear d1 a2 A 0 0 c1 0 0 0 0 d2 c2 .. 0 .. 0 .. 0 0 0 0 a n2 d n2 0 0 0 a n 1 di h2 2 onde 0 para 1 i n-1 ci 1 h para 1 i n-2 a i 1 h para 1 i n-1 0 0 cn2 d n 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Note que matrizes tridiagonais são esparsas e neste caso não é conveniente utilizar métodos diretos para resolvê-las, ou seja, Método de Gauss, LU, Cholesky, entre outros. Métodos diretos provocam o preenchimento da matriz, ou seja, durante o processo de eliminação, os erros de truncamento, geram a ij não-nulos em posições onde antes, originalmente, tínhamos termos nulos. Em matrizes esparsas deve-se utilizar métodos iterativos tipo Gauss-Seidel, associados a técnicas especiais para o armazenamento da matriz, as quais tiram proveito de sua esparsidade. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Resolvendo o sistema linear iterativamente por Gauss2 Seidel, para h 0.1 , temos erros de ordem 10 . x Sol. Numer. Sol. Exata Erro 0.1000 -0.2720 -0.2713 0.0007 0.2000 -0.4911 -0.49 0.0011 0.3000 -0.6641 -0.6629 0.0013 0.4000 -0.7969 -0.7956 0.0013 0.5000 -0.8947 -0.8935 0.0012 0.6000 -0.9620 -0.9610 0.0010 0.7000 -1.0029 -1.0020 0.0009 0.8000 -1.0208 -1.0203 0.0006 0.9000 -1.0190 -1.0187 0.0003 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Novamente por Gauss-Seidel, com h 0.05 , e erros de 3 10 3. x Sol. Numer. Sol. Exata Erro 0.0500 -0.1428 -0.1427 0.0001 0.1000 -0.2715 -0.2713 0.0002 0.1500 -0.3870 -0.3868 0.0002 0.2000 -0.4903 -0.49 0.0003 0.2500 -0.5821 -0.5818 0.0003 0.3000 -0.6632 -0.6629 0.0003 0.3500 -0.7342 -0.7339 0.0003 0.4000 -0.7959 -0.7956 0.0003 0.4500 -0.8489 -0.8486 0.0003 0.5000 -0.8938 -0.8935 0.0003 .... .... .... .... 0.8000 -1.0204 -1.0203 0.0001 0.8500 -1.0219 -1.0218 0.0001 0.9000 -1.0188 -1.0187 0.0001 0.9500 -1.0114 -1.0113 0.0001 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.4. PVC Não-Linear Exemplo 2: PVC não-linear y x y x sen y x y com y (0) 1 y (1) 5 Dividindo o intervalo [0,1] em n subintervalos de comprimento h, segue que x0 0 ,...., x n 1 y(0) y( x0 ) y 0 1 Como conhecemos y(1) y( x n ) y n 5 resta calcular y1 y ( x1 ) , y 2 ,....., y n 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.4. PVC Não-Linear Utilizando diferenças centradas para a derivada primeira e a discretização deduzida para a derivada segunda, ou seja: yxi 1 yxi 1 e y x yxi 1 2 yxi yxi 1 y xi i h2 2h sendo ambas aproximações de segunda ordem, para cada i, a EDO discretizada fica y i 1 2 y i y i 1 h 2 y i sen y i xi y i 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.4. PVC Não-Linear Como x i i h reescrevemos a equação discreta y i 1 2 y i y i 1 2 y i sen y i ih y i h y i 1 2 h 2 sen y i i h 3 y i y i 1 0 A primeira equação (i=1), utilizando as condições no contorno, escreve-se como: 1 2 h 2 sen y1 h 3 y1 y 2 0 Analogamente, para (i=n-1), temos a equação y n2 2 h 2 sen y n1 (n 1)h 3 y n1 5 0 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.4. PVC Não-Linear Temos que resolver o seguinte sistema linear 1 2 h 2 sen y1 h 3 y1 y 2 0 yi 1 2 h 2 sen yi ih 3 yi yi 1 0 para 2 i n 2 y n2 2 h 2 sen y n1 (n 1)h 3 y n1 5 0 Temos um sistema de n-1 equações, tridiagonal, a resolver. Utilize um método quase-Newton, por exemplo, para resolvê-lo. 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.5. PVC Condições Mistas Quando temos condições mistas do tipo y 0 y 0 3 e uma idéia é utilizar diferenças avançadas para descrever y 0 e deste modo a comdição de contorno escreve-se como: y1 y 0 y0 3 e h 1 y 0 y1 he 3 h he 3 y1 y0 h 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.5. PVC Condições Mistas Exemplo 3: PVC linear com condição mista y x 2 y x y x x com y (0) y (0) 3 e Discretizando a EDO 1 h yi 1 h 2 2 yi 1 h yi 1 i h 3 A primeira equação (i=1), utilizando as condições no contorno, he 3 y1 y0 h 2 h 1 1 y1 1 h y 2 he 3 h 3 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.5. PVC Condições Mistas Exemplo 3: PVC linear com condição mista y x 2 y x y x x com y (0) y (0) 3 e y(1) 1 Discretizando a EDO 1 h yi 1 h 2 2 yi 1 h yi 1 i h 3 A primeira equação (i=1), utilizando as condições no contorno, he 3 y1 y0 h 1 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.5. PVC Condições Mistas Note que ao aproximar a derivada primeira na condição de contorno por diferença avançada, cometemos erros da ordem de O(h1 ) . Poderíamos ter aproximado a derivada, na condição de contorno, por diferença centrada 2 e com isto garantido erros da ordem O(h ). Neste caso, temos que incluir um ponto a mais (x-1,y-1) nossa tabela e temos um sistema nxn y 1 y1 y0 3 e y 1 2hy0 y1 2he 3 2h 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.4. PVC Não-Linear Então temos o sistema 1 h yi 1 h 2 2 yi 1 h yi 1 i h 3 com a condição y 1 2hy 0 y1 2he 3 Cuidado: deduzida para i=1,2,..,n-1 A primeira equação (i=0), utilizando a condição no contorno, escreve-se como: 1 h y 1 h 2 2 y0 1 h y1 h 2 x1 h 3 1 h 2hy0 y1 2h(e 3) h 2 2 y0 1 h y1 h 3 h 2 2h 2 y 0 2 y1 2h1 h(e 3) h 3 8. PVC’s e Diferenças Finitas 8.5.3. PVC Linear Enfim, temos que resolver o seguinte sistema linear h 2 2h 2 y 0 2 y1 2h1 h(e 3) h 3 1 h yi 1 h 2 2 yi 1 h yi1 n 1 h 3 ih 3 para 1 i n 2 1 h y n2 h 2 2 y n1 1 h n 1 h 3 Temos um sistema de n equações, tridiagonal, a resolver. Trabalho Final Seção 11.4 – Burden – Faires Exercício Exercício Exercício Exercício Exercício 1 3 3 3 3 – a a a a Carolina – Everton – José – João – Vinícius