SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA WILLIAM CORSARO ALBERTO ALBUQUERQUE GOMES Por que um estudo sociológico da infância? As crianças são agentes sociais, ativos e criativos que produzem suas próprias e exclusivas culturas infantis. Ao mesmo tempo, contribuem para a produção das sociedades adultas. A infância, é um período socialmente construído em que as crianças vivem suas vidas. É uma forma estrutural, ou seja, é uma categoria ou uma parte da sociedade como as classes sociais ou grupos etários. Para a sociedade, a infância é uma forma estrutural permanente ou categoria que nunca desaparece, embora seus membros mudem e sua natureza e concepção variem historicamente. Teorias sociais da infância Examinaremos os motivos do ressurgimento interesse pelas crianças na sociologia. do A socialização da infância tem recebido extensa cobertura em textos introdutórios da sociologia. As crianças marginalizadas na sociologia foram retomadas como sujeitos centrais da infância. A preocupação com outros segmentos sociais chamou a atenção para as vidas infantis. Novas formas de análise: perspectivas teóricas interpretativas e construtivistas. Teorias tradicionais: socialização Examinaremos as abordagens sobre socialização da criança. Grande parte do pensamento sociológico sobre criança e infância deriva do trabalho sobre socialização. Ex. Durkheim São dois modelos a serem analisados: 1. Modelo determinista 2. Modelo construtivista 1. Modelo determinista 1.1. Modelo funcionalista (Talcott Parsons) 1.2. Modelo reprodutivista (Pierre Bourdieu) 1.3. Pontos fracos do determinismo e reprodutivismo Preocupação excessiva com a socialização 2. Modelo construtivista 2.1. Piaget (desenvolvimento intelectual) 2.2. Vygotsky (visão sociocultural) 2.3. Pontos fracos do modelo construtivista Foco no desenvolvimento individual Preocupação exagerada com o percurso 3. Reprodução interpretativa Contestação conceito socialização: socialização também processo apropriação reinvenção. do de é um de e Reprodução interpretativa: interpretativo abrangendo aspectos inovadores e criativos da participação social da infância 3.1. Linguagem e rotinas culturais A Reprodução interpretativa enfatiza a linguagem e a participação das crianças em rotinas culturais. A participação das crianças nas rotinas culturais é um elemento essencial na reprodução interpretativa. Essa participação começa cedo. 3.2. Que rotina é essa? São rotinas previsíveis em família. Essa rotina é o momento adequado para a criança colocar em discussão duas dúvidas. Para o adulto essa rotina é o momento adequado para ordenar alguns conceitos confusos para criança. 4. Da progressão individual às reproduções coletivas A reprodução interpretativa encara a integração das crianças em suas culturas como reprodutiva. As crianças se esforçam por interpretarem o mundo e participarem dele. 4.1. O modelo da teia global A teia de aranha é a metafora mais adequada para representar a reprodução interpretativa. A negligência/marginalização da infância na sociologia está relacionada à visão tradicional de socialização. A contestação dessa visão tradicional de socialização ocorre com a emergência da teoria cognitiva de Piaget e a abordagem sócio-cultural de Vygotsky. O autor oferece uma nova base para a sociologia da infância: a reprodução interpretativa.