Aula 2 Introdução

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Análise
Experimental do
Comportamento
Introdução
• Conforme propõe Carvalho Neto (2002), a Análise
do Comportamento seria a amplitude da prática
behaviorista, contendo três áreas interligadas: O
Behaviorismo Radical (uma filosofia, base para os
demais subsequentes da Análise do
Comportamento); a Análise Experimental do
Comportamento
(uma ciência básica) e a
Análise Aplicada do Comportamento ( uma
ciência aplicada) .
Histórico
• Wundt e Titchener, no início do século 20, foram
grandes percusores da psicologia laboratorial.
• Watson (1913): objeto de estudo da Psicologia não
deveria
ser
a
consciência,
mas
sim
o
comportamento dos organismos. Assim, seu método
de análise era a experimentação com processos
interativos e observáveis entre o organismo e seu
ambiente (Carvalho Neto, 2002). A partir de tais
acontecimentos, foi sendo construída a base da
filosofia Behaviorista.
Wundt
Watson
•
Pavlov (início do século XX) : o reflexo
de cada estímulo estava ligado a
cada resposta pelo sistema nervoso.
Os iniciais estudos de Pavlov
exploravam o papel do ambiente
como
instigador
de
respostas
praparadas para
espécie em
questão por uma herança genética,
resultado
de
interações
dos
antepassados
com
ambientes
variáveis. Entretanto, foi percebendose que na aprendizagem e aquisição
de
novos
comportamentos,
o
ambiente possuia o poder de eliciar
a resposta, mas a resposta em si não
mudava. Assim, um som previamente
neutro pode eliciar a salivação, antes
provocada apenas pelo alimento.
Desta forma, o repertório do
indivíduo foi aumentado, e pode-se
falar
de
dois
reflexos:
um
condicionado, ou inato, e outro
condicionado,
aprendido;
a
resposta, contudo, é a mesma
(Todorov, 2004).
• B.F. Skinner (década de 30):
procura mudar os
paradigmas até então
existentes. Iniciou seus
estudos em pesquisas
conceituais e históricas,
além das pesquisas
experimentais em
laboratórios. Skinner, após
longos estudos, nomeou sua
versão de Behaviorismo de
"Behaviorismo Radical", isto
porque via além, via no
"radical" do objeto, em sua
essência e origem; este
seria a filosofia por trás da
ciência do comportamento
que tentava tão fortemente
implantar. Esta metodologia
de ciência é conhecida
como Análise Experimental
do Comportamento. Esta,
segundo Tourinho (1999),
seria o "braço empírico" da
ciência do
comportamento.
• Nesta época, os trabalhos de Thorndike com gatos em
sua caixa-problema, que levaram á formulação da Lei
do Efeito já tinham 20 anos. Esta Lei era amplamente
conhecida
na
psicologia
aplicada,
mas
seu
relacionamento com os trabalhos de Pavlov ainda não
havia sido realmente estudado. A guinada para que isto
acontecesse foi dada por Skinner, ao reconhecer a
existência
de
dois
processos,
de
dois
tipos
condicionamento
permeando
o
comportamento
(Todorov, 2004).
• Assim, a Análise do Comportamento que, vale lembrar,
não
se
restringe
à
análise
Experimental
do
Comportamento, origina-se, então, de uma nova
posição behaviorista assumida por Skinner; Parte da
constatação de que há lógica, ordem e regularidade
nos comportamentos (Todorov, 2004), e portanto,
merecem ser estudados.
• A Análise do Comportamento é uma linguagem
em psicologia que vê o objeto como estudo de
interações organismo- ambiente, seja este objeto
humano ou animal.
• A Análise Experimental do Comportamento busca
relações funcionais entre variáveis, controlando
condições experimentais, manipulando variáveis
independentes, e observando as mudanças
causadas no comportamento ( variáveis
dependentes) ( Todorov, 2004).
• Conforme propõe Skinner (1978) "As variáveis
externas, das quais o comportamento é função,
dão margem ao que pode ser chamado de
análise causal ou fundamental.
•
Tentamos prever e controlar o comportamento de
um organismo individual. Esta é a nossa ‘ variável
dependente' - o efeito para o qual procuramos a
causa. Nossas ‘variáveis independentes'- as causa
do comportamento - são as leis de uma ciência"
(p. 45). Desta forma, o material analisado provém
de muitas fontes, entre elas da Análise Experimental
do Comportamento.
• Assim, a Análise Experimental do Comportamento utilizase de relações funcionais e contingências como
intrumentos para o estudo das interações organismoambiente. Desta forma, busca relações funcionais entre
as variáveis, controlando condições experimentais,
manipulando variáveis independentes (mudanças no
ambiente) e observando o efeito em variáveis
dependentes (mudanças no comportamento) (Todorov,
2004).
• É importante lembrar que as contingências são grandes
instrumentos na análise do comportamento, portanto
merecem definição aqui mais explicitada: são, segundo
Todorov (2004), regras que especificam relações entre
eventos ambientais ou entre comportamentos e eventos
ambientais, que assim gerarão conseqüências para os
indivíduos que delas a utilizam.
Conceitos de respondente, operante, e análise
funcional
•
. O comportamento respondente seria, a grosso modo, aquele
mais reflexo, que trata da economia de energia interna do
organismo; são reações a estímulos do ambiente, em que a
aprendizagem pode influir.
•
O comportamento operante, por sua vez, engloba as operações
do organismo sobre o ambiente, alterando esse ambiente, e tais
alterações podem determinar a probabilidade futura destas
ações (Todorov, 2004).
•
Assim estabelecem-se
os conceitos de
seleção por
conseqüência, reforço e punição. Se, a um determinado
comportamento há uma conseqüência positiva, a probabilidade
que ele ocorra, em condições normais ambientais, é grande. Ou
seja, se há reforço, é provável que a freqüência do
comportamento não diminua. Contudo, em situações de
punição ( diante de um comportamento, a conseqüência é uma
punição, sem ganhos positivos ao indivíduo), é provável que haja
a fuga/esquiva das situações eliciadoras do mesmo.
Assim, estabelece-se a análise funcional,
conceito tão essencial na
Análise Experimental do Comportamento: de
posse de um antecedente, é estabelecido
um comportamento, que gera uma
conseqüência, a partir desta conseqüência
haverá, então, uma possível mudança nos
comportamentos futuros
Análise Experimental do
Comportamento no Brasil
• O exercício da Análise Comportamental no Brasil iniciou-se
em 1961 com as aulas do professor Keller na Universidade de
São Paulo (Matos, 1998).
• Em meados do século 20, o ensino de Psicologia não era
formal e bem estruturado como é hoje; a bibliografia era
escassa, e não havia uma sistematização clara do ensino.
Como afirma Matos (1998), Keller ía além do que era possível
na época; ele discutia idéias e fatos, buscava aproximar a
teoria da prática e possuia uma grande admiração por
aquilo que defendia. Sendo assim, consegiu "seguidores" fiéis,
como Carolina Bori, Maria Amélia Matos, e Rodolpho Azzi.
• Estes, por sua vez, expandiram o ensino da Análise
Experimental do Comportamento por todo o Brasil, após as
lições aprendidas com Keller. Carolina, como anfitriã e
admiradora, conduziu Keller pelo Brasil à fora, participando
de congressos, debates, espalhando os princípios e método
da Análise Experimental do Comportamento no Brasil.
•
Segue-se, então, no Brasil, um aumento constante da produção
de conhecimento na área. Revistas como Psicologia (19751987), Ciência e Cultura (1961-2001), Modificação do
Comportamento (1976-1980) revista da extinta Associação de
Modificação do Comportamento que foi substituída pela
revista Cadernos de Análise do Comportamento (1981-1985)
foram os principais periódicos a publicarem trabalhos
comportamentalistas (Cruz, 2006).
•
O conhecimento então implantado no Brasil começou a atingir
outras áreas: como a farmacologia que começou a aplicar as
técnicas operantes para o estudo do mecanismo de ação de
drogas. Manuais de laboratório para experimentação com ratos
e com pombos foram escritos.
•
Assim, o ensino de Psicologia Experimental espalhou-se por todo o
país,
mais
revistas
científicas
foram
implementadas
(como: Psicologia: Teoria e Pesquisa, Psicologia: Reflexão e
Crítica, e Temas em Psicologia) , e associações criadas.
Atualmente, inúmeros são os cursos de pós-graduação da área, e
o ensino, pesquisa, e aplicação da Análise Experimental do
Comportamento no Brasil conseguiu por fim instalar-se, após duras
batalhas de pessoas relevantes que devem sempre ser lembradas
pelos atuais profissionais da área.
Referências Bibliográficas
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Carvalho Neto, M. B. (2002). Análise do comportamento:
behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e
análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia,
6(1), p. 13-18.
Matos, M.A. (1998). Contingências para a Análise
Comportamental no Brasil. Psicologia USP, vol 9, n.1.
Matos, M.A, & Carvalho, A.M.A. (1998). Carolina Martuscelli Bori:
uma cientista brasileira. Psicologia: Reflexão e Crítica, 11(2).
Skinner, B.F. (1978). Ciência e comportamento humano. (4 ed.),
São Paulo: Martins Fontes.
Todorov, J. C. (2004). Behaviorismo e Análise Expeirmental do
Comportamento. Centro de Estudos em Psicologia. Recuperado
em 07/04/2008, dehttp://www.cemp.com.br/artigos.asp?id=38.
Todorv, J. C. (2004). Da Aplysia à constituição: evolução de
conceitos na análise do comportamento. Psicologia: Reflexão e
Crítica,17(2).
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