Os partidos e movimentos africanos

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Colonização da África e Ásia
O Continente africano limita-se ao Norte pelo
Mar Mediterrâneo, ao Oeste pelo Oceano
Atlântico e ao Leste pelo Oceano Índico.
Podemos dividi-lo em duas zonas distintas: o
centro-norte ocupado pelo deserto do Saara,
habitados pelos árabes, os egípcios, os
berberes e os tuaregues e o centro-sul é
ocupado pela floresta tropical, habitam 800
etnias.
A conquista e a ocupação da Ásia e da África ocorreu através da
força militar e da violência. Homens ambiciosos fizeram parte e
usaram todos os meios lícitos e ilícitos, moralmente falando,
como saques, escravidão, destruição de aldeias, apropriação de
alimentos, com o objetivo de dominar a região. Os europeus
interessados nesta dominação davam a desculpa dos perigos aos
comerciantes, missionários ou aventureiros nestas localidades e
isto fornecia a desculpa para a intervenção armada na Ásia e na
África.
0 dramaturgo Bernard Shaw assim se expressava sobre
os métodos de conquista empregados pelos ingleses:
“0 inglês nasce com um certo poder milagroso que o torna senhor do
mundo. Quando deseja alguma coisa, ele nunca diz a si próprio que
a deseja. Espera pacientemente até que lhe venha à cabeça,
ninguém sabe como, a insopitável convicção de que é seu dever
moral e religioso conquistar aqueles que têm a coisa que ele deseja
possuir. Torna-se, então, irresistível como grande campeão da
liberdade e da independência, conquista a metade do mundo e
chama a isso de Colonização. Quando deseja um novo mercado
para seus produtos adulterados de Manchester, envia um
missionário para ensinar aos nativos o evangelho da paz. Os nativos
matam o missionário; ele recorre às armas em defesa da
Cristandade; luta por ela, conquista por ela; e toma o mercado como
uma recompensa do céu..." ("The Man of Destiny", citado por
LINHARES, M. Yedda. A luta contra a metrópole. São Paulo,
Brasiliense, 1983, P. 36).
Antigo sistema colonial
Novo sistema colonial
Séc. XV ao séc. XVIII
Fim séc. XIX até depois da
Primeira guerra
O estado adotava práticas
mercantilistas
O estado é dominado pelos
.
monopólios capitalistas, que
apóiam o imperialismo
Predominou na América
Predominou a África e Ásia
.
Lucros com controle do comércio
Lucros pelo investimentos de
capital na colônia
A exploração não altera
significantemente o modo de
produção da colônia.
A exploração desenvolve o
capitalismo na
Colônia.
O tráfico de escravos
Durante os século 15 a 19, a África foi vista apenas como uma reserva
de mão-de-obra escrava. Traficantes montavam feitorias para a troca de
indivíduos por mercadorias. Os mercadores europeus, estimulados pela
necessidade de mão-de-obra na América,se associavam aos africanos
para que capturassem e vendessem aos europeus escravos. Os
escravos eram mantidos encarcerados a espera dos navios tumbeiros.
Quantos escravos vieram para a América?
QUESTIONAMENTO:
Problemas atuais : guerras civis pela aglutinação de povos
rivais fome pela desorganização estimulada pelos europeus miséria
gerada pelo estado pelas práticas capitalistas
A partilha da África
Após a revolução industrial, em que potências se interessavam mais em
trabalhadores livres assalariado, o comércio de escravos entrou em
decadência. O interesse das grandes potências passou a ser a
ocupação territorial.
Porque?
Os europeus ambicionavam explorar as riquezas minerais e agrícolas; e
a competição imperialista pelos mercados e matérias primas.
Num primeiro momento diversas áreas já estavam sob domínio de
grandes empresas européias. Por exemplo: Níger era controlado pela
Companhia Real do Níger, dos ingleses.
Num período posterior, a força destes empresários se tornou tal que
passaram a influir nos governos de seus países.
O Congresso de Berlim
De fornecedora de escravos, a África passou a produzir os bens
necessários à Europa. Entre outros citamos: ouro, café, sisal, borracha,
marfim, cobre.
A Europa estava em plena transformação devido a esta fase imperialista
do capitalismo. A Alemanha, cujo chanceler neste momento é Otto Von
Bismarck, convocou 12 países que eram potências na época, a
Conferência de Berlim, em 1885. Seu objetivo era definir a repartição do
continente africano. A Conferência estipulou as regras de cavalheiros
entre as grandes potências: anexação deveriam ser comunicadas e
submeter os conflitos coloniais entre as potências, à arbitragem
internacional.
Mesmo assim eles não se entendiam alguns confrontos ocorreram:
ingleses x franceses; holandeses x ingleses (guerra dos Bôers); França x
Itália; e França x Alemanha.
As potência definiram os limites das suas áreas.
Até o início da 1ª guerra Mundial África encontrou-se inteiramente divida
entre as principais potência européias (Inglaterra, França, Espanha,
Itália, Bélgica, Portugal e Alemanha). Com a derrota alemã de 1918, as
antigas colônias alemãs passaram à Inglaterra e a França.
1912
África tem 48 países
País
Líder
Movimento/Partido
Indep
Angola
Agostinho Neto
Movimento p/libertação de Angola
(MPLA)
1975
África do Sul
Nelson Mandela
African National Congress (ANC)
1994
Costa do Marf
Pelix Houphouet-Boigny
Reunião democratica africana
1957
Ghana
Kwame Nkrumah
Convention Peopel’s Party
1957
Guiné
Sekú Turé
Partido Dem da Guiné (PDG)
1958
Madagascar
Tsiarana
Mov dem da renovação malgache
1960
Malawi
Hastings Kamuzu
Banda Malawi Congress Party
1961
Moçambique
Samora Machel
Frente de libertação de Moçamb
1975
Nigéria
Benjamin N. Azikiwé
Nat Concil of Nig and Camerun
1960
Quênia
Jomo KenyattaMau-mau
Kenya central association
1963
Senegal
Leopold Senghor
Bloque democratique senegalien
1948
Tanzânia
Julius Nyerere Tanganica
African National Union/Zanzibar
1964
ZaireJ
Joseph Kasavubu
Patrice Lumumba
Movimento “Abako”
1960
Zimbawe
Robert Mugabe
Zimbawe Afric Natl Union (ZANU)
1980
Buana
Os relatos das expedições de conquistae: "Dundahé e Maraua foram as
principais etapas antes da Birni N'Koni. Aqui pudemos ler no solo e
entre as ruinas da pequena cidade as diversas fases do assalto, do
incêndio e da matança... Em torno da grande aldeia de Tibery, os
cadáveres de dezenas de mulheres pendiam das árvores próximas...
Em quase todas as aldeias por que passamos, os poços estavam
fechados ou contaminados por montões de cadáveres que apenas se
podia distinguir se pertenciam a animais ou a homens." (GAL, Meynier.
Lés conquérants du Tchad, cit. Por FALCON F. & MOURA, G. A
formação do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro, Ed. Campus Ltda.,
1985, p. 88.)
A reação dos africanos
A conquista da África não se deu de forma pacífica. A Guerra Zulu, é
um exemplo, travadas pelo rei Chaka, na África do Sul, contra os
ingleses e holandeses.
Os conquistadores não tiveram uma vida fácil, também. Tiveram de
enfrentar as endemias e doenças e tiveram de adaptar este ambiente
as suas necessidades de saneamento básico.
A África era temida de ambos os lados pelas doenças tropicais: a
febre amarela, a malária e a doença do sono, lepra.
A discussão se inicia em 1919 no 1º Congresso Pan-africano,
organizado pelo intelectual afro-americano W.E.B. Du Bois. Foi
somente a partir de 1945 que os próprios africanos estimulam a
formação de movimentos nacionalistas de massas para obterem a
independência da África.
Em 1914, apenas a Etiópia e a Libéria conseguiam manter-se
independentes e a África estava assim dividida:
- a França ocupou a África do Norte (Argélia, Tunísia e Marrocos), a
região do Saara (dividida para fins administrativos em África Equa torial
Francesa e África Ocidental Francesa) e a ilha de Madagáscar;
- a Inglaterra incorporou o Egito, o Sudão Anglo-Egípcio, o Quênia,
Uganda, Somalia, Costa do Ouro e Nigéria; ao sul, os ingleses
anexaram o interior da Colônia do Cabo e através de Cecil Rhodes,
surgindo assim as Rodésias; em 1902, numa guerra contra os Boers,
antigos colonos holandeses, os britânicos conquistaram o Transvaal e
Orange;
- a Bélgica apoderou-se do Congo Belga (Zaire);
- a Alemanha assenhorou-se do Togo, dos Camarões, da África Oriental
e do Sudoeste Africano; - a Itália tomou a Eritréia, a Somália e a
Tripolitânia (Líbia); - Portugal conservou Angola, Moçambique, Guine e
o arquipélago de Cabo Verde; - e a Espanha manteve o Saara
Ocidental (Rio do Ouro).
A descolonização
A descolonização tornou-se possível no após-1945 devido a exaustão em que
as antigas potências coloniais se encontraram ao terem-se dilacerado em seis
anos de guerra mundial, de 1939 a 1945. Algumas delas, como a Holanda, a
Bélgica e a França, foram ocupados pelos nazistas, o que acelerou ainda mais a
decomposição dos seus impérios no Terceiro Mundo. A guerra também as
fragilizou ideologicamente: como podiam elas manter que a guerra contra Hitler
era uma luta universal pela liberdade contra a opressão se mantinham em
estatuto colonial milhões de asiáticos e africanos?
A Segunda Guerra Mundial se debilitou a mão do opressor colonial, excitou o
nacionalismo dos nativos do Terceiro Mundo. Os povos asiáticos e africanos
foram assaltados pela impaciência com sua situação jurídica de inferioridade,
considerando cada vez mais intolerável o domínio estrangeiro. Os europeus, por
outro lado, foram tomados por sentimentos contraditórios de culpa por
manterem-nos explorados e sob sua tutela, resultado da influencia das idéias
filantrópicas, liberais e socialistas, que remontavam ao século 18. Haviam
perdido, depois de terem provocado duas guerras mundiais, toda a superioridade
moral que, segundo eles, justificava seu domínio.
• Quem por primeiro conseguiu a independência foram os povos da
Ásia (começando pela Índia e Paquistão, em 1946). A maré da
independência atingiu a África somente em 1956. O primeiro pais
do Continente Negro a conseguí-la foi Ghana, em 1957. Em geral
podemos separar o processo de descolonização africano em dois
tipos. Aquelas regiões que não tinham nenhum produto estratégico
(cobre, ouro, diamantes ou petróleo) conseguiram facilmente sua
autonomia, obtendo-a por meio da negociação pacífica. E, ao
contrário, as que tinham um daqueles produtos, considerados
estratégicos pela metrópole, explorados por grandes corporações, a
situação foi diferente (caso do petróleo na Argélia e do cobre no
Congo belga). Neles os colonialistas resistiram aos movimentos
autonomistas, ocorrendo movimentos de guerrilhas para expulsá-la.
Os
partidos
e
movimentos
africanos
Apesar da existência de 800 etnias e mais de mil idiomas falados na
África, podemos encontrar alguns denominadores comuns entre os
partidos e movimentos que lutaram pela descolonização. O primeiro
deles é de que todos eles ambicionavam a independência, conquistada
tanto pela vertente de radicalismo revolucionário ou através do
reformismo moderado, que tanto podia implantar uma republica
federativa como uma unitária. Em geral, os partidos optaram pelo
centralismo devido a dificuldade em obter consenso entre tribos rivais.
• Esse centralismo é geralmente assumido pelo próprio líder da
emancipação, (como Nkrumah em Ghana) pelo partido único (ou
“partido dominante” como definiu-o Leopold Senghor, do Senegal)
ou ainda, por um ditador militar (como Idi Amin Dada em Uganda,
ou Sese Seko Mobuto no Zaire). A negritude (movimento
encabeçado por Aimé Césaire, um poeta martinicano, e pelo
presidente senegalês Leopold Senghor) foi também um ponto em
comum, marcadamente entre os países afro-francofônicos, que
exaltavam as qualidades metafísicas dos africanos. Finalmente
todos manifestavam-se a favor do pan-africanismo como uma
aspiração de formar governos “por africanos e para africanos,
respeitando as minorias raciais e religiosas”.
• Essas lutas geraram uma crônica instabilidade em
grande parte do Continente que contribuiu para afastar
os investimentos necessários ao seu progresso. Hoje a
África, com exceção da África do Sul, Nigéria e o
Quênia, encontra-se praticamente abandonada pelos
interesse internacionais. Os demais parecem ter
mergulhado numa interminável guerra tribal, provocando
milhões de foragidos (na África estão 50 % dos
refugiados do globo) e um número incalculado de
mortos e feridos. É certamente a parte do mundo onde
mais guerras são travadas. Como um incêndio na
floresta, encerra-se a luta numa região para logo em
seguida arder uma mais trágica ainda logo adiante.
Dificuldades africanas
•
Na medida em que em toda a história da África anterior ao domínio
europeu, desconhecia-se a existência de estados-nacionais, segundo a
concepção clássica (unidade, homogeneidade e delimitação de território),
entende-se a enorme dificuldade encontrada pelas elites africanas em
constituí-los em seus países. Existiam anteriormente na África, impérios,
dinastias governantes, milhares de pequenos chefes e régulos tribais, mas
em nenhuma parte encontrou-se estados-nacionais. O que havia era uma
intensa atomização política e social, um facciosismo crônico, resultado da
existência de uma infinidade de etnias, de tribos, quase todas inimigas
entre si, de grupos lingüísticos diferentes (só no Zaire existem mais de 40),
e de incontáveis castas profissionais. O fim da Pax Colonialis, seguida da
independência, provocou, em muitos casos, o afloramento de antigos ódios
tribais, de velha rivalidades despertadas pela proclamação da
independência, provocando violentas guerras civis (como as da Nigéria, do
Congo e, mais recentemente, as da Angola, Moçambique, Ruanda,
Burundi,
Serra
Leoa
e
da
Libéria).
De certa forma todos os povos pagam pelos seus defeitos culturais. Neste
sentido o arraigado tribalismo africano é o grande impedimento para
concretizar a formação de um estado-nacional estável. Enquanto as
massas negras não conseguirem superar as rivalidades internas
dificilmente poderão formar regimes sólidos, íntegros, que superem a
dicotomia entre ditadura ou anarquia tribal. A grande geração que
conseguiu a independência, homens como K.Nkrumah, Jomo Kenyatta,
Agostinho Neto, Samora Machel, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere, Leopold
Senghor ou Nelson Mandela estão mortos ou envelheceram. Nenhum dos
sucessores desses grandes homens, têm conseguido o respeito da
população e o carisma necessário para manter seus respectivos países
unidos. Em muitos casos eles foram substituídos por chefes dominados por
interesses localistas e familiares, de visão estreita, sem terem o sentido de
abrangerem o restante dos seus cidadãos. É hora pois dos líderes
africanos pararem de jogar pedras sobre o passado colonial e assumirem a
responsabilidade pelo destino dos povos que ajudaram a emancipar.
Moçambique
Dados Básicos
Data da Independência 25 de Junho de 1975
Sistema político Multipartidário (Constituição de 1990 e 2004 )
Assembleia da República 250 lugares (3ªs eleições gerais de 2004 )
Localização Moçambique é localizado estrategicamente na costa oriental
de África Austral, e é a porta de entrada para 6 países do interior
Area 799 390 km2 (13 000 km2 de águas interiores)
População 19.420.036 (Ano: 2005 - Fonte: INE )
Clima Sub-tropical até tropical (de sul para norte)
Capital Cidade de Maputo (estatuto de província)
Línguas Português (oficial)
Recursos naturais Energia hidroeléctrica, gás, carvão, minerais,
madeiras, terra agrícola
Exportações principais Camarão, algodão, cajú, açúcar, chá, copra
Moeda Metical (MT)
PIB per capita US$ 236.9 (1998).
DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
O processo começa após a 2ª Guerra Mundial com a ação conjugada
dos movimentos de libertação nacional surgidos em alguns países e a
maior ou menor disposição das potências coloniais de estabelecer
novas formas de relação com os países africanos. O processo de
independência é desigual e mais demorado do que na Ásia.
Norte da África – A Líbia conquista a independência em 1951 e o Egito,
com uma revolução nacionalista, em 1952. A República egípcia nasce
em 1953, com a introdução de reformas econômicas e sociais,
industrialização e medidas socializantes. Em 1956 o presidente Gamal
Abdel Nasser nacionaliza o Canal de Suez, abrindo uma crise com as
potências ocidentais e aproximando o país da URSS. Tendo em vista as
tensões com Israel, Egito e Síria unem-se em 1953 numa federação, a
República Árabe Unida (RAU). O Sudão se separa do Egito como
Estado independente em 1956. O Marrocos proclama a independência
em 1956, com o consentimento da França. Na Tunísia, a França cede
às pressões do partido nacionalista Neo-Destur, fundado em 1954, e
permite que a Assembléia Nacional proclame a independência em 1956
e a República em 1957.
Argélia – É obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de libertação
em virtude da resistência dos colonos franceses (apelidados na
metrópole de pieds noirs, ou pés pretos), que dominam as melhores
terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos argelinos
e permite o acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas
os franceses da Argélia resistem a qualquer concessão aos nativos.
Nesse mesmo ano é fundada a Frente de Libertação Nacional (FLN),
para organizar a luta pela independência. Uma campanha de atentados
antiárabes, entre 1950 e 1953, desencadeada por colonos direitistas,
tem como reação da FLN uma onda de atentados nas cidades e guerra
de guerrilha no campo. Em 1958, rebeldes exilados fundam no Cairo
um governo provisório republicano. A intervenção de tropas de elite da
metrópole (Legião Estrangeira e pára-quedistas) amplia a guerra.
Ações terroristas, tortura e deportações caracterizam a ação militar da
França. Os nacionalistas e oficiais ultradireitistas dão um golpe militar
na Argélia em 1958.
• Proclamação da República – No ano seguinte o presidente francês,
Charles de Gaulle, concede autodeterminação aos argelinos. Mas a
guerra se intensifica em 1961, pela entrada em ação da
organização terrorista de direita OAS (Organização do Exército
Secreto), comandada pelo general Salan, um dos protagonistas do
golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS a FLN responde com mais
terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações francoargelinas, por discordâncias em torno do aproveitamento do
petróleo descoberto em 1945. Em 1962 é acertado o Armistício de
Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela
França em troca de garantias aos franceses na Argélia. A República
Popular Democrática da Argélia é proclamada após eleições em
que a FLN apresenta-se como partido único. Ben Bella torna-se
presidente.
África Subsaariana – Em Gana, Kwame Nhkrumah funda o Partido da
Convenção Popular em 1949 e o primeiro Estado negro independente
em 1957. Declara-se partidário do neutralismo e de uma política
panafricanista. Aproxima-se da URSS e da China, sendo derrubado em
1966 por um golpe militar. Na Guiné, Sekou Touré organiza a União
Democrática Africana em 1946 e a União Geral dos Trabalhadores em
1956 e funda o novo Estado independente em 1958, com o apoio do
bloco socialista. No Congo Belga (atual Zaire), a resistência da Bélgica
em conceder a independência explode em distúrbios em 1959. Os
belgas abandonam a colônia e a República é proclamada em
condições de desagregação que levam à guerra civil. No Mali, Modibo
Keita dirige a União Democrática Africana e a luta pela independência
entre 1946 e 1960 e funda a República em 1960. Leopold Senghor,
conhecido poeta africano, forma o Bloco Democrático do Senegal, em
1946, e conquista a independência em 1960. Em Tanganica, Julius
Nyerere funda a União Nacional Africana em 1954, conquista a
independência em 1961 e, em 1964, une-se a Zanzibar, formando a
Tanzânia .
Independências concedidas – Diante da pressão crescente, as
potências européias apressam a concessão da independência.
Estabelecem novos laços econômicos e políticos com as antigas
colônias, para mantê-las sob sua influência, e estimulam a instauração
de ditaduras fiéis. Em 1960 é organizada a União das Repúblicas
Centro-Africanas, para a coordenação aduaneira e econômica das
novas repúblicas procedentes de antigas colônias francesas. Inclui
Camarões, Congo-Brazaville (atual República do Congo), Gabão,
Chade e República Centro-Africana. A concessão de independência ao
Togo, Costa do Marfim, Daomé (Benin), Alto Volta (Burkina) e Níger,
em 1960, resulta na União Shel-Benin. Também em 1960 é concedida
a independência à Nigéria, Madagascar, Somália e Mauritânia. No ano
seguinte Serra Leoa, em 1962 Uganda, Ruanda e Burundi, em 1965 o
Quênia e em 1966 Gâmbia. A independência da Rodésia (atuais
Zâmbia e Zimbábue), em 1965, visa impedir o surgimento dos Estados
independentes de Malavi e Zâmbia.
Apartheid – A segregação entre a minoria dominante branca e a
maioria negra da população da África do Sul já é praticada desde o
início da colonização do território. Em 1948, o Partido Nacional de
Daniel Malan se elege usando como slogan a palavra ‘’apartheid’’
(separação, em africâner). O sistema tradicional de segregação racial
ganha expressão em todo o corpo de leis do país, com educação
segregada, proibição de casamentos interraciais, deportações
arbitrárias de negros considerados indesejáveis e, a partir de 1959, os
bantustões – dez reservas tribais independentes exclusivas para
negros, com governos próprios. Os governantes negros desses
territórios só têm a ganhar com a perpetuação do apartheid e passam a
apoiá-lo. Sem direito a qualquer expressão sindical ou política,
reservada à minoria branca, na década de 60 os negros antiapartheid
recorrem cada vez mais a ações violentas.
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
As potências imperialistas procuraram administrar suas colônias de
modo a assegurar o aproveitamento máximo de suas riquezas. A mão
de obra nativa foi então colocada a serviço da nação colonizadora,
extraindo minérios, trabalhando nas lavouras, construindo pontes,
ferrovias, canais e portos, a fim de favorecer o escoamento das
matérias primas e dos gêneros agrícolas até os locais de embarque.
Esse sistema impedia qualquer possibilidade de desenvolvimento
interno das colônias e não levava em consideração as necessidades
da população local. Por isso, a violência foi o instrumento necessário
usado pelo colonizador para vencer a resistência da população e
mantê-la submissa.
•
A administração variou de acordo com as condições demográficas,
culturais e econômicas das regiões ocupadas. Ela podia ser direta, com os
funcionários da metrópole substituindo as autoridades locais, ou indireta,
utilizando-se das autoridades locais subordinadas a funcionários da
metrópole.
Os ingleses, geralmente adeptos da administração indireta, conseguiram
controlar populações enormes e diferenciadas entre si, aproveitando-se das
Instituições e das lideranças locais. Aqueles que não queriam colaborar
eram substituídos.
Os franceses tiveram a pretensão de desenvolver uma política de
"assimilação" dos colonos. Eles acreditavam que, através da instrução, os
africanos e os asiáticos poderiam vir a adquirir a cidadania francesa, desde
que tivessem profundo conhecimento da língua francesa, da religião cristã,
bom nível de instrução e boa conduta, Entretanto, essa prática não se
tornou comum na administração colonial francesa, prevalecendo os
aspectos econômicos de exploração dos recursos minerais e agrícolas.
• Os demais povos colonizadores, tais como
belgas, alemães, holandeses, portugueses e
espanhóis, adotaram métodos que variavam
entre o ideal de assimilação e as necessidades
práticas de utilização das autoridades locais
para extrair vantagens da comercialização da
produção
colonial.
De maneira geral, as colônias podem ser
classificadas da se forma:
a) AS ÁREAS DE PENETRAÇÃO FINANCEIRA
Em alguns países independentes, porém não industrializados, a
dominação imperialista ocorreu através da negociação com os
governos locais de acordos comerciais, industriais ou financeiros que
beneficiavam basicamente os setores exportadores das elites locais e a
burguesia dos países industrializados. Nesses casos, não houve
preocupação com a dominação política.
0 CASO DO EGITO
•
O Egito, um principado virtualmente independente, foi vítima de sua riqueza
agrária e da sua situação estratégica (situado entre o Oriente Médio e a
África Negra), A sua riqueza agrária integrou-o na economia européia como
fornecedor de produtos agrícolas. A vasta expansão do comércio egípcio
atraiu levas de homens de negócios e aventureiros prontos a conceder
créditos ao governo, que pensava em transformar o Egito num poder
moderno. Mas os homens de negócios extorquiram o povo egípcio e,
quando os egípcios não puderam pagar mais os juros dos empréstimos, a
gestão das --finanças públicas passou para o estrangeiro, com a desculpa
do governo egípcio estar comprometido com enormes despesas e
incapacitado de pagá-las. Como não havia FMI na época, foi instituído um
condomínio franco-inglês. Nominalmente, como na China, a independência
política subsistia, mas gradativamente os funcionários britânicos passaram
a administrar a polícia, as finanças, as comunicações, as alfândegas e os
portos. TRANSCRITO DE: CANEDO, L. B., op, cit. p. 19/20.
b) AS COLÔNIAS DE POVOAMENTO OU ENRAIZAMENTO
Nas regiões de clima temperado, estabeleceram-se colônias de
povoamento, com ampla migração de população "branca" européia (que
havia dobrado do decorrer do século XIX), em busca de melhores
condições de trabalho, de alimentação e de moradia. Foi o caso da
colonização inglesa na Rodésia e no Cabo (África do Sul), na Austrália e
na Nova Zelândia (Oceania) e no Canadá (América do Norte); da
colonização francesa na Argélia (África) e na Nova Caledônia (Oceania)
e da colonização portuguesa em Angola e em Moçambique (África).
Nesse tipo de colônia, as minorias européias ocupavam posições
sociais, econômicas e administrativas dominantes. Os nativos foram
expropriados de suas terras pelos europeus e excluídos até mesmo das
mais simples funções burocráticas; em qualquer atividade, os brancos
recebiam salários mais elevados. Essa situação deu origem a conflitos
particularmente agudos, como a guerra civil pela independência da
Argélia e a política do "apartheid" da África do Sul.
0 método usado para a ocupação das terras dos nativos foi à pressão ou
violência, como podemos perceber nas palavras do Comandante
Poinçot, na Argélia:
"Se quiséssemos, poderíamos tomar vossas terras, mas
nós vos solicitamos que no-las dêem; ... nosso governo
não quer usar de seu poder e deseja obter de vós pela
persuasão o que não poderíeis igualmente recusar
diante de nossos (Cit. por FALCON, F. & MOURA, G.,
op. cit. p.107).
CASO DA ÁFRICA DO SUL
A Inglaterra apoderou-se das regiões mais populosas e ricas doa
África. Desde o início do século ela ocupava a cidade do Cabo e Lambem Natal. Em 1870, Cécil Rhodes embarcou para o Cabo, por
motivo de saúde. Graças ao seu tino para os negócios e à
habilidade com que açambarcou o mercado de diamantes, no curto
espaço de dois anos transformou-se em um milionário. Nos anos
subseqüentes, a Companhia Britânica da África do Sul, dirigida por
Rhodes, estendeu o domínio sobre toda a África do Sul. Embora
fosse uma empresa privada, com finalidades lucrativas, estava
investida de poderes comparáveis aos de um governo. Tinha, por
exemplo, autoridade (concedida por carta patente em 1889) para
"firmar tratados, promulgar leis, preservar a paz, manter uma força
policial
e
adquirir
novas
concessões"
• A Política expansionista da Companhia Britânica da
África do Sul culminou na Guerra dos Bôers (18991902). As repúblicas holandesas de Orange e do
Transvaal foram esmagadas e a Inglaterra adquiriu o
controle total sobre a África do Sul. Mais tarde, seriam
descobertas jazidas riquíssimas de minério, principal
recurso natural da região. 0 mais explosivo legado do
imperialismo britânico e holandês são os mecanismos
discriminatórios erguidos contra os negros que
constituem a maioria esmagadora da população.
TRANSCRITO DE: HUNT & SHERMAN, op. cit. p.
152/153.
O CASO DO CONGO (ZAIRE)
Provavelmente, em nenhuma outra colônia africana a exploração
européia revestiu-se de características tão brutais quanto no Congo
Belga. Em 1879, Leopoldo II, rei da Bélgica, enviou H. M. Stanley em
missão à África central. A serviço de uma companhia privada com
finalidades lucrativas, dirigida pessoalmente por Leopoldo e alguns
associados, Stanley criou uma rede de postos comerciais e, usando de
astúcia, convenceu os chefes nativos a assinarem "tratados"
autorizando o estabelecimento de um império comercial que abarcava
cerca de 900 000 milhas quadradas. Leopoldo arvorou-se em
autoridade soberana do Estado Independente do Congo e empreendeu
a exploração dos recursos humanos e naturais da região em proveito de
sua própria companhia. A exploração foi impiedosa.
• Trabalhando sob constante coação física, os nativos foram forçados
nas florestas a extrair o látex com o qual faziam borracha e a caçar
elefantes dos quais extraiam o marfim. Leopoldo confiscou todas as
terras que não eram diretamente cultivadas pelas comunidades
locais, transformando-as em "propriedade governamental". As
piores atrocidades foram cometi das para obrigar os nativos a se
submeterem a um opressivo sistema fiscal, que incluía impostos
pagáveis em borracha e em marfim e sob a forma de prestações de
trabalho. No século XX, o Congo passou a fornecer outros recursos
naturais: diamantes, urânio, cobre, algodão, azeite de coco,
semente de coco e coco. Pode-se dizer que, de um modo geral, o
Congo foi uma das mais lucrativas possessões imperialistas
européias e também uma das mais escandalosas. TRANSCRITO
DE: HUNT & SHERMAN, op. cit. P. 152.
a) COLONIAS DE EXPLORAÇÃO OU DE ENQUADRAMENTO
Eram países ou regiões administradas direta ou indiretamente por
funcionários da metrópole, e que se destinavam a exportar produtos
exóticos, gêneros agrícolas ou matérias primas minerais. Nesse caso
enquadram-se a Índia, a Indochina e a Indonésia, nações densamente
povoadas da Ásia, e grande parte da África. 0 território africano, do
Saara até o sul, possuía baixa densidade demográfica e organização
predominantemente tribal. A colonização européia afetou ou destruiu as
instituições tradicionais (os clãs, as aldeias comunitárias, a religião
totêmica) e substituiu a economia de subsistência pela "plantation"
(monocultura para exportação). As rivalidades intertribais foram
mantidas e/ou aprofundadas com o objetivo de favorecer a dominação
estrangeira. Para obrigar as populações locais a trabalhar, o colonizador
fixava impostos que somente poderiam ser pagos em dinheiro. Dessa
maneira, os nativos tinham que cultivar as lavouras que interessavam
aos europeus. Os endividados eram levados aos trabalhos forçados nos
campos, à construção de estradas, portos e linhas férreas.
, 1962, p. 145. (2) BARAN, op. cit. p. 149.
O CASO DA ÍNDIA
• "Durante mais de 150 anos, até a conquista de Bengala em 1757, a
Companhia inglesa das Índias Orientais manteve intensas relações
comerciais com a região. A Índia era, nessa época, um país
relativamente avançado economicamente. Seus métodos de
produção, bem como sua organização industrial e comercial eram
comparáveis" aos que prevaleciam na Europa Ocidental. Na
realidade, a Índia já fabricava e exportava musselinas e outros
tecidos de luxo de excelente qualidade, desde os tempos em que a
maioria dos povos da Europa Ocidental vivia ainda mergulhada no
atraso. No entanto, após a conquista de Bengala, a Companhia das
Índias Orientais impôs a sua autoridade sobre grande parte do
território indiano, e as relações comerciais mantidas durante 150
anos converteram-se em relações brutais de exploração. ( ... ) A
política adotada pela Companhia das Índias Orientais nas últimas
décadas do século XIX e na primeira metade do século XX visava a
alcançar dois objetivos.
• Em primeiro lugar, contentar os milhares de funcionários
gananciosos que para lá se deslocavam com a intenção de fazer
fortuna do dia para a noite: "Estes funcionários, absolutamente
irresponsáveis e vorazes, esvaziaram os tesouros particulares. Sua
única preocupação era extorquir algumas centenas de milhares de
libras dos nativos, e retornar para a Inglaterra o mais cedo possível
para exibir as fortunas recém adquiridas. Imensas fortunas foram
assim acumuladas em Calcutá, num curto espaço de tempo,
enquanto trinta milhões de seres humanos eram reduzidos mais
negra miséria."(1) [...] Havia ainda um objetivo a longo prazo:
desestimular ou eliminar os fabricantes indianos, e transformar a
Índia em mercado e em fonte de abastecimento de matérias-primas
para a indústria britânica, sobretudo as suas manufaturas têxteis.
Essa política, executada de forma brutal e metódica, produziu os
resultados esperados.
• "A administração britânica na Índia empreendeu a destruição
sistemática de todas as fibras e alicerces da economia indiana para
que em seu lugar se instalassem parasitariamente, os proprietários
de terra e os prestamistas. Sua política comercial resultou na
destruição do artesanato indiano, e deu origem às infames favelas
das cidades indianas, nas quais se aglomeravam milhões de
indigentes famintos e doentes. Sua política econômica cortou pela
raiz os rebentos de um desenvolvimento industrial autóctone,
favorecendo a proliferação de especuladores, pequenos
comerciantes e espertalhões de toda espécie que levavam uma
vida miserável e improdutiva nas malhas de uma sociedade em
decadência".(2)
•
[...] As conseqüências da presença britânica na Índia eram evidentes ao se
abrir o século XX. Em 1901, a renda "per capita". era inferior a 10 dólares
por ano. Cerca de dois terços da população encontrava-se subnutridos. A
maior parte das manufaturas indianas fora arruinada ou tomada pelos
ingleses. Aproximadamente 90% da população lutavam com enormes
dificuldades para prover a sua subsistência em aldeias onde a propriedade
média era de apenas 5 acres e as técnicas agrícolas, extremamente
primitivas. Do pouco que produziam, uma parte substancial era apropriada
pelos ingleses sob a forma de imposto, rendas e lucros. Grassavam as
epidemias e reinava a fome. Em 18919 o indiano vivia em media 26 anos
para em seguida, morrer na miséria. TRANSCRITO DE: HUNT &
SHERMAM. História do pensamento econômico. Petrópolis: Ed. Vozes,
1990, p. 149/151 e 153.
•
(1) BROOKS, Adams. The Law of Civilization and Decay. An Essay on History. New York, 1896. Citado por: BARAN, Paul
A. The Political Econom of Growth. New York, Monthly Review Press.
A presença europeia a partir de meados do século XIX, resultou no
retrocesso e no empobrecimento das sociedades na Ásia e África e no
acirramento das rivalidades entre elas.
No início do século XX, em conseqüência do processo de conquista e
de ocupação, a Ásia encontrava-se assim repartida:
- a Inglaterra dominou a Índia, a Birmânia e a Malásia;
- a França conquistou, a Indochina (Vietnam, Laos e Camboja)
- a Holanda conquistou o Arquipélago de Sonda (Indonésia = as ilhas
de Sumatra, Java, Bornéu, Celebes e Nova Guine
- Portugal já tinha colônias desde 1400 na Índia, na China e de Timor;
- Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Japão e Russos dividiram o
território da China em áreas de influência. (Vietnam, Laos e Camboja)
interesse minerais, carvão, seda e arroz; a Holanda conquistou o
Arquipélago de Sonda (Indonésia = as ilhas de Sumatra, Java, Bornéu,
Celebes e Nova Guine; as terras mais férteis foram utilizadas para a
agricultura de exportação;
Colonização e descolonização da Ásia
ÁSIA
O oriente sempre foi visado pelos europeus pelas
suas riquezas comercializadas na época dos
descobrimentos. Quando os europeus puderam e
estavam fortes, devido ao capitalismo e a
acumulação de riquezas, que advém dele. E as
antigas potências, Espanha e a Portugal, já tinham
se “enforcado” pelas suas práticas exploratórias e
de lucro fácil sem trabalho. O oriente caiu sob o
poderio financeiro e armamentista do ocidente.
Exemplos:
China
Era um país organizado, fechado, orgulhoso de suas origens. Os
ingleses começaram a produzir o ópio que causava dependência ,
doença, indigência, etc. O governo chinês preocupado enviou a rainha
Vitória carta pedindo que parassem o comércio, já que na Inglaterra era
proibido. Desconsiderando o pedido continuaram enviando. O governo
chinês mandou queimar 20.000 caixas da droga. Os ingleses
indignados fizeram a guerra do Ópio – 1839 a 1842 . Bombardearam
portos invadiram mataram até crianças. Os chineses assinaram o
tratado de Nanquim favorecendo a Inglaterra com a cedência de 5
portos ao livre comércio, privilégios especiais aos súditos ( leis ) e a ilha
de Hong Kong teria o domínio inglês até 1997.
A partir de então a China foi dividida em áreas de influência da
Inglaterra, França, Alemanha, Rússia e até o Japão. Portos que
admitiam suas mercadorias sem imposto. Ela continuou com seu
governo, mas submetida as potências estrangeiras lhe sugando o que
pudessem.
Mais duas revoltas foram feitas: Taiming 1851 a 1864 e Boxers
1899 a 1902. Ambas não obtiveram sucesso contra a união dos
exploradores.
Índia
• Protetorado inglês, produção artesanal de tecidos
indianos de qualidade destruídos para dar lugar a
indústria inglesa de tecidos feitos de algodão, tentativa
de sublevação termina em massacre na revolta dos
Cipaios – 1857 a 1859, ingleses procuram apoio local na
elite, entrega cargos da administração para ganhar
sócios minoritários. Liberdade só com Mahatma Gandhi,
boicote, revolução pacífica, convite a se retirar. Ingleses
começam a perder consumidores e trabalhadores.
Começou a ser desvantajoso manter todo o aparato de
opressão.
Gandi
a) AS ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Essa forma de dominação ocorreu em países onde o Estado existente foi
conservado e com o governante local foram negociados tratados e
acordos que beneficiavam a potência colonizadora, em determinada
área do país. Nessa "área de influência'', a metrópole podia atuar sob a
proteção de privilégios especiais em detrimento dos possíveis
competidores europeus. Foi o caso da Pérsia, que em 1907 se viu
repartida em duas áreas de influência, uma russa e outra inglesa, e da
China, cujo território foi dividido em seis áreas de influência: inglesa,
francesa, alemã, italiana, russa e japonesa.
CASO DA CHINA
• A China, desde a "guerra do Ópio" (1835-1842), já havia si do
obrigada, diante do potencial de fogo dos ingleses, a assinar r
tratados desiguais, isto é, tratados nos quais ela concedia
vantagens à Europa sem contrapartida. Para conseguir um desses
tratado de 1860, tropas francesas e britânicas chegaram até mesmo
a destruir o Palácio de Verão de Pequim, um dos tesouros artísticos
insubstituíveis da humanidade. [...] Após o saque de Pequim, um
inglês foi indicado para "assistir"a administração de toda a receita
da alfândega chinesa. vários portos foram abertos, mercadores
estrangeiros receberam liberdade de movimento e imunidades
diante da lei chinesa. Esse método de penetração tão violento
adveio do fato de a China, diferindo da Índia, possuir uma unidade
política, com um imperador fazendo sentir sua autoridade sobre as
províncias mais distantes.
• Basta dizer que, até antes da chegada dos europeus ela recebia
tributos da Coréia, do Vietnã e de outras monarquias da região:
Sião, Laos, Birmânia e Nepal. Na verdade, era o império, mais
elaborado e mais antigo de todos os Estados monárquicos da Ásia
Oriental. Por essas razões, a China sempre se recusara a admitir
relações com o resto do mundo em posição de desigualdade. E
manteve-se fechada a qualquer tipo de comércio com o Ocidente.
Foi a "guerra do ópio que mareou o início da preponderância
ocidental na China. Nas o desmembramento da China aconteceu
mesmo quando o Império, enfraquecido com os tratados desiguais,
teve que enfrentar uma guerra com o Japão (1895). Foi "salvo" do
desastre pela intervenção das potências européias. Gomo
reconhecimento ao serviço prestado, as nações européias
receberam concessões econômicas e territoriais.
• A partir daí, a China passou a ser um território dividido
em áreas de influencia das potências ocidentais. Não só
a França e a Inglaterra penetraram no território Chinês,
como também a Rússia, a Alemanha e a Itália. A
penetração econômica se precipitou rapidamente com a
construção de linhas de estradas de ferro, concessão de
minas, estabelecimentos industriais e bancos. E a
soberania chinesa transformou-se numa ficção.
TRANSCRITO DE: CANÊDO, Letícía Bicalho. A
descolonização da Ásia e da África. São Paulo: Atual,
1985, p. 127137.
A GUERRA DO ÓPIO (1839-1842)
Em meados do século XIX a Inglaterra era a potência
europeia mais desenvolvida. Por isso exigia, para a
colocação de seus produtos, mercados cada vez maiores. A
China e a Índia, extremamente populosas, exerciam forte
atração sobre os mercadores ingleses. Mas enquanto a
Índia comerciava abertamente, a China não demonstrava
interesse algum pelas mercadorias européias. Os produtos
chineses, tais como a seda, o chá e a porcelana
alcançavam bons preços na Europa, mas os produtos
europeus não conseguiam entrar no mercado chinês.
• Narcótico extraído da papoula, que produz
efeito adormecedor sobre cérebro. Os ingleses
cultivavam o ópio na Índia e vendia-o em
grandes quantidades na China. Com o abuso do
consumo do ópio, o governo chinês proibiu tal
comércio, que até então era a principal fonte de
lucro para a Inglaterra na região. Logo, o tráfico
ilegal da droga tomou proporções alarmantes,
forçando o imperador chinês a combatê-lo
energicamente.
•
O estopim da guerra foi o assassinato de um súdito chinês por marinheiros
ingleses embriagados. O comissário imperial ordenou a expulsão de todos
os ingleses de Cantão, cidade onde era mais forte o contrabando do ópio.
Era o fim das esperanças da expansão comercial. Imediatamente a
Inglaterra respondeu com o bombardeamento de Cantão, em 1939. Os
modestos juncos chineses, barcos movidos à vela, não podiam oferecer
grande resistência à frota inglesa. As forças britânicas tomaram pontos
importantes da costa chinesa, incluindo Hong Kong e Xangai, ameaçando
Pequim. Vendo-se praticamente derrotados, os chineses assinam, em
1942,
o
Tratado
de
Nanquim,
dando
fim
à
guerra.
De acordo com o tratado, cinco portos chineses importantes foram abertos
aos ingleses. Garantindo o direito de comércio em cada porto estaria
constantemente ancorada uma belonave britânica. A China foi obrigada a
pagar indenização pelo ópio inutilizado e a ceder a ilha de Hong Kong, que
então ficou sob o domínio da Inglaterra até julho de 1997.
DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA
No curso da 2ª Guerra Mundial intensificam-se os movimentos pela
libertação e autonomia nacional em quase todos os países do
continente asiático. Assumem a forma de guerras de libertação, em
geral estimuladas ou dirigidas pelos comunistas, de resistência pacífica
ao domínio colonial ou de gestões diplomáticas para a conquista da
autonomia.
Indochina – No decorrer da guerra antijaponesa, cresce um forte
movimento de libertação nacional no Vietnã, Laos e Camboja, com a
participação de comunistas e nacionalistas. No Vietnã, a guerra de
libertação é dirigida pelo Vietminh, movimento de frente única fundado
em 1941 pelo líder comunista Ho Chi Minh. Em 1945, o Vietminh ignora
as decisões da Conferência de Potsdam quanto à divisão do Vietnã e
proclama a República Democrática, tendo Hanói como capital. Nesse
mesmo ano os britânicos ocupam a região sul e Saigon e, em 1946,
passam a administração dessa região às autoridades coloniais
francesas. O Vietminh aceita o retorno das tropas francesas em troca do
reconhecimento da República do norte no âmbito da União Francesa.
• Os ultranacionalistas franceses decidem, porém, resolver o
problema militarmente. Tropas selecionadas ocupam o delta do rio
Vermelho em 1946, deflagrando a guerra que se estende até 1954.
O Vietminh combina táticas de guerrilha com a guerra de
movimentos. A derrota final dos franceses ocorre na batalha de
Dien Bien Phu, em maio de 1954. A guerra se desenvolve também
no Laos e no Camboja. A Conferência de Paz de Genebra,
realizada em 1954, divide a Indochina em três Estados
independentes: Laos, Camboja e Vietnã. O Vietnã permanece
dividido pelo paralelo 17 em duas zonas até a realização das
eleições em 1956.
Índia – É o centro do Império Britânico na Ásia, incluindo também o atual
Paquistão e Bengala Oriental (atual Bangladesh). Durante a 2a Guerra
Mundial crescem os movimentos antibritânicos, que procuram um acordo
de independência. O Partido do Congresso (pró-independência) sofre
grande influência do movimento pacifista de Mohandas Ghandi. A Liga
Muçulmana surge da divisão do Partido do Congresso, em 1940, com o
objetivo de conseguir a separação do Paquistão da federação indiana.
Em 1947, após a negativa de Ghandi e do Partido do Congresso a
aceitar o status de domínio, é proclamada a independência, criada uma
Assembléia Constituinte e formado um governo de transição. Em 1950 é
proclamada a Constituição da União Indiana.
Mohandas Karamchand Ghandi (1869-1948) – Principal artífice do
movimento de independência indiano, é advogado formado em Londres
e vive de 1907 a 1914 na África do Sul, onde inicia seu movimento
pacifista. Ao retornar à Índia, consegue disseminar seu movimento, cujo
método principal de luta é a resistência passiva, que nega qualquer
colaboração com o domínio britânico, mas mediada pela não-violência
(ahimsa). É preso pelo menos quatro vezes e sensibiliza a opinião
pública fazendo greves de fome. Torna-se famoso por sua simplicidade:
usa sandálias de camponês e roupas feitas com algodão que ele
mesmo tece manualmente. Ganha o apelido de Mahatma (homem
santo, patriarca). Tenta manter hindus e muçulmanos unidos, mas os
muçulmanos preferem estabelecer um Estado separado, o Paquistão.
Em sua homenagem, Indira, filha de Jawaharlal Nehru – o primeiro a
ocupar os cargos de primeiro-ministro e chanceler da Índia
independente –, adota o sobrenome Ghandi. Ele aceita a divisão do
país para evitar um banho de sangue, o que atrai a ira dos radicais
nacionalistas hindus. Um deles assassina Gandhi com um tiro em
janeiro de 1948.
RENASCIMENTO ASIÁTICO
JAPÃO
Após completar a reconstrução do pós-guerra e realizar a reforma
agrária por imposição americana, o Japão ingressa num rápido
processo de desenvolvimento econômico. O processo é facilitado pelo
aniquilamento do poderoso movimento comunista japonês, numa onda
de repressão desencadeada entre 1950 e 1955. No final dos anos 80, o
país é a segunda maior potência econômica mundial e compete com os
Estados Unidos e a Comunidade Européia pela hegemonia comercial.
Potência econômica – Alcançada por meio da combinação de
planejamento estatal, uso otimizado das facilidades americanas, novos
sistemas de organização do trabalho, novas tecnologias e agressiva
política de exportações. O planejamento estatal é realizado através do
Ministério do Comércio Internacional (Miti), que forma uma simbiose
entre o Estado e as grandes corporações industriais para produzir em
escala bens de baixo custo para o mercado internacional. O Estado
garante às empresas japonesas reserva interna de mercado, desde que
elas produzam a preços competitivos no mercado externo. As
facilidades americanas são oferecidas através de créditos,
investimentos e mercado para os produtos japoneses.
Posição estratégica – As considerações militares de confronto com a
União Soviética levam os Estados Unidos a criar essas facilidades para
ter o Japão como aliado poderoso. A presença de tropas norteamericanas no país libera recursos que se destinariam à defesa sem
comprometer a segurança nacional. A adoção de novas tecnologias,
particularmente a microeletrônica, estimula o uso de robôs industriais
(mais de 300 mil no final dos anos 80) e a maior participação dos
trabalhadores através dos círculos de controle de qualidade e outras
formas de organização do trabalho que elevam a produtividade. As
empresas japonesas lançam no mercado internacional produtos de alta
tecnologia a baixos preços. Em vários casos, os preços são inferiores
aos custos (dumping) para conquistar os mercados. No final dos anos
80, metade dos US$ 100 bilhões do déficit comercial norte-americano
nasce do comércio com o Japão. O perfil da nova potência pode ser
definido pelo fato de que, em 1970, somente oito das 100 maiores
corporações industriais e 11 dos 100 maiores bancos mundiais são
japoneses. Em 1988, 15 das 100 maiores corporações industriais e 24
dos 100 maiores bancos mundiais são japoneses. O PIB do Japão salta
de US$ 201 bilhões em 1970 para US$ 3,3 trilhões em 1990.
Democracia autoritária – O Japão é normalmente caracterizado como
uma democracia de tipo ocidental, porque sua Constituição do pósguerra foi praticamente redigida pela força de ocupação norteamericana. Entretanto, o Partido Liberal Democrático (PLD) institui um
sistema eleitoral que lhe garante o predomínio no governo por mais de
36 anos. A simbiose do Estado com as corporações econômicas é
fonte constante de corrupção e escândalos. Os escândalos de
corrupção marcam a vida política japonesa desde os anos 70, quando
começam a vir à tona sucessivos casos de subornos e doações
irregulares feitas por grandes empresas japonesas ou estrangeiras e
pelas máfias nacionais a membros do PLD no governo ou no
Parlamento. Esses escândalos causam quedas de governos em 1974,
1989, 1991 e 1992 e levam à divisão e derrota eleitoral do PLD em
1993.
TIGRES ASIÁTICOS
A partir dos anos 70, alguns países asiáticos apresentam um
crescimento econômico de proporções espetaculares. Coréia do Sul ,
Formosa (Taiwan), Hong Kong e Cingapura saem na frente. Malásia ,
Tailândia e Indonésia juntam-se a eles nos anos 80.
Novo modelo de crescimento – Caracterizado pela escolha da eletrônica
como setor industrial prioritário, voltado para a exportação; pela
absorção de tecnologia por meio dos investimentos estrangeiros em
associação com grupos nacionais e o Estado; pelas vantagens
comparativas, baseadas principalmente na mão-de-obra barata, frágeis
organizações sindicais, legislações trabalhistas pouco protetoras da
força de trabalho e traços culturais conformistas, que reforçam a
disciplina; e na intervenção estatal em todos os setores da vida
econômica, em geral autoritariamente. O planejamento estatal é
utilizado em larga escala, seguindo de perto o modelo japonês. O Japão
e os Estados Unidos são os principais parceiros e investidores. Os
Estados Unidos, em especial, abrem seu mercado para os produtos dos
Tigres
Autoritarismo político – Vigora em todos os tigres asiáticos durante os
anos 70 e 80. Na Coréia do Sul, as mudanças de governo por meio de
golpes de Estado, as perseguições a oposicionistas, os assassinatos
políticos e os massacres de manifestantes e grevistas são a regra. Em
Formosa, o regime autoritário de Chiang Kai-Shek prolonga-se até
1975. Entre 1975 e 1984, seu filho Chiang Ching-Kuo o substitui na
chefia do Estado. Em 1985 tem início um processo de transição lenta
para a democracia, embora o Kuomintang permaneça no poder. Em
Hong Kong vigora a plena autoridade do governador inglês. Em 1984 o
Reino Unido e a China fazem um acordo para a devolução do território à
soberania chinesa em agosto de 1997. A China se compromete a
manter o sistema capitalista em Hong Kong durante 50 anos e a dar
autonomia administrativa ao território. Cingapura possui um sistema
parlamentar autoritário, enquanto Malásia e Tailândia possuem
monarquias parlamentares em que os militares exercem grande
influência política.
ABERTURA DA CHINA
Tem início em 1978, com o desfecho dos conflitos entre facções que se
seguiram à morte de Mao Tse-tung, em 1976. O grupo político liderado
por Deng Xiaoping assume gradativamente o controle do Partido
Comunista e do aparelho de Estado. As reformas têm por base um
projeto estratégico de longo prazo que inclui mudanças radicais na
agricultura, modernização da indústria, ampla abertura da economia
chinesa ao exterior. No plano político, não se admitem mudanças no
papel dirigente atribuído ao Partido Comunista. O aparelho de
repressão permanece intacto e a liberdade individual se restringe ao
plano econômico. Assim como na URSS pós-perestroika, começa a
surgir uma classe empresarial enriquecida. A supressão dos
mecanismos tradicionais de seguridade social e o surgimento repentino
de um ambiente econômico competitivo também favorecem o
empobrecimento de uma parcela da população e aumentam a
desigualdade na distribuição de renda.
Economia de mercado – Começa a ser implantada em 1978, com as
reformas na agricultura. Inicialmente são abolidas as comunas
agrícolas. A propriedade privada se dissemina também no comércio e
posteriormente na indústria.
Abertura ao exterior – Inicialmente, ela ocorre com a definição de quatro
Zonas Econômicas Especiais e 14 portos livres para investimentos
estrangeiros e comércio exterior. As Zonas Econômicas Especiais são
áreas territoriais liberadas para a instalação de indústrias financiadas
com capital externo. Nos portos livres as empresas chinesas podem
negociar livremente com o mercado externo e são permitidos
investimentos estrangeiros em patamares inferiores aos das zonas
econômicas especiais. Ao longo dos anos, a liberalização se estende a
outras regiões do país. O comércio externo chinês salta de US$ 4,6
bilhões em 1970 para US$ 38 bilhões em 1980 e US$ 196 bilhões em
1994.
•
Reformas na indústria – Realizadas experimentalmente desde 1979, mas
implementadas em larga escala a partir de 1984. Consistem na adoção da
autonomia pelas empresas estatais, acompanhada de contratos de
responsabilidade com o coletivo de trabalhadores, na permissão de
instalação de empresas privadas e nas reformas de preços e salários.
Teoricamente, cada empresa estatal passa a assumir os riscos e os
benefícios pela produção e venda da produção. As empresas deixam de
receber verbas do Estado, ficando com a renda do que produzem. Há
dificuldades, porém, quando se trata de liberalizar os riscos. O Estado
freqüentemente socorre empresas em dificuldades e somente em 1993 é
aprovada uma lei de falências. As empresas privadas podem ser
implantadas em todos os setores produtivos, exceto os estratégicos de
monopólio estatal (indústrias espacial, militar e telecomunicações).
Estimuladas com financiamento estatal, particularmente nas áreas de
serviços (hotelaria, restaurantes, comércio varejista), em 1990 as empresas
privadas já constituem 20% do total. Em 1992 começa a funcionar a Bolsa
de Valores de Xangai, a primeira iniciativa de liberalização no setor
financeiro.
Massacre da Praça da Paz Celestial – Uma novidade indesejada que
acompanha a liberalização econômica é a inflação, que surge pela
primeira vez após 40 anos de preços estritamente controlados pelo
governo. A inquietação social resultante se mescla ao
descontentamento de alguns setores urbanos com a falta de
democracia. A tensão explode em 13 de abril de 1989, com a morte do
popular Hu Yaobang, ex-secretário-geral do Partido Comunista que
anos antes fora considerado o herdeiro político de Mao. Dois dias
depois, milhares de estudantes ocupam a Praça da Paz Celestial (Tian
An Men), no centro de Pequim. O número chega a meio milhão de
pessoas no final de maio, quando Mikhail Gorbatchov chega a Pequim
em visita oficial. O criador da glasnost e da perestroika é visto como
herói por muitos dos manifestantes. As autoridades chinesas esperam
que o visitante deixe o país; na madrugada de 4 de junho, por ordem de
uma reunião do Comitê Central do PC presidida por Deng Xiaoping,
tropas do Exército Popular de Libertação reprimem brutalmente os
manifestantes, deixando um número de vítimas até hoje não
estabelecido, que pode variar entre centenas (segundo a versão do
governo) a milhares (de acordo com a oposição e observadores
estrangeiros).
Incerteza – Há grande expectativa na China e fora dela quanto ao que
poderá ocorrer após a morte do principal artífice das reformas
econômicas. Deng Xiaoping, nascido em 1905, é um dos últimos
representantes da carismática geração revolucionária de 1949 que
ainda exercem grande influência no partido Comunista e no Exército –
e, através deles, em toda a sociedade. Pequim já experimenta perda de
controle sobre as províncias, que se apropriam de forma crescente dos
impostos que deveriam chegar ao governo central. Um processo de
desagregação política e social semelhante ao observado nas repúblicas
que pertenceram à URSS após a abolição do regime comunista poderia
ocorrer também na China pós-Deng.
OBRIGADA!
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