“Diversidade Biológica” A biodiversidade é a exuberância da vida na Terra – num ciclo aparentemente interminável de vida, morte e transformação. Estima-se que até 100 milhões de diferentes espécies vivas dividam este mundo (ainda que menos de 2 milhões sejam conhecidas): a biodiversidade abrange toda a variedade de espécies de flora, fauna e micro-organismos; as funções ecológicas desempenhadas por estes organismos nos ecossistemas; e as comunidades, habitat’s e ecossistemas formados por eles. O termo biodiversidade diz respeito também ao número de diferentes categorias biológicas (riqueza) da Terra e à abundância relativa destas categorias (equitabilidade), incluindo variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Mas esta exuberante diversidade biológica global vem sendo dramaticamente afetada pelas atividades humanas ao longo do tempo – e hoje a perda de biodiversidade é um dos problemas mais contundentes a acometerem a Terra. A crescente taxa de extinção de espécies – que estima-se estar entre mil e 10 mil vezes maior que a natural – demonstra que o mundo natural não pode mais suportar tamanha pressão. Biomas O termo bioma (bios, vida, e oma, massa ou grupo) se refere a um conjunto de diferentes ecossistemas que possuem certo nível de homogeneidade entre si: são as comunidades biológicas, ou as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e com o ambiente físico (ou biótopo). Ainda que a definição de bioma varie de autor para autor, sabemos que o território brasileiro é ocupado por seis biomas em terra firme e um bioma marinho: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Zona Costeira e Marinha. Amazônia A Amazônia ocupa uma área de 4.196.943 km²: a totalidade dos territórios de Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima e parte dos territórios – em ordem decrescente – de Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. É constituída principalmente por uma imensa floresta tropical, mas abriga vários ecossistemas – como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras. Amazônia A Amazônia é um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e morte de mais de um terço das espécies que vivem sobre a Terra. Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior bioma do Brasil, onde crescem 2.500 espécies de árvores (ou um terço de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul). A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km2 e tem 1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo. Amazônia A vegetação predominante da Amazônia é a Floresta Ombrófila Densa, que corresponde a 41,67% do bioma. Cerca de 12,47 deste foram alterados por ação humana – sendo que 2,97% encontram-se em recuperação (vegetação secundária) e 9,50% encontram-se em uso agrícola ou pecuária. Todas as classes obtidas foram agrupadas nas categorias Vegetação Nativa Florestal, Vegetação Nativa Não florestal (Formações Pioneiras, Refúgios Ecológicos, Campinaranas Arbustiv e GramíneoLenhosa, Savana Parque e Gramíneo-Lenhosa, Savana Estépica Parque e Gramíneo-Lenhosa), Área Antrópica, Vegetação Secundária e Água. Amazônia Sistema Nacional de Unidades de Conservação 23,27% do bioma Amazônia em unidades de conservação 9,45% em unidades de conservação de proteção integral 13,83% em unidades de conservação de uso sustentável Amazônia Os insetos estão presentes em todos os estratos da floresta. Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais íngremes exploram os níveis baixos e médios. Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. No extrato terrestre estão os jabutis, cotias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte. Cerrado O Cerrado, por sua vez, ocupa uma área de 2.036.448 km²: a totalidade do Distrito Federal e parte dos territórios – em ordem decrescente – de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia. É constituído principalmente por savanas. Cerrado O Cerrado detém 5% da biodiversidade do planeta, sendo assim a savana mais rica do mundo – e um dos biomas mais ameaçados do Brasil. O Cerrado é uma formação do tipo savana tropical, ocupando cerca de 2.036.448 km² (IBGE, 2004) no Brasil Central, com uma pequena inclusão na Bolívia. Sabe-se hoje que esta savana brasileira é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta: estimativas apontam para a existência de mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves, além de grande variedade de peixes e outras formas de vida. Cerrado Graças a esta excepcional riqueza biológica, o Cerrado – ao lado da Mata Atlântica – é considerado um dos hotspots mundiais – em outras palavras, é um dos biomas mais ricos e mais ameaçados do planeta. Nas últimas décadas, o bioma tem sido visto como uma alternativa ao desmatamento na Amazônia, sendo proposta a exploração mais intensa dessa região – seja por expansão agrícola, seja por plantios florestais para fixar carbono atmosférico. Hoje, a extensa transformação antrópica do Cerrado ameaça levar a perdas crescentes de biodiversidade, especialmente em vista das limitações das áreas protegidas, pequenas em número e concentradas em poucas regiões. Cerrado A vegetação do Cerrado apresenta fisionomias que englobam formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Parque do Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campos Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo). A flora do Cerrado é característica e diferenciada dos biomas adjacentes, embora muitas fisionomias compartilhem espécies com outros biomas. O bioma abriga mais de 11 mil espécies de plantas nativas e catalogadas. Cerrado Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Quanto à fauna do Cerrado, por sua vez, há uma estimativa da ordem de 320 mil espécies Estima-se haver no bioma cerca de 199 espécies de mamíferos, 837 espécies de aves, 1200 espécies de peixes, 189 espécies de répteis e 150 espécies de anfíbios, por exemplo. Há abundância de espécies endêmicas. Cerrado Sistema Nacional de Unidades de Conservação 6,43% do bioma Cerrado em unidades de conservação 2,46% em unidades de conservação de proteção integral 3,96% em unidades de conservação de uso sustentável Mata Atlântica Já a Mata Atlântica ocupa uma área de 86.289 km²: a totalidade dos territórios do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e parte dos territórios – em ordem decrescente – de Paraná, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraíba. Abrange um variado conjunto de ecossistemas florestais – ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul – que acompanham as características climáticas das regiões em que ocorre. Em comum, a exposição aos ventos úmidos que sopram do Oceano Atlântico. Mata Atlântica Como resultado das pressões da ocupação humana na zona costeira, a Mata Atlântica, por exemplo, ficou reduzida a aproximadamente 10% de sua vegetação original. Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são: 1. Perda e fragmentação dos hábitats; 2. Introdução de espécies e doenças exóticas; 3. Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; 4. Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e 5. Mudanças Climáticas. Mata Atlântica A fauna da Mata Atlântica – onde estão as principais cidades brasileiras – inclui animais brasileiros notórios como a onça pintada, a capivara e o mico-leão-dourado. Até o momento, porém, há no bioma 261 espécies conhecidas de mamíferos; 1020 espécies de pássaros; 197 de répteis; 340 de anfíbios; e 350 de peixes – sem mencionar os insetos e demais invertebrados. Ademais, das 1711 espécies de vertebrados que vivem na Mata Atlântica, 700 são endêmicas – sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de aves, 60 de répteis, 90 de anfíbios e 133 de peixes. Mata Atlântica A vegetação da Mata Atlântica, ainda exuberante em muitos pontos, é variada ao longo da extensão do bioma: composta por uma série de ecossistemas cujos processos ecológicos se interligam, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorrem, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do Oceano Atlântico. As variações incluem as florestas Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual e Estacional Decidual, além de ecossistemas associados como os campos de altitude, manguezais, restingas, brejos interioranos e ilhas oceânicas. Mata Atlântica Sistema Nacional de Unidades de Conservação 6,93% do bioma Mata Atlântica em unidades de conservação 2,00% em unidades de conservação de proteção integral 4,93% em unidades de conservação de uso sustentável Caatinga A Caatinga ocupa uma área de 844.453 km²: a totalidade do Ceará e parte dos territórios – em ordem decrescente – de Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas, Minas Gerais e Maranhão. É constituída principalmente por savana estépica. Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga cobre aproximadamente 11% do território nacional e abriga 28 milhões de pessoas em sua área original Caatinga A flora da Caatinga é extremamente heterogênea, sendo reconhecidas 12 tipologias que despertam atenção especial pelos exemplos fascinantes e variados de adaptação aos habitats semiáridos. Compreende formações florísticas de florestas arbóreas ou arbustivas variando grandemente, com dossel entre cinco metros e 15 metros de altura. A flora da Caatinga caracteriza-se, principalmente, pela vegetação do tipo savana estépica, sendo que oito ecorregiões foram identificadas para o bioma: Complexo da Chapada Diamantina, Complexo de Campo Maior, Complexo Ibiapaba-Araripe, Depressão Sertaneja Setentrional, Depressão Sertaneja Meridional, Dunas de São Francisco, Planalto da Borborema e Raso da Catarina. Caatinga Estima-se em ao menos 932 o número de espécies vegetais para a região; delas, 318 são endêmicas. Quanto à fauna, os dados mais recentes indicam também uma grande diversidade, com 148 espécies de mamíferos (duas endêmicas) e 510 de aves (15 espécies e 45 subespécies identificas como endêmicas). Para os répteis, duas áreas de dunas do Médio São Francisco (campos de dunas de Xique-Xique e Santo Inácio e campos de dunas de Casanova) se destacam por concentrarem conjuntos únicos de espécies – sendo que, de 41 de espécies de lagartos registradas, aproximadamente 40% das espécies e quatro gêneros são exclusivos desta área. Caatinga A Caatinga apresenta grande riqueza natural, mas apenas 7% de seu território está protegido por unidades de conservação federais e estaduais – sendo somente 1% como unidade de proteção integral. Embora algumas comunidades da região produzam em bases sustentáveis, a maior parte das atividades relacionadas ao uso da biodiversidade ocorre de modo predatório. Caatinga A conservação da Caatinga está intimamente associada ao combate à desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, o processo ocorre apenas no semi-árido, presente nos estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais, e em áreas sub-úmidas localizadas no entorno da região semi-árida. Em outras palavras: aqui, 62% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por Caatinga. Pampa O Pampa (também chamado de Campos do Sul ou Campos Sulinos) ocupa uma área de 176.496 km²: só está presente no Rio Grande do Sul. É constituído principalmente por vegetação campestre com grande riqueza de espécies herbáceas. No Brasil, o bioma Pampa corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território nacional. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. Em sua paisagem predominam os campos, entremeados por capões de mata, matas ciliares e banhados. Pampa A estrutura da vegetação dos campos – se comparada à das florestas e das savanas – é mais simples e menos exuberante, mas não menos relevante do ponto de vista da biodiversidade e dos serviços ambientais. Ao contrário: os campos têm uma importante contribuição no sequestro de carbono e no controle da erosão, além de serem fonte de variabilidade genética para diversas espécies que estão na base de nossa cadeia alimentar. Pantanal O Pantanal ocupa 150.355 km²: está presente apenas no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Planície aluvial influenciada por rios que formam a bacia do Alto Paraguai, é constituído principalmente por savana estépica alagada, abrigo para uma fauna e flora de rara beleza e abundância. Pantanal As fito fisionomias florestais (Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual) respondem por 5,07% da área do bioma, ao passo que as fito fisionomias não-florestais (Savana [cerrado], Savana Estépica [chaco], Formações Pioneiras, Áreas de Tensão Ecológica ou Contatos Florísticos [ecótonos e encraves] e Formações Pioneiras) respondem por 81.70% da área do Pantanal. Pantanal A biodiversidade do Pantanal é exuberante: o bioma abriga 4.700 espécies conhecidas, entre animais e plantas. O Pantanal é habitat de uma grande variedade de espécies animais: foram registrados na região 263 espécies de peixes, 122 de mamíferos, 93 de répteis, 656 de aves – como a ave-símbolo do Pantanal, o tuiuiú – e 1.032 de borboletas. De acordo com informações da Embrapa Pantanal, das espécies de peixes registradas no Pantanal, mais de 85% pertencem à ordem Ostariophysi, da qual fazem parte o pacu, o dourado, a tuvira, o pintado, a cachara e o cascudo. Pantanal Sistema Nacional de Unidades de Conservação - 4,07% do território do bioma Pantanal em unidades de conservação - 2,22% em unidades de conservação de proteção integral - 1,85% em unidades de conservação de uso sustentável Marinho O bioma marinho do Brasil, por fim, situa-se sobre a Zona Marinha do Brasil e apresenta diversos ecossistemas. A Zona Marinha do Brasil é o biótopo da plataforma continental que apresenta largura variável, com cerca de 80 milhas náuticas, no Amapá, e 160 milhas náuticas, na foz do rio Amazonas, reduzindo-se para 20 a 30 milhas náuticas, na região Nordeste, onde é constituída basicamente por fundos irregulares, com formações de algas calcárias. A partir do Rio de Janeiro, na direção sul, a plataforma volta a se alargar, formando extensos fundos cobertos de areia e lama. Marinho A Zona Costeira Brasileira é uma unidade territorial, definida em legislação para efeitos de gestão ambiental, que se estende por 17 estados e acomoda mais de 400 municípios distribuídos do norte equatorial ao sul temperado do País. É um conceito geopolítico que não tem nenhuma relação com a classificação feita pela ecologia. A Zona Costeira Brasileira tem como aspectos distintivos – em sua longa extensão através dos diferentes biomas que chegam até o litoral – os biomas da Amazônia, da Caatinga e da Mata Atlântica, que têm grande variedade de espécies e ecossistemas e abrangem mais de 8.500 km de costa litorânea. Áreas Protegidas Áreas protegidas são áreas de terra e/ou mar especialmente dedicadas à proteção e manutenção da diversidade biológica, e de seus recursos naturais e culturais associados, manejadas por meio de instrumentos legais ou outros meios efetivos. As unidades de conservação (UC), um tipo especial de área protegida, são espaços territoriais (incluindo seus recursos ambientais e as águas jurisdicionais) com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e de limites definidos, sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção. São também áreas protegidas as áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, conforme definido no Código Florestal. Perda da biodiversidade As espécies ameaçadas de extinção são aquelas cujas populações e habitats estão desaparecendo rapidamente. A conservação dos ecossistemas naturais – de sua flora, fauna e micro-organismos – garante a sustentabilidade dos recursos naturais e permite a manutenção de vários serviços essenciais à manutenção da biodiversidade. A conservação da biodiversidade brasileira para as gerações presentes e futuras e a administração do conflito entre a conservação e o desenvolvimento não-sustentável são, na atualidade, os maiores desafios do País. Perda da biodiversidade O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento natural: espécies surgem por meio de eventos de especiação (longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido a eventos de extinção (catástrofes naturais, surgimento de competidores mais eficientes). Perda da biodiversidade Atualmente, as principais causas de extinção são a degradação e a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Estes fatores reduzem o total de habitats disponíveis às espécies e aumentam o grau de isolamento entre suas populações, diminuindo o fluxo gênico entre estas, o que pode acarretar perdas de variabilidade genética e, eventualmente, a extinção de espécies. Perda da biodiversidade Outra causa importante que leva espécies à extinção é a introdução de espécies exóticas, ou seja, aquelas que são levadas para além dos limites de sua área de ocorrência original. Estas espécies, por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos ocupados pelas espécies nativas. Dessa forma, multiplicam-se rapidamente, ocasionando o empobrecimento dos ambientes, a simplificação dos ecossistemas e a extinção de espécies nativas. Perda da biodiversidade Espécies exóticas invasoras invadem e afetam a biota nativa de praticamente todos os tipos de ecossistemas da Terra. Ocorrem em todos os grandes grupos taxonômicos, incluindo os vírus, fungos, algas, briófitas, pteridófitas, plantas superiores, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. Em virtude da agressividade, pressão e capacidade de excluir as espécies nativas, estas espécies podem transformar a estrutura e a composição dos ecossistemas, homogeneizando os ambientes e destruindo as características peculiares que a biodiversidade local proporciona. Impactos sobre a biodiversidade Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são: Perda e fragmentação dos hábitats; Introdução de espécies e doenças exóticas; Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento; Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e Mudanças Climáticas.