Um bioma é definido por um tipo principal de vegetação (embora num mesmo bioma possam existir diversos tipos de vegetação) e também de animais típicos, embora estes não influam tanto na definição. Os biomas brasileiros são a Amazônia, o Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal. São aquelas encontradas em regiões próximas ao Equador, onde, como o próprio nome sugere, ocorrem precipitações abundantes e bem distribuídas ao longo do ano. Associado a umidade ao calor ocorre uma explosão de vida. O clima da Mata Atlântica é predominantemente tropical úmido, influenciado pelas massas de ar úmidas vindas do Oceano Atlântico. Suas temperaturas médias e umidade do ar são elevadas durante o ano todo e as chuvas são regulares e bem distribuídas. A Mata Atlântica, originalmente, estendia-se por mais de 4000 quilômetros, representando cerca de 14% do território nacional. Ocupava uma faixa próxima ao litoral, que se prolongava até o interior em algumas regiões, e se estendia do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Hoje resta somente 7% da área original. Esse bioma tem por principal característica sua biodiversidade. O número de espécies endêmicas é alto, especialmente em árvores e bromélias. Existe também uma grande biodiversidade de animais vertebrados e invertebrados. É considerado o bioma de maior biodiversidade do mundo. A exploração sempre marcou a Mata Atlântica, desde o início da colonização. A extração de madeira, especialmente do pau-brasil, os ciclos do açúcar e café e o desmatamento para instalação de indústrias são eventos de nossa história que contribuíram para a degradação desse bioma. A extração do palmito Juçara (Euterpe edulis) para consumo e o tráfico de animais silvestres são exemplos de problemas atuais que devem ser combatidos. Ainda assim, existem vitórias na preservação da Mata Atlântica. As taxas de desmatamento caíram nas últimas duas décadas e a área de florestas protegidas quintuplicou, além do estabelecimento oficial em 1992, pela UNESCO, da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. O cerrado, conhecido como a “savana brasileira”, é um bioma que originalmente cobria cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, de 22% do território brasileiro. Localiza-se principalmente na região central do país, compreendendo parte dos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e São Paulo. O clima tropical, de altas temperaturas, com uma forte estação seca, é típico desse bioma A vegetação adaptada à escassez de nutrientes, com caules e ramos tortuosos, cascas e folhas grossas, e as raízes podem atingir grande comprimento. As árvores podem também ser decíduas, perdendo as folhas na estação seca. As queimadas são frequentes na estação seca, sejam elas naturais, sejam provocadas pelo homem. Vale lembrar que o cerrado é considerado um hotspot (designa lugares que apresentam uma grande riqueza natural e uma elevada biodiversidade, mas que, no entanto, encontram-se ameaçados de extinção ou que passam por um processo de degradação) A agricultura, especialmente a cultura da soja, do milho e de vários cereais, assim como a pecuária têm sido responsáveis pela rápida devastação desse bioma. Em 2002, mais de 55% da área originalmente ocupada pelo cerrado já havia sido transformada ou destruída para uso humano, num ritmo de destruição maior do que o encontrado na floresta amazônica. O Pantanal é uma grande planície alagável localizada na região centro-oeste dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É a maior área alagada da América do Sul e do mundo. O difícil acesso à região protegeu-a de um grande impacto humano. A pecuária é forte, porém não é considerada prejudicial. Os maiores problemas são a pesca e caça predatória, o tráfico de animais silvestres e a poluição das águas dos rios que desaguam na região. O potencial de crescimento para o turismo ecológico é enorme. Existem Parques, Estações Ecológicas e algumas Reservas Particulares em toda a região. A UNESCO declarou o Pantanal como “Reserva da Biosfera”. A Caatinga característica do clima Tropical semiárido é uma área de aproximadamente 800.000 quilômetros quadrados localizada na região nordeste do Brasil. As temperaturas, em geral, são altas, e as chuvas são escassas, concentradas principalmente nos meses de verão. Os solos são pedregosos e secos, ocasionando uma rápida evaporação das águas. Os rios e cursos d´água, na sua maioria, são intermitentes, ou seja, secam por um período de sete a nove meses do ano e reaparecem na época de chuva. Quando chove, a paisagem muda rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. Há várias fisionomias de Caatinga, desde a florestal, passando pela Caatinga arbustiva. A biodiversidade de flora é média, e a vegetação em geral é xerofítica, ou seja, adaptada à escassez periódica da água, como no cerrado. O endemismo nas plantas superiores chega a 30%. Não se sabe ainda a importância do impacto humano na Caatinga. Estima-se que entre 30 e 50% da região já foi alterada pelo homem, e o restante do bioma é bastante fragmentado . É uma região pouco estudada e pouco habitada, com projetos de desenvolvimento falidos e abandonados. As unidades de conservação são poucas, espalhadas e cobrem uma pequena área territorial, tornando a caatinga o bioma de menor área protegida entre os biomas brasileiros. Por estar localizada próxima à linha do Equador, o clima da Floresta Amazônica é o equatorial, ou seja, marcado por elevadas temperaturas e grande índice pluviométrico (chuvas). Além disso, os principais rios são: Rio Amazonas, Rio Negro, Rio Solimões, Rio Purus, Rio Juruá, Rio Japurá, Rio Madeira, Rio Tapajós e Rio Branco. A Floresta Amazônica é um enorme e complexo bioma que se estende por toda a Região Norte do país e em partes das regiões Nordeste e Centro-Oeste, além de oito outros países. Ocupa territórios do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa A biodiversidade é enorme, tanto da flora quanto da fauna. A região apresenta grandes áreas de endemismo, e muitas espécies ainda não foram sequer descritas pelo homem. O que é facilmente mensurável é o tamanho da devastação. Até o ano de 2003, estima-se que cerca de 16% da área total da Floresta Amazônica no Brasil já havia sido devastada. Em média, uma área do tamanho da Bélgica é derrubada todo ano. O número de unidades de conservação na Amazônia é alto, assim como o de projetos conservacionistas executados por ONGs. O problema na região é a falta de fiscalização, seja pelo baixo número de fiscais, seja pelo grande número de locais de difícil acesso. Os campos sulinos localizam-se no Estado do Rio Grande do Sul e se estendem até o Uruguai e a Argentina. São conhecidos como "pampas", termo indígena que significa "terra plana". O impacto humano nos campos sulinos é grande. A pecuária é forte, e as queimadas nas pastagens impedem o crescimento da vegetação. Além disso, as culturas de milho, trigo, arroz e soja cresceram rapidamente, diminuindo a fertilidade dos solos e aumentando a erosão. O clima polar é caracterizado por uma longa temporada de Inverno e temperaturas extremamente baixas, até mesmo no Verão. As áreas dessas regiões que vivem sob a influência do clima polar são chamadas de desertos frios devido às condições inóspitas. Os países que vivem sob a influência direta da clima são: Rússia, Suécia, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Groenlândia, Islândia, Canadá e Alasca (que pertence aos Estados Unidos). Essas são regiões situadas na Zona Polar do Ártico, que se estende até o Pólo Norte. A Tundra é a vegetação típica do ártico e inclui flores, arbustos anões, ervas, gramíneas, musgos e liquens. É, em geral, caracterizada pela adaptação à fina camada de solo e alimenta-se da matéria orgânica que permanece congelada durante todo ao ano. As plantas desse bioma adaptaram-se às baixas temperaturas, que não ultrapassam os 10ºC no Verão e, em alguns casos, abaixo disso o ano todo. O tamanho da planta – em geral muito pequena nesse bioma - torna possível a sobrevivência. O clima frio da montanha influencia as cadeias montanhosas dos Alpes, localizados na Europa; as Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos; a Cordilheira dos Andes, na América do Sul e o Himalaia, na Ásia. Nesse tipo de clima, a temperatura e o regime de chuvas são influenciados diretamente pelo relevo. queda de temperatura ocorre porque com a altitude há queda da absorção da energia solar pelo solo e da pressão atmosférica, que é menor. Quanto maior a altitude, menores são a pressão atmosférica e a temperatura cai porque o ar retém menos calor à medida em que sobe. O crescimento da vegetação nas áreas sob a influência do clima frio da montanha também dependem da combinação de fatores altitude, pressão atmosférica, radiação e regime de chuvas. Nas encostas mais baixas, as montanhas são, em geral, cobertas de florestas folhosas formadas por árvores coníferas de menor altitude e pinheiros, de maior altitude. O clima desértico é marcado pela pouca quantidade de chuvas, elevadas temperaturas e amplitude térmica diária também elevada. Nesse tipo de clima, os termômetros podem marcar até 50ºC durante o dia e registrar 0º durante as noites. A umidade relativa do ar é baixa, em menos de 10% em todos os meses do ano. A baixa oferta de água torna difícil a sobrevivência nas zonas sob a influência do clima desértico. Entre as plantas mais comuns estão cactos e gramíneas, que desenvolveram habilidades para armazenamento de água e adaptaram caule e folhas. A flora nessas regiões é caracterizada por plantas de raízes profundas o suficiente para penetrar no lençol freático. Algumas permanecem dormentes na maior parte do ano e só crescem quando a água se torna disponível. Entre os exemplos de planta adaptada ao clima extremo do deserto está o cacto gigante