CET - Electromedicina Eletrónica Capítulo 4 – Ampop António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 1 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS INTRODUÇÃO O amplificador operacional (ampop) foi desenvolvido na década de 40. O ampop era construído com base em componentes discretos, primeiro com válvulas e mais tarde, final dos anos 40, com transístores. A implementação do ampop com componentes discretos estendeu-se até 1963, ano em que surgiu o primeiro amplificador operacional, construído pela FairChild (μA 702), na forma de um circuito integrado. Figura 2 Figura 1 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 2 Atualmente os ampops são implementados por cerca de 30 transístores associados a resistências e a um condensador (compensação na frequência), com se exemplifica a figura 3. Figura 6.3 – Circuito do amplificador operacional 741. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 3 A designação de amplificador operacional, advém do facto de no início, este sistema, ser largamente utilizado para realizar operações matemáticas. Com o avanço tecnológico o ampop passou a apresentar características que fazem com que seja utilizado nas mais diversas aplicações, sendo, actualmente, o termo operacional, justificado pela sua versatilidade. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 4 Os terminais do amplificador operacional Do ponto de vista do sinal, o ampop tem três terminais: dois terminais de entrada, (+) e (-), e um terminal de saída, vo. A figura 4 mostra o símbolo que é usualmente utilizado para representar o ampop. Os terminais 1, (-) e 2 (+), são os terminais de entrada e o terminal 3 (vo) é o terminal de saída. vo. Figura 4 –Símbolo do ampop António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 5 A alimentação de uma parte significativa dos ampops, é feita por duas fontes dc, com um terminal comum. A figura 5 mostra o ampop com as tensões de alimentação aplicadas aos terminais 4 e 5. O terminal 4 está ligado à tensão de alimentação positiva, V+, e o terminal 5 à negativa, V-. Figura 5 –Ampop com a fonte de alimentação dc. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 6 A figura 6 apresenta a mesma informação de uma forma mais simplificada. Figura 6 – Representação simplificada do ampop com alimentação dc António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 7 Figura 7 –Encapsulamento DIP (ampop 741). António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 8 A figura 8 identifica a correspondência entre os pinos desses encapsulamentos e os terminais do ampop. Figura 8– Correspondência entre os pinos do encapsulamento e os terminais do ampop (741). António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 9 Características do amplificador ideal O amplificador operacinal é projectado para reagir à diferença entre os sinais aplicados às entradas inversora (-) e não-inversora (+), produzindo uma tensão de saída, vo dada por, v 0 = A(v+ - v- ) onde, A é um número positivo que representa o ganho de malha aberta do ampop; v+ é a tensão aplicada à entrada não-inversora; v- é a tensão aplicada à entrada inversora. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 10 Os sinais de corrente produzidos por v+ e v- são nulos, a resistência de entrada do ampop é infinita, A resistência de saída do ampop deve ser nula, António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 11 Na tabela 1, características ideais e reais do ampop. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 12 Conceito de realimentação Quando existe uma resistência ligada entre o terminal de saída, vo, e o terminal da entrada inversora (-), diz-se que o ampop tem realimentação negativa (figura 8); quando a resistência está ligada entre a saída, vo, e o terminal da entrada não inversora (+), diz-se que o ampop tem realimentação positiva (figura 9). Figura 8 – Ampop com realimentação negativa Figura 9 – Ampop com realimentação positiva António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 13 Realimentação Negativa Curto-circuito virtual Considere-se o ampop com realimentação negativa ilustrado na figura 10. O ganho de malha fechada, A, é definido por, Figura 10 – Realimentação negativa António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 14 Curto-circuito virtual (cont.) António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 15 Curto-circuito virtual (cont.) Diz-se, então, que existe um curto-circuito virtual entre as entradas inversora, v+, e não-inversora, v-. O termo curto-circuito virtual significa que qualquer que seja a tensão presente em v+, ela aparece automaticamente em v-, devido ao ganho A tender para infinito. Quando v+ está ligado à massa, diz-se que v- é uma massa virtual, (figura 11) uma vez que, embora v- esteja ao potencial zero, devido ao curto-circuito virtual, ele não está fisicamente ligado à massa. Figura 11 – Curto-circuito virtual. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 16 Montagem inversora A montagem inversora consiste em um AmpOp e duas resistências: a resistência R2 ligada entre a saída e a entrada inversora, de forma a aplicar realimentação negativa no circuito; a resistência R1 é colocada entre a fonte de sinal e a entrada inversora e a entrada não-inversora é colocada à massa. Considerando o AmpOp como ideal pode concluir-se que a corrente em R1 é igual à corrente em R2, em valor absoluto. R2 i 2 i1 R1 Vi 2 1 Vo AO 1 Malha 1 v R i 0 i 11 Malha 2 vo R2i2 0 Nó 1 i i 0 1 2 vi i 1 R 1 vo i2 R2 i2 i1 0 i2 i1 vo v i R2 R1 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - A vo R 2 vi R1 17 Montagem Não-Inversora A montagem não-inversora consiste em um AmpOp e duas resistências de acordo com o esquema da figura abaixo. Considerando que o AmpOp é ideal, vd=0, e que as correntes de polarização são nulas, pode concluir-se que a corrente em R1 é igual à corrente em R2. Vo Vi AO i1 i2 R2 R1 vi i1 R 1 vi R1i1 0 vo vo R2i2 R1i1 0 i1 R1 R2 i i 0 1 2 i2 i1 v R R2 R A o 1 A 1 2 vi R1 R1 vo v i R1 R2 R1 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - vo R 1 2 vi R1 18 Somador Inversor Uma montagem inversora pode ter várias entradas, como mostra a figura. A relação entre a tensão na saída, vo, e as tensões nas entradas, va e vb, pode obter-se utilizando o teorema da sobreposição. Pode concluir-se que a tensão vo pode ser dada pela expressão: Considerando somente a entrada Va Va Vb Ra Rb va Ra ia 0 vo R f i f 0 ia i f 0 Rf AO Vo va ia R a vo i f Rf i i f a vb i b Rb vo i f Rf i i f b vo v a Rf Ra vo Rf vo Rf Ra va Considerando somente a entrada Vb vb Rb ia 0 vo R f i f 0 ib i f 0 vo v b Rf Rb Considerando as duas entradas Va e Vb No caso particular em que as resistências são todas iguais, R1=R2=Ra=Rb=R, obtém-se a seguinte expressão para vo: vo Rf Ra va Rb Rf Rb vo ( va vb ) Ou seja, a tensão na saída, à parte do sinal, é a soma das tensões nas entradas o que leva a que a montagem também seja designada por somador inversor. António Roque/Luis Verissimo 19 Ano lectivo 2012/2013 CET - vb vb Amplificador Diferença (Subtractor) R2 R1 V2 I1 I2 AO Vo V1 Considerando somente a entrada V2 R2 V2 R1 I1 I2 AO Vo v2 R1i1 0 vo R2i2 0 i i 0 1 2 v2 i 1 R1 vo i2 R2 i1 i2 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - vo v 2 R2 R1 vo R2 v2 R1 20 Considerando somente a entrada V1 R2 V2=0 R1 I1 Malha 1 I2 Vo AO V1 Malha 2 v i1 1 R1 v1 R1i1 0 v0 vo R2i2 R1i1 0 vo R2i1 R1i1 0 i1 R1 R2 i i 0 i i 1 2 2 1 R R2 R v0 ( 1 )v1 v0 ( 1 2 )v1 R1 R1 v0 R R2 v0 v1 1 R1 v1 R1 R1 R2 Considerando as duas entradas V1 e V2 vo ( 1 R2 R )v1 2 v2 R1 R1 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 21 R2 Amplificador Diferença (Subtractor -2) V V i1 i2 i i 4 3 R1 V1 V- i1 + V V2 i3 Fazendo uma análise noval V1V i 1 R1 V 0 V i 2 R2 i V 2 V 3 R3 i V 4 R4 i2 AO Vo R3 i4 R4 V 1 V V 0 V V V 0 R 2V 1 R1V 0 V R 1 R 2 R 2 ( V 1 V )R 2 ( V V 0 )R1 V ( R 2 R1 ) R 2V 1 R1V 0 R 2 R1 R4 V 2 V V V ( V 2 V )R 4 V R3 V ( R3 R 4 ) V 2.R 4 V2 R3 R 4 R4 R3 R 2V 1 R1V 0 R4 V2 R 2 R1 R3 R 4 R4 R 2V 1 R1V 0 ( R 2 R1 ) V2 R3 R 4 V0 Como V V R2 ( R 2 R1 ) R 4 V1 V2 R1 R1 R3 R 4 António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 22 Seguidor de tensão Figura 15 – Circuito seguidor de tensão. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 23 Exercício António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 24 Exercício 1 Considere um amplificador operacional com um ganho em malha aberta de A=103. O ampop é usado de acordo com a montagem representada na figura , sendo medidas as tensões v1, v2 e vo. Determine: a) v1 para v2=0 e vo=2 V; b) v1 para v2=5 V e vo=-10 V; Figura c) vo para v1=1,002 V e v2=0,998 V; d) v2 para v1=-3,6 V e vo=-3,6 V. Soluções: a) v1=-0,002 V; b) v1=5,01 V; c) vo= -4 V; d) v2=-3,6036 V. António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 25 Exercício 2 O circuito da Fig. usa um ampop ideal, excepto quanto ao ganho A que é finito. Os instrumentos de medida indicam vo=3,5V quando vi=3,5V. Calcule o ganho A. + vi + Vo - António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 26 Exercício 3 Um amplificador inversor usa um ampop ideal e as resistências R1=33K e R2=330K. Calcule o ganho do amplificador nas seguintes condições: a) usando apenas as resistências R1 e R2; b) colocando em série com R1, uma resistência de 33K; c) colocando em paralelo com R1, a resistência de 33K. R: a) AV=-10V/V b) AV=-5V/V c) AV=-20V/V i2 i1 R2 R1 Vi Vo AO António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 27 Exercício 4 Considere o circuito da figura a) expresse v0 em função das tensões de entrada v1 e v2; b) Calcule a amplitude de Vo para uma amplitude de V1 de 5 V e V2 de 4 V 10R R v1 A R v2 vo vo 10R R: a) vO=10(v2-v1); b) vO=-10sin(ωt) António Roque/Luis Verissimo Ano lectivo 2012/2013 CET - 28