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DA NOSSA
MEMÓRIA
Grandes figuras
portuguesas
1.ª PARTE
CLICAR
D. Afonso
Henriques
A culpa foi dele. Não de
falarmos português e
sermos bisonhos, mas de
termos um país pequeno e
de fracos recursos.
Como o país que fundou
se manteve independente
e perdurou muito para
além do que se podia
imaginar, viria a tornar-se,
na memória de quem queria
ver nele o segredo dos
sucessos futuros…
José Mattoso, historiador
1109 - 1185
De entre as primeiras batalhas que o primeiro rei de
Portugal travou, aquelas que resultaram nas
conquistas de Lisboa (1147) e Santarém (1147) são
possivelmente as mais importantes da nossa História
Papa
João XXI
1205 - 1277
Médico, filósofo
e matemático, Pedro Julião,
conhecido como Pedro
Hispano, viria a ser Papa, em
1276, com o nome de João
XXI. Tornou-se famoso pelas
suas obras de cariz
filosófico, teológico e
médico.
O desabamento de um
telhado do Palácio Viterbo
causou-lhe a morte e
determinou que o seu
pontificado, escassos oito
meses, seja um dos mais
curtos da história.
Sepultado na Igreja de San Lorenzo, em Viterbo,
João XXI teve um dos pontificados mais curtos da
História. Ainda assim teve intervenções importantes
entre nações, e empenhou-se na união a Roma de
cristãos do Oriente, e na defesa dos Lugares Santos.
Pedro
e Inês
1320 - 1357
D. Inês de Castro foi
amaldiçoada mal pôs os pés
no reino de Portugal.
Chegou no séquito de D.
Constança, a futura mulher
de D. Pedro, e desde logo
foi incapaz de resistir à
paixão que nutria pelo
ainda príncipe. Um
sentimento recíproco que
levou o rei D. Afonso IV a
mandar executá-la… mas D.
Pedro I mandou construir
dois túmulos, para a ela se
unir na morte.
Não existe na lírica portuguesa, amor tão celebrado
como aquele que uniu Pedro e Inês. Mais do que a paixão
entre ambos e a tragédia que
a finalizou, contribuiu para a
construção do mito a perenidade da pedra. Os mausoléus
de D. Pedro e D. Inês, no
Mosteiro de Alcobaça, são
um testemunho material
visível, em beleza, disposição
e encenação representando a
paixão na sua maior dimensão.
A vida de Pedro e Inês, a
morte desta, tornaram-se
símbolos universais do amor
esplêndido. A sepultura de
ambos, frente a frente, reforça a ideia de que jamais os
Homens poderão separar aquilo que Deus uniu.
D. Nuno
Álvares
Pereira
1360 - 1431
D. Nuno Álvares Pereira é
recordado como o herói que
conseguiu manter Portugal
fora do jugo castelhano. Foi
um militar exemplar que,
tendo um exército muito
mais pequeno, conseguiu,
com a táctica do quadrado,
vencer a Batalha de
Aljubarrota. Figura mítica
do imaginário português, foi
condestável do Reino e,
desde 1918, por decisão de
Bento XIV, o seu culto é
reconhecido pela igreja
católica.
Comandando as forças do Mestre de Avis, venceu os
castelhanos nas batalhas de Atoleiros (1384), Aljubarrota
e Valverde (ambas em 1385). Herói, patriota e santo, D.
Nuno Álvares Pereira guiou os destinos de Portugal.
Infante
D. Henrique
1394 - 1460
Devotado apaixonadamente
às ciências cosmográficas, o
infante D. Henrique foi o
maior matemático do seu
tempo, aplicou o astrolábio
à navegação e inventou as
cartas planas. A dinâmica
dos Descobrimentos valeulhe o cognome de ‘o Navegador’. Aquele que foi o vulto
mais empreendedor da nossa
Idade Média e o mais ilustre
da Ínclita Geração, aos 63
anos ainda embarcou na
armada que, em 1457, conquistou Alcácer Ceguer.
É a D. Henrique que se deve a dinâmica e a organização
dos primeiros tempos dos Descobrimentos portugueses.
No promontório de Sagres fundou uma verdadeira ‘academia marítima’ onde organizou e desenvolveu as viagens.
D. João II
1455 - 1495
“Morreu o Homem”. Assim
terá reagido a rainha
Isabel, ‘a Católica’, quando
tomou conhecimento da
morte de D. João II. Ficou
para a História como o
‘Príncipe Perfeito’,
destacando-se o seu papel
pela progressiva
centralização do poder
régio e pela política
diplomática, que culminou
na assinatura do Tratado
de Tordesilhas.
A partilha das esferas de interesses com Castela com o
beneplácito do Papa é a maior vitória de D. João II. A
assinatura do tratado de Tordesilhas, em 1494, segundo
o qual o continente africano e parte do Brasil ficavam
na zona de influência portuguesa.
Vasco
da Gama
1468 - 1524
Vasco da Gama comandou a
armada que realizou o maior
feito da História dos
Descobrimentos
Portugueses: a Descoberta
do Caminho Marítimo para
a Índia, viagem que abriu as
portas das riquezas do
Oriente e ligou por mar a
Europa à Ásia.
Vasco da Gama zarpou de
Lisboa em 1492 com a missão
de encontrar o melhor
caminho entre a velha
Europa e a promissora Índia,
conseguindo cumprir o seu
objectivo.
Vasco da Gama não desiludiu o seu monarca. Enquanto
Cristóvão Colombo, um então obscuro marinheiro
procurava chegar à Índia pelo Ocidente, o pequeno
nobre nascido no Alentejo, almejava o mesmo objectivo,
mas navegando para Oriente. Foi ele que saiu vitorioso.
Afonso
de Albuquerque
1462 - 1515
Afonso de Albuquerque foi
nomeado governador da
Índia pelo rei D. Manuel I e
é considerado um dos
heróis ligados aos
descobrimentos. Colocou
as chaves do Índico nas
mãos do rei, vedando a
navegação aos muçulmanos.
Lançou as bases do Império
Português do Oriente
através do domínio de
pontos estratégicos e da
construção de feitorias.
Incapazes de dominar todo o Oriente, quer por
razões logísticas quer por razões humanas,
os portugueses depararam, no início do século XVI,
com o problema da forte oposição dos locais e pelas
diferenças religiosas entre muçulmanos e cristãos.
Bartolomeu
Dias
1450 - 1500
A viagem de Bartolomeu Dias
que, em 1488, dobrou o cabo
da Boa Esperança, foi um
marco na história
da navegação portuguesa.
Pela primeira vez um europeu
navegava no oceano Índico e
passava a ser possível chegar à
Índia.
Bartolomeu Dias, considerado
o maior navegador do século
XV, não foi agraciado com
qualquer título ou recompensa,
morreu ao largo do cabo que
dobrou quando naufragou a
nau que comandava.
A viagem da armada que contornou o extremo sul do
continente africano teve início em Agosto de 1487. Uma
das caravelas era comandada por Bartolomeu Dias. Mais
tarde participou na viagem de Pedro Álvares Cabral que
descobriu o Brasil, tendo encontrado a morte ao largo do
mesmo cabo que doze anos antes havia dobrado.
Pedro
Álvares Cabral
1468 - 1520
A viagem de Pedro Álvares
Cabral, que tinha como
objectivo final a Índia, desviou
a rota e fica para a História
como aquela em que Cabral
deu a conhecer ao mundo o
Brasil. Ainda hoje está por
desvendar se este desvio foi
fortuito ou intencional.
Homem afortunado por ter
chegado a uma terra
desconhecida a que pôs o
nome de Vera Cruz e homem
de pouca sorte, já que neste
empreendimento perderam-se
seis navios.
Álvares Cabral parte do Tejo a 8 de Março de 1500.
A 22 de Abril as naus portuguesas aportam à terra de
Vera Cruz, colocando ali um padrão. Pero Vaz de
Caminha escreve ao rei D. Manuel I, com uma das
mais belas descrições da terra brasileira.
Fernão
de Magalhães
1480 - 1521
Fernão de Magalhães
comandou a expedição
marítima que efectuou
a primeira viagem de
circum-navegação, ao
serviço da Coroa de
Espanha, morrendo em
batalha nas Filipinas.
Primeiro português a
navegar no Pacífico,
dobrou a ponta mais a sul
do continente americano,
hoje chamado estreito de
Magalhães, onde este
oceano Pacífico se
encontra com o Atlântico.
Iniciada em Setembro de 1519, Fernão de Magalhães
realizou a primeira circum-navegação no contexto da
viagem que, em 1492, levou Cristovão Colombo a
navegar para ocidente, na tentativa de atingir a Índia.
Foi este o primeiro abraço à Terra por via marítima.
Garcia
de Orta
1500 - 1568
Sábio naturalista e sagaz
observador, Garcia de Orta
foi um dos precursores da
ciência moderna e pioneiro
na pesquisa nas áreas
da Medicina e da Botânica.
Grande figura da
farmacopeia asiática na
Europa, o seu livro ‘Colóquio
dos Simples e Drogas e
Cousas Medicinais da Índia’,
publicado em Goa, em 1563,
teve tradução latina e
tornou-se o livro de ciência
de maior impacto feito por
um português.
A Garcia de Orta
se deve, ainda,
a primeira descrição
exacta da cólera
asiática, de algumas
outras doenças
exóticas, plantas
e desconhecidos
métodos
terapêuticos.
Esta obra possui
também a
particularidade de
incluir o primeiro
poema impresso de
Luís Vaz de Camões,
que o médico
conheceu na Índia e
com quem conviveu.
Luís Vaz
de Camões
1525 - 1580
Considerado o poeta da
nacionalidade, através da
epopeia moderna
‘Os Lusíadas’, Luís Vaz de
Camões teve uma existência
atribulada entre Lisboa,
Ceuta, Índia e Macau,
embora se saiba pouco da
vida do homem considerado
aventureiro e de feitio
altivo. Cultivou também o
teatro, mas afirmou-se
sobretudo na poesia lírica,
ficando para sempre na
história da literatura
portuguesa e mundial.
Virgílio e Homero foram fonte de inspiração para a obra-prima de Camões. Os feitos de Portugal desde o infante
D. Henrique até à união dinástica com Espanha, em 1580,
são um marco na história, da Idade Média e da Moderna.
D. Sebastião
1554 - 1578
D. Sebastião é ainda hoje
uma figura que faz parte do
imaginário dos portugueses.
Na sua época, as praças
portuguesas e as próprias
praias do território nacional
eram atacadas por
corsários, e o jovem rei
decide-se por combater os
infiéis em Alcácer-Quibir.
Batido num confronto
desigual que também lhe
custou a vida, colocou
um problema de sucessão
ao trono de Portugal.
‘O Desejado’ foi o cognome com que ficou e ainda hoje
a sua figura é referida metaforicamente como podendo
salvar a pátria. Aclamado rei aos 3 anos, D. Sebastião só
começou a reinar a partir dos 14 e, em dez anos de poder
promoveu um intenso programa de reformas legislativas.
Padre
António
Vieira
1608 - 1697
Desenvolveu expressiva
actividade missionária junto
dos índios do Brasil,
particularmente no combate
à escravidão. A sua oratória
sacra caracterizava-se por
um estilo alegórico que
visava acentuar o conteúdo
exemplar da pregação,
através da multiplicação de
exemplos concretos,
vincando assim os postulados
morais e religiosos. O padre
António Vieira foi um dos
maiores embaixadores da
língua portuguesa no mundo.
O Padre António Vieira palmilhou o território brasileiro,
enquanto a sua saúde o permitiu, acabando por falecer
em 13 de Julho de 1697. Espalhando a palavra de Deus, foi
em São Luís do Maranhão, no dia 13 de Junho de 1654,
que realizou o Sermão de Santo António aos Peixes.
Texto compilado
de ‘Grandes figuras
portuguesas’ do jornal
«Diário de Notícias»
Fotos e desenhos do Google
Formatação de
JBVIEIRA
18 - MAIO - 2011
Fim
www.sergrasan.com/joaovieiraslides
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