MACROECONOMIA Hildo Meirelles de Souza Filho PIB Produto Interno Bruto (PIB) é o valor total do fluxo de produção atual de bens e serviços finais obtido dentro do território nacional durante determinado período de tempo. Produção atual significa que não se leva em conta a revenda de itens produzidos no período anterior. Bens finais significa que o valor das matérias primas e bens intermediários utilizados como insumos e componentes para a produção de outros bens não são contabilizados. Fluxo de produção significa a produção durante um período de tempo definido, em geral um trimestre ou um ano. PIB (Produto Interno Bruto) - é o valor, a preços de mercado, de todos os bens e serviços finais produzidos internamente no país, em um determinado período. PIB a preços correntes do ano - apresenta os valores monetários das rubricas do PIB com os valores correntes da data, sem atualizações ou correções monetárias. Produto Interno Bruto Período Preços correntes em R$ 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: IBGE 11 548 794,55 60 285 999,27 640 958 767,64 14 097 114 181,82 349 204 679 181,00 705 640 892 091,87 843 965 631 318,91 939 146 616 911,84 979 275 748 883,34 1064 999 711 799,09 1 179 482 000 000,00 1 302 136 000 000,00 1 477 822 000 000,00 1 699 948 000 000,00 1 941 498 000 000,00 2 147 239 000 000,00 2 369 484 000 000,00 2 661 344 000 000,00 3 004 881 057 000,00 3 143 014 695 014,36 Em milhões de R$ de 2009 1 842 325,10 1 861 301,05 1 851 183,39 1 942 349,85 2 056 033,06 2 142 875,66 2 188 958,18 2 262 842,04 2 263 641,85 2 269 393,28 2 367 117,59 2 398 200,66 2 461 947,09 2 490 177,93 2 632 424,17 2 715 600,18 2 823 436,84 2 995 028,34 3 148 854,04 3 143 014,70 Variação Preços percentual correntes real em milhões de US$1/ -4,3 1,0 -0,5 4,9 5,9 4,2 2,2 3,4 0,0 0,3 4,3 1,3 2,7 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,1 -0,2 469 318 405 679 387 295 429 685 543 087 770 350 840 268 871 274 843 985 586 777 644 984 553 771 504 359 553 603 663 783 882 439 1088 767 1366 544 1636 022 1577 264 Per capita Em R$ de 2009 12 567,66 12 484,06 12 215,26 12 613,84 13 143,39 13 487,81 13 568,78 13 816,37 13 615,72 13 447,97 13 820,17 13 797,99 13 964,22 13 931,73 14 535,30 14 808,34 15 215,42 15 961,42 16 606,76 16 414,27 Variação Preços percentualcorrentes real em US$1/ -7,1 -0,7 -2,2 3,3 4,2 2,6 0,6 1,8 -1,5 -1,2 2,8 -0,2 1,2 -0,2 4,3 1,9 2,7 4,9 4,0 -1,2 3 201,51 2 720,96 2 555,61 2 790,43 3 471,73 4 848,78 5 208,60 5 319,79 5 076,54 3 477,12 3 765,67 3 186,10 2 860,74 3 097,23 3 665,17 4 811,99 5 867,33 7 282,73 8 628,22 8 237,20 Outras medidas agregadas Outras medidas agregadas PIB sob três óticas: produção, renda despesa PIB – ótica da produção - apresenta o PIB pela ótica dos setores produtivos: indústria, agropecuária e serviços. Soma-se o valor adicionado a qualquer bem em cada etapa de sua produção ou, de outra maneira, somando o valor de todos os bens finais produzidos naquela economia. PIB – ótica da despesa - apresenta o PIB pela ótica do gasto: consumo das famílias, consumo do setor público, investimentos produtivos e variações nos estoques e volume líquido produzido no Brasil e consumido pelo exterior (exportações menos importações). PIB - ótica da renda - todo o valor adicionado acaba nas mãos de alguém, seja de um trabalhador (salário), de um empresário (lucro) ou do governo (impostos). PIB sob a ótica da produção PIB sob a ótica da renda PIB sob a ótica da despesa A formação bruta de capital fixo (FBCF) é a operação do Sistema de Contas Nacionais (SCN) que registra a ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos correntes em ativos fixos, ou seja, bens produzidos factíveis de utilização repetida e contínua em outros processos produtivos por tempo superior a um ano sem, no entanto, serem efetivamente consumidos pelos mesmos. PIB sob a ótica das despesas A fórmula clássica para expressar o PIB de uma região é a seguinte: Onde, •C é o consumo privado •I é o total de investimentos realizados •G representa gastos governamentais •X é o volume de exportações •M é o volume de importações Tendo I igual à formação bruta de capital fixo (FBCF) mais a variação nos estoques (∆EST), temos: Demanda Final, ótica das despesas Demanda Final (DF) = consumo privado (C) + consumo do governo (G) + investimento (I) + exportações (X) – importações (M) PIB = DF = C + G + I + (X - M) Demanda final = Demanda agregada = PIB Oferta Agregada (Curto Prazo) Oferta Agregada Keynesiana (Curto Prazo) Condições: preços no curto prazo são considerados quase fixos produção determinada pela demanda as empresas ofertam toda a produção demandada com mudanças pequenas nos preços Determinação da renda de equilíbrio e do nível de preços a partir do deslocamento da demanda agregada Nível de preços DA DA’ Nível de preços OA P1 DA DA’ OA P2 P1 Y1 Y2 Y, renda Oferta elástica Y1 Y2 Y, renda Oferta inelástica: inflação? PIB = DF = DA = C + G + I + (X - M) Determinação da renda de equilíbrio Sem governo Sem comércio exterior Sem inflação Y = DA = C + I Adiar a análise: Com governo Com comércio exterior Y = DA = C + I + G + X - M A função consumo e a demanda agregada C = c.Y 0 < c < 1 é a propensão marginal a consumir Alocação dos gastos Como: Y = C+I = C + S Alocação da renda S=Y–C S = Y – c.Y = (1 – c).Y função poupança 0 < (1 – c) < 1 propensão marginal a poupar = s A função consumo e a demanda agregada C = C0 + c.Y C0 = Consumo Autônomo C C = C0 + c.Y C1 C = c.Y C2 Y1 Y Determinação da renda de equilíbrio Y D A C I Y C 0 cY I II A C0 I Ā = Gasto Autônomo Y A cY Y cY A Y(1 c) A 1 Y A 1 c Multiplicador da renda O efeito multiplicador Y DA ΔY ΔDA ΔY Δ A c ΔY ΔY cY Δ A Nível de preços DA DA’ OA P1 Y1 Y2 Y, renda Oferta elástica ΔY(1 c) Δ A 1 ΔY Δ A αΔ A 1 c 1 α Multiplicador da renda 1 c O efeito multiplicador 1 1 c 1 5 1 0,8 1 10 1 0,9 ΔY αΔ A 5 Δ A Determinação da renda de equilíbrio c c<c’ 45O DA DA’ =  + c’.Y DA =  + c.Y A Y1 Y2 Y Determinação da renda de equilíbrio  C0 ou I Â<Â’ 45O DA A DA’ = Â’ + c.Y DA =  + c.Y A Y1 Y2 Y Introduzindo o Governo G = gastos do governo TA = impostos TR = transferências Parte da renda que vai para o governo C + I + G = C + S + TA – TR Gastos Alocação da renda Renda disponível e o consumo com governo Renda disponível Yd = Y + TR – TA Reescrevendo a função consumo C = C0 + c.Yd = C0 + c(Y + TR – TA) TR TR TA tY t = alíquota dos impostos, “carga tributária” C C 0 c(Y TR tY) C C 0 c TR c(1 t) Y Consumo e propensão a consumir com governo C C 0 c TR c(1 t) Y Parte das transferências destinada ao consumo Fração da renda que sobra após os impostos c(1-t) propensão marginal a consumir após os impostos Reescrevendo a demanda agregada Assumir G=G DA C I G C DA C 0 c TR c(1 t) Y I G DA I G C 0 c TR c(1 t) Y DA A c(1 t) Y Gasto Autônomo Reescrevendo a demanda agregada Sem Governo 45O DA = C0 + Î + c.Y DA I C 0 G c TR DA I G C 0 c TR c(1 t) Y Com Governo I C0 Maior intercepto? Y Política keynesiana (G)? Menor inclinação Multiplicador, considerando os impostos DA Y A c(1 t) Y Y1 c(1 t) A 1 Y A 1 c(1 t) 1 α 1 c(1 t) Multiplicador, considerando os impostos Efeitos da política fiscal: t, G, TR 1 Y A 1 c(1 t) A I C 0 G c TR Princípio da Demanda Efetiva Y DA Y DA 1 Y A A 1 c(1 t ) Efeito dos gastos do governo G Y 1 A A 1 c(1 t ) G Y A G Y G c=0,8 t=0,25 Amento de G = R$ 1,00 Redução de G? 1 G 1 c(1 t ) 1 Y 1 1 0,8(1 0,25) Y R$2,50 Y Efeito das transferências TR 1 Y A A 1 c(1 t ) TR Y A TR Y cTR c=0,8 t=0,25 Amento de TR = R$ 1,00 Redução de TR? Por que o efeito de TR<G? 1 cTR 1 c(1 t ) 1 Y 0,8.1 1 0,8(1 0,25) Y R$2,00 Y Efeito da redução na alíquota dos impostos t t Efeito de uma queda na alíquota 45O DA DA A c(1 t ) Y DA A c(1 t) Y Y Efeito da redução na alíquota dos impostos 1 Y A 1 c(1 t) 1 Y A 1 c(1 t) t=0,25 c=0,8 t=0,20 c=0,8 =2,5 =2,77 Efeito da redução na alíquota dos impostos 1 Y A 1 c(1 t) 1 Y A 1 c(1 t ) t t 1 1 Y Y A 1 c(1 t ) 1 c(1 t) 1 c(1 t) 1 c(1 t ) Y Y A 1 c(1 t )1 c(1 t) Efeito da redução na alíquota dos impostos 1 c(1 t) 1 c(1 t) Y Y A 1 c(1 t)1 c(1 t) 1 A Y Y c(t t) 1 c(1 t) 1 c(1 t) Δt t t Δt t t ΔY Y Y Efeito da redução na alíquota dos impostos 1 A ΔY cΔ t 1 c(1 t ) 1 c(1 t) 1 ΔY c ΔtY 1 c(1 t ) Nível inicial da renda Nova alíquota Efeito da redução na alíquota dos impostos Y=100 c=0,8 t=0,2 t’=0,1 t=-0,1 1 ΔY c tY 1 c(1 t ) 1 Y 0,8(0,1)100 1 0,8(1 0,1) Y 28,57 Y 128,57 Impacto na receita do governo Receita Inicial = 0,2 X 100,00 = 20,00 Receita Final = 0,1 X 128,50 = 12,85 E’ possível aumentar a receita após a redução da carga tributária? Introduzindo o setor externo XX M M 0 mY Introduzindo o setor externo DA C I G X M DA C 0 c TR c(1 t) Y I G X (M 0 mY) Y DA C 0 c TR c(1 t) Y I G X M 0 mY Y1 c(1 t) m A 1 Y A 1 c(1 t) m A C 0 c TR I G X M 0 Multiplicador, considerando impostos e impacto das importações A taxa de juros e os investimentos privados I I bi b0 i = taxa de juros b = mede a resposta do investimento à taxa de juros I = investimento autônomo i I A taxa de juros e a demanda agregada DA C I G X M DA C 0 c TR c(1 t) Y I bi G X (M 0 mY) DA C 0 c TR c(1 t) Y I bi G X M 0 mY DA A c(1 t) mY bi A C 0 c TR I G X M 0 A taxa de juros de a renda de equilíbrio Supor: em i, i <i 2 A bi 2 DA A c(1 t) mY bi 2 E2 DA 1 DA A c(1 t) mY bi 1 E1 A bi 1 Y1 i Y2 Y i1 i2 IS Y1 Y2 Y Mostra as combinações de taxas de juros e níveis de produção, tais que os gastos planejados sejam iguais à renda. A taxa de juros e a renda de equilíbrio Y DA A c(1 t) mY bi Y1 c(1 t) m A bi 1 bi Y A 1 c(1 t) m 1 c(1 t) m A C 0 c TR I G X M 0 A taxa de juros e a renda de equilíbrio 1 bi Y A 1 c(1 t) m 1 c(1 t) m Y αA α bi 1 α 1 c(1 t) m Reescrevendo a equação para obter a IS Y α A α bi α bi α A Y αA Y i αb αb A Y i b αb IS A política fiscal e a IS (G e TR) A Y i b αb A C 0 c TR I G X M 0 TR i _ A/b i1 IS IS’ Y1 Y2 Y G A A política fiscal e a IS (t) A Y i b αb 1 α 1 c(1 t) m t α 1 αb Aumenta a inclinação da IS i E2 i1 Aumento do superávit fiscal (TAG-TR) permite reduzir a tx juros? E1 Qual seria o efeito na renda? IS’ Y2 Y1 IS Y O mercado de ativos e a taxa de juros Liquidez Ativos: moedas, títulos, estoques, casas e outras formas de riqueza Diferentes níveis de LIQUIDEZ 4 categorias de ativos, segundo sua liquidez Moeda e outros depósitos – meios de pagamento Obrigações – promessas de pagamento Ações Ativos reais – baixa liquidez Porque as pessoas desejariam guardar o dinheiro na forma de saldos inativos ou “tesouros”? A resposta dada por Keynes (1936) foi: o medo e a incerteza em relação ao futuro. Nosso desejo de conservar uma parte de nossos recursos na forma de dinheiro representa um “barômetro do grau de nossa desconfiança em nossos próprios cálculos e convenções referentes ao futuro”. A posse de dinheiro vivo “acalma nossa inquietação” e a taxa de juros que exigimos antes de nos dispormos a trocar dinheiro por títulos de rendimento constitui uma medida do grau de nossa inquietação.” A taxa de juros para Keynes (1936) é o prêmio que têm que ser oferecido para induzir as pessoas a conservar sua riqueza em outra forma que não de dinheiro entesourado. O custo de reter dinheiro é o juro que se poderia ter ganho conservando a riqueza na forma de um ativo rentável. A demanda do público por moeda Supor dois ativos: moeda e obrigações Demanda por encaixes reais (demanda do público por moeda, excluída a inflação) A demanda por encaixes reais está relacionada: Diretamente com a Y renda bens e serviços em circulação necessidade de moeda por motivo transação Indiretamente com i taxa de juros taxa juros, para um mesmo nível de preferência pela liquidez demanda do público por moeda Induz indivíduos a abrir mão de liquidez (moeda) em troca de títulos que agora estão oferecendo maior remuneração. A demanda do público por moeda L kY hi L = demanda por encaixes reais, Liquidity k = reflete a sensibilidade da demanda por encaixes reais em relação ao nível de renda h = reflete a sensibilidade da demanda por encaixes reais em relação a taxa de juros A demanda do público por moeda L kY hi i L i L’ L i2 i1 i1 L1 L2 L Y demanda por moeda, dada i L2 L1 i demanda por moeda L Keynes: preferência pela liquidez e a taxa de juros Taxa de juros É o “preço” mediante o qual o desejo de manter a riqueza em forma líquida se concilia com a quantidade de moeda disponível (OFERTA DE MOEDA). Isso implica que, se a taxa de juros fosse menor, isto é, se a recompensa da renúncia à liquidez se reduzisse, o montante agregado de moeda que o público desejaria conservar excederia a oferta disponível e que, se a taxa de juros se elevasse, haveria um excedente de moeda que ninguém estaria disposto a reter. Se esta explicação for correta, a quantidade de moeda é outro fator que, aliado à preferência pela liquidez, determina a taxa corrente de juros em certas circunstâncias. A oferta monetária M P i Quantidade de moeda ofertada Nível de preços constante M P M1 P O Banco Central e a oferta monetária M P Equilíbrio no mercado monetário A esse nível de i, o público estaria disposto a abrir mão de uma parte da sua liquidez. Aumentaria a oferta de títulos, em troca de moeda. Haveria excesso de estoque de moeda e i voltaria ao nível de equilíbrio. M P i i3 i1 i2 Equilíbrio no mercado monetário L M1 P L M P Equilíbrio no mercado monetário L kY hi Y M P i i2 i1 L M1 P L’ L Equilíbrio no mercado monetário Expansão da oferta monetária M P M P i i1 i2 L M1 P M2 P L kY hi Y M P i Liquidity preference and Money supply equilibrium i i2 LM i2 i1 i1 L M P L’ L Y1 Y2 Y Curva de equilíbrio do mercado monetário, mostra todas as combinações de taxas de juros e níveis de renda, tais que a demanda por encaixes é igual a oferta. Pressupõe que a oferta monetária fique constante. Equação de equilíbrio no mercado monetário M L P M kY hi P M hi kY P k 1M i Y h h P LM A política monetária e a LM k 1M i Y h h P Expansão da oferta monetária i LM LM’ i1 Y1 Y2 Y Equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário i IS LM i1 Y1 Y Política fiscal, G ou TR i IS IS’ LM i2 i1 Y1 Y2 Y3 Y G ou TR Y, mas i I Y Política fiscal e monetária, G com expansão monetária i IS IS’ LM LM’ i2 i1 Y1 Y2 Y3 Y Política monetária, expansão da oferta monetária i IS LM LM’ i1 i2 Y1 Y2 Y