1 • • • • • Sec. XVIII – Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714) Dinastia Bourbon – origem francesa – a Espanha passa para a orbita da França. Aumento da dependência econômica da França. Carlos III (1759-1788) – Despotismo esclarecido – reformas baseadas nas idéias da ilustração – obj: estimular o desenvolvimento do capitalismo espanhol. O Despotismo diminuiu o poder da Igreja tanto na metrópole quanto na colônia. O pacto colonial foi renovado e o monopólio do porto de Cádiz terminou. Foi implantando um comércio livre e protegido entre a Espanha e a América. Desde então outros portos espanhóis estavam livres para comercializar com a colônia. E entre as colônias também foi liberado o intercambio comercial. Economicamente houve um modesto desenvolvimento do comércio e da indústria, mas a Espanha continuava a ser na sua essência uma economia agrária. Tornou-se evidente que entre a metrópole e a colônia o que caracterizava essa relação não era a divisão do trabalho, mas uma nefasta semelhança. Paralelamente, a Inglaterra desenvolvia sua indústria e buscava novos mercados para escoar sua produção. • • • • • Equilíbrio entre os grupos no poder: administração (espanhola), Igreja e elite local (minoria de espanhóis e maioria de criollos). No sec. XVIII a burocracia tradicional constituía-se não em agente da centralização imperial, mas em intermediários entre a coroa espanhola e os súditos americanos. Para os Bourbons esta política mostrou-se inaceitável. Assim, remodelaram o governo imperial – centralizaram os mecanismos de controle e modernizaram a burocracia. Nomearam novos funcionário e intendentes O que para a metrópole era desenvolvimento racional, as elites locais interpretavam como ataque aos seus interesses. A política dos Bourbons foi sabotada dentro das próprias colônias. As elites locais cedo tiveram que decidir se não seria melhor tentar adquirir poder político a fim de impedir outras medidas da legislação ilustrada. A medida que a administração local era fortalecida, enfraquecia-se a Igreja. 1767 – 2500 jesuítas foram expulsos da América - os jesuítas constituíam um poder econômico independente na América, administrando seus próprios bens. A maior parte destes jesuítas era nascidos na América. Seu exílio para toda a vida produziu um forte ressentimento não apenas entre eles próprios, mas nas famílias e simpatizantes que deixaram para trás Um tema caro à política dos Bourbons foi a oposição aos orgãos corporativos, detentores de privilégios especiais no Estado. A encarnação do privilegio era a Igreja Os fueros garantiam a imunidade dos religiosos à jurisdição civil A riqueza do clero era a maior fonte de capital de investimento da América espanhola A imunidade foi drasticamente diminuída e seus bens estiveram ameaçados O clero, até então um legitimador do poder secular, reagiu vigorosamente . Outro centro de poder e privilégio era o exército. A Espanha, sem fundos para manter tropas regulares, dependia das milícias coloniais. As reformas instituídas não foram suficiente para resolver o problema. Assim, a defesa do império continuava nas mãos dos criollos, que constituíam a maioria dos oficiais. Ao mesmo tempo em que se reduziam os privilégios da América espanhola, os Bourbons exerciam um controle econômico mais rigoroso: O excedente de produção que há tempos permanecia na colônia passou a ser enviado para a metrópole Os impostos sobre venda – alcabala – continuou a onerar as transações e agora sua taxa havia subido. Esta receita não era gasta na própria América, em obras e serviços públicos, mas enviada para a metrópole Nos anos favoráveis desta política, a renda colonial representou 20% do tesouro espanhol. • • • A partir de 1765 a resistência em relação a tributação imperial foi constante. Para além dos impostos foram exigidas doações das famílias mais ricas. Os fundos de pensão militares, dos cabildos foram sangrando com esses pedidos de subsídios. Chegou-se mesmo a ordenar o confisco dos fundos de caridade. O confisco uniu ricos e pobres, espanhóis e criollos em oposição a coroa. Os planejadores Bourbons tentaram aplicar maior pressão fiscal numa economia em expansão e ao mesmo tempo controlada. A Espanha permaneceu uma quase-metrópole – um pouco mais desenvolvida que suas colônias. A metrópole não tinha o interesse nem os meios para fornecer os vários fatores de produção necessários ao desenvolvimento, nem investir no crescimento, ou coordenar a economia imperial. No Peru – onde somente os recursos minerais salvavam da estagnação total - com a agricultura desmantelada por falta de mão de obra, importava-se alimento do Chile. • • • A metrópole estava ocupada prioritariamente em atender ao próprio comércio, dando pouco atenção às trocas inter-coloniais. O império espanhol era uma economia desarticulada, na qual a metrópole lidava com uma série de partes separadas em detrimento do todo. O mundo hispânico não se caracterizou pela integração e sim pela rivalidade do Chile com o Peru, de Lima com o Rio da Prata, de Montevideo com B. Aires, antecipando as divisões das futuras nações Revolução Francesa – espanhóis aliados dos franceses tornam-se inimigos da Inglaterra. Durante a longa Guerra com a Inglaterra, a partir de 1796, a Armada real britânica bloqueou os portos hispano-americanos e atacou os navios comerciais espanhóis. O comercio de Cádiz com a America, já em recessão desde 1793, paralisou totalmente. Em toda a América os consulados relatavam a extrema escassez de bens de consumo. As empresas americanas exigiam o acesso aos fornecedores estrangeiros . A Espanha, sem alternativa, foi obrigada a permitir o comercio legal, sob taxas altíssimas, com navios neutros. O objetivo era converter estes países neutros em intermediários no comércio com a América. Terminado os período de guerra e revogada a medida, as colônias continuaram, todavia, a comercializar com estrangeiros: norte americanos com a América Central e europeus com a América em geral. Esse comércio terminou por beneficiar a colônia, pois melhorou as fontes de produtos de importação e retomou a procura por mercadorias de exportação. A independência econômica das colônias estava mais próxima. • • • • • 1804 – nova declaração de guerra com os ingleses. O poder marítimo espanhol estava praticamente eliminado. A extinção do comércio espanhol com as colônias coincidiu com a desesperada investida da Inglaterra para compensar o fechamento dos mercados europeus pelo bloqueio continental de Napoleão. Novamente a Espanha passava a permitir o comércio com países neutros, a fim de evitar o contrabando. Em 1806 não entrou um único navio espanhol em Havana; Em 1807 a metrópole não recebeu um único carregamento de metais preciosos. O efeito das guerras sobre a Espanha equivaleu a um desastre internacional. Causou uma recessão no setor agrícola e um terço da industria têxtil encerrou suas atividades As invasões inglesas em Buenos Aires demonstrou a total incapacidade da coroa em defender a colônia. Foram os habitantes locais que fizeram defesa. Os criollos haviam experimentado o poder, descobriram sua força e adquiriram um novo senso de identidade. A fraqueza da Espanha na América introduzia os criollos na política. • • • • Em 1800 da população total de 16,9 milhões da América espanhola, 3,2 milhões eram brancos, dos quais somente 150 mil espanhóis. A independência tinha uma inevitabilidade demográfica – representava a derrubada de uma minoria por uma maioria. É possível que todos os espanhóis fossem iguais perante a lei (nascidos na Espanha ou somente filhos de espanhóis). Mas a lei não era tudo. A Espanha não confiava nos criollos para ocupar postos de responsabilidade. “Um europeu mais baixo e com menos educação acreditava ser superior a um branco do novo mundo.” Humboldt • • • • • • • A despeito de se encontrar a elite criolla integrada aos grupos políticos, sem, muitas vezes, ocupar cargos; e haver interesses comuns entre os diferentes grupos; apesar de nas guerras de independência se encontrar de ambos os lados criollos, não se pode minimizar essa oposição. A rivalidade entre eles era arte da tensão social da época. Entretanto os criollos tinham um olho nos seus senhores e outro nos de baixo – tinham consciência dessa pressão social e esforçavam-se para manter as pessoas de cor a uma certa distância. A política dos Bourbons gerou maiores oportunidades de mobilidade social: Os pardos tinham acesso a milícia. Podiam também comprar a condição legal de branco. Em 1795 foi oferecida aos pardos a dispensa da condição de infames os candidatos aprovados eram autorizados a receber educação, casar com brancos, ocupar cargos públicos e exercer o sacerdócio. A diluição de tais fronteiras provocou nos brancos uma reação discriminatória a fim de manter os antigos privilégios. • • • Os pardos tinham acesso a milícia. Podiam também comprar a condição legal de branco. Em 1795 foi oferecida aos pardos a dispensa da condição de infames os candidatos aprovados eram autorizados a receber educação, casar com brancos, ocupar cargos públicos e exercer o sacerdócio. A diluição de tais fronteiras provocou nos brancos uma reação discriminatória a fim de manter os antigos privilégios • • • • As reformas bourbonicas As falhas na economia colonial e as tensões na sociedade colonial eram trazidas a tona em tumultos e revoltas. As autoridades bourbonicas consideravam o crescimento do Estado, o fim do gov. descentralizado e da participação criolla etapas necessárias no caminho para a retomada do controle e da recuperação. Para os criollos, porém, significava que no lugar da tradicional negociação que permitia o meio termo, prevalecia um estado que não discutia ordens – o que não representava um progresso. • • • Os movimentos de protestos se traduziam numa resistência às mudanças efetuadas pelo governo; revoltas contra os tributos e insurreição contra excessos específicos ocorriam dentro do arcabouço das instituições coloniais e da sociedade. Mas, sob esta superfície, as revoltas revelavam tensões, conflitos e instabilidade raciais e sociais, profundamente enraizados. Os criollos, após alianças breves com as camadas populares, rapidamente se uniam as forças da lei e da ordem a fim de reprimir os rebeldes. • • • A despeito destas contradições, desenvolvia-se nos criollos um pré sentimento de nacionalidade, o que subvertia a soberania espanhola e conduzia a independência; Ao mesmo tempo que começavam a recusar a nacionalidade espanhola, os americanos estavam conscientes das diferenças entre si próprios, pois as varias colônias rivalizavam-se entre si nos recursos e nas pretensões. O Peru, o Chile o México, a Venezuela definiam-se por sua historia , por fronteiras administrativas, por ambiente físico, por economias isoladas, todos eles com interesses diferentes. • • • Literatura americana – expressão cultural dessa identidade americana – jesuítas criollos no exílio. Embora se tratasse de um nacionalismo mais cultural que político e não fosse incompatível com a unidade imperial, era, no entanto afirmativo, preparando a cabeça dos homens para a independência ao proclamar que a América tinha recursos independentes e pessoas para administrá-lo. o novo americanismo exerceu mais influência que a ilustração • • Versão espanhola – purificada da ideologia e assimilada quando fosse possível sua aplicação prática. valorizou-se a racionalidade e a fé no Estado – modernização no seio da ordem estabelecida. • • A ilustração foi introduzida no centro político pelas revoluções dos EUA (comercio – circulação de idéias liberais e livre comércio) e da FR (formação européia da elite criolla – Universidades da América Espanhola) Não há duvidas que estas referências foram importante para a América espanhola, mas, naquele momento, constituíam agentes de reforma e não de destruição. Mais de contestação que de libertação. • • No processo como um todo, as idéias da ilustração faziam parte de um complexo de fatores de contribuição, um impulso, um instrumento e uma justificativa da revolução vindoura. A ilustração forneceu algumas das idéias que inspiraram a independência e tornou-se um ingrediente essencial do liberalismo latinoamericano no pós independência. • • • 1807-1808 - Napoleão decidiu dobrar totalmente a Espanha a sua vontade e invadiu a Península. Carlos IV e seu filho, o futuro Fernando VII, foram depostos por Napoleão, que colocou no trono seu irmão, José Bonaparte. Os monarcas espanhóis não opuseram resistência. Mas em Cádiz concentrou-se um grupo que iniciou uma guerra de guerrilha contra os franceses, defendendo os direito de Fernando VII. • • A Espanha passou a ter dois governos. Na colônia os cabildos ao mesmo tempo que afirmavam lealdade a Fernando VII exigiam maior autonomia. Embora não se declarassem favoráveis a independência total, desejavam uma situação de reino unido a Espanha. A medida que Napoleão ia sendo derrotado pela guerrilha espanhola ficava claro que a reivindicação de autonomia não seria atendida pela Espanha. A partir de 1810, os cabildos foram se transformando em Juntas Governamentais e as declarações de independência sucederam-se nos diversas colônias do império espanhol. • • • A independência na America do Sul: Argentina: o país apresentava-se dividido entre B. Aires e as províncias do interior. Situada na desembocadura do Rio da Prata B. Aires controlava as importações e exportações das províncias do interior argentino e do Paraguai. A Juta Governamental que marcou o processo de independência não avançou, mantendo sua fidelidade ao rei. Tal situação só teve fim em 1816, quando o Congresso de Tucuman, pressionado pelo general San Marti declarou independência. Chile: parecia que a emancipação do Chile estava assegurada em 1812. mas os espanhóis a partir do Peru, invadiram o território e retomaram o poder. Esta derrota tornou-se uma ameaça para a Argentina. San Martin, a partir de Mendoza, atravessou os Andes e com seu exército derrotou os espanhóis, ficando o poder da nova república nas mãos de Bernardo O’Higgins, um dos lideres chilenos. • • • • • Venezuela e Nova Granada: a luta dos patriotas era liderada por Simon Bolivar, mas foi derrotado pelo exercito espanhol. Refugiado no Haiti, que já era independente, reorganizou um exército e com ajuda de mercenários ingleses e irlandeses expulsou os espanhóis da Venezuela. Equador: libertado por forças lideradas por Bolivar, San Martin e Sucre (venezuelano, marechal do general Bolivar). Peru: 1821 os espanhóis entram em Lima. Sucre, liderando um exército de 6000 homens, vence o exercito espanhol na batalha de Ayacucho, pondo fim ao domínio espanhol na região. Inglaterra e EUA garantem a emancipação da América espanhola - Política anti-monopolista – ampliação de mercados – EUA proclamam a doutrina Monroe (1823). 1826 – Congresso do Panamá – fracasso da idéia de unidade da região. • • • Bolívia, Peru, México, Equador e Guatemala – população indígena assimilada em parte pela cultura hispânica dominante. Em outras lugares – mestizos integração maior a soc. Hispânica Guerras de Independência – guerras civis (golpes de Estado e conflitos inter-regionais) e ideologia liberal : – – – – Fim das distinções de castas, fim da escravidão, divisão das terras comunais indígenas em parcelas individuais extinção do fuero eclesiástico e militar – ameaças ao pode civil • • • • • Nações hispano-americanas – demonstram incapacidade de restabelecer a legitimidade de poder . Estruturas centralizadas (colônia) gera colapso e desagregação social e política Sistemas Constitucionais formais – manipulação das leis e controle das eleições Políticos de oposição – à espera de um momento de fraqueza para derrubar o governo Preocupação com a educação – obediência às leis – consciência republicana. • • • • • • Ampla série de reformas políticas, jurídicas, sociais, econômicas, fiscais, educacionais (1810 – 1830). Pessimismo e conservadorismo econômica – 1840. decorrente da crise Nova geração aposta novamente no liberalismo circunstâncias econômicas favoráveis – 1840-1860. – Como construir sistemas políticos estáveis e duradouros? Como superar os fracos vínculos econômicos internos que minavam a unidade Como lidar com uma tradição política espanhola autoritária e idéias liberais? Problemas: • construir uma autoridade legítima na ausência do rei • como lidar com o poder da Igreja e do exército (processo de Independência = apelo às milícias que passam a deter força política) • Frustrações com o modelo liberal – executivos fracos • Restabelecimento do sistema centralista adornado com constitucionalismos (poderes extraordinários aos presidentes – neutralizar as liberdades constitucionais) • desconfiança na capacidade política das massas – voto censitário • idéias de Bolívar e seus generais – presidencialismo com mandatos longos ou vitalício com legislativos vitalícios e hereditários progressiva militarização das instituições conflitos intra-classe dominante manifestações autonomistas dos latifúndios (poderes locais) ausência de oportunidade econômica opõe as elites ao poder instituído. Cuzco x Lima; interior da Argentina X Buenos Aires ausência de alianças econômicas de bases sólidas – interna e externas governos curtos – satisfação temporária – alianças frágeis culturalmente – frágil respeito às leis – a república possível • • • • • • • Aliança da burguesia nacional com o capital internacional : - demanda de matéria prima por parte da Europa e dos EUA - gerou empréstimos e investimentos estrangeiros – ferrovias, usinas, instalação de frigoriferos aumento da arrecadação – cooptação dos dissidentes modernização atrelada aos interesses estrangeiros consolidação do Estado Liberal Contudo, o militarismo das instituições nunca deixaram de ocasionalmente emergir • • • • • • A tarefa de organizar a nova sociedade nacional absorve 2/3 da historia argentina do século XIX, aproximadamente de 1810 a 1880 Período coberto por guerras civis, despotismo e conflito internacional Conflito entre B.Aires (grupos criadores de gados, mercantis, financeiros e intelectuais, beneficiários diretos da independência e da crescente integração do país no sistema internacional) e o interior. Estratégia política de tipo particularista ligada aos interesses ingleses. Estes grupos conservam o controle do porto e da alfândega de B. Aires. Apoio de grupos com interesse similares do interior • • • • Formação do Partido Unitário – implantação brusca, de cima para baixo e por qualquer meio de um desenvolvimento capitalista e de uma civilização a moda européia, através de uma política altamente centralizadora. O Interior – durante a época colonial gozou de uma série de vantagens – protecionismo (mercantilismo espanhol), disponibilidade de mão de obra indígena e mercados internos, diversificação econômica – criação de gado e agricultura. Últimos anos do período colonial – crescente liberalização do comércio exterior começam a gerar a crise e a decomposição da economia e das relações sociais nas províncias. Após a independência: as províncias buscam defender sua agricultura, suas manufaturas e seu comércio. Isto requer a preservação da autonomia econômica (protecionismo alfandegário, disponibilidade de recursos fiscais) e a acentuação de uma política federalista e oposição às tendências centralizadoras de B. Aires A luta entre unitários e federalista abarca varias décadas O regime encarnado por Manuel Rosas (governador de B.Aires) de 1829 a 1852 constitui uma tentativa, relativamente vitoriosa, de atenuar o conflito de fundo. O centralismo portenho é substituído pelo federalismo A despeito da proposta federalista o poder era exercido de forma autoritária, sem constituição, sem leis em nome dos interesses de B. Aires. O rígido tradicionalismo no trato com a política e a economia impede as menores mudanças necessárias ao pleno desenvolvimento econômico . Seus opositores, no exílio, tramam contra o opressor e defendem uma nova ordem política inspirada nas idéias liberais • • • • • O levante de Urquiza, pilar do regime de Rosas, grande estancieiro do interior e caudilho provinciano, conjuga as tendências federalistas do Litoral e do interior, conta com o apoio do Brasil e das potências européias. Rosas é vencido. E 1853 a Constituição argentina é jurada. Alberdi – Estado liberal, republicano e federal. Poder executivo forte e eleições indiretas . Federalismo teórico convertido em unitarismo de fato. Os governos provinciais tornam-se simples apêndices e agentes do gov central. Entretanto, o sistema não se baseia exclusivamente na coação. A oligarquia constitui uma classe dirigente com capacidade de negociação e flexibilidade. • • • • • Emancipação definitiva em 1818 seguida por luta entre liberais reformistas e liberais conservadores. Até meados do século XIX impõe-se uma oligarquia de prop. de terras e de comerciantes – Santiago e Valparaíso. Grupo conservador, aristocrático – promovem, entretanto, um espetacular desenvolvimento do setor agromineiro-exportador. Impõe sua hegemonia sem concorrência ou ameaça. O Estado possui uma força militar independente, porem não há espaço para o desenvolvimento do caudilhismo. O exército subordina-se a autoridade civil. Constituição de 1833 – priva de direitos a população analfabeta e não proprietários de terra. Poder executivo quase que anula o poder do legislativo. Supremacia legal sobre o congresso. Oposição fortemente reprimida. • • • • • • Estado desenvolvimentista - investimento em infra-estrutura, protecionista, expansão territorial em direção ao sul. Capitalistas chilenos promovem a mineração, a manufatura e a exploração agropecuária sem que exista uma precoce ingerência de grupos estrangeiros. O próprio desenvolvimento diversifica a estrutura sócioeconômica e modifica a oligarquia. Coesão da velha oligarquia aos novos setores da elite. Absorção e negociação. 20 anos antes da Guerra do Pacifico – debilitação econômicoinsatisfação – conflitos intra-oligárquicos Classe média (grupos democráticos-liberais) une-se a outros grupos insatisfeitos com a situação, como os mineiros, obtendo destes apoio eleitoral • • • Gradualmente vão sendo ampliados os direitos eleitorais. Quebra da supremacia presidencial em beneficio do Congresso . Mais uma vez a oligarquia tradicional absorve as novas tendências. Os dois aliados se unem contra reivindicações e pressões dos trabalhadores rurais e urbanos e a baixa classe média. Injustiça social e democracia. Tolerância com sindicalismo acompanhada de repressão às manifestações. Guerra do Pacifico (1879) – Conflito Militar – Chile x Bolívia e Peru – controle das jazidas minerais e região correspondente – O triunfo do Chile resultam na transferências dos recursos minerais para as mãos dos capitalistas ingleses e em um entorpecimento da classe dominante na prosperidade indireta, produto da expansão salitrera. • • • • Este processo produz uma tomada de consciência nacional sobre as implicâncias da dependência e do subdesenvolvimento. Presidente Balmaceda (1886) - propõe uma série de reformas – intervencionismo estatal a fim de promover a mineração e a agricultura e a indústria nacional. Investimento em transporte e educação e a melhoria da situação dos trabalhadores. Propõe-se também limitar a penetração do capital estrangeiro Acirrada oposição das oligarquias – utiliza como pretexto destruir a supremacia do Poder executivo e apóia-se na marinha de Guerra- Uma sangrenta oposição derruba o presidente e o leva ao suicídio (1891). A última tentativa importante de desenvolvimento progressista e autônomo do século XIX chileno encerra-se, por muito tempo, com este episódio.