FRENTE FRIA/ZCAS/RELÂMPAGOS As mudanças nas condições meteorológicas observadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil estão geralmente associadas à passagem, formação ou intensificação de frentes frias. Esses sistemas, atuantes no litoral brasileiro em todas as épocas do ano, são típicos de latitudes médias. FRENTE FRIA AO SUL DO RIO GRANDE DO SUL FRENTE FRIA AVANÇA SOBRE O RIO GRANDE DO SUL FRENTE FRIA AO SUL DE SÃO PAULO FRENTE FRIA SOBRE O RIO DE JANEIRO FRENTE FRIA EM DISSIPAÇÃO NO OCEANO ATLÂNTICO ALTA PRESSÃO SUBTROPICAL DO ATLÂNTICO SUL COM VENTOS DE NE NA COSTA DO RIO DE JANEIRO ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL - ZCAS ZCAS CARACTERIZAÇÃO DO EVENTO ZCAS Mais importante fenômeno na escala intrasazonal que ocorre durante o verão do HS. A maior parte da AS tropical e subtropical recebe mais de 50% da precipitação anual no verão, na forma de chuva convectiva com forte variação diurna. A soma das chuvas diárias no Sul da AS e Brasil Central são da ordem de 10 mm /dia, chegando a 30 – 50 mm/dia durante episódios de chuva. CARACTERIZAÇÃO DO EVENTO ZCAS Episódios de estiagem prolongada e enchentes que atingem diversas regiões do país, tais como o Sul e Sudeste. Identificada como uma banda de nebulosidade de orientação NW-SE, estendendo-se da Amazônia até a região central do Atlântico Sul com duração de 3 a 10 dias. CARACTERIZAÇÃO DO EVENTO ZCAS Os mecanismos que regem a ZCAS não estão totalmente definidos, porém, estudos observacionais e numéricos indicam que esse sistema sofre influências tanto de fatores remotos quanto de fatores locais. As influências remotas, tais como a ZCPS, modulam o início, duração e localização da ZCAS, enquanto fatores locais são determinantes para a ocorrência do fenômeno. FATORES CLIMÁTICOS QUE AFETAM OS EXTREMOS a) Escala Interanual: El Niño e temperatura no Atlântico próximo ao litoral sudeste; b) Escala Intrasazonal: Convecção sobre o Pacifico Central relacionada com a Oscilação de Madden Julian; c) O fenômeno El Niño favorece a ocorrência de ZCAS oceânica, aumentando a probabilidade de extremos na região costeira do Sudeste do Brasil. Perturbação intrasazonal - Oscilação de Madden Julian (30-60 dias) Convecção intensa Supressão da Convecção Convecção intensa Supressão da Convecção Supressão da Convecção Supressão da Convecção Supressão da Convecção Convecção intensa Tempestades/Relâmpagos Numa tempestade elétrica, as nuvens de tempestade estão carregadas como capacitores gigantes no céu. A parte superior da nuvem é positiva e a inferior negativa. Tempestades/Relâmpagos As nuvens contêm milhões e milhões de gotículas d'água e gelo suspensos no ar. As gotículas colidem milhões de vezes com água, gelo ou neve, enquanto sobem e descem dentro das nuvens. Esses choques é que separam as cargas dentro das nuvens. Os elétrons recém separados se acumulam na parte inferior da nuvem, dando a ela a carga negativa. A carga positiva se acumulará na parte superior da nuvem. A separação de carga é necessária para que um relâmpago ocorra. Capacitor Um capacitor é um dispositivo elétrico que consiste de duas superfícies condutoras separadas por um meio isolante (dielétrico). Quando se aplica uma voltagem às superfícies, a energia é armazenada no campo elétrico resultante da separação de cargas das superfícies. A nuvem funciona como um capacitor enorme e o ar é um isolante. Enormes quantidades de eletricidade podem ser armazenadas dentro desse capacitor. Campo elétrico Numa nuvem o campo elétrico é negativo em sua base e positivo no topo. A força ou intensidade do campo elétrico está diretamente relacionada à quantidade de carga separada na nuvem. A forte carga negativa da base da nuvem faz com que a superfície da Terra adquira uma forte carga positiva. Tudo que se precisa agora é de um caminho condutor para que a base negativa da nuvem entre em contato com a superfície positiva da Terra. Ionização do Ar O campo elétrico muito forte "quebra" a resistência do ar entre a nuvem e o solo, permitindo que a corrente flua para neutralizar a separação de cargas. A "quebra" de resistência do ar ocorre quando as cargas ao redor das nuvens se separam em íons positivos e elétrons, assim o ar fica ionizado. O ar ionizado cria um caminho que provoca um curto-circuito na nuvem/terra como se houvesse uma longa vara de metal conectando-as. A ionização não fornece mais carga negativa (elétrons) ou positiva (núcleos atômicos positivos/íons positivos) do que antes. A ionização significa que os elétrons e os íons positivos estão mais afastados do que estavam em sua estrutura molecular ou atômica original. Essencialmente, os elétrons foram retirados da estrutura molecular do ar não ionizado. Líderes Escalonados O ar ionizado é muito mais condutor do que o ar não ionizado. O processo de ionização é como a "marcação de um caminho" através do ar para que o relâmpago siga. Os vários caminhos de ar ionizados são chamados de "líderes escalonados". Eles se propagam em direção à Terra em etapas, que não têm que resultar numa linha reta. O ar pode não se ionizar igualmente em todas as direções. Poeira ou impurezas (qualquer objeto) no ar podem fazer com que o ar se torne mais ionizado em uma direção, dando melhores condições para o líder escalonado alcançar a Terra mais rapidamente naquela direção. O líder que atingir o solo primeiro cria um caminho condutor entre a nuvem e o solo. Esse líder não é a descarga do relâmpago; ele apenas mapeia o caminho que aquela descarga seguirá. A descarga é o fluxo da corrente elétrica bem forte e repentino, que se move da nuvem para o solo. Tipos de raios Um relâmpago é mais quente do que a superfície do Sol. Esse calor é a real causa do brilho branco-azulado que vemos. Quando a corrente flui (a descarga do relâmpago), o ar ao redor dela fica extremamente quente, tão quente que realmente explode, porque o calor faz o ar se expandir muito rapidamente. A explosão é seguida pelo que conhecemos como trovão. O trovão é uma onda de choque irradiando ao longo do caminho da descarga. Quando o ar se aquece, ele se expande rapidamente, criando uma onda de compressão que se propaga pelo ar ao redor. Essa onda de compressão se manifesta na forma de uma onda sonora, o que não significa que o trovão seja inofensivo. Na verdade, a onda de choque que produz o trovão de uma descarga do relâmpago pode causar danos à população e às estruturas. Descargas múltiplas Quando ocorre a primeira descarga, a corrente flui na tentativa de neutralizar a separação de cargas, o que exige que a corrente, associada à energia dos líderes escalonados, também flua para o solo. Os elétrons dos outros líderes escalonados, estando livres para se moverem, fluem por meio do líder pelo caminho da descarga. Então, quando ocorre uma descarga, os líderes escalonados estão fornecendo corrente e exibindo as mesmas características de calor do real caminho da descarga. Depois da descarga original é normal que ocorra uma série de descargas secundárias, que apenas seguem o caminho da descarga principal; os outros líderes escalonados não participam dessa descarga. Tipos de descargas e relâmpagos Relâmpago da nuvem para o solo Do solo para a nuvem: o mesmo que o tipo anterior, exceto que normalmente um objeto alto e preso à terra inicia a descarga em direção à nuvem. De nuvem para nuvem: também segue os mesmos mecanismos já apresentados, exceto que a descarga viaja de uma nuvem para outra. Tipos de relâmpago Relâmpago difuso: um relâmpago normal que é refletido nas nuvens. Relâmpago de calor: um relâmpago normal próximo ao horizonte, que é refletido por nuvens altas. Relâmpago bola: um fenômeno no qual o relâmpago forma uma bola, que se move lentamente e pode queimar objetos em seu caminho antes de explodir ou apagar. Red sprite: uma explosão vermelha que acontece acima das nuvens de tempestade, atingindo alguns quilômetros de comprimento (em direção à estratosfera). Blue jet: uma explosão azul, em forma de cone, que acontece acima do centro de uma nuvem de tempestade e se movimenta para cima (em direção à estratosfera) em alta velocidade. Pára-raios Os pára-raios foram originalmente desenvolvidos por Benjamin Franklin. Um pára-raios é muito simples: é uma vara de metal pontiaguda, colocada no teto de uma construção (geralmente com 2 cm de diâmetro) e é conectada a um enorme fio de cobre ou de alumínio de mesma espessura. Esse fio, por sua vez, é conectado a uma rede condutora enterrada no solo. O objetivo do pára-raios não é atrair os raios, mas sim fornecer uma opção segura para eles. Isso pode parecer meio chato, mas não será se você levar em conta que os pára-raios só se tornam importantes no momento em que um raio cai ou imediatamente após. Independentemente da existência ou não de um pára-raios, a descarga do relâmpago ainda acontecerá. Segurança numa tempestade Mais de mil pessoas são atingidas por raios todos os anos nos Estados Unidos e, delas, mais de 100 morrem em decorrência do acidente. O relâmpago não é coisa com a qual se brinque. Se você estiver ao ar livre durante uma tempestade, procure sempre um abrigo adequado. O relâmpago pode usar você como caminho para a Terra com a mesma facilidade que usa qualquer outro objeto. Um carro ou uma construção seriam abrigos apropriados. Se você não tiver para onde ir, deve evitar se abrigar embaixo de árvores, pois elas atraem raios. Deixe seus pés o mais unidos possível e se abaixe com a cabeça o mais baixo que puder, sem tocar no chão. Segurança numa tempestade Nunca deite no chão. Depois da descarga de um relâmpago atingir o chão há um potencial elétrico que irradia a partir do ponto de contato. Se seu corpo estiver nessa área, a corrente pode passar por você. Isso poderia causar uma parada cardíaca, sem falar nos danos e queimaduras em outros órgãos. Deixando seu corpo o mais baixo possível e minimizando o contato com o chão, você pode diminuir a possibilidade de se machucar por causa de um relâmpago. Se você estiver dentro de casa, não fale ao telefone. Se você precisar ligar para alguém, use um telefone sem fio ou um telefone celular. Fique longe de tubulações (banheira, chuveiro). Um raio consegue atingir uma casa ou um local próximo a ela e transmitir uma descarga elétrica aos canos de metais utilizados no encanamento.