Prof: Nilo Junior Email: [email protected] “A liberdade literária é filha da liberdade política. Eis- nos libertos da velha forma social; e como não nos libertaríamos da velha forma poética? A um novo povo, uma nova arte.” V.HUGO 1° fase: Independência do Brasil 2° fase: Egocentrismo 3° fase: Movimento abolocionista Poesia Hugoniana Poesia Liberal Poesia Abolicionista Poesia Concondeira Naterceira fase do movimento romântico, o Brasil já se encontra em outro contexto social e histórico. É o momento em que os republicanos querem acabar com a monarquia e o movimento abolicionista ganha força entre os intelectuais. Por isso, a terceira fase do Romantismo também é conhecida como geração condoreira, pois o condor é uma ave que, voando muito alto, representa o desejo de renovação da sociedade brasileira. Na verdade, a terceira geração romântica questiona a ideologia da primeira geração. É que os escritores da primeira fase do nosso Romantismo,representam o povo brasileiro como resultado da união de duas etnias: o branco europeu e o índio – mas deixa o negro de fora desse projeto nacionalista-literário. Afinal, numa sociedade escravocrata, transformar o negro em herói seria uma grande contradição. Caractéristicas Erotismo Pecado Liberdade Abolicionismo Realidade social Negação do amor platônico Principais autores Castro Alves Sousa Andrade Tobias Barreto de Meneses Joaquim Nabuco Sílvio Romero Castro Alves 1847-1871 Escritor baiano de maior destaque da terceira geração romântica, Castro Alves, chamado de "Poeta dos Escravos” apresenta uma poesia dividida em duas temáticas: a poesia social e a poesia lírico-amorosa. Dentre elas podemos destacar: Vozes D'África: Navio Negreiro (1869), Espumas Flutuantes (1870), A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883) Sousa Andrade 1833-1902 Mais conhecido por Sousândrade, Joaquim de Sousa Andrade foi um escritor e poeta maranhense muito influente da literatura brasileira. Em 1857, publicou seu primeiro livro de poesia “Harpas Selvagens”(1857). Sua obra mais destacada é o poema narrativo: O Guesa (1871) baseado na lenda indígena Guesa Errante. Tobias Barreto (1839-1889) Tobias Barreto foi poeta, filósofo e crítico brasileiro, notável pelos seus poemas românticos com grande influência do escritor Victor-Marie Hugo (1802-1885). Suas obras: Glosa (1864), Amar (1866), O Gênio da Humanidade (1866), A Escravidão (1868). Joaquim Nabuco (1849-1910) Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Nabuco foi um poeta, jornalista, diplomata, orador, político e historiador brasileiro. Os principais temas de sua obra: abolição da escravatura e liberdade religiosa. Suas obras:Abolicionismo (1883), Escravos (1886), Minha formação (1900). Silvio Romero ( 1851-1914) Silvio Romero, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras foi um crítico literário, poeta, ensaísta, historiador, filósofo, professor e político brasileiro. Possui uma vasta obra nas áreas: filosofia, política, sociologia, literatura, folclore, etnologia, direito, poesia, cultura Popular e história. Destacamse: A poesia contemporânea (1869), Cantos do fim do século (1878), Últimos harpejos (1883). “'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar - dourada borboleta; E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta. 'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, - Constelações do líquido tesouro... 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas... • Castro Alves A canção do africano Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão ... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra não o escutar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! "0 sol faz lá tudo em fogo, Faz em brasa toda a areia; Ninguém sabe como é belo Ver de tarde a papa-ceia! "Aquelas terras tão grandes, Tão compridas como o mar, Com suas poucas palmeiras Dão vontade de pensar ... "Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro". O escravo então foi deitarse, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse, coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá-lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio do sono, De seus braços arrancá-lo! Castro Alves. O escravo calou a fala, Porque na úmida sala O fogo estava a apagar; E a escrava acabou seu canto, Pra não acordar com o pranto O seu filhinho a sonhar!