Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Engenharia Sistemas de Controle 1 Cap3 – Modelagem no Domínio do Tempo Prof. Dr. Marcos Lajovic Carneiro Sistemas de Controle 1 Prof. Dr. Marcos Lajovic Carneiro 3. Modelagem no Domínio do Tempo 3.1 Introdução 3.2 Algumas Observações 3.3 A Representação Geral no Espaço dos Estados 3.4 Aplicando a Representação no Espaço dos Estados 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço dos Estados 3.6 Convertendo do Espaço dos Estados para a Função de Transferência 3.7 Linearização 3.1 Introdução • Abordagens para análise e projeto de sistemas de controle com retroação: – Técnica clássica, ou no domínio da frequência • Vantagens • Simplifica os cálculos Substitui equação diferencial por uma equação algébrica • Simplifica a modelagem modelagem de subsistemas interconectados. • • Desvantagens Aplicabilidade limitada Apenas para sistemas lineares e invariantes no tempo Aproximações para esses sistemas Os novos avanços e requisitos de sistemas de controle tornaram esse tipo de modelagem inadequada – Abordagem no Espaço dos Estados (ou abordagem moderna ou no domínio do tempo) • Vantagens • Representa também sistemas não lineares (dotados de folga, saturação e zona morta) • Representa sistemas variantes no tempo (mísseis com níveis de fluído variável) • Manipula de forma adequada sistemas com condições iniciais não nulas • Manipula sistemas com múltiplas entradas e saídas • Desvantagens • Não é muito intuitiva • Muitos cálculos antes que a interpretação física do modelo se torne aparente * Abordagem do livro é limitada a modelos lineares e invariantes no tempo ou que possam ser linearizados. Abordagem aprofundada é assunto para cursos de pós-graduação. 3 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 1: Considere que existe uma corrente inicial i(0). 1. Selecionando i(t) para ser variável de estado: – Equação da malha: Equação de Estado – Aplicando a Transformada de Laplace: – Admitindo que a entrada v(t) seja um degrau unitário u(t): Transf. De Laplace para o degrau unitário Isolando I(s) Inversa de Laplace 4 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 1: Sabendo i(t) e v(t) é possível calcular os valores de todas variáveis possíveis do circuito (ou de todos estados possíveis) 2. Resolvendo algebricamente todas as outras variáveis do circuito em termos de i(t) e v(t): Resistor: Indutor: Derivada da corrente: 5 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 1: • Representação no espaço dos estados para o circuito RL: Equação de estado Representação no espaço de estados • Equações de saída A equação de estado utilizada não é única, ela poderia ter sido escrita em função de 𝒗 qualquer outra variável do circuito. Exemplo: 𝒊 = 𝑹 𝑹 Equação de Estado 6 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 2: • • Representação no espaço dos estados para o circuito RLC: Circuito de segunda ordem – 2 equações diferenciais de primeira ordem – 2 variáveis de estado: i(t) e q(t) Equações de Estado 2 equações diferenciais de primeira ordem e linearmente independentes 7 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 2: • Calculando as outras variáveis do circuito: Tensão no indutor: • Combinação linear das variáveis de estado: i(t) e q(t) Representação no espaço dos estados: Equações de estado Representação no espaço de estados Essa representação não é única Equação de saída 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Exemplo 2: • Outra possível escolha de variáveis de estado: – Tensão no resistor: – Tensão no capacitor: Equações de estado Restrição para escolha de variáveis de estado: Nenhuma das variáveis de estado pode ser representada como uma combinação linear das outras variáveis de estado. 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Representação matricial: Equações de estado Logo: 3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados • Representação matricial: Equação de saída Logo: Representação no espaço de estados 3.2 Algumas Observações Exemplo de modelagem no espaço dos estados • Forma de abordagem: 1. Selecionar subconjunto particular de todas as variáveis do sistema para serem as variáveis de estado. 2. Para um sistema de ordem n, escrever n equações diferenciais de primeira ordem, simultâneas em termos das variáveis de estado. 3. Conhecendo os valores das variáveis de estado para a condição inicial t0 e para t>t0 é possível calcular seus valores para outros momentos t1>t0. 4. Equação de saída: combinação algébrica das variáveis de estado com a entrada. 5. Representação do sistema no espaço dos estados: equações de estado + equações de saída. 12 3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Representação no espaço de estados Exemplos: Descrição das variáveis 13 3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Definições: Combinação linear Independência linear Diz-se que um conjunto de variáveis é linearmente independente se nenhuma das variáveis puder ser escrita como uma combinação linear das outras Variável de sistema Qualquer variável que responda a uma entrada ou a condições iniciais em um sistema Variáveis de estado O menor conjunto linearmente independente de variáveis de sistema Exemplo: i(t) e q(t) 3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Definições: Vetor de estado Um vetor cujos elementos são as variáveis de estado Espaço de estados O espaço n-dimensional cujos eixos são as variáveis de estado Equações de estado Um conjunto de n equações diferenciais de primeira ordem, simultâneas, com n variáveis, onde as n variáveis a serem resolvidas são as variáveis de estado Equação de saída A equação algébrica que exprime as variáveis de saída de um sistema como combinações lineares das variáveis de estado e das entradas 3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Exemplo de representação geral: Sistema de segunda ordem, linear, invariante no tempo, com uma entrada v(t) Se houver uma única saída: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 1 Nomear as correntes de todos os ramos do circuito 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 2 Selecionar as variáveis de estado escrevendo a equação da derivada relativa a todos os elementos armazenadores de energia Variáveis de Estado: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Nó 1 Passo 3 Aplicar a teoria de circuitos, como as leis de Kirchhoff das tensões e das correntes, para obter 𝑖𝑐 e 𝑣𝐿 em termos das variáveis de estado, 𝑣𝑐 e 𝑖𝐿 Equação no nó 1: Equação na malha externa: −𝑣 𝑡 + 𝑣𝐿 + 𝑣𝐶 = 0 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 4 Obter as equações de estado: Passo 5 Obter a equação de saída: equações de estado 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Representação no espaço dos estados 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados * Observa-se que esse circuito possui uma fonte de corrente dependente de tensão. 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 1 Nomear as correntes de todos os ramos do circuito 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 2 Selecionar as variáveis de estado escrevendo a equação da derivada relativa a todos os elementos armazenadores de energia Variáveis de estado 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 3 Aplicar a teoria de circuitos, como as leis de Kirchhoff das tensões e das correntes, para obter 𝑖𝑐 e 𝑣𝐿 em termos das variáveis de estado, 𝑣𝑐 e 𝑖𝐿 LKC no nó 1: LKT na malha com L e C: Corrente em R2: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Montando o sistema: Resolvendo por Cramer: (1 − 4𝑅2 ) 1 − 𝑅1 −𝑅2 −1 𝑣𝑐 𝑣𝐿 = 𝑖𝐶 𝑖𝐿 − 𝑖(𝑡) 𝑣𝑐 −𝑅2 𝑖 − 𝑖(𝑡) −1 𝑣𝐿 = 𝐿 (1 − 4𝑅2 ) −𝑅2 1 − −1 𝑅1 (1 − 4𝑅2 ) 𝑣𝑐 1 − 𝑖𝐿 − 𝑖(𝑡) 𝑅1 𝑖𝐶 = (1 − 4𝑅2 ) −𝑅2 1 − −1 𝑅1 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 4 Obter as equações de estado: Equações de estado: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 5 Obter a equação de saída: Equações de saída na forma matricial: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Escrever equações no domínio da transformada de Laplace por inspeção e em seguida aplicar a transformada inversa. Equações de movimento: 𝑠 2 𝑀1 + 𝑠𝐷 + 𝐾 𝑋1 𝑠 − 𝐾𝑋2 = 0 −𝐾𝑋1 + 𝑠 2 𝑀2 + 𝐾 𝑋2 𝑠 = 𝐹(𝑠) 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Fazer a relação entre movimento e velocidade: Escolher as variáveis de estado: 𝑥1 , 𝑣1 , 𝑥2 𝑒 𝑣2 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Organizando equações de estado: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Escrevendo na forma matricial: 3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Se a saída do sistema for 𝑥2 então a equação da saída será: 𝑦 = 0010 𝒙 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 1) Transformar função de transferência em equação diferencial. Multiplicar cruzado Aplicar Transformada Inversa de Laplace considerando condições iniciais nulas: 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 2) Selecionar conjunto de variáveis de estado variáveis de fase Variáveis de fase Nas variáveis de fase temos que cada variável de estado subsequente é a derivada da variável de estado anterior. 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 3) Derivar variáveis de fase para encontrar 𝑐ഺ Variáveis de fase Derivadas das variáveis de fase ഺ 𝒄 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados ഺ 𝒄 4) Organizando o sistema 5) Montando matrizes