Editorial - Revista Inquietude

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Editorial
Com alegria e renovado entusiasmo apresentamos aos nossos
leitores o segundo número da Revista Inquietude, um projeto acadêmico
e editorial dos estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação em
Filosofia da UFG. Os artigos que compõem a primeira seção abordam
temas de ontologia e política, à luz de diálogos com o pensamento de
Heidegger e Foucault. Dois artigos revisitam o pensamento de Heidegger.
Ambos partem de Ser e tempo. Um deles trata de princípios essenciais à
compreensão da ontologia heideggeriana. Para tanto, percorre a definição
existencial do cuidado (Sorge) como princípio de unidade de todo Ser-nomundo. O outro recoloca o problema do tempo, a partir da compreensão
de John Sallis da Temporalität, de sua possível singularidade e da abertura
ontológica que possibilita pensar, a partir de Heidegger, o tempo como
um outro tempo. A seção de artigos se completa com a análise das práticas
de governo, à luz de uma abordagem genealógica, inserindo-se no campo
das pesquisas contemporâneas em torno a Foucault e à biopolítica.
“A filosofia e o seu ensino” é o tema do Dossiê, objeto da segunda
seção. Trata-se de uma série de entrevistas realizadas no primeiro semestre
de 2010, pelos alunos da licenciatura em filosofia da UFG, na disciplina
Didática e Prática como Componente Curricular em Filosofia III. O tema do
dossiê está na ordem do dia, já que coincide, por um lado, com uma
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Editorial
série de acontecimentos dignos de nota (encontros nacionais, fóruns
regionais, pesquisas e publicações...) ligados à intensa mobilização política
da comunidade filosófica brasileira que, nos últimos trinta anos, travaram
grandes batalhas pelo retorno da disciplina ao currículo da educação
básica. Por outro lado, as inquietações e preocupações que alunos e
professores revelam nessas entrevistas estão em sintonia com este tempo
em que começa a se adensar no Brasil o interesse pela investigação deste
tema problemático: o ensino da filosofia na educação básica, o que implica
discutir, também, o ensino da filosofia na universidade.
Se, tal como pensamos, a aprendizagem da filosofia pode fazer
uma diferença significativa na formação dos jovens e contribuir para
gerar uma atitude propriamente filosófica em relação ao pensamento e à
vida, nos nossos dias, porém, muitos são os desafios a serem enfrentados
para que a aprendizagem da filosofia possa vir a fazer sentido, de fato,
para os alunos. Isto porque, boas aulas de filosofia dependem de uma
boa formação filosófica do professor. Assim, a obrigatoriedade do ensino
da filosofia na educação básica, por si só não garante que a presença da
filosofia no currículo do ensino médio seja um diferencial importante
na formação dos alunos. Daí a urgência de pensar o tema em pauta e o
desafio de qualificar a formação de estudantes de filosofia que optaram
pelo magistério, e é nessa direção que esse dossiê pretende contribuir.
A terceira seção é dedicada à tradução feita pelo editor de
Inquietude, professor Adriano Correia, de um importante debate travado
com Hannah Arendt em um congresso realizado no Canadá, em 1972.
Muito nos alegra publicar um trabalho sobre Hannah Arendt que, até
então, era desconhecido do leitor brasileiro, pela falta da tradução em
língua portuguesa. O texto, publicado originalmente com o título “On
Hannah Arendt”, compõe a coletânea organizada por M. A. Hill: The
Recovery of the Public World, editada pela St. Martin’s Press/Nova York, em
1979. Publicamos, por fim, na última seção, os resumos das monografias
defendidas pelos alunos de graduação (bacharelado) em Filosofia da
UFG, no 2º semestre de 2009 e no 1º semestre de 2010. Com a divulgação
Inquietude, Goiânia, vol. 1, n° 2, ago/dez - 2010.
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desses trabalhos, cumprimos um de nossos propósitos: dar visibilidade
aos estudos e pesquisas dos estudantes de filosofia que concluíram seus
estudos de graduação.
Para finalizar, agradecemos ao Conselho Editorial da Revista e, em
especial, aos professores que compuseram a comissão de avaliação dos
artigos aqui publicados. Agradecemos aos autores que nos submeteram
seus trabalhos, pela confiança. Àqueles que não tiveram seus textos
selecionados, esperamos continuar contando com a colaboração nas
edições futuras. Agradecemos, por fim, o apoio e o incentivo do conselho
diretor da Faculdade de Filosofia e do colegiado do Mestrado em Filosofia,
às atividades da Revista.
Com as palavras ‘alegria’ e ‘entusiasmo’ iniciamos a escrita deste
editorial. Repetimo-las, para registrar o fato de que, a edição deste segundo
número coincide com a renovação da equipe editorial da Revista. Assim,
se é com muita alegria que agradecemos a colaboração inestimável dos
estudantes que compuseram a equipe de criação de Inquietude: Andressa
Souto, Júlia Sebba Ramalho e Pedro Henrique Labaig, é com renovado
entusiasmo que damos as boas vindas aos “novos” estudantes que passam
a integrar a equipe editorial da Revista: Aelton Leonardo Santos Barbosa
(pós-graduação); Caius Brandão (graduação) e Igor Vinícius Basílio Nunes
(pós-graduação). Sejam bem vindos! Que a renovação da equipe editorial
seja fonte de inspiração para que continuemos a construção coletiva de
editar uma revista aberta ao exercício criativo do pensamento.
Os Editores
www.inquietude.org
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