O Sistema Endócrino

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O Si ste ma En dó cri n o 1
O Sistema Endócrino é formado pelas glândulas endócrinas, responsáveis pela secreção de hormônios (do grego hormon,
significa estimular). Dessa forma, os hormônios são secretados na corrente sangüínea, estimulando ou também inibindo
células-alvo, através da combinação com um receptor de membrana, como no esquema abaixo.
Em nosso corpo, além das glândulas endócrinas, encontramos outros dois tipos de glândulas. As glândulas exócrinas lançam
suas secreções para fora do organismo ou em cavidades de órgãos. Já as glândulas mistas apresentam funções endócrinas e
exócrinas.
Se os hormônios endócrinos são lançados na corrente sangüínea e reconhecidos em diferentes regiões do organismo, é
possível perceber que eles integram as partes do nosso corpo. Assim, “avisam” para um órgão que é hora de secretar uma
substância, aumentar a reabsorção de água ou se contrair mais rapidamente, ações que dependem do funcionamento das
diversas regiões. Veremos, então, como essa regulação é feita...
Para começar, é importante lembrar que o Sistema Endócrino não é o único a desempenhar essa função integradora. Como
vocês já sabem, o Sistema Nervoso também tem esse papel. E esses sistemas não só conectam as diversas regiões do
organismo, como se conectam entre si.
Compondo o Sistema Nervoso, encontramos o hipotálamo. Esse órgão é formado pelas chamadas células neurossecretoras,
neurônios liberadores de hormônios. Você consegue imaginar? Pois esses neurônios se conectam à hipófise, uma glândula do
Sistema Endócrino, lançando seus hormônios através dela. Além disso, o hipotálamo regula suas secreções, fazendo com que
parte da atividade do Sistema Endócrino esteja vinculada à do Sistema Nervoso.
A hipófise, por sua vez, é também chamada de glândula mestra, já que alguns de seus hormônios regulam outras glândulas. Ela
é dividida em duas regiões: adeno-hipófise e neuro-hipófise. Essa divisão ocorre porque, na verdade, a neuro-hipófise é uma
extensão do hipotálamo e tem, portanto, origem nervosa.
Quanto aos hormônios, a hipófise nos dá uma boa lista, mas muitos nomes são intuitivos. A adeno-hipófise secreta o
hormônio de crescimento ou somatotrófico (GH ou SH), estimulante da síntese de proteínas e crescimento de músculos e
ossos; a prolactina, que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias; o hormônio tireotrófico (TSH), regulador da
atividade da glândula tireóide; o hormônio adrenocorticotrófico, que regula a atividade do córtex das glândulas supra-renais e
os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) ou hormônios gonadotróficos, atuantes nas gônadas
femininas (ovários) ou masculinas (testículos).
A neuro-hipófise secreta uma quantidade de hormônios menor. Dentre eles estão a ocitocina, responsável por acelerar as
contrações uterinas e promover a expulsão do leite e o hormônio antidiurético, que estimula a reabsorção de água nos rins.
Lembrando que esses hormônios são originados no hipotálamo, além de regular indiretamente a atividade de glândulas como a
tireóide, supra-renal e das gônadas (via regulação da hipófise) ele ainda regula o volume de urina, através do antidiurético. Com
tantos hormônios importantes, o esquema a seguir, retirado de César e Sezar, pode ser bom para relembrar.
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Material didático produzido por Tatiana Hessab, aluna do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFRJ, durante suas atividades
de Prática de Ensino em 2007, sob a supervisão das professoras Isabel Lima (Colégio de Aplicação da UFRJ) e Marcia Serra Ferreira
(Faculdade de Educação da UFRJ). Ilustrações feitas por Itajaci Rogério Araújo Amaral, aluno do curso de Licenciatura em Educação
Artística da UFRJ. Disponível no sítio eletrônico www.projetofundao.ufrj.br/biologia
Além da hipófise, nosso organismo possui outras glândulas, como a tireóide, responsável pela produção de três hormônios: a
triiodotironina (T3), a tetraiodotironina ou tiroxina (T4) e a calcitonina. E embora grandes, os dois primeiros nomes nos
ajudam a pensar na composição química, não é mesmo? Observações a parte, eles atuam aumentando a respiração das células
e a atividade do organismo (metabolismo) e a calcitonina diminui a quantidade de cálcio no sangue.
Prosseguindo com as glândulas, aderidas à tireóide, encontramos ainda as paratireóides, glândulas produtoras do
paratormônio. Esse hormônio aumenta o nível de cálcio no sangue, realizando o efeito inverso ao da calcitonina, visto
anteriormente.
O exemplo acima ilustra a chamada retroalimentação – ou feedback – que regula a secreção dos nossos diversos hormônios. E,
com o auxílio do esquema dado, você já pode compreender os mecanismos de regulação do organismo.
calcitonina
2+
Ca
(sangue)
Ca 2+
(sangue)
paratormônio
Associadas à falta ou ao excesso desses diversos hormônios, podemos nos deparar com diferentes situações. Vocês agora vão
analisar uma delas, discutir em grupo e apresentar para a turma. Como cada grupo está responsável por uma situação, é
importante que vocês prestem atenção nos demais grupos para não ficarem sem parte da matéria. Essa folha auxiliará na
elaboração da resposta.
Situação 1 – Joana tinha uma dieta pobre em iodo e isso causou um inchaço em seu pescoço conhecido como bócio. Agora
que vocês aprenderam sobre os hormônios, expliquem a causa dessa enfermidade relacionando-a à localização da glândula e à
composição dos seus hormônios. Vocês ainda devem comentar outras características que possam estar relacionadas.
Situação 2 – Eduardo se julgava baixo perto das outras pessoas de sua idade. Resolveu, então, pedir orientação ao médico,
que, após exames, recomendou o uso de um hormônio. Pensando em aumentar a eficiência, ele ingeriu uma quantidade maior
do que a prescrita. Após estudar o Sistema Endócrino, explique que hormônio é esse, comentando o local de produção e quais
podem ser as conseqüências de seu uso indiscriminado.
Situação 3 – Ricardo acordou com a boca ressecada e com sede. Na noite anterior, havia bebido com alguns amigos. Com
base no que aprenderam sobre hormônios, vocês devem explicar detalhadamente a causa dessas sensações, apontando o local
de produção, secreção e atuação do hormônio envolvido.
Situação 4 – Durante o parto, Manoela teve problemas de contração. O médico, então, administrou um soro contendo uma
substância para auxiliar o nascimento do bebê. Baseado no que aprenderam, vocês devem explicar qual é a substância, onde é
produzida, secretada e como é a sua atuação. Devem relacionar a função à situação proposta, sem esquecer outras possíveis
funções.
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