título: cuidados de enfermagem na identificação das manifestações

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TÍTULO: CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA IDENTIFICAÇÃO DAS
MANIFESTAÇÕES DO ZIKA VÍRUS, PROPONDO MEDIDAS DE PREVENÇÃO E
DE ASSISTÊNCIA ÀS GESTANTES COM O ZIKV.
FERREIRA; Ana Cláudia da Silva1
ALBUQUERQUE; Flaviane1
FILHO; Sérgio Luiz da Rocha Gomes2
SOUZA; Tatianny de Assis Freitas2
ZANFORLIN; Deborah Maria Landim2
RESUMO:
No segundo semestre de 2014, uma nova doença febril foi registrada no Nordeste brasileiro.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Zika vírus (ZIKV) é uma doença viral aguda,
transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, caracterizada por exantema
maculopapular pruriginoso, febre intermitente, mialgia, cefaleia, entre outros. Este estudo
pretende identificar e levar informações sobre a sintomatologia clínica da doença como
contribuir no acolhimento em forma de prevenção e assistencial. Este estudo foi planejado
tendo os seguintes objetivos: identificar as manifestações do ZIKV, propondo medidas de
prevenção e de assistência pela enfermagem às gestantes com o Zika Vírus. Realizou-se
levantamento bibliográfico, por meio de consulta eletrônica, utilizando dados do Ministério da
Saúde. Identificou-se que as manifestações clínicas do ZIKV podem ser confundidas com os
sintomas da gripe e que a maioria dos casos apresenta períodos assintomáticos. Por este
motivo, para o enfermeiro que é o profissional da atenção primaria que tem mais contato com
as gestantes, fica o dever de rastrear e identificar todo e qualquer caso suspeito de ZIKV em
gestantes.
PALAVRAS-CHAVE: Zika Vírus; Gestação; Enfermagem.
ABSTRACT:
1
Aluna de Graduação do 5º período de Enfermagem do UNIFAVIP – DeVry Brasil.
Aluno de Graduação do 5º período de Enfermagem do UNIFAVIP – DeVry Brasil.
2
Docente do UNIFAVIP – DeVry Brasil. Doutor em Biologia Aplicada à Saúde. UFPE
2
Docente do UNIFAVIP – DeVry Brasil. Doutora em Biologia. UFPE
2
Docente do UNIFAVIP – DeVry Brasil. Mestre em Biologia Aplicada à Saúde. UFPE
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2
In the second half of 2014, a new febrile illness was registered in northeastern Brazil.
According to the Ministry of Health (MOH), the Zika virus (ZIKV) is an acute viral disease
mainly transmitted by the mosquito Aedes aegypti, characterized by maculopapular rash
pruritic, intermittent fever, myalgia, headache, among others. This study aims to identify and
bring information about the clinical symptoms of the disease and contribute to the host in the
form of prevention and care. This study had the following objectives: to identify the
manifestations of ZIKV proposing preventive measures and assistance for nursing to pregnant
women with Zika virus. It conducted literature through electronic consultation, using Ministry
of Health data. It was found that the clinical manifestations of ZIKV can be confused with flu
symptoms and most patients present asymptomatic periods. For this reason, for the nurse who
is the professional primary care that has more contact with pregnant women, it is the duty to
track and identify each and every suspected case of ZIKV in pregnant women.
KEYWORDS: Zika Virus; Gestation; Nursing.
1. INTRODUÇÃO
No segundo semestre de 2014, uma nova doença febril foi registrada em alguns
lugares do Nordeste. Os sintomas dessa doença não preenchiam os critérios para uma doença
exantemática clássica, como por exemplo, o sarampo, a rubéola, a escarlatina ou exantema
súbito. Mesmo a região Nordeste sendo uma área endêmica para o vírus da dengue (DENV),
algumas avaliações sorológicas para o DENV foram negativas (LUZ, 2015).
Os casos suspeitos estavam nas cidades de Natal, capital do Rio Grande do Norte, e
Recife, capital de Pernambuco, entre outras localidades. Após grande investigação desses
casos, foi confirmada a circulação do vírus Zika (ZIKV) nessa região do país, registrada nas
primeiras publicações sobre sua ocorrência no Rio Grande do Norte e na Bahia (LUZ, 2015).
O Zika Vírus é um flavivírus (família Flaviviridae) que foi isolado em macacos
Rhesus em Uganda na África, em 1947. Sua transmissão se dá pelo vetor Aedes aegypti que
transmite também o vírus da febre amarela (VFA) e o vírus da dengue, e atualmente tem sido
responsável, por uma arbovirose emergente no mundo inteiro. Em 2007, foram encontrados e
diagnósticados casos também no continente asiático e na Polinésia Francesa, como também
em vários países da Oceania (LUZ, 2015).
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O Ministério da Saúde relata que, o Zika vírus é transmitido principalmente por
mosquitos, tais como Aedes aegypti, e que sua sintomatologia pode ser caracterizada por
exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta
e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas
geralmente desaparecem cerca de 3-7 dias (Portal da Saúde; Ministério da Saúde, 2015).
Desde o surgimento desta virose, médicos infectologistas dedicaram-se e contribuíram
à investigação da inédita epidemia. Em maio de 2015, a Organização Pan-Americana da
Saúde emitiu uma nota a respeito do risco da forma de contágio do vírus Zika (ZIKV) entre
algumas cidades nordestinas: casos autóctones atribuídos à cepa asiática do ZIKV,
provavelmente trazida ao Brasil por turistas durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014,
foram confirmados laboratorialmente, alertando para o potencial de difusão global do vírus,
de maneira semelhante ao DENV e CHIKV (LUZ, 2015).
No Nordeste brasileiro, pode-se inferir que a incidência dessa infecção está altamente
relacionada à proliferação vetorial e, consequentemente, às condições sanitárias do local. No
entanto, apesar da aparente benignidade da doença, mais recentemente na Polinésia Francesa
e no Brasil, quadros mais severos têm sido comumente registrados, como a síndrome de
Guillan Barré e a microcefalia, o que mostra quão pouco conhecida ainda é essa doença
(VASCONCELOS, 2015).
No dia 28 de novembro de 2015, foi divulgada pelo Ministério da Saúde a confirmação da
presença do Zika vírus em sangue e tecidos de um bebê com microcefalia no Ceará. Esse
dado, junto à identificação do vírus no líquido amniótico de duas gestantes com fetos
microcefálicos e no líquido cefalorraquidiano de recém-nascidos microcefálicos, reforçou a
relação causal da infecção pelo Zika vírus com a microcefalia. Casos esses, que vem tornando
o processo gestacional angustiante e traumático para as gestantes e seus acompanhantes.
Diante dos relatos, sabe-se que, se no 1º trimestre de gestação a gestante for infectada
pelo ZIKV, o bebê corre risco de desenvolver a microcefalia. E é de acordo com esses casos
que este estudo pretende identificar e levar informações sobre as manifestações clínicas da
doença como contribuir precocemente no acolhimento em forma de prevenção e assistencial.
(Protocolo SDS/ES, 2015)
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Realizou-se levantamento bibliográfico nos meses abril e maio de 2016, por meio de
consulta eletrônica através de portais como Scielo, Google Acadêmico e portais do Ministério
da Saúde. Para esta pesquisa, foram utilizadas oito fontes entre artigos e portais oficiais de
saúde. Foram utilizados como critérios de inclusão artigos do ano de 2015 a 2016 e exclusão
artigos que fugiam do tema proposto.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Identificou-se que as manifestações clínicas do ZIKV podem ser comumente
confundidas com outras patologias febris como gripe, dengue e chikungunya e que a maioria
dos casos apresentam períodos assintomáticos, grande maioria dos pacientes apresentam
sintomas leves e não procuram atendimento médico, soma-se à indisponibilidade de testes
diagnósticos específicos nas unidades hospitalares, contribuindo assim para a subnotificação
dos casos e desconhecimento da real situação epidemiológica do vírus Zika. Por este motivo,
para o enfermeiro que é o profissional da atenção primaria que tem mais contato com a
população em geral e em especial às gestantes, fica o dever de rastrear e identificar todo e
qualquer caso suspeito de ZIKV. (VIEIRA, 2015.)
O enfermeiro deverá ter uma abordagem sistemática a fim de obter ênfase na identificação
das gestantes com o Zika vírus. Devem-se considerar casos suspeitos para as gestantes de
Zika Vírus: Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda,
excluídas outras hipóteses de doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas. Para as
gestantes com suspeita de ZIKV o enfermeiro deverá solicitar, além dos exames rotineiros, o
exame laboratorial de sorologia para o ZIKV, a fim de confirmar ou descartar a doença. Se
confirmada a infecção pelo ZIKV o enfermeiro deverá encaminhar a gestante ao pré-natal de
alto risco (Protocolo SDS/ES, 2015).
O tratamento para o ZIKV é sintomático. Isso quer dizer que não há tratamento
específico para a doença, e somente para o alívio dos sintomas (CAVEIÃO, 2016).
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É importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do
perímetro cefálico e à idade gestacional, faz-se necessário que os casos suspeitos de
microcefalia potencialmente relacionada à infecção pelo vírus Zika e gestantes com exantema
sejam notificados imediatamente às autoridades de Saúde (Protocolo SDS/ES, 2015).
Tendo em vista o caráter inusitado e a magnitude ainda desconhecida desta doença a
prevenção ainda é a maneira mais eficaz que temos para evitar uma possível infecção. A
prevenção de o ZIKV estar indiscutivelmente na atenção primária, e por este motivo o
profissional de enfermagem é responsável por orientar todas as gestantes da unidade e
também a população em geral a adotar medidas profiláticas que possam reduzir a presença do
mosquito Aedes aegypti (Protocolo SDS/ES, 2015).
Medidas como Utilização de telas em janelas e portas, uso contínuo de roupas compridas:
calças, blusas e uso de mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis protegerem-se de picadas
de insetos utilizando repelentes e evitar horários e lugares com presença de mosquitos, para as
gestantes e mulheres em idade fértil esses cuidados tornam-se ainda mais indispensáveis.
(Biblioteca Virtual em Saúde – MS, 2015).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que estamos diante de uma doença inédita, potencialmente grave para
fetos durante a gestação e de proporções ainda não conhecidas, faz-se necessário que os
serviços de saúde se preparem para triar, diagnosticar, acompanhar e reabilitar a paciente
vítima de tal agravo. Assim como os profissionais devem estar capacitados e preparados para
trabalhar a proteção à saúde voltada a essa epidemia, bem como detectar mais precocemente
possível os casos, assim como garantir uma assistência de qualidade a gestante com ZIKV e
aos bebês com microcefalia.
Logo, é importante ressaltar a necessidade de melhorar o controle vetorial nos
municípios infestados com Aedes aegypti, já que somente essa espécie no Brasil está, até o
momento, associada à transmissão de três arboviroses, dengue, Chikungunya e Zika e,
também, o enorme desafio da vigilância epidemiológica em reconhecer precocemente as
novas áreas com transmissão para minimizar o impacto dessas doenças na população em
geral. O sucesso dessa medida exige uma ação integrada entre a União, os Estados, os
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Municípios e toda a sociedade brasileira. Agir como coadjuvante na proteção da gestante
devido a incidência de casos de infecção pelo vírus Zika impondo a intensificação do cuidado
da gestante durante o acompanhamento pré-natal, devido a uma possível associação com os
casos atuais de microcefalia em recém-nascidos diagnosticados no país, sendo o modo mais
importante de transmissão por meio da picada do mosquito Aedes aegypti.
5. REFERÊNCIAS
1. Kleber Giovanni Luz, Glauco Igor V. dos Santos, Renata de M. Vieira, Febre pelo
vírus
Zika.
Brasília,
out-dez,
2015.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222015000400785
Acesso em 20 de março de 2016.
2. Ministério da Saúde (BR). Secretária de Vigilância em Saúde. Protocolo de
vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo
vírus zika. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/09/Microcefalia--Protocolo-de-vigil--ncia-e-resposta---vers--o-1----09dez2015-8h.pdf Acesso em 20 de
março de 2016.
3. Doença pelo Zika: um novo problema emergente nas américas?. Revista Pan-amaz
Saúde,
Pará,
Brasil,
2015.
Disponível
em:
http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S217662232015000200001 Acesso em 22 de março de 2016.
4. Febre do Zika Vírus. Portal da Saúde; Ministério da Saúde, Brasília, 2015.
Disponível
em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/svs/zi
ka Acesso em 21 de março de 2016.
5. Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia. Portal da
Saúde;
Ministério
da
Saúde,
Brasília,
2015.
Disponível
em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21014ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-virus-zika-e-microcefalia Acesso em 26
de março de 2016.
6. CAVEIÃO, Cristiano; vírus zika suas complicações relacionadas à microcefalia e
guillain-barré. Caderno da escola de saúde. Curitiba, 2016. V.1 N.15: 3-6. Disponível
em:
http://revistas.unibrasil.com.br/cadernossaude/index.php/saude/article/viewFile/236/22
1 Acesso em 26 de março de 2016.
7. Vírus Zika – informações ao público; Biblioteca Virtual em Saúde; Ministério da
Saúde,
Brasília,
2016.
Disponível
em:
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http://combateaedes.saude.gov.br/images/conteudo/cartilha-informacoes-aopublico.pdf Acesso em 28 de março de 2016.
8. Secretaria Estadual de Saúde. Protocolo de assistência a gestantes com suspeita de
Zika Vírus e bebês com microcefalia. Vitória – ES, 2015-2016. Disponível em:
http://antigo.saude.es.gov.br/download/ZIKAPROTOCOLO.pdf Acesso em 28 de
março de 2016.
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