Exame Nacional de 2010 (2.a Fase) I II III IV 1. B 1. D 1. D 1. A 2. D 2. A 2. C 2. B 3. A 3. A 3. B 3. D 4. C 4. D 4. B 4. A 5. C 5. C 5. D 5. B V 1. Duas das alterações registadas na distribuição espacial da população residente em Portugal Continental, entre 1940 e 2001, foram: o aumento da concentração demográfica no litoral ocidental, sobretudo na faixa entre Viana do Castelo e Setúbal, com a consequente diminuição populacional no interior do país; e o aumento populacional no litoral algarvio. 2. A maior concentração demográfica na faixa litoral a norte de Setúbal, em 2001, deve-se a vários factores de que podemos destacar: a maior oferta de emprego, decorrente da maior concentração de actividades económicas; e as melhores vias de comunicação, tanto rodoviárias como ferroviárias, que se traduzem numa maior acessibilidade, o que, por sua vez, facilita a fixação de população e de empresas. 3. Para inverter a actual dinâmica demográfica registada no interior do país podem ser tomadas medidas que incentivem a fixação de actividades económicas, como, por exemplo, a discriminação positiva através de incentivos financeiros e fiscais às empresas que se fixem no interior e a dinamização dos serviços de apoio à população e das actividades turísticas ligadas à valorização do património histórico-cultural e ambiental, criando boas condições de vida e gerando emprego, o que promove a fixação de população. 4. O crescimento natural e o saldo migratório influenciam o crescimento efectivo da população residente num dado território. Em Portugal, o comportamento do saldo migratório teve particular importância para a evolução numérica da população nas décadas de 60 e 90, embora por sentidos inversos e com efectivos de saída e entrada de população também diferentes. Na década de 60, o crescimento efectivo começou por ser positivo, até porque o saldo natural era positivo, devido aos valores ainda relativamente elevados das taxas de natalidade e à descida das taxas de mortalidade. Porém, o elevado fluxo emigratório que se gerou desde a primeira metade destas década, constituído por emigrantes legais e clandestinos, e a fraquíssima expressão da imigração, originaram um saldo migratório negativo, com valores de tal expressão que nem o saldo natural positivo e relativamente elevado póde compensá-lo, pelo que se registou um crescimento efectivo negativo. Assim, no final dessa década, como o comprovou o Recenseamento de 1970, o número de residentes em Portugal diminuíra significativamente. A década de 90 iniciou-se com um crescimento efectivo negativo devido ao reduzido crescimento natural, embora positivo, e ao saldo migratório ainda negativo. Nos primeiros anos da década de 90, a imigração aumentou significativamente, pela continuação dos tradicionais fluxos de imigrantes provenientes das ex-colónias e, sobretudo, pela nova vaga de imigrantes com origem nos países do Leste Europeu, caídos numa grave crise económica desencadeada pela desagregação da URSS. Assim, o saldo migratório tornou-se positivo, o que, somado ao saldo natural também positivo, embora baixo, resultou num crescimento efectivo positivo, permitindo o aumento do número de residentes que, no Recenseamento de 2001, se verificou ter ultrapassado os dez milhões de habitantes. VI 1. A «expansão marítima» do porto de Sines torna-o mais eficaz e competitivo, uma vez que se traduz em diversas melhorias, de que são exemplos: a maior extensão da área de acostagem, o que pode incrementar o movimento de navios; e o melhor aproveitamento do facto de se localizar numa área de águas profundas, o que permite a acostagem de navios de maior dimensão e capacidade, promovendo a actividade de transhipment, uma das grandes potencialidades dos portos portugueses como portas de entrada de mercadorias na Europa. 2. O transporte de mercadorias em contentores tornou-se um dos factores de desenvolvimento do comércio internacional por facilitar o transbordo das mercadorias entre diferentes modos de transporte, além de permitir um melhor acondicionamento das mercadorias transportadas, o que se vai reflectir numa redução do custo e do tempo das operações de carga e de descarga. 3. A política comunitária de transportes privilegia o transporte de mercadorias por via marítima, essencialmente devido aos graves problemas de poluição ambiental e de congestionamento dos principais eixos, sobretudo na parte continental da chamada «banana europeia», provocados pelo aumento acentuado da utilização do transporte rodoviário de mercadorias. Assim, ao privilegiar a utilização do modo marítimo, a política comunitária de transportes visa, entre outros objectivos, promover a redução das emissões de gases poluentes e o descongestionamento da rede rodoviária. © Texto Editores, Lda. 4. O porto de Sines tem uma localização privilegiada para desempenhar funções de nível europeu, desde que sejam criadas e melhoradas as infraestruturas de ligação terrestre, sobretudo ferroviárias, às redes europeias. Assim, poderá funcionar como pólo dinamizador da economia regional, pois o seu desenvolvimento será atractivo para empresas de actividades portuárias e para outras que beneficiem da proximidade do porto. Estas induzirão o aparecimento de outras ligadas às necessidades de aquisição de bens e de serviços complementares da actividade do porto, como, por exemplo, bancos, companhias de seguros, hotelaria e restauração. A fixação de empresas induz o alargamento das redes de transporte e de distribuição de energia, água, telecomunicações, etc. e, além disso, eleva o nível de desenvolvimento da região e aumenta a oferta emprego. Tudo isto promove a fixação da população residente, evitando que os mais novos saiam da região, podendo atrair novos trabalhadores, o que se reflectirá no crescimento da população residente. Para a economia internacional, pode ser importante, sobretudo a nível europeu, pois o porto de Sines, com a sua componente petroquímica e com a possibilidade de receber gás liquefeito, permite a entrada de matérias-primas energéticas (petróleo, carvão e gás natural) de origens diversas, que diminuem a dependência energética da Europa relativamente à Rússia, indo de encontro ao objectivo de diversificar as fontes de fornecimento inscrito na política comunitária de energia. Ao mesmo tempo, contribui para a criação de reservas energéticas estratégicas, outro dos objectivos da referida política. Com a sua componente de tráfego de mercadorias contentorizadas e a possibilidade de atracagem de navios de grande dimensão, pode tornar-se também importante, a nível europeu e para a economia internacional, no que respeita ao comércio de mercadorias. Por tudo isto, o porto de Sines pode desempenhar um importante papel na afirmação geo-económica de Portugal a nível Europeu e Mundial, uma vez que poderá ser uma boa alternativa face aos grandes portos europeus, já muito congestionados, podendo também servir as rotas marítimas alternativas às do Mediterrâneo. Deste modo, o porto de Sines poderá dar o seu contributo para a economia nacional, tanto ao nível regional, como ao nível internacional, promovendo a internacionalização e a globalização da economia portuguesa. © Texto Editores, Lda.