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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904
TÍTULO: ELABORAÇÃO DE MODELO TRIDIMENSIONAL DO SISTEMA LINFÁTICO
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: MEDICINA
INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ
AUTOR(ES): DANIEL RENATO GONÇALVES DUARTE
ORIENTADOR(ES): JOSÉ MARCOS DOS REIS
ELABORAÇÃO DE MODELO TRIDIMENSIONAL DO SISTEMA LINFÁTICO
Daniel Renato Gonçalves Duarte1; José Marcos dos Reis2.
1. AcadêmicoFMIt. 2. Orientador e titular de anatomia da FMIt
1. INTRODUÇÃO
O sistema linfático consiste em um sistema paralelo ao circulatório constituído
por uma vasta rede de vasos que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido
tissular que não retornou aos capilares sangüíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à
circulação sangüínea.
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo.
Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em
dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da
parteinferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do
tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço
direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.1-2
A composição da linfa é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias,
apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os
linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos.3
O sistema é constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. Sendo, órgãos
linfáticos: tonsilas, baço, linfonodos (nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo
reticular linfóide: rico em linfócitos).2
As tonsilas palatinas produzem linfócitos. O timo, órgão linfático mais
desenvolvido no período pré-natal, involui desde o nascimento até a puberdade. Os
linfonodos ou nódulos linfáticos são órgãos linfáticos mais numerosos do organismo,
cuja função é a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter
como vírus e bactérias. Nos linfonodos há presença de linfócitos, macrófagos e
plasmócitos.3 A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias ou
substâncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que
se tornam dolorosos, formando a íngua.
O baço é um órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na
circulação sangüínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado.
Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem
microorganismos, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em
circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. O baço depura o
sangue e participa da resposta imune, reagindo a agentes infecciosos.4
O sistema linfático possui três funções interrelacionadas:
(1) Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais.
(2) Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema
circulatório.
(3) Produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de
anticorpos conhecidas como plasmócitos).4
A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos e macromoléculas que
as células produzem durante seu metabolismo, ou que não conseguem ser captadas
pelo sistema sanguíneo.
A linfa, produzida pelo excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos ao
espaço intersticial ou intercelular, é recolhida pelos capilares linfáticos que drenam
aosvasos linfáticos mais grossos até convergir em condutos que se esvaziam nas veias
subclávias,5 ela percorre o sistema linfático graças a contrações dos músculos, da
pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre
uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço
denominado edema. O sistema linfático não é fechado e não tem uma bomba central.
O enriquecimento da linfa originada nos vasos linfáticos do intestino delgado é
chamado de quimo. Os nutrientes que são recuperados pelo sistema circulatório são
processados pelo fígado, tendo passado através do sistema circulatório.
O sistema é foco de patologias significativamente incidentes, tais como a elefantíase,
o linfedema podendo também estar envolvido na disseminação de mestástase tumoral.
Sendo assim, tal região é de extrema importância no que tange a temática da educação
médica, uma vez que o estudo das estruturas linfáticas permite identificar o padrão
inicial de disseminação das neoplasias de origem epitelial, podendo ser utilizada por
outros tipos de tumor.
A disseminação linfática tumoral segue o percurso da drenagem linfática normal da
área do tumor primário, ocupando os linfonodos mais próximos e que recebem maior
número de vasos linfáticos aferentes. Exemplo disto é a disseminação linfática do
câncer de pulmão, que invade inicialmente os linfonodos mediastinais e, em seqüência,
os supraclaviculares e cervicais.6 O mesmo se verifica com o câncer de mama, que
invade inicialmente os linfonodos axilares homolaterais, só posteriormente estendo-se
aos de outras cadeias linfáticas supraclaviculares, infraclaviculares, cervicais,
mediastinais e axilar contralateral.7
O conhecimento do sistema linfático e de seu itinerário de drenagem permite
identificar os sítios metastáticos, porém, na atualidade, não há modelo anatômico 3-D
com custo acessível para auxiliar no ensino anatômico e fisiológico do sistema linfático.
2. OBJETIVOS
Objetiva-se, em linhas gerais, mostrar a possibilidade da criação do modelo de
representação8-12 das estruturas constituintes do sistema linfático de forma virtual para
uso em aplicações de computação gráfica na área médica.Atualmente as representações
são bidimensionais e carecem da elucidação das cadeias linfonodais de drenagem,
conforme evidenciado13 pela figura:
Imagem: CRUZ, Daniel. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
Enfatiza-se que o uso de imagens tridimensionais14-17 e relaciona a região com
funções através de uma abordagem lúdica, considerando o computador como uma
ferramenta para transmissão do conhecimento, para auxiliar professores e alunos quanto
à dificuldade de visão espacial de estruturas internas do corpo humano.
Poderá solucionar as carências de ordem didática pedagógica das disciplinas na área
biomédica em Instituições de Ensino Superior, com relação à falta de recursos.18
3. METODOLOGIA
Para efetuar a elaboração do modelo 3-D do sistema linfático será utilizado o
Software ‘InVesalius’, que é um software público para área de saúde que visa auxiliar o
diagnóstico e o planejamento cirúrgico.19
O programa foi desenvolvido pelo antigo CenPRA atual CTI(Centro de Tecnologia da
Informação Renato Archer), unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT),
através das linguagens de programação Python e C++. Atualmente opera em GNU
Linux (Ubuntu, Fedora e OpenSuse já foram testados) e Windows (XP e Vista), sendo
que é licenciado pela CC-GNU GPL (Licença Pública Geral) versão 2 (em português). 20
4. DESENVOLVIMENTO
Com o avanço dos processos de aquisição de imagens médicas, como a Tomografia
Computadorizada e Ressonância Magnética, é possível gerar imagens tridimensionais
de alta qualidade, que permitem a visualização, manipulação e análise detalhada de
diversas estruturas anatômicas e funcionais do corpo humano.
Incorporando a esse avanço técnicas computacionais para a análise de imagens, é
possível realizar a construção de modelos tridimensionais.
As imagens obtidas geralmente utilizam a tecnologia digital que obedece às normas
internacionais do padrão DICOM (Digital Imagingand Communications in Medicine).
Utilizando um programa de reconstrução 3D é possível transformar essas imagens
bidimensionais em um modelo tridimensional.
A partir de imagens em duas dimensões (2D) obtidas através de equipamentos de
tomografia computadorizada ou ressonância magnética presentes no banco de dados de
domínio público “Osirix Software Imaging”, será criado um modelo virtual em três
dimensões (3D) correspondentes às estruturas anatômicas sadias do sistema linfático.
O software usado tem demonstrado grande versatilidade e vem contribuindo com
diversas áreas dentre as quais medicina, odontologia, veterinária, arqueologia e
engenharia.
Observa-se, contudo uma falta de ambientes virtuais inteligentes voltados para o
ensino da Anatomia, nos cursos das áreas médicas e biomédicas, isto se deve ao alto
custo dos programas disponíveis no mercado, dificultando o acesso de alunos e
professores, sendo assim, objetivou-se o uso de programas de domínio público como os
acima citados.
5. RESULTADOS
Foram reconstruídas imagens tridimensionais de baixo custo das cadeias ganglionares
de cabeça,pescoço,membros e tronco.As mesmas apresentam bom padrão anatômico e
boa resolução.
Linfonodos cervicais profundos e cervicais superficiais:
Linfonodos inguinais profundos,inguinais superficiais e poplíteos:
Linfonodos ilíacos e linfonodos lombares:
Linfonodos axilares peitorais,pré-vertebrais,cisterna do quilo e ducto torácico:
Linfonodos axilares centrais e subescapulares,linfonodos cubitais e ducto linfático
direito:
Baço:
Cadeia Linfática completa:
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho elucidou alternativas para o problema da falta de peças anatômicas para o
ensino da Anatomia, com o desenvolvimento de ambientes virtuais, em espaço gráfico
de aparência realística, o qual permite a visão do sistema linfático humano em 3D,
proporcionando uma visão espacial das estruturas corporais internas.
Tal reconstrução permite mostrar como profissionais de diversas áreas (anatomistas,
radiologistas,
engenheiros,
físicos,
cientistas
da
computação,
matemáticos,
bioengenheiros, patologistas, antropologistas e educadores), podem interagir na
aplicação da computação gráfica na Medicina e na educação de uma forma geral, uma
vez que todos os cursos da área da saúde necessitam de tais modelos para o ensino de
suas disciplinas básicas.
7. FONTES CONSULTADAS
1. Levy JB, Seay TM, Tindall DJ, Hussmann DA. The effects of androgen
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on
phallic
androgen
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expression.J
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1996;156(2S)Supplement::775-9.
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3. Crawford BS. Buried penis.Br J PlastSurg 1977;30:96-9
4. Lee PA, Mazur P, Danish R, Amrhein J, Blizzard RM, Money J, et al. Micropenis:
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Metabolism.Philadelphia:JBLippincott, 1995:843-50.
8. Sabbatini RME - Microcomputadores e simulação no ensino. Tecnologia
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9. Sabbatini RME - Modelagem e simulação em microcomputadores. Documento 2 Computador na Educação. Anais do XVI Seminário Brasileiro de Tecnologia
Educacional, Porto Alegre, Pp. 12-14, 1984. p.2-21.
10. Sabbatini RME - Um curso de modelagem e simulação de sistemas fisiológicos em
computadores. Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Educação Médica. Campinas,
SP: Associação Brasileira de Educação Médica, p. 50, 1991. p. 3-12.
11. Sabbatini RME; Cardoso SHC - www-Based Laboratory Simulation in Medicine
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http://www.nib.unicamp.br/cursos/simulation/pointers.htm. Acesso: 10/02/2011.
12. Sabbatini RME. - Ensino de Fisiologia pela simulação de modelos fisiológicos e
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RevistaBrasileira de EngenhariaBiomédica. 2003;19:103–15. The Center for Human
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