Vírus: seres vivos ou seres não vivos?

Propaganda
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Reino Virus
Vírus é um micro-organismo que pode infectar outros organismos biológicos. Vírus são parasitas
obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente reproduzem-se pela invasão e
possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente referese às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o
termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (bactérias
e cianofíceas). Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico
(seja DNA ou RNA) cercada por alguma forma de cápsula protetora consistente de proteína, ou
proteína e lipídio. Das 1.739.600 espécies de seres vivos, os vírus representam 3.600 espécies.
O primeiro vírus a ser descoberto foi o do "mosaico do tabaco", após os trabalhos de Dimitri
Ivanovski e de Martinus Beijerinck.
Etimologia
A palavra vem do Latim e significa venenos. Actualmente é utilizada para descrever os vírus
biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma
parasitária, como idéias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou
víron é usada para se referir a uma única partícula viral.
Em Português, o plural do termo vírus é igual ao singular. As palavras em latim também aparentam
não possuir uma versão em plural. Virii poderia ser o plural da palavra virius, e viri era o plural da
palavra vir, que significa homem.
Estrutura viral
Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns
vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o
processo de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse
processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome
retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o
processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes
últimos vírus são designados de adenovírus.
Vírus tipicamente consistem de uma cápsula de proteína, uma estrutura proteinácea (o capsídeo)
que armazena e protege o material genético viral. O envelope, normalmente derivado da membrana
celular do hospedeiro anterior, envolve o capsídeo em alguns virus, enquanto noutros não existe,
sendo o capsídeo a estrutura mais externa. Ele protege o genoma viral contido nele e também
provém o mecanismo pelo qual o vírus invade seu próximo hospedeiro.
O capsídeo e o envelope viral
O capsídeo é formado por proteínas. Pode ter estrutura helical, icosaédrica e outras, e é geralmente
extremamente regular. Em muitos virus o capsídeo é a estrutura externa, noutros casos, existe o
envelope de estrutura bílipidica composto por fosfolípidos e algumas proteínas membranares,
semelhante às membranas celulares das células, de quem é "roubado". O capsídeo e o envelope
guardam o frágil ácido nucleico, DNA ou RNA.
Esta porção periférica possibilita ao vírus identificar as células que ele pode parasitar e, em certos
vírus, facilita a penetração nas mesmas.
Faculdade Anchieta 2009
1
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Os príons (ou priões), agentes sub-virais, não possuem ácido nucleico. São proteínas alteradas que
têm a capacidade de converter proteínas semelhantes mas não alteradas à sua configuração
insolúvel, precipitando em cristais que causam danos às células.
O genoma viral
Os vírus e agentes sub-virais possuem apenas pouco ácido nucleico, e até pouco tempo acreditavase que possuíam apenas um deles, ou DNA ou RNA, entretanto, descobriram-se vírus com DNA e
RNA, ao mesmo tempo (Os príons, agentes sub-virais, não possuem ácido nucleico algum),
diferente dos outros seres vivos, que possuem os dois (Claro que, o Protobionte tinha apenas RNA,
e é possivel que as nanobactérias também tenham apenas RNA, que nos outros seres vivos é
usado com o DNA para traduzir o código, mas acredita-se que o RNA também possa conter traços
genéticos).
É nesta porção central possuidora da informação genética, que estão contidas, em código, todas as
informações necessárias para produção de outros vírus iguais.
Vírus: seres vivos ou seres não vivos?
Um vírus seqüestra o mecanismo celular do seu hospedeiro para criar mais partículas de vírus por
forma a completar o seu ciclo de vida. Estes parasitas, a nível molecular, forçam as enzimas das
células parasitadas a trabalharem para formar novos vírus em vez dos próprios componentes que a
célula necessita.
Os vírus são entes naturais que nem podem ser considerados seres vivos nem seres não vivos, de
acordo com as definições mais comuns para estes conceitos. Podem reproduzir-se e mostrar
hereditariedade, mas são dependentes das complexas enzimas de seus hospedeiros, e podem ter
várias formas de ser tratados como moléculas ordinárias (por exemplo, eles podem ser
cristalizados).
São parasitas obrigatórios, e não possuem forma de reprodução independente de seus
hospedeiros. Da mesma forma que a maioria dos parasitas, eles têm um certo número de
hospedeiros específicos, algumas vezes específicos a apenas uma espécie (ou até mesmo
limitados a apenas um tipo de célula da espécie) e em outros casos, mais abrangente. Os vírus que
atacam as células animais não atacam as vegetais e vice-versa. No entanto, existem alguns vírus
vegetais que se multiplicam nas células de insectos, que os disseminam de uma planta para a
outra.
Quando estão fora do organismo do seu hospedeiro, cristalizam e comportam-se como qualquer
pedaço de matéria inanimada.
As origens
A origem dos vírus não é inteiramente clara, porém a explicação atualmente favorecida é que eles
sejam derivados de seus próprios hospedeiros, originando-se de elementos transferíveis como
plasmídeos ou transposons (elementos transponíveis, são segmentos de DNA que têm a
capacidade de mover-se e replicar-se dentro de um determinado genoma). Também tem sido
sugerido que eles possam representar micróbios extremamente reduzidos, que apareceram
separadamente no caldo primordial que deu origem às primeiras células, ou que as diferentes
variedades de vírus teriam tido origens diversas e independentes. Quando não estão se
reproduzindo, os vírus não manifestam nenhuma atividade vital: não crescem, não degradam nem
fabricam substâncias e não reagem a estímulos. No entanto, a sua capacidade reprodutiva é
assombrosa: um único vírus é capaz de produzir, em poucas horas, milhões de novos indivíduos.
Outras partículas infectantes que são tão simples estruturalmente quanto os vírus incluem os
viróides, virusóides, Satellite, Deltavirus (que na verdade são sattelites/viróides), e príons.
Faculdade Anchieta 2009
2
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Doenças humanas virais
Exemplos de doenças causadas por vírus incluem a caxumba, sarampo, hepatite, dengue,
poliomielite, febre amarela.Também há a gripe, que é causado por uma variedade de vírus; a
varicela ou catapora; varíola; meningite viral; AIDS, que é causada pelo HIV. Recentemente foi
mostrado que o câncer cervical é causado ao menos em partes pelo papilomavirus (que causa
papilomas, ou verrugas), representando a primeira evidência significante em humanos para uma
ligação entre câncer e agentes infectivos.
Prevenção e tratamento de doenças virais
Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As
mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para previnir as
infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os pacientes freqüentemente
pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das
causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a acção prudente é começar
com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se pelos resultados dos exames para
determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma infecção por vírus ou bactérias.
Principais viroses humanas: gripe, hepatite (A, B e C), caxumba, sarampo, varicela (catapora),
AIDS, raiva (hidrofobia), dengue, febre amarela, poliomelite (paralesia infantil), rubéola.
REINO MONERA
O reino Monera compreende todos os organismos unicelulares e procariontes, representados pelas
bactérias e pelas algas azuis ou cianofíceas.
Sendo procariontes, os moneras exibem uma estrutura celular relativamente simples. Ao contrário
do que ocorre com as células dos demais seres vivos, nos moneras não existe a carioteca ou
membrana delimitante do núcleo: assim, nos moneras não se verifica a presença de núcleo
individualizado. Além disso, as células desses organismos não possuem organelas membranosas,
como o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi, as mitocôndrias e os plastos.
Os tipos morfológicos de bactérias:
Quanto à morfologia (forma), as bactérias classificam-se basicamente em três categorias: cocos,
bacilos e espirilos.
Faculdade Anchieta 2009
3
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Cocos:
São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral,
situa-se entre 0,2 e 5 micra de diâmetro. Apresentam-se
isoladas ou formando colônias.
Segundo a quantidade de bactérias e sua disposição, as
colônias são classificadas em:
diplococos- colônia de dois cocos;
étrade- colônia de quatro cocos;
sarcina- colônia cúbica de oito ou mais cocos;
estreptococos- colônia de cocos em fileira;
pneumococos- colônia de dois cocos em forma de chama de
vela;
estafilococos- colônia de cocos dispostos em cacho;
gonococos- colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim).
Bacilos:
São bactérias em forma de bastonete, que medem, em
regra, de 1 a 15 micra.
Espirilos:
São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado.
Os espirilos propriamente ditos, formam filamentos
helicoidais. Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, causador
da cólera, são bactérias curtas, com espirais incompletas, e
têm a forma de vírgula.
Faculdade Anchieta 2009
4
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
A reprodução das bactérias
O principal tipo de reprodução nas bactérias é a reprodução assexuada,
que ocorre principalmente por divisão simples ou cissiparidade: um
indivíduo se divide originando dois outros iguais.
Na gemiparidade ou brotamento, outro tipo de reprodução assexuada, a
célula-mãe expele, de forma lenta, uma célula-filha que "brota" de
maneira a originar uma nova bactéria; as células-filhas podem se manter
agregadas às células-mães, de maneira que após sucessivos
brotamentos forma-se então uma colônia.
A reprodução sexuada é muito rara em bactérias. Algumas, no entanto,
podem apresentar, por exemplo, um tipo de reprodução sexuada
denominada conjugação. Nesse caso, duas bactérias aproximam-se e se
unem, através de pontes citoplasmáticas. A "bactéria macho", então,
injeta na "bactéria fêmea" parte de seu principal material genético. As
duas bactérias separam-se e no interior da "bactéria fêmea" ocorrem
recombinações gênicas. Em seguida, a "bactéria fêmea" divide-se e
originas novas bactérias-filhas portadoras de material genético
recombinado.
As bactérias patogênicas
Muitas doenças que acometem o homem e outros seres vivos são causadas por certas bactérias
patogênicas ( do grego pathos= sofrimento), como você pode ver no quadro a seguir.
Bactéria
Bordetella pertussis
Clostridium tetani
Chlamidia trachomatis
Rickettsia prowazeki
Mycobacterium leprae
Neisseria gonorrheae
Treponema pallidum
Vibrio cholerae
Diplococcus pneumoniae
Mycobacterium tuberculosis
Corynebacterium diphteriae
Pasteurella pestis
Faculdade Anchieta 2009
Doenças
Transmissão
Coqueluche ou tosse comprida
Vias respiratórias
Tétano
Contaminação em ferimentos
Tracoma
Objetos contaminados (toalhas, lençóis, etc.)
Tifo exantemático
Picada de artrópodes
Hanseníase
Contato direto
Gonorréia ou blenorréia
Contato sexual
Sífilis
Contato sexual
Cólera
Contaminação de água ou alimento por fezes
Pneumonia
Vias respiratórias
Tuberculose
Vias respiratórias
Difteria
Vias respiratórias
Peste bubônica
Do rato ao homem por picada de pulga
5
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Hemophilus influenzae
Salmonella typhosa
Neisseria meningitidis
Resfriado
Vias respiratórias
Febre tifóide
Contaminação de água ou alimento por fezes
Meningite
Vias respiratórias
Algumas doenças causadas por bactérias:
Além das doenças destacadas no quadro, as bactérias podem causar outras enfermidades, como
as contraídas por intoxicação alimentar. É o caso do botulismo, freqüentemente fatal, que é
provocado por uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, organismo
anaeróbio que pode se desenvolver em alimentos enlatados diversos. Algumas bactérias, como as
dos gêneros Shigella e Salmonella, também contaminam alimentos diversos e provocam
inflamações no estômago e no intestino, as quais são acompanhadas de febre, vômitos, diarréias e
podem levar o indivíduo à morte. Essas doenças exigem um imediato tratamento médico, que inclui
o uso de antibióticos. As doenças bacterianas, são passíveis de serem tratadas com antibióticos ao
contrário das viroses.
Cianobactérias ou algas azuis
Semelhantes estruturalmente às bactérias, já que são unicelulares e procariontes, as cianobacterias
ou algas azuis têm uma distribuição consideravelmente ampla, sendo encontradas em água doce,
em água salgada e em solos úmidos, bem como recobrindo superfícies rochosas e troncos de
árvores.
As algas azuis, sendo procariontes, não possuem plastos; seus pigmentos fotossintetizantes
acham-se dissolvidos no citoplasma. Os pigmentos mais comuns são a clorofila A, os carotenos e
as xantofilas, além de ficocianina (pigmento azul) e ficoeritrina (pigmento vermelho).
De acordo com a proporção dos pigmentos, as algas azuis, apesar do nome, nem sempre exibem
essa coloração; na verdade, algumas espécies podem ser cinzentas, verdes, amarelas, purpúreas,
violetas ou vermelhas.
A importância das Cianobactérias
Algumas algas azuis, como as do gênero Nostoc, são capazes de satisfazer suas exigências de
nitrogênio fixando-o diretamente da atmosfera, a exemplo das bactérias do gênero Rhizobium. Além
disso, sendo clorofiladas, realizam fotossíntese. Essas duas características aliadas - capacidade de
fixar nitrogênio atmosférico e realizar fotossíntese - permitem a proliferação desses organismos em
ambientes naturais extremamente áridos, onde outros grupos biológicos normalmente não se
desenvolvem. Um exemplo disso: em 1883, a erupção do vulcão Cracatoa, na ilha de Java, destruiu
todas as formas de vida numa área consideravelmente grande.
O deserto biológico resultante foi, porém, lentamente repovoado. Constatou-se que as primeiras
formas de vida, chamadas pioneiras, a surgir na região foram as algas azuis.
Reino PROTISTA
Os organismos unicelulares eucariontes, representados pelos protozoários - como amebas e
paramécios - e certas algas unicelulares - como euglenofíceas, pirrofíceas e crisofíceas -,
constituem o reino Protista.
Sendo eucariontes, os protistas são portadores de núcleo individualizado - delimitado por
membrana nuclear denominada carioteca - e de orgelas citoplasmáticas bem definidas. Essas
características permitem a distinção entre protistas e moneras.
A classificação dos protozoários
Faculdade Anchieta 2009
6
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Os protozoários podem ser fixos ou se deslocar através de cílios, flagelos ou pseudópodes. De
acordo com o tipo e a presença ou não dessas organelas locomotoras, os protozoários classificamse em:
rizópodes ou sarcodíneos - locomovem-se através de pseudópodes.
flagelados ou mastigóforos - locomovem-se através de flagelos.
ciliados - locomovem-se através de cílios;
esporozoários - desprovidos de organelas locomotoras.
A malária
No início da década de 90, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas
atingidas pela malária era da ordem de 100 milhões em todo mundo. Essa realidade coloca a
malária como uma das doenças infecciosas mais importantes da atualidade.
Também conhecida como maleita, impaludismo ou febre palustre, a malária foi durante algum
tempo uma doença atribuída à presença do ar "contaminado" de locais pantanosos. A própria
palavra malária, de origem italiana, significa "mau ar". Sabe-se hoje que essa enfermidade é
causada por várias espécies de esporozoários do gênero Plasmodium. No Brasil, em determinadas
regiões, a malária tem caráter endêmico, isto é, existe constantemente nesses locais, atingindo um
número significativo de pessoas.
Protozoário Tipo de malária Ciclo (duração)
Plasmodium Terçã 48 horas
vivax benigna
Plasmodium quartã 72 horas
malarie
Plasmodium terçã 24 a 48 horas
falciparum
A duração do ciclo corresponde ao tempo que os parasitas levam para completar o mecanismo
reprodutivo no interior da hemácias. A febre terçã benigna e a febre quartã raramente são fatais, ao
contrário da febre terçã maligna, que geralmente leva o doente à morte.
A malária provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de intensa anemia, fato que
se explica pela destruição maciça de hemácias.
Os métodos mais comuns de profilaxia da malária são: tratamento das pessoas doentes combate a
larvas do mosquito em regiões alagadas, por meio de drenagens, inseticidas ou inimigos naturais
(peixes larvófagos, como o Gambusia affinis, conhecido como guaru-guaru); recursos que evitem o
acesso de mosquitos às moradias - uso de telas em portas e janelas, de cortinados nas camas ou
de inseticidas.
Faculdade Anchieta 2009
7
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Trypanosoma cruzi
o agente etiológico (causador) da doença de Chagas.
Esse protozoário tem como reservatório natural animais
silvestre, como gambás, tatus, morcegos, preguiças,
macacos e outros. Ao sugar o sangue desses animais, insetos como o Triatoma infestans e o
Panstrongylus megistus, conhecidos popularmente
como barbeiro, chupança, bicho-de-parede, adquirem o
parasita e se transformam em vetores da doença de
Chagas.
Os principais protozoários causadores de doenças ( um
resumo )
O quadro a seguir traz um resumo sobre os
protozoários, as doenças que eles causam e os meios
de contágio.
PROTOZOÁRIOS
DOENÇA
MODO DE TRANSMISSÃO
Entamoeba histolytica
Disenteria amebiana; amebíase
Água e alimentos contaminados
Balantidium coli
Disenteria
Água e alimentos contaminados
Plasmodium vivax
Malária
Picada de mosquito Anopheles
Toxoplasma gondii
Toxoplasmose
Fezes e urina de gato
Trypanosoma cruzi
Doença de Chagas
Picada de barbeiro ( Triatoma infestans,
Panstrongylus megistus)
Trypanosoma gambiense
Doença do sono
Leishmania brasiliensis
Leishmaniose tegumentar (úlcera de
Bauru)
Picada de mosquito Phlebotomus
Leishmania donovani
Leishmaniose visceral (calazar)
Picada de mosquito Phlebotomus
Leishmania tropica
Botão-do-oriente
Picada de mosquito Phlebotomus
Trichomona vaginalis
Tricomoníase
Relações sexuais; objeto contaminado
Plasmodium malariae
Plasmodium falciparum
Faculdade Anchieta 2009
8
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Giardia lamblia
Giardíase
Água e alimentos contaminados
DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
A transmissão da toxoplasmose, doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, se dá por
contato ou por fezes de animais domésticos, principalmente os gatos. As fezes do gato podem
conter cistos do parasita, que são disseminados por animais, como moscas e baratas.
Normalmente, a doença evolui de forma benigna, desaparecendo sem deixar seqüelas no
organismo; mas, em mulheres grávidas, o protozoário pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira,
deficiência mental e até mesmo a morte.
REINO FUNGI
Os fungos, também conhecidos como cogumelos, são organismos uni
ou pluricelulares, destituídos de pigmentos fotossintetizantes. Dotados
de parede celular, sua reprodução normalmente envolve a participação
de esporos, como ocorre entre as plantas. Mas armazenam glicogênio e
apresentam nutrição heterótrofa, como os animais. E, enquanto os
animais são heterótrofos por ingestão, os fungos são heterótrofos por
absorção, conforme ainda veremos melhor neste capítulo. Pelas,
diferenças que apresentam tanto em relação aos vegetais como aos
animais, modernamente os fungos são enquadrados num reino
“somente deles": o reino Fungi.
O ramo da Biologia que se encarrega do estudo das aproximadamente
10 000 espécies de fungos conhecidas chama-se Micologia.
Na espécie humana são conhecidas diversas micoses, doenças causadas por fungos. Entre elas
podemos considerar: o sapinho ou a candidíase, causada pelo fungo Candida albicans; a frieira ou
pé-de atleta, provocada pelo fungo Tinea pedis; a blastomicose sul-americana, micose grave que
pode ocasionar a morte por lesões na pele e em órgãos internos, como os pulmões; a dermatose
pitiríase (do grego pityron = farelo), caracterizada pela produção de escamas epiteliais que se
esfarelam.
Os fermentativos: álcool, bebidas, pães, bolos
Na fabricação do álcool e de bebidas alcoólicas, como o vinho e a cerveja, é fundamental a
participação dos fungos do gênero Saccharomyces, que realizam fermentação alcoólica,
convertendo açúcar em álcool etílico. Esses fungos, conhecidos também como leveduras, são
anaeróbicos facultativos, já que realizam respiração aeróbica em presença de gás oxigênio e
fermentação na ausência desse gás. Por isso, na fabricação do vinho, por exemplo, evita-se o
contato do suco de uva com o ar; assim, em vez de realizar a respiração aeróbica, o fungo processa
a fermentação alcoólica, liberando álcool etílico e permitindo a obtenção do vinho.
Antibióticos e queijos
Na indústria de antibióticos, os fungos também têm papel de destaque. Afinal, foi do Penicillium
notatum que Alexander Fleming, em 1929, extraiu a penicilina, antibiótico responsável pela salvação
de milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, muitos outros antibióiicos
largamente aplicados são conseguidos a partir de culturas de fungos.
Faculdade Anchieta 2009
9
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
O gênero Penicillium, além de abranger espécies fornecedoras de
penicilina, compreende outras que são indispensáveis na manufatura de
queijos como o roquefort e o camembert.
Liquens
Os liquens resultam da associação entre algas unicelulares (azuis ou verdes) e fungos
(principalmente ascomicetos). Nessa interação, as algas constituem os elementos produtores, isto
é, sintetizam matéria orgânica e fornecem para os fungos parte do alimento produzido; estes, com
suas hifas, envolvem e protegem as algas contra a desidratação, além de lhes fornecer água e sais
minerais que retiram do substrato.
Denomina-se mutualismo à interação biológica onde as duas espécies são
beneficiadas, como as algas e os fungos que constituem o líquen.
REINO PLANTAE
Inclui seres pluricelulares fotossintetizantes, eucarióticas com tecidos organizados. A
nutrição é autotrófica fotossintetizante. A reprodução típica ocorre por ciclos
alternatesd haplóides e diplóides. Esse reino inclui os vegetais normalmente
encontrados no ambiente terrestre: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
Gimnospermas
Briófitas


Reprodução
Classificação
Pteridófitas


Reprodução
Outras pteridófitas

Reprodução
Angiospermas






A flor
Reprodução sexuada
A polinização
O fruto e a germinação da semente
Reprodução assexuada
Classificação
As Briófitas.
As briófitas (divisão Bryophyta) são pequenos vegetais que crescem sobre solo úmido, pedras ou troncos de árvores
e, às vezes, na água doce. Os musgos constituem sues pricipais representantes.
Da mesma forma que os vegetais superiores e as clorofíceas, possuem clorofilas a e b, carotenóides, amido e
celulose. Frequentemente têm dimensões inferiores a dois centímetros, mas algumas podem chegar a trinta
centímetros.
Faculdade Anchieta 2009
10
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
A planta propriamente dita, isto é o indivíduo maior, de vida
independente e duradoura, é o gametófito (n), que apresenta
estruturas semelhantes à raiz, ao caule e às folhas. No entanto, as
briófitas são avasculares, ou seja, sem condutores de seiva. Por
isto, é mais correto chamar essas estruturas de rizóides, caulóides
e filóides.
No gametófito, encontramos também órgãos responsáveis pela produção de gametas: o anterídico e o arquegônio.
Esses órgãos reprodutores são chamados gametângios . O anterídio (antero="florido"; ídio="aparência") produz
gametas masculinos, chamados anterozóides, o arquegôno (arque="primitivo";gono="o que gera") produz o gameta
feminino, de nome oosfera.
O esporófito (2n), menos desenvolvido e temporário, cresce sobre o gametófito e depende dele para a sua nutrição.
No esporófito existem células que sofrem meiose, produzindo esporos.
O pequeno porte dessas plantas é consequência da falta não só de estruturas rígias de sustentação, mas também de
um sistema de condução de seiva.
Reprodução
Muitas briófitas apresentam uma reprodução assexuada, à custa de gemas ou propágulos - pequenos pedaços de
plantas que se soltam, são levados pela água e originam novas plantas. O ciclo repodutivo é haplodiplobiôntico, como
o ciclo dos musgos, que citamos como exemplo.
Na maioria dos musgos, o sexo é separado: cada gametófito possui apenas anterídios ou apenas arquegônios.
O anterozóide chega até o arquegônio nadando em uma película de água da chuva ou de orvalho, ou através dos
respingos de gotas de chuva. Ao alcançar o arquegônio, os anterozóides nadam até a oosfera, ocorrendo então a
fecundação. Após a fecundação, o zigoto sofre mitoses, originando um embrião que permanece protegido no
arquegônio.
O embrião se desenvolve por mitoses, formando um esporófito diplóide, que possui uma haste e uma dilatação na
extremidade, a cápsula. A cápsula é um esporângio, isto é, um órgão no qual se dá a produção de esporos .
Dentro do esporângio há células, chamadas céluas-mães dos esporos, que sofrem meiose, originando esporos que
iniciam a fase haplóide. Esses esporos são libertados e, em seguida, arrastados pelo vento, germinando a distância.
A germinação do esporo leva à formação de um novo gametófito, fechando o ciclo. O esporo, ao germinar, dá origem
a um filamento de células, o protema. O protema emite algumas ramificações que penetram no solo, formando
rizóides, enquanto outras ramificações mais complexas vão dar origem aos pés de musgos (gametófitos).
Faculdade Anchieta 2009
11
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Ciclo reprodutivo de um musgo
Classificação
Além da classe Musci, à qual pertencem os musgos, as briófitas são divididas em mais duas classes:
Hepaticae (hepáticas) - O nome dessa classe deve-se à forma de fígado do gametófito(hepato="fígado").As hepáicas
mais conhecidas pertencem ao gênero e sombreados. O gametângio fica na ponta de estruturas chamadas
gemetóforos.
Há gemetófitos com gemetóforos masculinos, os anteriodióforos, portadores de anterídios, e gametófitos com
gemetóforos femininos, os arquegonióforos, portadores de arquegônios.
* Anthocerotae (antóceros) - Podem ser exemplificados pelo gênero Anthoceros. O
gametófito é folhoso, arredondado, multilobado, com cerca de dois centímetros e preso
ao substrato por rizóides. Ao contrário da Marchantia, os gametângios (anterídios e
arquegônios) dos antóceros estão mergulhados nos tecidos do gemtófito. Vários
esporófitos são formados no mesmo pé após a fecundação, possuindo uma base e um
esporângio alongado, produtor de esporos.
 REPRODUÇÃO SEXUADA
Na reprodução sexuada, são formadas células especiais denominadas gametas, sendo que uma
gameta feminino une-se a um gameta masculino através da fecundação, dando origem a um zigoto.
 TIPOS DE CICLO DE VIDA
 Em relação após tipos de ciclos reprodutivos, as plantas podem ser classificadas como:
Faculdade Anchieta 2009
12
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
 Haplonte ou haplobionte: Os indivíduos são heplóides, ou seja, possuem apenas um lote de
cromossomos. São representados pela letra n. Algumas células desses indivíduos diferenciam-se
em gametas ( haplóides ) que, quando liberados da planta, podem unir-se dois a dois através da
fecundação, originando uma célula ovo ou zigoto, com 2n cromossomos ( diplóide ). Esse zigoto
sofre meiose, originando 4 células haplóide ( n ). Estas sofrem várias divisões mitóticas, formando
um novo indivíduos haplóide, que reinicia o ciclo. Nas plantas com esse tipo de ciclo de vida a
meiose é zigótica ou inicial. Esse ciclo ocorre em algumas algas.
HAPLONTE
Indivíduo
haplóide ( n )
Gametas
Fecundação
(n)
Meiose
( RI )
Zigoto
Diplóide
( 2n )
 Diplonte ou diplobionte: Os indivíduos do ciclo são diplóides. Produzem gametas haplóides
por meiose, ocorre a fecundação que dá origem a zigoto diplóide que, por mitoses sucessivas, dará
origem a outro indivíduo diplóide,. Que reiniciará o ciclo. A meiose, nesse caso, é gomética ou final.
Esse ciclo também ocorre em algas.
DIPLONTE
Meiose
Indivíduo
(RI)
diplóide (2 n )
Gametas
(n)
Fecundação
Meiose
( RI )
Zigoto
Diplóide
( 2n )
 Haplonte-diplonte ou haplodiplobionte: Em u mesmo ciclo de vida há ALTERNANCIA de uma
fase de indivíduos diplóides com uma fase de indivíduos haplóides. Fala-se em alternância de
geração ou metagênese.
Nos indivíduos diplóides, em estruturas especializadas, algumas células haplóides, que se
diferenciam em esporos. Estes são liberados da planta e , ao se fixarem em local adequado, darão
origem a indivíduos haplóides, diferenciam-se em gametas, células haplóides. Estes podem sofrer
fecundação, originando um zigoto diplóide que, por mitoses sucessivas, dará origem a indivíduos
diplóides, reiniciando o ciclo. Nesse caso, a meiose é espórica ou intermediária.
Faculdade Anchieta 2009
13
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
HAPLODIPLOBIONTE
Meiose
Indivíduo
(RI)
diplóide (2 n )
Esporos
(n)
Zigoto
(2n)
Nesse ciclo de vida,
haplóides através de
diferenciação celular.
Esse ciclo de vida
angiospermas.
Gametas
(n)
Indivíduo
haplóide
(n)
há alternância de uma face com indivíduos diplóides, que formam esporos
meiose, com uma fase de indivíduos haplóides que produzem gametas por
Os indivíduos haplóides produzem gametas, são denominados gametófitos.
ocorre em algas e em todos as briófitas, pteridófitas, gimnospermas,
Nas algas que possuem alternância de geração, as faces gametofíticas e esporofíticas podem ser
igualmente bem desenvolvidas e independentes umas das outras, sendo que em alguns casos não
há diferenças morfológicas entre indivíduos diplóides e haplóides, a não ser em suas estruturas
reprodutoras.
Nas briófitas, a fase gametofiticas é a mais desenvolvida e a esporofitica desenvolve-se sobre a
planta haplóide, dependendo dela para a nutrição.
Nas pteridófitas, a fase mais desenvolvida é a esporofídica, que é independente da fase
gemetofídica, bastante reduzida.
Nas gimnospermas e especialmente nos angiospermas, a fase gametofiticas atinge o máximo de
redução, não se verificando mais alternância típica de geração, pois não se formam individuos
haplóides bem caracterizados.
 EXEMPLOS DE CICLO DE VIDA EM ALGAS MULTICELULARES.
Quanto aso ciclos de vida, as algas verdes e vermelhas podem apresentar os três tipos:
haplôntico, diplôntico e haplodiplobiôntico. As algas pardas podem ter ciclos diplônticos e
haplodiplobiônticos.
Como exemplo, citamos o ciclo de vida de uma alga verde membronosa, a alface-do-mar,
pertencente ao gênero UI-va, muito comum no litoral Brasileiro; tem ciclo de vida haplodiplobiôntico.
 EXEMPLO DE CICLO DE VIDA EM BRIÓFITA
Como exemplo, vamos ver o ciclo de vida de um musgo pertencente ao gênero Polytrichum ,
comumente encontrado em barrancos.
Nas briófitas, ao contrário do que ocorre nas algas, os órgãos formadores de gametas, ou
gametângios , apresentam uma camada de células estéreis, protetoras, revestindo as células que
produzem os gametas. Esse revestimento é mais uma adaptação ao meio terrestre e ocorre em
todas as plantas terrestres. Os gametângios masculinos são denominados anterídios e os gametas
masculinos, anterozóides.
Faculdade Anchieta 2009
14
FACULDADE ANCHIETA
PROF. WILSON ROBERTO SANTANA
Estes últimos são flagelados, dependendo, assim, de meio líquido para sua locomoção, o que
constitui mais um fator que limita o desenvolvimento dessas plantas em ambientes úmidos. Os
gametângios femininos denominam-se arqueogônios. No interior de cada arquegônio existe um
gameta feminino imóvel, denominado oosfera.
Da fecundação da oosfera pelo anterozóides, no interior do arquegônio, tem-se a formação de um
zigoto e posteriormente de um embrião. Este dá origem ao esporófito, indivíduo 2n que produzirá
esporos n por meiose, sendo liberados, esses esporos germinam dando origem a gametófitos e
reiniciando o ciclo.
Faculdade Anchieta 2009
15
Download