Escola Secundária de Manuel Teixeira Gomes - Portimão - 2010/2011 Aluno: Filipa Bértolo | e-mail: [email protected] | Nº: 6 Grego | Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades 12.º ano de escolaridade | Turma: E Mitologia/ Religião - Antígona Antoni Brodowski, Édipo e Antígona, óleo sobre tela, 191 x 293 cm, 1828. Uma das mais criativas e extensas mitologias de toda a história da humanidade foi possuída pela Grécia antiga. Há cerca de três mil anos atrás, não havia explicação para muitos dos acontecimentos históricos ou para fenómenos da natureza. Assim, através da imaginação, os gregos criaram inúmeras histórias, compostas por deuses, heróis e outras criaturas, para darem significado aos vários acontecimentos. Era através do discurso que eram transmitidas as várias histórias, daí a palavra “mito”, que tem origem do grego antigo, significar “palavra, discurso”. O primeiro relato e o mais completo acerca da criação e do nascimento de deuses e gigantes encontra-se no poema de Hesíodo, a Teogonia, que foi escrito no século VIII a.C. Uma das figuras da mitologia que representa uma vida dolorosa e uma morte desumana, mas sem nunca ter renunciado à dedicação e à grandeza da alma, é Antígona. 2 Antígona (em grego Ἀντιγόνη), irmã de Ismene, de Polinices e de Etéocle, era fruto de uma relação incestuosa entre mãe e filho, Édipo e Jocasta. Depois de Édipo se aperceber, através do oráculo de Tirésias, do crime que tinha cometido sem saber, vazou as suas próprias vistas privando-se da visão e exilou-se de Tebas. Antígona serviu-lhe de guia, ajudou-o a mendigar alimento pelos caminhos e jurou procurar, até ao fim da sua vida, dar-lhe conforto e assisti-lo até aos últimos momentos. Acabaram por se refugiar em Colmo, cidade da Ática, onde Édipo acabou por morrer. Após a morte de seu pai, Antígona regressou a Tebas, onde viveu com a sua irmã Ismene. Estava algo de mal novamente para acontecer. Os seus dois irmãos, Polinices e Etéocle, disputavam entre si o poder de Tebas. Polinices partiu à procura de ajuda em Adastro, rei de Argos, e voltou com uma armada para combater contra o seu próprio irmão, como se de um inimigo se tratasse. Foi aí, na Guerra dos Sete Chefes, que Polinices e Etéocle se defrontaram e acabaram por morrer. Depois da morte dos dois irmãos, Creonte, tio de Polinices, de Etéocle, de Ismene e de Antígona, tomou o poder em Tebas. Este ordenou que fossem feitas honras fúnebres solenes a Etéocle mas proibiu, sob pena de morte, que fosse dada qualquer sepultura a Polinices, que havia combatido contra a sua própria pátria: o seu cadáver deveria permanecer ao alcance dos animais selvagens e das aves de rapina. O enterro era um dever sagrado, pois, à falta de sepultura, a alma estaria condenada e não poderia alcançar a paz. Antígona desobedeceu a ordem de Creonte e, segundo o mito, numa noite, pôs por cima do corpo do seu irmão uma mão cheia de terra. Por este ato, acabou por ser condenada à morte e encarcerada viva no túmulo dos Labdácidas, seus familiares. Esta preferiu enforcar-se em vez de morrer à fome. Hémon, seu noivo e o próprio filho de Creonte, acabou por se suicidar sobre o seu cadáver. Eurídice, esposa de Creonte, não conseguiu suportar a morte do filho e acabou por pôr termo à própria vida. O tema de Antígona, figura da mitologia grega, tem dado lugar a várias obras, dramáticas, óperas e teatrais, como é o caso de: Antígona (Sófocles), a tragédia de Sófocles (442 a.C.); Antígona, obra teatral de Walter Hasenclever (1917); Antígona, ópera de Arthur Honegger (1927) 3 Referências Bibliográficas: 1. Grimal, Pierre (1992). Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Tradução de Victor Jabouille. Lisboa: Difel. 2. Bellingham, David (2000). Introdução à Mitologia Grega. Lisboa: Editorial Estampa. 3. Schmidt, Joel (1985). Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Edições 70. 4. René Martin (direção de) (1995). Dicionário Cultural da Mitologia Greco-Romana. Lisboa: Publicações Dom Quixote. 5. Antígona. Disponível em: http://pt.wikilingue.com/es/Ant%C3%ADgona [19:30h] Consultado em 28 de novembro de 2010