RELAÇÃO ENTRE FORÇA MUSCULAR E FUNCIONALIDADE EM INDIVÍDUOS COM ARTRITE REUMATOIDE Lindner, Bárbara - CST Radiologia, IF-SC – Campus Florianópolis – edital APROEX – Nº 01/2014 Dorow, Patricia Fernanda - CST Radiologia , IF-SC – Campus Florianópolis – Orientadora Medeiros, Caroline – CST Radiologia , IF-SC – Campus Florianópolis – Professora Machado, Carolina Neis – Bacharelado em Fisioterapia, UDESC – Campus Florianópolis – Professora Substituta Gevaerd, Monique da Silva - Bacharelado em Fisioterapia, UDESC – Campus Florianópolis – Professora 1.INTRODUÇÃO A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória, crônica, de origem autoimune e etiologia desconhecidas, que causa danos ao sistema [11] [12] musculoesquelético de forma progressiva (SANGHA, 2000 ; PLASQUI, 2008 ). Sua incidência é de, aproximadamente, 0,5 a 1% na população em geral, com [8] prevalência duas a três vezes maior em mulheres (OTTAWA PANEL, 2004 ). No Brasil, tem prevalência similar à mundial (1%), com pico de incidência entre a [2] quarta e quinta década de vida (BERTOLO et al., 2007 ; LOUZADA-JÚNIOR et al., 2007[7]). Sabe-se que os danos às articulações, as mãos, em especial, são a consequência mais proeminente àqueles que são portadores da doença, o que interfere diretamente na amplitude de movimento e na produção de força muscular. Por isso, o presente projeto tem como objetivo proporcionar aos portadores de artrite reumatoide a oportunidade de realização de hidrocinesioterapia com orientação e acompanhamento individualizado, como parte integrante de seu tratamento reumatológico. Além disso, pretende auxiliar no diagnóstico e no controle da doença através da realização de avaliações da força muscular, da amplitude de movimento de grandes articulações, da amplitude de movimento das metacarpofalangeanas e interfalangeanas das mãos, além de exame radiológico das mãos para avaliação do comprometimento osteoarticular causado pela AR. De uma maneira geral, este projeto visa a conscientização dessa população acerca da educação em saúde, através das informações oferecidas sobre os benefícios dos exercícios físicos na AR. -Apesar dos diferentes graus de acometimento em cada uma das quatro participantes, todas têm referido redução dos sintomas álgicos após quase três meses de tratamento. -Duas participantes apresentaram redução ponderal, reduzindo a sobrecarga sobre articulações de tornozelos, joelhos, quadris e da coluna vertebral. Outros resultados importantes no contexto deste projeto são: -A integração entre duas instituições de ensino superior com o objetivo de assistir à população de portadores de AR, bem como de produzir conhecimento na área da saúde, auxiliando a prática profissional através de evidências encontradas durante a realização desse projeto. -A possibilidade de integração entre as áreas de ensino, extensão e pesquisa, já que possibilita aos acadêmicos envolvidos adequar a teoria acadêmica à realidade social e à prática profissional, auxiliando na sua formação. -Como consequência do que foi supracitado, há a estimulação para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à Fisioterapia e à Tecnologia em Radiologia, elucidando questionamentos ainda não esclarecidos. -E, por fim, a inserção do acadêmico neste tipo de atividade oportuniza a ele a participação em eventos científicos, ampliando seu contato interinstitucional. Trata-se de um projeto de extensão gratuito em que portadores de AR recebem tratamento hidrocinesioterapeutico em piscina térmica e acompanhamento individualizado por meio das seguintes avaliações: -Avaliação da força muscular com o Dinamômetro Portátil Chatillon; -A valiação da amplitude de movimento de grandes articulações com o Flexímetro Sanny; -Avaliação da amplitude de movimento das metacarpofalangeanas e interfalangeanas das mãos com o Goniômetro Saehan -Exame radiológico das mãos para avaliação do comprometimento osteoarticular causado pela AR. A partir do contato com alguns médicos reumatologistas da cidade de Florianópolis, foi feita a divulgação do projeto. Para ingressar no projeto o paciente precisava apresentar o diagnóstico médico de AR, bem como atestado para uso da piscina. Até Março de 2014, mês de início do projeto, cinco pacientes do sexo feminino entraram em contato com o Laboratório de Análises Multisetorial (MULTILAB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Atualmente, permanecem no projeto quatro pacientes. Ao ingressar no projeto, os participantes preencheram uma ficha de cadastro e submeteram-se às avaliações citadas no tópico de “Caracterização da Projeto”. As avaliações relativas à força e à amplitude de movimento foram realizadas no MULTILAB. O exame radiológico das mãos e punhos foi feito no Hospital Universitário (HU) da cidade de Florianópolis, local em que uma acadêmica do curso de Tecnologia em Radiologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), realiza estágio e atua como bolsista do projeto. O tratamento hidrocinesioterapeutico acontece na piscina terapêutica do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da UDESC. A frequência do tratamento é de três vezes semanais - às segundas, quartas e sextas-feiras pela manhã. As sessões têm duração de 60 minutos.Três fisioterapeutas e três acadêmicas de fisioterapia dividem a responsabilidade pelos atendimentos na piscina. Além disso, a acadêmica do curso de Tecnologia em Radiologia mencionada anteriormente, tem acompanhado as sessões, com o objetivo de compreender os efeitos desse tratamento sobre as variáveis comprometidas na doença. 2.DESENVOLVIMENTO Tendo em vista que este projeto de extensão permanece em vigência até Agosto do corrente ano, as reavaliações relacionadas à força muscular, amplitude de movimento e comprometimento osteoarticular, ainda não foram realizadas. Por essa razão, apontamos abaixo os resultados obtidos até o momento: -A integração social entre as participantes e, entre as participantes e a equipe têm influenciado na redução de sinais e sintomas do desânimo, que era observado no primeiro mês. Figura 1 - Atividade de hidroginástica 3. CONCLUSÕES Os resultados parciais do projeto indicam que o tratamento reduziu a atividade da doença, além de reduzir a sensação de dor, atestando o tratamento de hidrocionesioterapia como recomendável para pessoas com artrite reumatoide. REFERÊNCIAS [1]ALETAHA, D., FUNOVITS, J., SMOLEN, J. S. Physical disability in rheumatoid artritis is associated with cartilage damage rather than bone destruction. Ann Rheum Dis, v. 70, p. 733-739, 2011. [2]BÉRTOLO, M.B., BRENOL, C.V., SCHAINBERG, C.G. et al.. Atualização do Consenso Brasileiro no Diagnóstico e Tratamento da Artrite Reumatóide. Rev Bras Reumatol. v.47 p. 151-159, 2007 [3]BRANDÃO, L., FERRAZ, M.B., ZERBINI, C.A.F. Avaliação da qualidade de vida na artrite reumatóide: revisão atualizada. Rev Bras Reumatol v.37 p. 275-81. 1997. [4]COOLES, F. A. H., ISAACS, J. D. Pathophysiology of rheumatoid arthritis. Current Opinion in Rheumatology, v. 23, p. 233-240, 2011. [5]GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa, 5ª ed. São Paulo – Atlas, 2010. [6]KHURANA, R., BERNEY S. M. Clinical aspects of rheumatoid arthritis. Pathophysiology, v. 12, n. 3, p. 153-165, 2005. [7]LOUZADA-JÚNIOR P. et al.., Análise descritiva das características demográficas e clínicas de pacientes com artrite reumatóide no estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia. 2007. [8]OTTAWA PANEL. Evidence-Based Clinical Practice Guidelines for Therapeutic Exercises in the Management of Rheumatoid Arthritis in Adults. Phys Ther. v. 84 p.934-972. 2004. [9]PEIXOTO, S V, GIATTI, L, AFRADIQUE, M E, LIMA-COSTA, M F. Custo das internações hospitalares entre idosos brasileiros no âmbito do Sistema Único de Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2004.