paradigma do autocontrole e o tratamento da obesidade

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PARADIGMA DO AUTOCONTROLE
E O TRATAMENTO
DA OBESIDADE*
DIEGO DA SILVA LIMA**, FÁBIO HENRIQUE BAIA***,
ANDRÉ AMARAL BRAVIN****, LAUREANE MARÍLIA DE
LIMA COSTA*****, RAIENE SARA CARDOSO PEREIRA******
Resumo: obesidade é uma doença multifatorial crônica que proporciona vários males a saúde.
Terapia Comportamental é um tratamento que objetiva o manejo de contingências para a
mudança do comportamento alimentar e alteração do peso corporal. Este estudo sugere (a)
possíveis estratégias terapêuticas, e (b) expõem a possibilidade do emprego do paradigma de
autocontrole como estratégia terapêutica principal para o tratamento deste problema de saúde.
Palavras-chave: Obesidade.Terapia Analítico Comportamental. Autocontrole. Impulsividade.
Análise Comportamental Aplicada.
S egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma epidemia
global e uma doença crônica e multifatorial (WHO, 1998; DÂMASO; TOCK,
2005). Na América Latina, cerca de 200.000 pessoas morrem anualmente em
decorrência da obesidade (FLASO, 1998). No Brasil a doença possui uma prevalência de
22% da população adulta (SICHIERI; SOUZA, 2006), mas estima-se que cerca de 40%
da população, incluindo crianças, adolescentes e adultos, apresentam algum grau de obesidade. Os custos com hospitalização variam entre 6,25% a 12,1% do orçamento destinados
à saúde (BRESSAN; COSTA, 2006; SICHIERI; SOUZA, 2006).
*
Recebido em: 05.09.2014.
Aprovado em: 20.09.2014.
** Graduando em Psicologia. Universidade Federal de Goiás – UFG, Regional Jataí. E-mail: diegolimajti@
gmail.com.
*** Doutor em Ciências do Comportamento. Professor Titular da Faculdade de Psicologia. Universidade de
Rio Verde. E-mail: [email protected].
**** Mestre em Ciências do Comportamento. Professor do Curso de Psicologia.Universidade Federal de
Goiás – UFG, Regional Jataí. E-mail: [email protected].
***** Graduanda em Psicologia.Universidade de Rio Verde. E-mail: [email protected].
****** Graduanda em Psicologia. Universidade de Rio Verde. E-mail: [email protected].
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Essa realidade fomentou a realização de um encontro, onde 12 países latino- americanos produziram um documento (“Consenso Latino Americano em Obesidade” – CLAO) que
sugere bases de intervenção para este problema (COUTINHO, 1999; DUCHESNE, 2001).
Dentre as quais, destaca-se que o tratamento da obesidade deve ser a mudança comportamental
dos obesos, enquanto procedimentos farmacoterápicos e cirúrgicos deveriam ser paliativos e
secundários (COUTINHO, 1999; DUCHESNE, 2001; WANNMACHER, 2004).
Estudos apontado para a falta de adesão ou de resultados prolongados em tratamentos tradicionais (COUTINHO, 1999; SOUZA et al., 2008), e segundo o CLAO, uma
alternativa à falta de adesão seria a associação de psicoterapia aos programas de tratamento
dos obesos. Dentre os tratamentos psicoterápicos disponíveis, a Terapia Comportamental
(TC) têm mostrado elevada eficácia, uma vez que diretamente objetivam o manejo de contingências de reforçamento (variáveis que afetam o autocontrole) para a mudança no comportamento alimentar e a decorrente diminuição do peso corporal.
Grosso modo a TC tem três características: metas específicas, o que permite o monitoramento do progresso individual; tratamento orientado, o que auxilia o paciente em
como atingir seu objetivo; permite ao cliente reconhecer pequenas, em vez de grandes mudanças, que auxilia a obtenção de sucesso contínuo durante o tratamento, melhorando seus
resultados (MOREIRA; BENCHIMOL, 2006). Dentre suas ferramentas terapêuticas, estão
o automonitoramento e o manejo de contingências e variáveis relativas ao autocontrole, para
alcançar uma mudança no comportamento alimentar e diminuição do peso corporal.
Portanto, propostas terapêuticas cujo foco seja a pessoa que se comporta/estilo de
vida, têm recebido atenção no planejamento de intervenções. Embora o arsenal terapêutico
da TC sejam amplo, o presente estudo enfoca a implementação de estratégias de autocontrole
para o tratamento da obesidade.
AUTOCONTROLE E A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Existem duas definições do termo autocontrole na literatura de análise do comportamento. Ambas úteis para a compreensão, interpretação, intervenção e prevenção no
tratamento clínico. A primeira (SKINNER, 2005) diz que o próprio indivíduo que se
comporta emite uma resposta (resposta controladora) para manipular as variáveis das quais
algum comportamento seu é função (resposta controlada). Usando um exemplo do autor,
ao fechar a cortina de sua casa quando está trabalhando, a pessoa está evitando se distrair
durante seu trabalho.
Uma situação especial é quando um mesmo comportamento gera tanto consequências reforçadoras (que aumentam a probabilidade futura do comportamento) quanto consequências aversivas (que diminuem a probabilidade futura do comportamento) (SKINNER,
2005). Nessas condições ambivalentes, para evitar a consequência aversiva, um indivíduo
pode alterar seu ambiente de forma a evitar que o comportamento ocorra. O comportamento
de comer um pedaço de bolo é reforçado positivamente pelo sabor experimentado. Porém,
produz consequências aversivas como ganho de peso. O indivíduo que emite este comportamento de comer cotidianamente bolos, pode vir a desenvolver um repertório de autocontrole
quando muda o caminho do trabalho para não passar próximo da padaria na qual tradicionalmente come o bolo, eliminando assim a ocasião que sinaliza a disponibilidade do bolo. Quando o indivíduo passa a emitir essa resposta controladora (alterar o caminho para o trabalho)
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e ao final da semana verifica que seu peso permanece inalterado (um evento reforçador para
resposta controladora) aumenta a probabilidade de voltar a emitir a resposta controladora.
A segunda definição (RACHLIN, 1974) enfatiza que o autocontrole acontece em
uma situação de escolha. O autocontrole é definido como a preferência por um reforçador
de maior magnitude a longo prazo (atrasado) em detrimento de um reforçador de menor
magnitude a curto prazo (imediato). Ou a preferência por um estimulo aversivo de maior
magnitude atrasado em detrimento de um estimulo aversivo de menor magnitude imediato
(RACHLIN, 1974; MADDEN; JOHNSON, 2010; LOCE;, JONES; RACHLIN, 2013).
Quando esses parâmetros são manipulados, os indivíduos demonstram preferência pela alternativa de maior magnitude quando contrastada com uma de menor magnitude, e pela
alternativa imediatas quando contrastada com as atrasadas (GREEN; MYERSON, 2004).
A preferência é mensurada pela distribuição das respostas (frequência de respostas) em cada
uma das opções.
Os comportamentos-problema relacionados a obesidade estão sob controle de contingências dessa natureza: há uma consequência imediata para consumir alimentos calóricos
e/ou em grande quantidade, e há consequências atrasadas para deixar de consumi-los (LOGUE, 1988). Um forma de mensurar a impulsividade de um indivíduo tem sido por meio
do procedimento de desvalorização por atraso (GREEN; MYERSON, 2004). Neste procedimento são apresentadas diferentes alternativas para que o individuo escolha entre ganhos
imediatos e menores ou ganhos atrasados e com maior valor (MATTA; GONÇALVES; BIZARRO, 2012). Um terapeuta comportamental pode se valer do procedimento de desconto
do atraso como medida de impulsividade afim de avaliar se a intervenção está sendo efetiva.
Por exemplo, alguém pode ter uma meta de perder peso até o final de semana. Porém, durante a semana, surge a oportunidade de ir à um churrasco. Quando a pessoa está no
churrasco, ela acaba comendo mais, e os quilos que ela tentava perder tem seu valor subjetivo
de reforço diminuído. Alguns autores sugerem que a taxa de desconto é uma característica individual fundamental, preditora de uma série de comportamentos impulsivos como obesidade, abuso de substâncias, jogo compulsivo e baixa performance acadêmica (ODUM, 2011).
Essa é uma interpretação controversa, pois alguns sugerem que a taxa de desconto é relativa
ao comportamento em questão, isto é, uma mesma pessoa pode mostrar-se impulsiva quando
se trata de alimentação, mas autocontrolada para decisões financeiras. Rasmussen, Lawyer e
Reilly (2010), por exemplo, propuseram uma tarefa em que os participantes deveriam fazer
escolhas entre recompensas alimentares hipotéticas e entre recompensas financeiras hipotéticas. Foi visto que os participantes com maior porcentagem de gordura corporal tendiam a
descontar mais a recompensa atrasada na tarefa com recompensa alimentar (i.e, tomam decisões mais impulsivas) do que na tarefa com recompensa financeira.
A diferença entre a definição de Skinner (2005) e a de Rachlin (1974) pode ser sutil. Quando Rachlin argumenta que autocontrole pode envolver estratégias que maximizem o
responder em uma alternativa de maior magnitude e atrasada, ele também está dizendo que
autocontrole é um comportamento que altera o ambiente de forma a alterar a probabilidade de comportamentos futuros. A distinção fundamental é que Rachlin (1974) toma como
ponto de partida a situação de escolha, e o fato de que a preferência por uma das alternativa
varia no tempo: se antes da tomada de decisão, a preferência é pela alternativa com uma consequência maior e atrasada, quando chega ao momento da tomada de decisão, a preferência
muda para a alternativa de consequência menor pelo fato de ela ser imediata. As duas definiFRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 24, especial, p. 25-36, out. 2014.
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ções, apesar de partirem de diferentes constatações empíricas, compartilham do pressuposto
fundamental da análise do comportamento de que o comportamento é função de variáveis
ambientais (SKINNER, 2005).
VARIÁVEIS AMBIENTAIS QUE AFETAM O AUTOCONTROLE
O estudo experimental da situação de escolha permite, em certa medida, traçar
paralelos funcionais com situações cotidianas (MCDOWELL, 1988). É importante destacar
que o ambiente natural das pessoas é complexo e heterogêneo, e há outras variáveis determinando a escolha, além do atraso ou a magnitude de consequências para cada alternativa.
Abaixo serão discutidas algumas variáveis que afetam o autocontrole, e algumas implicações
para a análise da obesidade.
Atraso da consequência - Quanto mais atrasada a consequência de maior magnitude
relativo à consequência de menor magnitude, mais impulsivo é o desempenho, principalmente quando a consequência de menor magnitude está muito próxima. Rachlin e Green (1972)
constataram que pombos privados de comida preferiam ter acesso imediato à comida que
ficava disponível por 2 segundos a ter acesso atrasado à comida que ficava disponível por 4
segundos, mesmo comendo menos ao escolher a primeira opção. Os experimentadores então
realizaram tentativas forçadas no disco de 4 segundos de acesso ao alimento. Para tanto, apenas o disco relacionado a 4 segundos estava disponível. Além disso, quando disponibilizada
novamente a oportunidade de escolha, os sujeitos tinham de aguardar alguns segundos após a
apresentação das consequências até uma nova oportunidade de escolha fosse disponibilizada.
Os resultados indicam que os sujeitos passaram a preferir o elo que conduzia a reforços de
maior magnitude (4 segundos). Para Rachlin e Green (1972) os sujeitos se comprometiam
com a escolha com maior magnitude, uma vez que escolhas naquele elo permitam novas
oportunidades de escolhas imediatamente.
Saliência da consequência - A presença da recompensa (estimulação visual ou olfativa
de um alimento, por exemplo) durante a espera pela recompensa de maior magnitude ou mesmo de
estímulos correlacionados com essa recompensa diminuem o autocontrole. Mischel (1989) relata
uma série de estudos tratando do autocontrole em crianças. Em seus estudos, uma criança era
deixada sozinha em uma sala, e poderia ter acesso à um alimento menos preferido por ela no
momento em que tocasse uma campainha para informar o experimentador, ou poderia ter
acesso à um alimento mais preferido caso esperasse alguns minutos pelo retorno do experimentador à sala. Uma das variáveis relevantes para o autocontrole identificadas por Mischel
foi a presença dos alimentos no momento da escolha: se os alimentos fossem visíveis para
as crianças, elas cediam e tocavam a campainha muito mais rápido do que se os alimentos
não estivessem presentes. Grosch e Neuringer (1981) conseguiram replicar esse efeito com
pombos: os pesquisadores arranjaram uma situação de escolha onde os pombos poderiam
esperar e receber a ração preferida ou bicar em um disco e receber uma ração menos palatável.
Caso as rações estivessem visíveis ao longo dos períodos de espera, os pombos tendiam a ser
muito mais impulsivos, optando pela ração menos palatável, porém imediata. Não é apenas a
presença do estímulo reforçador em si que pode aumentar a impulsividade, mas qualquer estímulo correlacionado a este estímulo reforçador também tem esse efeito. Na mesma linha de
experimentos replicando os achados de Mischel (1989), Grosch e Neuringer (1981) sempre
acendiam uma luz na caixa experimental quando o reforçador estava presente e o pombo se
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alimentando. Mais tarde, quando os experimentadores passaram a apresentar essa luz durante
a espera pela consequência reforçadora, os pombos tendiam a ser mais impulsivos, como se
estivessem “pensando” na consequência. É dessa última forma que Mischel (1989) interpretou seus resultados: antes de deixar as crianças esperando pela recompensa, ele dizia a elas o
quão saborosos e crocantes eram os pretzels que a criança receberia, o que as tornavam mais
propensas a tocar a campainha e receber a consequência menor.
Essa constatação da pesquisa básica pode estar relacionada com o fato de a presença
da comida ser um fator importante para o comportamento alimentar impulsivo. Uma série
de estudos tem demonstrado que a visibilidade do alimento e facilidade de alcance está relacionada à um consumo maior (WADHERA; CAPALDI-PHILLIPS, 2014), e já foi descrito
que crianças com sobrepeso tendem a consumir mais comida quando expostas à estimulação
visual e olfativa de alimentos, mesmo já estando satisfeitas (JANSEN et al, 2003). Alguns
estudos sugerem que pessoas adultas preocupadas em manter o peso são especialmente sensíveis a estímulos alimentares, principalmente quando atentam diretamente para os estímulos
alimentares do que quando atentam apenas superficialmente para esses estímulos (COELHO
et al, 2009). Além destes dados, é possível observar que no ambiente natural de pessoas com
sobrepeso, geralmente há alta disponibilidade de comidas, principalmente comidas altamente
palatáveis, e também de um marketing agressivo de produtos alimentícios, o que pode contribuir para dificultar o autocontrole (BLUNDELL; GILLETT, 2001).
Engajamento em outras atividades - Permanecer ocupado durante a espera pela consequência de maior magnitude favorece o autocontrole. Grosch e Neuringer (1981) replicaram
uma série de outros efeitos dos experimentos de Mischel (1989), dentre eles o engajamento
em outras atividades como forma de aumentar a escolha pela alternativa de maior magnitude
e atrasada. Assim como Mischel (1989) descobriu que oferecer um brinquedo para a criança
se entreter durante o período que ficava sozinha na sala favorecia a criança aguardar pela
recompensa de maior magnitude, Grosch e Neuringer (1981) descobriram que ao manter
o pombo ocupado bicando em um disco não relacionado à escolha aumentava a espera pela
recompensa de maior magnitude atrasada, independente dessas bicadas serem explicitamente
reforçadas com alimento ou não. Nos experimentos de Mischel, quando a recompensa estava
presente na sala enquanto a criança estava esperando, algumas das crianças que demonstraram uma maior tolerância ao atraso espontaneamente se engajavam em outras atividades
como cantar, tirar a atenção da recompensa e olhar pela sala, e se entreter com outros objetos
presentes (PEAKE; HEBL; MISCHEL, 2002).
Esses experimentos sugerem que, enquanto manter a atenção em uma recompensa
desfavorece o autocontrole, o engajamento em outras atividades favorece o autocontrole.
Contingências tais como as de Mischel (1989) e Grosch e Neuringer (1981) onde a resposta
impulsiva pode ser emitida a qualquer momento durante a espera pela recompensa de maior
magnitude, são especialmente importantes, pois elas se parecem muito com as contingências
operando em ambientes naturais (LOGUE; PEÑA-CORREAL, 1984). No cotidiano, pessoas continuam vulneráveis às consequências imediatas, mesmo quando estão determinadas à
manter a preferência por uma alternativa atrasada. Um indivíduo obeso, ao decidir fazer uma
dieta, não deixa de estar em situações que favorecem o consumo de comidas calóricas e/ou em
grande quantidade. O que a literatura experimental sugere é que, para um indivíduo nessas
condições, manter-se ocupado por outras atividades evitando o contato com a alternativa
impulsiva favorece a manutenção da alternativa de autocontrole.
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História prévia - Organismos expostos a situações em que tiveram que esperar pela recompensa de maior magnitude, ou tiveram que realizar algo para consegui-la, tendem a ser mais autocontrolados quando expostos a novas situações. Mazur e Logue (1989) demonstraram que pombos
que tinham uma história prévia de fazer escolhas com atraso demonstraram maior autocontrole
do que pombos que não tinham essa história. Os experimentadores utilizaram um procedimento de esvanecimento do atraso, que consiste em diminuir, gradativamente, o atraso da escolha de
maior magnitude, até que ela se tornasse imediata. Posteriormente, na mesma tarefa de escolha,
envolvendo ganhos imediatos e menores, e ganhos atrasados e maiores, os pombos que tinham
passado pelo procedimento demonstravam uma preferência acentuada pelo ganho maior atrasado, enquanto pombos que não tinham esta história demonstravam desempenhos impulsivos.
Eisenberger e Adornetto (1986) investigaram a generalização operante de um desempenho autocontrolado. Participaram do estudo crianças, divididos em dois grupos. Um
grupo recebia moedas ao final do dia (consequência atrasada) após a realização de várias tarefas. Outro grupo de crianças recebia moedas ao fim de cada uma das tarefas (consequência
imediata). Os resultados demonstram que (1) crianças que recebiam as moedas no final do
dia, em vez de recebê-las imediatamente após a tarefa tendiam a ser mais autocontroladas
quando os experimentadores perguntavam, em outra ocasião, se desejavam receber três moedas no final do dia ou duas moedas imediatamente. (2) Crianças às quais eram propostas
tarefas mais desafiadoras tendiam a ser mais autocontroladas quando os experimentadores
perguntavam, em outra ocasião, se desejavam receber três moedas por realizar uma tarefa
diferente ou duas moedas por não precisar fazer nada. Esses resultados indicam que o autocontrole pode ser um desempenho aprendido e se generalizar para outra novas situações.
Os estudos de Mazur e Logue (1989) com pombos e de Eisenberger e Adornetto
(1986) com crianças são ilustrativos de como o autocontrole não é apenas função de variáveis no ambiente imediato, mas também da história do indivíduo. Eisenberger e Adornetto
(1986) sugerem que há uma capacidade generalizada de autocontrole, e diferenças individuais nessa capacidade podem ter relação com a diversidade de experiências prévias que as
pessoas tem durante a vida com atrasos e esforços. Indivíduos previamente expostos a atrasos,
ao se deparar com situações novas de atraso, tendem a tolerá-los mais, e indivíduos expostos à
situações que exigem algum esforço, tendem demonstram um esforço maior quando deparam
com situações novas que exigem esforço.
Outras variáveis têm sido somadas às da história prévia que impactam o autocontrole.
Maiores habilidades verbais, por exemplo, parecem estar relacionadas com um maior autocontrole, possivelmente porque indivíduos mais aptos verbalmente desenvolvem estratégias para
lidar com o atraso, utilizando verbalizações que lembrem da consequência a longo prazo ou
auxiliam a determinar qual a alternativa melhor (LOGUE, 1988). Considerando os estudos
apresentados, é relevante reconhecer o papel de variáveis da história de vida do indivíduo para
o emprego de estratégias de autocontrole no tratamento da obesidade. Pessoas tem histórias diferentes com contingências que envolvem atrasos, e possuem repertórios verbais diferentes que
impactam a capacidade de escolher alternativas mais adaptativas a longo prazo.
ESTRATÉGIAS DE AUTOCONTROLE E OBESIDADE
A regulação do comportamento alimentar é uma questão central na obesidade. Assim que o indivíduo perde peso, existem mecanismos biológicos atuando de forma persistente
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para recuperar o peso. Por outro lado não há mecanismos fisiológicos que atuem na busca da
diminuição de peso, após seu ganho. Na ausência desses mecanismos, é importante arranjar
formas de tornar o indivíduo sensível às mudanças de seu peso, que muitas vezes acontecem
lentamente (BLUNDELL; GILLETT, 2001), sendo o automonitoramento do peso fundamental para esse fim. Intervir no problema da obesidade, a nível comportamental, envolve
fornecer aos indivíduos meios de introduzir algum grau de organização em seu comportamento alimentar (BLUNDELL; GILLETT, 2001). A abordagem analítico-comportamental
tem contribuído para esse fim por meio de técnicas de auto-registro de comportamento (topografia, frequência, intensidade, contexto ambiental, consequências), e estratégias derivadas
diretamente do estudo experimental da escolha, como o compromisso e o auto-reforçamento.
O automonitoramento, na obesidade pode ser implementado por meio do hábito
de se pesar regularmente, é um elemento importante na redução do peso. Com o automonitoramento, o indivíduo pode perceber como eventos ambientais ou comportamentos impactam seu peso. Verificar uma diminuição de peso contingente à uma nova rotina de exercícios
ou à uma nova dieta é reforçadora para esses padrões de comportamentos, e verificar um
aumento de peso contingente à outros comportamentos pode ser aversivo, contribuindo para
a redução desses comportamentos (BUTRYN et al., 2007). Se pesar pode ser compreendido
como uma resposta controladora, que tem algum impacto sobre a resposta controlada de se
alimentar. Butryn et. al. (2007) encontraram, em um estudo prospectivo, que indivíduos que
conseguiram perder peso e manter essa perda a longo prazo foram aqueles que passaram a se
pesar com mais frequência, e que pelo menos 79% desses indivíduos se pesavam pelo menos
uma vez por semana.
Além do automonitoramento do peso, o indivíduo pode fazer o auto-registro de seu
comportamento, constituído pelo registro sistemático do comportamento em si, e dos eventos
ambientais antecedentes e consequentes à esses (ABREU-RODRIGUES; BECKERT, 2004).
O comportamento alimentar, em particular, pode ser caracterizado através da frequência e
duração dos episódios alimentares e do conteúdo nutricional e calórico dos alimentos consumidos (BLUNDELL; GILLETT, 2001). O registro das respostas é relevante pelo fato de
diferentes respostas impulsivas sugerirem diferentes intervenções: algumas pessoas podem
consumir exageradamente um tipo específico de alimentos como aqueles ricos em gorduras
e açúcares, outras simplesmente por comer de forma exagerada (LOGUE, 1988). O registro
das condições ambientais esclarece os contextos em que algum comportamento impulsivo
ocorre e sua função: um indivíduo que tende a comer exageradamente, por exemplo, realizando o auto-registro, percebe que emite este comportamento quando faz as refeições sozinho,
constatação que pode o levar a emitir a resposta controlada de começar a fazer as refeições
com a família. O automonitoramento em si pode ser utilizado como forma de intervenção,
pois a simples observação do comportamento frequentemente é seguida de mudanças positivas (ABREU-RODRIGUES; BECKERT, 2004).
O paradigma de autocontrole de Rachlin (1974) baseado na situação de escolha
informa duas outras estratégias de intervenção: o compromisso e o auto-reforçamento. O
compromisso diz respeito à situação em que o próprio indivíduo coloca restrições nas suas
escolhas futuras. Rachin e Green (1972) fizeram isso programando a caixa experimental
para manter ativa apenas a preferência pela opção maior-atrasada quando o pombo escolhia a alternativa de compromisso, muito antes da oportunidade de escolher a alternativa
impulsiva. Isso pode ser feito de diferentes formas para lidar com o problema do sobrepeso
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e obesidade. Para comer menos o indivíduo pode, por exemplo, carregar menos dinheiro
quando vai ao mercado fazer as compras, evitando a alternativa impulsiva de comprar
muitos alimentos (LOGUE, 1988). A presença do estímulo reforçador tende a favorecer a
alimentação impulsiva (WADHERA; CAPALDI-PHILLIPS, 2014), portanto a estratégia
de compromisso também pode ser aplicada para se evitar situações onde o alimento esteja
visível e disponível para a pessoa. O indivíduo pode vir a evitar oportunidades de comer
exageradamente, ou evitar oportunidades de estar em contato com alimentos com muito
açúcar ou gordura (LOGUE, 1988).
O termo auto-reforçamento foi definido por Skinner (2005) como uma situação
em que o indivíduo está em condições de obter um reforçador, mas não o faz a menos que
alguma resposta seja emitida. Isso pode ser implementado na questão do sobrepeso, por
exemplo, quando um indivíduo tem um hábito rotineiro de ir ao cinema às sextas-feiras, e
decide passar a anotar as calorias que consome diariamente, e dizer para si mesmo que só irá
ao cinema na sexta-feira caso, durante a semana anterior, tenha consumido no máximo uma
quantidade específica de calorias por dia (ABREU-RODRIGUES; BECKERT, 2004). Dessa
forma, o indivíduo utiliza um estímulo que é reforçador para ele, e o torna contingente à
algum comportamento seu que deseja alterar.
Rachlin (1974), quando discute o auto-reforçamento, retoma a noção de que autocontrole pode ser definido como o conflito entre uma consequência discreta e imediata
e uma outra consequência atrasada e difusa no tempo. O auto-reforçamento, para o
autor, é uma forma de disponibilizar estímulos imediatos e salientes contingentes à um
comportamento cujas consequências são demasiado atrasadas, abstratas e difusas do tempo.
A função desses estímulos, portanto, é reforçadora condicionada, pois depende da correlação
com uma consequência futura e abstrata. Uma pessoa pode ter dificuldades em estabelecer
uma rotina de exercícios, por exemplo, pelo fato de as consequências dos exercícios serem
difusas no tempo: a disposição maior, a perda significativa de peso, e ausência de doenças
crônicas não são contingentes à nenhuma tarde de atividade física em específico, mas são
contingentes à manutenção de um padrão comportamental por um período relativamente
extenso. Nessa situação, uma pessoa pode passar a registrar o tempo em que se exercitou na
semana e compará-lo com uma meta pré-estabelecida, ou a verificar continuamente mudanças pequenas no seu peso, ou o quanto sua performance está melhorando em um teste de
aptidão física, que são consequências mais salientes e menos atrasadas, que podem adquirir
função reforçadora sobre o comportamento.
Modificações comportamentais para perda de peso tem sido implementadas de diferentes formas. Klem et al. (1997), verificando prospectivamente indivíduos que conseguiram perder o peso e manter a perda por muito tempo (indivíduos que perderam em média
13.6 kg e mantiveram essa perda por 5.5 anos, em média), verificaram que 55% deles contaram com o auxílio profissional de um psicólogo ou nutricionista ou de algum programa de
ajuda específico (como os Vigilantes do Peso), contra 45% que conseguiram perder peso por
conta própria. Do total desses indivíduos, 89% reportaram ter realizado mudanças tanto nos
hábitos alimentares quanto nos hábitos de fazer exercícios (99% reportaram ter feito alguma
mudança nos hábitos alimentares). Por mais que aproximadamente metade dos indivíduos
dessa amostra (que considera apenas os casos de sucesso) tenha conseguido realizar mudanças
comportamentais consistentes sem ajuda profissional, existem perigos relacionados à aplicação indiscriminada do autocontrole no comportamento alimentar. Muitos indivíduos ado32
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tam formas coercitivas de intervir sobre seu comportamento alimentar, que pode levar a por
exemplo episódios de alimentação compulsiva e episódios de alimentação noturna (BLUNDELL; GILLETT, 2001). Tal processo justifica que mudanças comportamentais sejam adequadamente planejadas, e embasadas em estudos empíricos sobre sua eficácia.
CONCLUSÃO
Indivíduos com problema de sobrepeso e obesidade relatam que seu comportamento alimentar muitas vezes está “fora de seu controle” (BLUNDELL; GILLETT, 2001).
Essa fala pode ser reformulada em termos analítico-comportamentais: seu comportamento
está fora do controle das consequências atrasadas e difusas no tempo, e está sob controle das
consequências imediatas e salientes. Assim como todo outro comportamento, o comportamento alimentar é função das variáveis ambientais. Uma crítica frequente à essa abordagem
é que ela vai contra a possibilidade do indivíduo de determinar seu próprio comportamento,
uma crítica já rebatida por Skinner (2005), quando propõe que a capacidade do indivíduo de
controlar-se está em sua capacidade de alterar as contingências operando sobre seu próprio
comportamento. Um comportamento, portanto, só está “fora de controle” até o momento
em que o indivíduo reconhece alguma variável relevante que ele pode manipular para alterar
esse comportamento.
Vendo autocontrole como a emissão de qualquer comportamento que altera a
probabilidade de outro comportamento (SKINNER, 2005), é possível notar que indivíduos espontaneamente aplicam o autocontrole no seu cotidiano, por exemplo quando usam
lembretes escritos, ou repetem para si mesmos “não faça isso” na iminência de fazer algo
que levará a consequências aversivas mais tarde. O que torna necessário o ensino explícito
de técnicas de autocontrole é o fato de não sermos sensíveis a muitas das contingências que
operam sobre o nosso comportamento à ponto de adotar o melhor curso de ação a todo
momento. Rachlin (1974) discute isso dizendo que nossas preferências por uma ou outra
alternativa flutuam na medida em que o tempo passa. Podemos preferir de forma consistente um curso de ação que leva à uma consequência atrasada e adaptativa, mas se uma
alternativa conflitante que leva a uma consequência imediata se torna disponível, é possível prever que a preferência mude para essa consequência imediata, e medidas podem ser
tomadas para assegurar que a alternativa atrasada, porém mais adaptativa, seja escolhida.
É exatamente esta a contribuição da abordagem comportamental para a compreensão da
obesidade: esclarecer o impacto de algumas variáveis ambientais sobre o comportamento
alimentar, e com base nesse conhecimento, alterar o ambiente favorecendo uma melhor
tomada de decisão.
BASIC PRINCIPALS OF BEHAVIOR ANALYSIS IN OBESITY TREATMENT
Abstract: obesity is a chronic and multifactorial disease that provide various health impairments.
Behavior therapy is a treatment that aims contingent managements for feeding and body weight
loss. This study suggests (a) possible therapeutic strategies and (b) show the possibility of self-control
paradigm use as the main therapeutic strategy for this health problem.
Keywords: Obesity. Behavior therapy. Self-control. Impulsivity. Applied Behavior Analysis.
FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 24, especial, p. 25-36, out. 2014.
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