biossegurança em unidades de terapia intensiva: atuação

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BIOSSEGURANÇA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: ATUAÇÃO DO
ENFERMEIRO
*Claudia Márcia de Oliveira Sales
**Érica da Silva Martins
RESUMO
Ao realizar atendimento hospitalar na UTI, os enfermeiros estão constantemente expostos a
vários riscos durante a execução de suas atividades, principalmente por manusear diretamente
o sangue e fluidos corporais de pacientes, potenciais portadores de doenças os quais são
possíveis fontes de transmissão de patógenos. O objetivo desta pesquisa foi identificar o grau
de conhecimento da equipe de enfermagem em relação ao uso dos equipamentos de proteção
individual. Metodologia: Trata-se de um artigo de revisão literária com o emprego do método
quantitativo. Resultados: Os EPI`s que têm o maior número de adesão na sua utilização com a
freqüência de sempre utilizarem, são as luvas com 100% de uso. Os EPI´s: máscara, óculos e
capote nem sempre são utilizados pelos auxiliares de enfermagem. Já o gorro o número de
profissionais que nem sempre utilizam é equivalente aos que não utilizam. Conclusão: A
maior parte demonstrou saber que está exposta a riscos biológicos, físicos e ergonômicos no
exercício de sua função. Os riscos químicos e ambientais não são de conhecimento da maioria
dos profissionais. Contudo, apesar de todos relatarem que usam EPIs principalmente no
tratamento básico de feridas, arrumação do leito, sondagem, banho de leito, limpeza e
desinfecção do material e aspiração das vias aéreas, nem todos os usam de forma constante.
As luvas são os equipamentos de proteção individual mais utilizados. Já o capote, o gorro, os
óculos e a máscara não são tão aceitos pelos profissionais.
Palavras-Chave: Unidade de Terapia Intensiva, enfermeiros, riscos ocupacionais.
ABSTRACT
When performing ICU patient care, nurses are constantly exposed to various risks during the
execution of their activities, mainly by directly handling blood and body fluids of patients,
potential carriers of diseases which are potential sources of pathogen transmission. The
objective of this research was to identify the degree of knowledge of the nursing staff
regarding the use of personal protective equipment. Methodology: This is an article reviewed
the literature with the use of quantitative method. Results: The EPI's that have the largest
membership in its use as often as ever use, are the gloves with 100% usage. The PPE: mask,
gown and goggles are not always used by nursing assistants. Since the cap the number of
professionals who do not always use is equivalent to not using. Conclusion: Most know that
show is exposed to biological, physical and ergonomic in the exercise of its function. The
chemical and environmental risks are not aware of most professionals. However, despite all
report that PPE use mainly in the basic treatment of wounds, the bed storage, drilling, bed
bath, cleaning and disinfecting equipment and suctioning the airways, not all use consistently.
The gloves are the most personal protective equipment used. But the cloak, the hat, glasses
and
mask
are
not
as
accepted
by
the
professionals.
Keywords: Intensive Care Unit, nurses, occupational hazards
* Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva. Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
**Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva. Sociedade Brasileira de Terapia
Intensiva.
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INTRODUÇÃO
A pesquisa encontra-se centrada na temática: A equipe de enfermagem em Biossegurança
na UTI.
A Saúde do Trabalhador, no pensamento clássico da medicina ocupacional, era entendido
como aquela que se relacionava apenas ao ambiente físico, esquecendo-se de que o
trabalhador está em contato com agentes químicos, físicos e biológicos que podem causar
acidentes e enfermidade. Os riscos ocupacionais podem provocar vários danos ao trabalhador,
como, por exemplo, aqueles expostos ao risco físico: redução da capacidade auditiva ou
surdez permanente, câncer, anemias, cataratas, vasodilatação, diminuição da acuidade visual,
nervosismo, irritabilidade, estresse, cefaléia, entre outros (VALLE, 2008).
Na unidade de terapia intensiva encontram-se clientes cujo estado de saúde é grave,
acometidos por várias patologias ou infecção, durante o período de internação eles estão
sujeitos a inúmeros procedimentos invasivos. Por este motivo, tornava-se de suma
importância à atenção que devem merecer as questões de biossegurança, pelos trabalhadores
de enfermagem que atuam nestas unidades, para reduzir os riscos de contaminação e a
ocorrência de acidentes no trabalho, como recomendam (SILVA, CABRAL e ZEITONE
1999).
Na prevenção da contaminação por agentes infecciosos, recomenda-se que os profissionais
de saúde adotem medidas de Biossegurança, especificamente àqueles que trabalham em áreas
insalubres, com risco variável. Esses riscos dependem da hierarquização e complexidade dos
hospitais ou posto de saúde, do tipo de atendimento realizado (hospital de doenças infectocontagiosas) e do ambiente de trabalho do profissional (endoscopia, unidade de terapia
intensiva, lavanderia, laboratório etc), uma vez que estão mais suscetíveis a contrair doenças
advindas de acidentes de trabalho, por meio de procedimentos que apresentam riscos.
Biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização
ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde
do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (
GOMES, 2003).
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Como sugestão, destaca-se a importância de que a Direção Geral, a Gerência de
Enfermagem e o Setor de Segurança no Trabalho continuem envidando esforços para
promover e prevenir os problemas relacionados ao ambiente de trabalho, aliados ao
envolvimento e comprometimento da equipe de enfermagem para que os acidentes de
trabalho e a aquisição de doenças ocupacionais possam ser minimizados. O objetivo geral é
avaliar as medidas de biossegurança em uma unidade de terapia intensiva (UTI); Os objetivos
específicos são: Identificar a percepção da equipe de enfermagem acerca da importância da
adoção e implementação das medidas de biossegurança durante a assistência prestada em
UTI; Analisar as possibilidades de implementação, pela equipe de enfermagem, de medidas
de biossegurança durante a assistência prestada em UTI; Descrever as medidas de
biossegurança adotadas pela equipe de enfermagem durante a assistência prestada em UTI;
Desenvolver cursos específicos de UTI para equipe de enfermagem sobre a biosseguurança.
A justificativa para este tema é que na prática, nem todos os profissionais de enfermagem
que atuam em UTI adotam as medidas de biossegurança necessárias à sua proteção durante a
assistência que realizam, o que pode ocasionar agravos à sua saúde e à do cliente sob seus
cuidados. A questão dos problemas de saúde que afetam os profissionais de enfermagem no
ambiente hospitalar está diretamente relacionada aos riscos ocupacionais aos quais são
submetidos cotidianamente. O assunto vem sendo investigado há tempos em virtude da
recorrência dos acidentes de trabalho, não só em ambientes semicríticos, com também em
UTI’s. O incorreto manuseio de material pérfuro-cortante, o contato com secreções e fluidos
corporais dos clientes internados e/ou portadores de tuberculose e de microorganismos como
acinetobacter, dentre outros sobejamente mencionados em publicações científicas que tratam
do assunto, contribui de forma relevante para o agravamento deste quadro.
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PRECAUÇÃO PADRÃO NA UTI
As Precauções padrão na UTI incluem o uso de Equipamento de Proteção Individual
visando à proteção do profissional da saúde. O equipamento de proteção Individual refere-se
ao uso de barreiras utilizadas para proteger pele, mucosas e roupas do profissional, do contato
com agentes infecciosos, selecionados de acordo com o critério do profissional a partir da
natureza do procedimento e possibilidade do modo de transmissão dos patógenos. Assim,
prevenir infecção depende da proteção por meio de barreiras entre o hospedeiro e os
microrganismos. As barreiras protetoras podem ser físicas, mecânicas ou químicas, e
previnem a disseminação de microrganismos infecciosos de um cliente para outro, ou do
profissional para o cliente e vice versa. As medidas de prevenção incluem desde a lavagem
das mãos e uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), até os processos de limpeza,
desinfecção e esterilização (ENNES, 2002).
A EQUIPE DE ENFERMAGEM NO USO DOS EPis
Ao realizar atendimento hospitalar, os enfermeiros estão constantemente expostos a vários
riscos durante a execução de suas atividades, principalmente por manusear diretamente o
sangue e fluidos corporais de pacientes, potenciais portadores de doenças os quais são
possíveis fontes de transmissão de patógenos. Sendo assim, a exposição ocupacional por
material biológico é entendida como a possibilidade de contato com sangue e fluidos
orgânicos no ambiente de trabalho, e as formas de exposição incluem inoculação percutânea,
por intermédio de agulhas ou objetos cortantes, e o contato direto com pele e ou mucosas
(ENNES,2002).
As Precauções padrão incluem o uso de Equipamento de Proteção Individual visando à
proteção do profissional da saúde. O equipamento de proteção Individual refere-se ao uso de
barreiras utilizadas para proteger pele, mucosas e roupas do profissional, do contato com
agentes infecciosos, selecionados de acordo com o critério do profissional a partir da natureza
do procedimento e possibilidade do modo de transmissão dos patógenos. Assim, prevenir
infecção depende da proteção por meio de barreiras entre o hospedeiro e os microrganismos.
As barreiras protetoras podem ser físicas, mecânicas ou químicas, e previnem a disseminação
de microrganismos infecciosos de um cliente para outro, ou do profissional para o cliente e
vice versa. As medidas de prevenção incluem desde a lavagem das mãos e uso do
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Equipamento de Proteção Individual (EPI), até os processos de limpeza, desinfecção e
esterilização (LACERDA, 2003).
A SEGURANÇA DO TRABALHO
Profissionais de enfermagem muitas vezes enfrentam situações laborais inapropriadas não
as considerando, entretanto, como perigosas, mesmo que as evidências científicas mostrem a
presença de vários agentes de riscos nos ambientes de trabalho. Outro fator que deve ser
levado em conta em relação ao confronto com essas práticas discutíveis, tanto para auxiliares
quanto para técnicos de enfermagem, é a possibilidade do envolvimento dos riscos coletivos e
não apenas individuais. O paciente, em algumas práticas, é o mais suscetível quando ocorre
negligência dos processos de descontaminação adequadas ao uso dos artigos. Após o
surgimento da síndrome de imuno-deficiência adquirida (SIDA) ou AIDS, a literatura
especializada em controle de infecção vem abordando insistentemente, a necessidade de
conscientização dos profissionais da área de saúde, o que resultaria em mudança de
comportamento para o uso de medidas preventivas (BORGES,2006).
O trabalhador de enfermagem geralmente possui mais de um vínculo empregatício, deve
ser considerado o pouco tempo destinado ao lazer e, como a maioria dos trabalhadores
pertence ao gênero feminino, à jornada de trabalho doméstico também deve ser considerada
na análise da qualidade de vida desses profissionais. A utilização do equipamento de proteção
individual representa uma barreira de proteção que pode diminuir os contatos com sangue,
fluídos corporais e outras excretas, sendo que em algumas circunstâncias, reduz
significantemente a exposição aos riscos existentes no ambiente de trabalho (MARZIALE,
2002).
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O USO ADEQUADO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O tamanho inadequado do Equipamento de Proteção Individual especialmente, das luvas
de procedimento, quando a numeração é maior do que a apropriada ao usuário, dificulta o
desempenho técnico, podendo interferir na qualidade do procedimento ou mesmo favorecer
riscos de acidentes com perfuro cortantes. A falta de material é apontada pelos sujeitos como
uma grande barreira para a efetivação das Precauções Padrão no cotidiano. A assistência à
saúde pressupõe toda uma estrutura de suporte de materiais permanentes, de consumo, e
equipamentos. Não havendo esta contrapartida é impossível o profissional adotar as práticas
das precauções padrão. Na área de saúde os aparatos de proteção individual e coletiva,
inicialmente exigem perseverança para sua adaptação, pois até que passem a pertencer à
rotina diária com naturalidade, parecem ser incômodos, restringem os movimentos,
dificultam a percepção tátil, alteram a temperatura corporal, ou mesmo atrasam a execução
de serviço pela simples alteração da rotina (ENNES, 2002).
Segundo Martins e Faria (p.222, ano:2002), o
enfoque do trabalho da enfermagem vai além
de atender às necessidades assistenciais dos
clientes hospitalizados, devendo incluir as
dos
profissionais,
estimulando-os
a
tornarem-se partícipes do processo que
envolve a própria proteção em termos de
biossegurança durante a assistência de
enfermagem, e não meros executores de
tarefas.
9
OS EPIs NO CTI
Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem
utilizar vestimentas de trabalho adequada e em condições de conforto e a vestimenta deve ser
fornecida sem ônus para o empregado e, o mais importante, os trabalhadores não devem
deixar o local de trabalho com os EPI e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.
Quando houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser
responsabilidade do empregador a higienização das vestimentas utilizadas nos centros
cirúrgicos e obstétricos, CTI, unidade de pacientes com doenças infecto-contagiosas
(LACERDA, 2003).
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METODOLOGIA
Esta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura, com o emprego do método
quantitativo/ quantitativo.
Segundo Gil (1999) pesquisa quantitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
Foi realizada revisão de literatura, através de meio eletrônico. Foram pesquisadas as
publicações referentes ao tema dos últimos dez anos.
O site pesquisado foi o Scielo, tendo em vista a busca realizada através da palavra
chave: Biossegurança.
Após seleção do material pesquisado, foi realizada leitura flutuante com subseqüência
classificação dos artigos com abordagem temática. Segundo Mynaio (2000) a leitura flutuante
consistiu no contato exaustivo com o material, deixando-se impregnar por seu conteúdo.
A análise dos referidos autores identificou que os auxiliares e os técnicos de enfermagem
foram os mais afetados por esta prática inadequada que, ademais, infringe as precauçõespadrão preconizadas que, ao não serem observadas, resultou em acidentes.
11
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Referente aos estudos em um Hospital público do município de Campos dos Goytacazes de
médio porte, o uso dos equipamentos de proteção individual na UTI chega a seguinte
conclusão:
Equipamentos de Proteção
Porcentagem
dos
Profissionais
que
usa
os
equipamentos
Luvas
100%
Capote
95%
Gorro
30%
Óculos
40%
Pro pé
35%
Máscara
90%
10 profissionais de enfermagem na hora do procedimento todos usam luvas e máscara. Na
hora dos procedimentos 8 profissionais de enfermagem usam o capote. O gorro, pro pé e o
óculos de proteção quase não se usa na hora do procedimento.
Os auxiliares de enfermagem foram os mais atingidos (48%), seguidos pelos enfermeiros
(43%) e técnicos de enfermagem (39%). O estudo evidenciou ainda que a maioria dos
acidentes ocorreu pelo manuseio inadequado de material pérfuro-cortante (40%), atingindo os
profissionais de enfermagem durante a realização de procedimentos à beira do leito, sendo
10% quando realizavam aspiração do tubo oro traqueal envolvendo espirro de secreção em
pele e mucosa, e outros 10% ao desprezar excreta / secreção, que também atingiu os
profissionais nas mucosas da face, boca e olhos.
De acordo com o estudo, 47% dos acidentes ocorridos estavam relacionados ao contato
direto com o cliente e 53%, ao contato indireto. No que diz respeito à utilização dos
equipamentos de proteção individual no momento do acidente, 40% dos profissionais
referiram fazer uso dos mesmos e 60% informaram o contrário. Pode-se perceber, portanto,
que os resultados destes estudos foram semelhantes, apontando como principal causa de
acidentes o descumprimento de normas básicas de biossegurança.
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Os trabalhadores de enfermagem estão expostos a uma série de riscos durante a execução
de seu trabalho, quais sejam, físicos, químicos, ergonômicos, psicossociais e biológicos, os
quais podem-lhes ocasionar acidentes e doenças ocupacionais. O acidente de trabalho é
aquele que "ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa" [...] "provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho". Para amenizar os acidentes é importante o uso dos
equipamentos de proteção individual.
O cuidado com a segurança do trabalhador avançou principalmente a partir das
transformações que vem ocorrendo no mercado de trabalho ocasionadas pelo incremento
tecnológico, pela abertura do mercado e pela divisão internacional do trabalho, o que fez
crescer o risco de acidentes de trabalho em virtude das modernas máquinas e das longas
jornadas de trabalho a que o empregado é submetido para cumprir a meta de produção, por
outro lado todas essas transformações determinaram um aumento no investimento, por parte
das empresas, na segurança dos empregados, a fim de evitar acidentes de trabalho que possam
trazer prejuízo tanto para o empregador quanto para a empresa. Os EPI´s: máscara, óculos e
capote nem sempre são utilizados pela enfermagem. Apesar da necessidade do uso dos EPI’s
ser teoricamente aceita por todos, muitos profissionais de enfermagem não fazem uso dos
mesmos porque pensam não correrem risco de contrair doenças ou porque não gostam de usar
EPI`s, confirmando o relato de (SOUZA, 2002).
Os profissionais, por sua vez, precisam buscar novos conhecimentos, habilidades e
atitudes na área, fazendo com que, cada vez mais, seu trabalho seja valorizado e, ao mesmo
tempo, indispensável dentro das instituições prestadoras de assistência à saúde. Este estudo,
portanto, deve ser considerada uma aproximação ao tema proposto, e seu objetivo é constituirse em contribuição, mesmo que pequena, para a maior compreensão das questões éticas
envolvidas na prática profissional de enfermeiros da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar.
13
Etapesaude.com
Profissional de enfermagem com todos os equipamentos de proteção individual para manusear
o paciente.
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CONCLUSÃO
Os Equipamentos de Proteção Individual tem uso regulamentado por legislação própria,
sendo considerado tal uso obrigação do fabricante, do empregador e do empregado. Os
profissionais da área de saúde prestam cuidados a pessoas possivelmente portadoras e
transmissoras de doenças. Tem contato com materiais perfuro cortantes, fluidos corporais e
sangues, expondo-se a várias situações de riscos físicos, biológicos, químicos, ergonômicos,
mecânicos. A maior parte demonstrou saber que está exposta a riscos biológicos, físicos e
ergonômicos no exercício de sua função. As luvas são os equipamentos de proteção individual
mais utilizados. Já o capote, o gorro, os óculos e a máscara não são tão aceitos pelos
profissionais. Um motivo relevante e preocupante para a falta de uso dos EPI’s necessários ao
trabalho de enfermagem é a falta de disponibilidade dos mesmos. Verifica-se, portanto, que
tanto empregadores quanto empregados descumprem a legislação vigente, colocando a saúde
dos trabalhadores que cuidam da saúde dos pacientes em risco. Sugere-se a necessidade de
maior conscientização dos profissionais de enfermagem a respeito da necessidade do uso dos
Equipamentos de Proteção Individual, a fim de que a resistência a esse uso seja superada e os
profissionais possam exercer suas funções tornando-os isentos de riscos à própria saúde.
A utilização de alguns EPI’s em detrimento de outros, torna evidente a necessidade de
esclarecimentos que levem à compreensão sobre a importância da utilização destes materiais,
principalmente no que concerne à máscara e aos óculos que, em muitas ocasiões, foram
totalmente negligenciados. Muito embora a instituição pesquisada forneça EPI’s em
quantidade suficiente para uso pelos membros da equipe de enfermagem, isto não significa
que estejam adequados para o fim a que se destinam, a exemplo dos óculos de segurança que
devem ser confortáveis e adaptados para atenderem as necessidades daqueles que também
utilizam óculos de grau.
Quanto ao coletor de descarte de material pérfuro-cortante, foi possível constatar o
correto procedimento da equipe de enfermagem em relação a este tipo de material, posto que
todos observaram rigorosamente as normas de biossegurança. Esta é uma questão que deve
ser permanentemente abordada em cursos de educação permanente sobre saúde e segurança
no trabalho, considerando as situações de estresse que permeiam as características laborais de
uma UTI, que podem aumentar a probabilidade de ocorrência de risco de acidentes de
trabalho.
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Um aspecto que não pode ser descurado é o que se refere ao transporte de roupa suja e
contaminada, atividade que foi desenvolvida sem observância das normas de segurança por
parte de muitos integrantes da equipe de enfermagem da UTI estudada. Sendo assim, esta
equipe deve ser objeto de permanente atenção do Setor de Saúde do Trabalhador, visando à
vacinação contra a Hepatite B, a prevenção contra o vírus HIV, o controle da tuberculose e a
promoção à saúde através de ações contínuas junto aos seus integrantes. Deve ser ressaltada a
necessidade de adoção de medidas voltadas para a educação permanente da equipe de
enfermagem no que se refere às normas de biossegurança. Para tanto, a Instituição deve
proporcionar aulas, cursos, seminários, palestras e workshops com o objetivo de que todos
compreendam a importância da adoção e implementação dessas medidas na UTI, pois as
mesmas visam também a proteção e a segurança do cliente e a de outros profissionais que
exercem atividades naquele contexto laboral.
É sabido que, por razões culturais, nem sempre se dá à devida importância à prevenção de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no ambiente hospitalar, o que é altamente
preocupante. Portanto, é imprescindível a inclusão de tais razões na pauta da educação
permanente, para que os profissionais de enfermagem possam discuti-las e encontrar soluções
para superá-las.
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