ADRIANA KATE FIGUEIREDO PEREIRA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES COM ÚLCERA POR PRESSÃO (UPP) EM UTI SALVADOR 2012 ADRIANA KATE FIGUEIREDO PEREIRA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES COM ÚLCERA POR PRESSÃO (UPP) EM UTI Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação Latu Sensu / Especialização em Enfermagem em UTI, da Universidade Castelo Branco e Atualiza sob a orientação do Professor Fernando dos Reis Espírito Santo. SALVADOR 2012 AGRADECIMENTOS Agradeço aos professores, pela competência e paciência. Agradeço a todos os meus familiares pelo incentivo e apoio me dado. “A grandeza de um ser humano não esta no quanto ele sabe, mas no quanto ele tem consciência que não sabe. O destino não é freqüentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos.” (Augusto Cury) RESUMO Este estudo aborda a importância da assistência de enfermagem aos pacientes com Úlceras por Pressão (UPP) em UTI. Os hospitais procuram aprimorar a qualidade assistencial e a segurança do paciente reduzindo agravos como o aparecimento da UPP através da avaliação dos processos que podem ser decisivos neste resultado, um indicador de qualidade da enfermagem e serviços de saúde. Elas são definidas como lesões provocadas pela constante pressão praticada sobre um certo ponto do corpo, causando um grave comprometimento do aporte sanguíneo com redução ou cessação da irrigação tissular, ocasionando oclusão de vasos e capilares, isquemia e morte celular. Podem ocorrer por diversos fatores predisponentes do paciente crítico, sobretudo, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A UPP é sempre um motivo de preocupação pela equipe de enfermagem, visto que seu surgimento e prognóstico estão relacionados diretamente com a qualidade da assistência oferecida. O objetivo é evidenciar a importância da assistência de enfermagem aos pacientes com UPP em UTI. A fim de alcançar esse objetivo foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tipo descritivo e qualitativo. Diante disso, conclui-se que há a necessidade da avaliação do processo da assistência de enfermagem, de forma a identificar a conformidade das ações de enfermagem e os aspectos que demandam mudanças institucionais, já que podem intervir na ocorrência da UPP objetivando o aperfeiçoamento da qualidade e a maior segurança para os pacientes internados em UTI. PALAVRAS-CHAVE : Úlceras por pressão, Assistência de enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva. ABSTRACT This study addresses the importance of nursing care to patients with pressure ulcers (PU) in ICU. Hospitals seek to improve the quality of care and patient safety by reducing injuries and the emergence of UP through evaluation of processes that can be decisive in this result, an indicator of quality of nursing and health services. They are defined as injuries caused by constant pressure practiced on a certain point of the body, causing a severe disruption of blood supply to reduction or cessation of irrigation tissue, causing occlusion of vessels and capillaries, ischemia and cell death. Can occur by several predisposing factors critical patients, mainly in the Intensive Care Unit (ICU). UP is always a cause for concern by the nursing team since its inception and prognosis are directly related to the quality of care offered. The aim is to highlight the importance of nursing care to patients in the ICU with UPP. To achieve this goal we conducted a literature review and qualitative descriptive. Therefore, it is concluded that there is a need to evaluate the process of nursing care, to identify compliance of nursing actions and aspects that require institutional changes, as they may intervene in the occurrence of PU aiming the improvement of quality and greater safety for patients in the ICU. KEY-WORDS: Ulcers for pressure, Assistance of nursing, Unit of Intensive Therapy. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 08 2 REFERENCIAL TEÓRICO 12 2.1 Conhecendo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 12 2.1.1 Cuidado intensivo 15 2.1.2 Organização da unidade 16 2.1.3 Aspectos psicológicos e psiquiátricos evidenciados na UTI 17 2.1.4 Percepção do paciente em relação à UTI 18 2.1.5 Assistência de enfermagem em UTI 21 2.2 Conhecendo a Úlcera por Pressão (UPP) 25 2.2.1 Epidemiologia 27 2.2.2 Fatores de risco 28 2.2.3 Estágios 30 2.2.4 Tratamento 32 2.3 Assistência de enfermagem aos pacientes com UPP em UTI 33 2.3.1 Prevenção 34 2.3.2 Adoção de inovações para prevenção de UPP em UTI 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40 REFERÊNCIAS 42 1 INTRODUÇÃO . Apresentação do objeto de estudo De acordo com Santos et. al. (2005), as UPP significam um grande problema para os serviços de saúde, sobretudo para as equipes de enfermagem e multidisciplinar, tanto devido às altas incidências, prevalências e diferenças de medidas profiláticas e terapêuticas existentes, quanto pelo aumento da mortalidade, morbidade e custos delas oriundas. A UPP se apresenta por uma lesão da pele provocada pela ligação de fatores intrínsecos e extrínsecos que, depois de certo período de fluxo sanguíneo deficiente, os nutrientes deixam de ser conduzidos para a célula e os produtos de deterioração se aglomeram, e com isso, acontece a isquemia acompanhada de hiperemia, edema e necrose tecidual, chegando à morte celular (KRASNER; CUZZEL, 2003). Elas são consideradas como episódios desfavoráveis ocorridos durante o processo de hospitalização, que repercutem de maneira indireta a qualidade do cuidado oferecido (SOUSA et. al., 2006). Silva et. al. (2010) destacam que se trata de uma complicação bastante freqüente em pacientes críticos e sofre um grande impacto sobre sua recuperação e qualidade de vida. Este paciente crítico está mais predisposto a desenvolver este tipo de problema, devido à sedação, mudança do nível de consciência, suporte ventilatório, utilização de drogas vasoativas, restrição de movimentos por um longo período e instabilidade hemodinâmica (FERNANDES; CALIRI, 2008). Diante disso, o cuidado intensivo prestado a esses pacientes, normalmente, se torna mais eficiente no momento em que é desenvolvido em setores específicos, que proporcionam recursos e objetivos para sua progressiva recuperação. Tais unidades específicas chamadas UTI consistem num conjunto de elementos funcionais incorporados, responsável pelo atendimento de pacientes graves ou de risco que demandem uma assistência médica e de enfermagem contínuas, além de equipamentos e recursos humanos especializados (MS, 1998). Segundo Baldwin e Zeegleer (1998), o avanço tecnológico em cuidados de saúde tem ampliado as condições de sobrevida de pacientes críticos, contudo, por causa da instabilidade fisiológica e restrita imobilização, tornam pessoas de alto risco para o desenvolvimento dessas UPP. Conforme relatos de Gomes (1988), embora já se tenha o avanço tecnológico, ainda não há uma definição suficiente de cuidado intensivo. Entretanto, ele considera como sendo aquele oferecido a pacientes recuperáveis, porém que precisam de uma supervisão constante, e que estão sujeitos a se submeterem a procedimentos especializados e desenvolvidos por pessoal especializado. Independentemente da razão que acarretou a internação do paciente em uma UTI, a concentração de pacientes graves ou críticos, dependentes de mudanças repentinas com relação ao seu estado geral, a incessante expectativa de situações de quebra repentina das atividades normais pelas urgências médicas, geram uma atmosfera emocionalmente comprometida, onde o estresse está presente tanto nos elementos que operam nas unidades quanto em pacientes e em seus familiares, sendo esses bastante comprometidos em suas necessidades básicas (GOMES, 1988). . Justificativa Um dos maiores desafios em assistência a pacientes críticos, é a ocorrência de complicações advindas do estado de saúde do paciente e/ou do tratamento dispensado a este, sabendo que nessas unidades a tecnologia empregada é bastante avançada e a imprevisibilidade das situações de emergência é acentuada, onde alguns aspectos relacionados ao cuidado são merecedores de pouca atenção por parte dos profissionais que prestam este cuidado. Dentre as inúmeras complicações decorrentes de um processo de hospitalização, a UPP, é bastante evidente, além de ser uma ocorrência comum em pacientes hospitalizados, representa um problema de saúde significante e oneroso em pacientes imobilizados portadores de doenças graves. . Problema Qual a importância da assistência de enfermagem diante dos pacientes com UPP internados em UTI? . Objetivo Evidenciar, a partir da literatura, a importância da assistência de enfermagem aos pacientes com UPP em UTI. . Metodologia Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que segundo Ludke e André (1986) possibilita compreender a complexidade das experiências, os seus significados. Os dados qualitativos permitem apreender o aspecto multi-dimensional dos fenômenos, capturando os diferentes significados das experiências no ambiente investigado, de modo a auxiliar a compreensão das relações entre os indivíduos, seu contexto e suas ações. Quanto aos objetivos, é uma pesquisa descritiva e exploratória, que de acordo com Lakatos e Marconi (2001), destina-se a descrever as características de determinada situação, os estudos descritivos diferem dos resultados exploratórios no rigor em que são elaborados seus projetos. Quanto ao procedimento, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, porque na visão de Vergara (2007), é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral. . Estrutura do trabalho Este estudo está constituído de 3 momentos, que estão assim distribuídos: no primeiro momento será abordado o conhecimento sobre a unidade de terapia intensiva (UTI). No segundo momento será descrita a úlcera por pressão (UPP); e no terceiro momento será enfocado o tema em si, a importância da assistência de enfermagem aos pacientes com UPP em UTI. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONHECENDO A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) Atualmente podemos destacar uma preocupação muito grande por parte dos profissionais da saúde sobre a questão da humanização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com o passar dos anos houve a necessidade de promover um ambiente que proporcionasse ao paciente melhores condições de bem-estar, respeitando a integridade física, mental e ainda favorecendo aos familiares a proximidade com o paciente por intermédio de uma planta física adequada. Para Castro (1990), as UTIs surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante, assistência médica e de enfermagem contínua, centralizando os pacientes em um núcleo especializado. De acordo com Gomes (1998), os serviços de Terapia Intensiva são áreas hospitalares destinadas a pacientes em estado crítico que necessitam de cuidados altamente complexos e controles escritos. A UTI tem como objetivo concentrar recursos para o atendimento ao paciente grave, que exige assistência permanente, além da utilização de equipamentos especializados, atendendo também a pacientes em estado crítico ou potencialmente crítico, de ambos os sexos, de todas as idades, clínicos ou cirúrgicos e com qualquer tipo de patologia, caracterizando assim uma UTI geral. A equipe multiprofissional que atua nas UTIs é composta por: Médicos Intensivistas responsáveis pela assistência médica durante a permanência do paciente na UTI; Enfermeiras que são responsáveis pela avaliação e elaboração de um plano de cuidados de enfermagem individualizado e sistematizado; Auxiliar de Enfermagem, Agente de Transporte, Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Higiene Hospitalar, Fisioterapeutas, Nutricionistas e Voluntárias (GOMES, 1998). Nightingale apud Civeta et. al. (1992), descreveu o uso de área especiais separadas, nos hospitais de comunidade, perto das salas de operações, para a recuperação dos pacientes dos efeitos imediatos da cirurgia. A idéia de uma sala de recuperação foi implementada muito mais tarde nos maiores hospitais de ensino, que tinha melhor provisão de recursos humanos e continuaram, até 20 anos atrás, a depender das enfermeiras particulares para supervisionar a recuperação dos pacientes nas enfermarias. O estímulo era o desejo de concentrar a perícia ou os recursos limitados dentro de uma área, a fim de possibilitar assistência ótima ao máximo número de paciente com necessidades particulares. O desenvolvimento subseqüente das UTIs não foi tanto uma evolução como uma resposta direta às necessidades. A monitoração de terapia intensiva que nós encaramos tanto como parte da UTI não era tão simples de operar como agora, e então, grupos de enfermeiras começaram a desenvolver experiências nas técnicas especiais envolvidas, e as unidades foram atribuídas a estes membros da equipe dando início a enfermagem de terapia intensiva (CIVETA et. al., 1992). Durante os anos 60, muitos médicos interessados em Terapia Intensiva vieram da Europa para os Estados Unidos durante o Apogeu da “drenagem de cérebros” e ajudaram a estabelecer otratamento intensivo. Por essa razão as UTIs surgiram nos Estados Unidos a partir de uma multiplicidade de origens (CIVETA et. al., 1992, p. 1890). Ainda de acordo com Civeta et. al. (1992), pelos anos 70 as UTIs tinham se tornado bem estabelecida e eram consideradas uma parte necessária de toda comunidade e eram também, infelizmente, depósitos nos quais pacientes com um prognóstico sem esperanças eram colocados para uma “última chance”. Além disso, não existia treinamento formal disponível em tratamento crítico e muitas vezes havia um pequeno empreendimento de uma residência de anestesiologia e outros tipos de estudos. Nos grandes centros com UTIs, a responsabilidade de momento a momento por um paciente criticamente enfermo muitas vezes estava nas mãos de um treinamento júnior, enquanto que a pessoa disponível com experiência era um consultor, e o médico ou cirurgião assistente do paciente não estavam imediatamente à mão. Hoje, para o cuidado intensivo se faz necessário à enfermagem permanente com treinamento específico completo e desenvolvendo um serviço contínuo, pronta avaliação médica e complementação científica, padronização técnica de investigação e tratamento, definição de área e facilidade e atitude novas para o cuidado intensivo. A criação das UTIs veio em busca de atendimentos, onde a vigilância é um aspecto de prevenção de danos, recuperação do paciente e identificação precoce de anormalidade. É uma área de apoio, para atendimento com características próprias, compreende a organização, facilidades, serviços e pessoas. O objetivo principal do cuidado progressivo do paciente é proporcionar um melhor cuidado e tanto podendo ser descrito como “serviços de hospital, sob medida, para atender as necessidades do paciente” ou “paciente certo, no leito certo, com o serviço certo, na hora certa”. O enfermeiro deve estar apoiado às necessidades físicas do paciente assim como na assistência e do funcionamento dos equipamentos em geral. Os efeitos da hospitalização, e com as doenças graves, os mecanismos de defesa, estão alterados e diminuídos nos pacientes e nos que não respondem provavelmente ausentes, são os pacientes que não respondem aos estímulos táteis e dolorosos (GOMES, 1988). Os ruídos normais em casa incluem vozes de pessoas queridas e amigos; entretanto, os sons em unidades de cuidados intensivos incluem vozes estranhas, em grandes números, movimento das grades dos leitos, ruídos dos monitores cardíacos, sistema de auto-falante chamando nomes estranhos, aspiração de traqueostomias, telefones tocando o tempo todo, sussurros, risos e vozes disfarçadas, estão acompanhados por iluminação contínua, imagens estranhas de equipamentos, medo e dor. O ambiente da UTI, não deixa de ser um ambiente isolado, sem a família e sem contar com a total exposição de seu corpo, pois nesta unidade não requer o uso de roupas da própria pessoa, isso já o torna mais sensível e vulnerável às emoções obtidas nesse contexto (HUDAK; GALLO, 1997). O sono é uma parte do ciclo de 24 horas dentro ao qual os organismos humanos devem funcionar. Há uma periodicidade de 24 horas na qual o importante período de sono típico repara uma vez ao dia. O objetivo do sono é evitar à exaustão fisiológica e psicológica e/ou doença, a ausência de sono prolonga o tempo necessário para a recuperação de uma doença. Quando o paciente se encontra fora de casa, não reconhece o ambiente, se depara com uma equipe com grande dinamismo, se surpreende com tal fato e a presença da família constante na unidade é fundamental para o melhor desempenho dos resultados (HUDAK; GALLO, 1997). 2.1.1 Cuidado intensivo O cuidado é uma peculiaridade do humano sendo condição primária para a sua existência. Sendo assim, os valores humanos como a fé, esperança, sensibilidade, ajuda e confiança são aspectos relevantes a serem estimulados e desenvolvidos no processo de cuidar, e eles precisam estar presentes para que o cuidado possa tornar-se holístico. O cuidado holístico deve ser preocupação da enfermagem, atendendo às necessidades dos pacientes e da família (MARUITI; GALDEANO, 2007; SILVA et. al., 2008). Segundo Gomes (1988), ainda não existe uma definição satisfatória de cuidado intensivo, no entanto alguns conceitos podem ser utilizados na tentativa de caracterizá-lo. Jones (1967) apud Gomes (1998, p. 592) define cuidado intensivo como um tratamento contínuo dado em uma unidade por um grupo permanente de enfermeiros e médicos especificamente treinados. De acordo com Gomes (1988), o cuidado intensivo pode ser dispensado a três tipos de pacientes: aqueles que especificamente necessitam de cuidados de enfermagem rigorosos, aqueles que requerem contínua e freqüente observação ou investigação e aqueles que dependem de tratamentos complexos e de equipamentos de apoio (respiradores, monitores, etc.). Em alguns casos, o que é crítico para a enfermagem nem sempre é do ponto de vista médico. Esta é uma afirmação ainda não muito aceita, mas que tende a definir algumas condutas em relação à permanência ou ao de um paciente na unidade de cuidado intensivo (GOMES, 1988). 2.1.2 Organização da unidade Todo método de trabalho na UTI é criado a partir de sua organização, visando ao desenvolvimento das atividades que proporcionam a concretização de seus objetivos. Entretanto, considerando-se os recursos econômicos do hospital é o tipo de paciente a ser tratado na Unidade de Terapia Intensiva, nem sempre será possível a elaboração de normas rígidas para seu planejamento. Contudo alguns critérios básicos e relacionados deverão ser estabelecidos (GOMES, 1988): - A filosofia de atendimento deve basear-se no contato constante e direto entre pacientes e equipe de saúde; - A área destinada à internação deve ser ampla; - O equipamento especializado; Segundo o autor, na fase de planejamento da unidade, o enfermeiro estabelece os critérios e normas para o serviço de enfermagem, define a filosofia de trabalho do mesmo, elabora manuais e cria os métodos padronizados e atendimento ao paciente. O sucesso do tratamento na unidade está condicionado a um bom atendimento e a consciência disso tem nos levado, muitas vezes, ao estresse emocional. Um período de seis horas diárias, num total de até trinta e seis horas diárias, é preconizado como ideal para as UTI. Não há uma infra-estrutura para que estabeleçam, à noite, períodos de trabalho de seis horas: o transporte é inadequado a partir das vinte e três horas; as instituições não possuem recursos para abrigar o funcionário no resto do período, não há segurança para a circulação do indivíduo na cidade nas horas noturnas avançadas. A solução para o problema é permear o ciclo de atividades noturnas com folgas mais freqüentes. O conhecimento e a certeza de que deva existir um treinamento sistematizado, visando a uma melhor prestação de serviço, não têm sido suficientes para se estabelecerem meios que assegurem um bom cuidado de enfermagem aos pacientes internados em UTI. A assistência ao enfermo é significativamente mais completa quando aliada a fatores que evidenciam desenvolvimento do grupo de trabalho: emprego efetivo do pessoal, adequada conservação e eficiência do material, efetividade e objetividade dos procedimentos de enfermagem, educação dos pacientes e de seus familiares, criação de novos métodos de tratamento e cooperação mútua (GOMES, 1988). 2.1.3 Aspectos psicológicos e psiquiátricos evidenciados na UTI Eisendrath (1994) considera que muitos pacientes, na tentativa de manejar o estresse de sua estadia, com mecanismos primitivos de enfrentamento, favorecem a regressão, manifesta como uma dependência extrema. Os pacientes se deparam com estressores, como o medo real da morte, a força da dependência, as potenciais e permanentes perdas de função. A separação da família e a perda de autonomia, freqüentemente, encabeçam e promovem regressão psicológica. Outros pacientes podem tentar enfrentar ou lidar com os estressores por supressão de seus sentimentos. Outros podem desencadear outras reações, mais insatisfatórias para a equipe como a agitação, desespero, choro convulsivo, agressões à enfermagem, manobras, enfim, que atuam como poderosos estressores também para o “staff”, visto que pacientes estarem conscientes e emocionalmente frágeis. Este autor considera que o medo é extremamente percebido quando o paciente é admitido na UTI; o medo e a ansiedade podem produzir mudanças fisiológicas, piorando o quadro do paciente. Boucher e Clifton (1996) relata que em casos extremos, a dor, as dificuldades do tratamento, as alterações de sono, mais o acúmulo dessas sensações incontroláveis, podem evoluir para a Síndrome de UTI – alteração psiquiátrica que pode levar à psicose. Drubah e Peralta (1996), diz que os médicos na unidade saibam reconhecer as complicações psiquiátricas de seus pacientes para providenciar benefícios para estas condições. Referem que os sintomas psiquiátricos também podem estar associados a complicações orgânicas (encefalopatias) decorrentes de disfunções renais, hepáticas, metabólicas, cerebrais. Alguns sintomas como ansiedade exacerbada, agitação psicomotora, ilusão, alucinação, até a depressão acentuada são reações emocionais do paciente à doença, e que dependem da severidade da patologia, do impacto também do tratamento e da hospitalização e na qualidade do “Estar na UTI”, daí a importância do caráter realmente humanizador da tarefa. 2.1.4 Percepção dos pacientes em relação à UTI A técnica de adoecer ocorre na vida de uma pessoa de forma repentina trazendo consigo inúmeros sentimentos e mudanças em seu dia-a-dia, que podem ser vivenciadas e aceitas de uma forma diferente por cada pessoa. Tal processo poderá provocar no individuo uma situação de crise, que se constitui em um período relativamente curto de desequilíbrio psicológico quando a pessoa se depara com uma circunstância perigosa, um problema importante em que não pode escapar nem resolver com os recursos habituais para solução de problemas. A crise normalmente vem acompanhada de sentimentos como ansiedade, raiva, medo e/ou depressão. Assim sendo, a hospitalização pode ser caracterizada como uma situação de crise, onde o paciente apresenta um estado emocional especial caracterizado pela insegurança, perda da independência, perda do poder de decisão, perda da identidade, do reconhecimento social e da auto-estima, além sentir falta de atividades, recreação e de relações sociais afetivas (SILVA; GRAZIANO, 1996). Numa instituição hospitalar o paciente se depara com uma rotina muito diferente da que está habituado tendo, na maioria das vezes, dificuldade para se adaptar ao local e sua dinâmica de funcionamento. Além disso, as crenças valores, costumes, comportamentos, enfim, a cultura em que ela está inserida pode contribuir ou dificultar a adaptação/aceitação diante da doença e da hospitalização (SMELTZER; BARE, 1999). 2.1.4.1 Medo de morrer O medo é um sintoma bastante citado pelos pacientes de uma UTI, já que, normalmente se encontram diante de uma situação nova e desconhecida, como a doença e o tratamento, sem possuírem conhecimento necessário para esta informação. De acordo com a revista Isto É (1998), o impacto provocado pela ameaça à vida e do enfrentamento da situação de internação na UTI mobiliza o medo fundamental de todo ser humano: o medo da morte. A UTI já causa uma determinada sobrecarga emocional, visto que, geralmente, associa-se a ele uma piora das condições gerais do paciente, colocando-o em proximidade com a morte (GOMES, 1998). 2.1.4.2 Ambiente Angustiante A doença é um estado físico emocional que motiva angústia em todas as pessoas envolvidas: pacientes, familiares, amigos e profissionais (MINAYO, 1993). No momento em que esta precisa ser tratada em uma UTI, o equilíbrio emocional do paciente e de seu núcleo familiar é muito mais visível (ANDRADE, 1998). O paciente tende a se identificar com a imagem que está no seu campo visual, como um espelho. Passa sofrer não só pelo outro à sua frente, mas por si mesmo mediante sentimentos que lhe são provocados de maneira exacerbada pela identificação. Caso o paciente em questão não esteja em estado tão grave, a visão do sofrimento do outro propicia a formação de fantasias e desperta o medo de que tudo possa acontecer com ele (ISTO É, 1998, não paginado). É evidente que o contato com o sofrimento dos outros pacientes, traz uma determinada angústia em relação a sua doença. A angústia é uma reação habitual entre os pacientes, já que sofrem por vivenciarem essa nova experiência quase sempre de maneira solitária. Têm receio das perdas que podem ocorrer e do desconhecido (GOMES, 1998). Segundo Guirardello et. al. (1999), o estranho maquinário, as sucessivas privações, interrupções de sono, super estimulação sensorial, sede, dores, abstinência de alimentos comuns, alimentação endovenosa ou nasoenteral, respiração por ventiladores, monitorização cardíaca e as suas sinalizações, os cateteres, procedimentos invasivos, a imobilização do paciente e também a superlotação de equipamentos no local, ocasionam situações que proporcionam mudanças psicopatológicas para o paciente, sua família e para a equipe de saúde. 2.1.4.3 Falta de autonomia A percepção de privação da autonomia, da liberdade, a escassez de domínio da situação associada à debilidade física, e à dependência, causa um estado de inatividade e surge para o paciente como parte integrante de uma realidade de difícil aceitação, sobretudo, durante a fase aguda da doença (SILVA, 2000; GOMES, 1998). Outra particularidade dessa unidade é a despersonalização do ser, pois o paciente se encontra, fora do seu ambiente familiar, social e profissional para permanecer em um ambiente desconhecido (GUIRARDELLO et. al., 1999). Orlando (2003) destaca que os pacientes internados em uma UTI são, na maior parte das vezes, dependentes e se sentem inúteis com a falta de autonomia e controle de si mesmos, contribuindo, assim, para a ansiedade. Considerando que o paciente é um todo, não podemos deixar de observá-lo como tal, pois seu estado emocional pode estar tão comprometido quanto seu físico, e a equipe de saúde deve estar preparada para uma assistência humanizada, estimulando o autocuidado, uma vez que o tipo de atendimento recebido dos profissionais de saúde também influencia os sentimentos das pessoas internadas (KOIZUMI et. al., 1979, p. 135-45). Para o paciente, uma internação pode se tornar menos estressante dependendo da atitude do mesmo em relação à vida, do local onde foi internado e da equipe que cuidou desse paciente. Ademais, a UTI clínica é considerada menos estressante para os pacientes do que a equipe do hospital prevê. Esses, dentre outros fatores permitem que pacientes passem a aceitar a internação, considerando-a como forma de restabelecimento da saúde (ISTO É, 1998). 2.1.5 Assistência de enfermagem em UTI O papel do enfermeiro na UTI consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas, devendo cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde. Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão. Compete ainda a este profissional avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em equipe, a eficácia e custo-efetividade (HUDAK, 1997). No que se refere à educação o enfermeiro de Terapia intensiva, deve ter um compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento profissional, sendo capaz de atuar nos processos educativos dos profissionais da equipe de saúde, em situações de trabalho, proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os profissionais, responsabilizando-se ainda pelo processo de educação em saúde dos indivíduos e familiares sob seu cuidado, reconhecendo o contexto de vida e os hábitos socioeconômico e cultural destes, contribuindo com a qualificação da prática profissional, construindo novos hábitos e desmistificando os conceitos inadequados atribuídos a UTI. De acordo com Souza (1985), o trabalho em UTI é complexo e intenso, devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Desta forma,pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva. O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a sua progressiva recuperação. Desta forma o enfermeiro de UTI precisa estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa conduzir o atendimento do paciente com segurança. Para tal, o treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do resultado esperado. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI (GOMES, 1988). O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementados. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam de tocar, conversar e ouvir o ser humano que esta a sua frente. Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma Unidade de Terapia Intensiva não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor, no entanto compete a este profissional lançar mão de estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e biologicista que impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs (HUDAK, 1997). Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado. O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de vida e morte, humano e tecnológico encontram-se em luta constante. Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o responsável pelo acompanhamento constante, conseqüentemente possui o compromisso dentre outros de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da unidade. 2.1.5.1 O cuidado humanizado na UTI: interação entre enfermagem/paciente/família Para Silva et. al. (2008), a humanização neste ambiente deve existir como um cuidado aliado à técnica e ao conforto, associado à valorização da subjetividade e aos aspectos culturais de cada pessoa incluindo a relação de diálogo entre os profissionais. A iniciativa de humanizar ou resgatar a dignidade humana “perdida” emerge num momento que pode parecer apenas um discurso equivocado no contexto atual. Mas realmente ele é necessário a partir do momento que os serviços de saúde apresentam situações críticas. Só assim, o discurso de que a tecnologia é o verdadeiro fator desumanizante, irá desaparecer. Estas situações remetem ao fato de que dentro das unidades o cliente torna-se somente um paciente a mais, outra patologia, outro tratamento, outro prontuário. Assim, o paciente fica sujeito a perda de sua identidade e privacidade (BARRA, 2005). É necessário mais preparo dos profissionais voltadas não só para o aspecto teórico e técnico, como também numa perspectiva mais humanitária. Cabe a eles, uma atitude individual para resgatar essa humanização em relação a um sistema tecnológico dominante (CAETANO, 2007). Villa e Rossi (2002) afirmam que o ambiente da UTI por ser envolvido de estresse e cansaço devido à sobrecarga de trabalho, trás também um sofrimento a equipe de enfermagem, que além da assistência prestada ao paciente 24 horas, precisa lidar com a família e com suas próprias necessidades ou conflitos que são manifestadas através de fadiga física e emocional, tensão e ansiedade. O relacionamento frio, muitas vezes assumido, justifica-se como um mecanismo de defesa. Por isso, a proposta de humanização da assistência surge exatamente para combater esta impessoalidade no atendimento ao cliente e para tornar a relação enfermeiro/paciente uma relação de afeto e respeito mútuo sem abandonar a técnica necessária. Além disso, contribui para diminuir os traumas dos pacientes e das famílias e orienta os profissionais a agir de forma menos mecanizada, sabendo o real valor que a tecnologia possui na realização dos cuidados (BARRA , 2005). De acordo com Maruiti e Galdeano (2007), nesse sentido, a humanização do cuidado de enfermagem vai além das permissões dadas às visitas, incluindo também a detecção das necessidades dos familiares, após estabelecer uma relação de confiança e de ajuda. Essa interação enfermeiro/familiares facilita esse processo beneficiando também o paciente. A enfermagem deve prestar o cuidado tanto para pacientes quanto a seus familiares, ajudando-os a entender, aceitar e enfrentar a doença, seu tratamento e sua repercussão na vida da família, sendo então capazes de oferecer suporte e bem estar a eles (MARUITI; GALDEANO, 2007). Portanto, familiares satisfeitos com os cuidados são menos estressados e estão em uma situação melhor para ajudar na recuperação do paciente. A equipe não pode ter um julgamento errado das necessidades das famílias, considerando que estas sempre precisam de explicações, independente da duração da internação. Essas informações devem ajudar os familiares a lidarem melhor com a internação, aproveitando este momento para incluí-los nos cuidados (SÖDERBERG, 2007). A humanização se faz necessária para um cuidado efetivo considerando as queixas da família diante do período de hospitalização. A interação entre enfermagem/paciente/família deve ser estabelecida através do diálogo e da busca dos significados que as experiências de doença geram em cada pessoa. A convivência da família próxima ao paciente é fundamental para a sua recuperação e mais eficaz do que qualquer outra relação (SILVEIRA, 2005). Segundo Caetano (2007), o objetivo final do trabalho da enfermagem é o cuidado e esta deve ter consciência de que a máquina jamais substituirá a essência humana. Quando o profissional se envolve apenas com a técnica, se perde em relação às características humanas baseadas na afetividade, no conhecimento de valores, habilidades e atitudes que potencializam a melhora do paciente contribuindo para uma condição humana no processo de viver e morrer. O enfermeiro deve reconhecer que sua presença para o paciente é tão importante quanto as técnicas necessárias para sua recuperação. 2.2 CONHECENDO A ÚLCERA POR PRESSÃO (UPP) De acordo com Ohnishi (2001, p. 78), a úlcera por pressão é definida como: “lesão ocasionada pela pressão exercida na área corporal e que reduz o fluxo sanguíneo levando à isquemia e eventualmente, provoca trombose capilar e prejuízo da nutrição da região sobre pressão provocando necrose tecidual”. O aumento de UPP em pacientes hospitalizados se trata de um grande problema de saúde, concebendo desconforto físico, aumento de custo no tratamento e na morbidade, cuidados intensivos de enfermagem, internação hospitalar prolongada, utilização de aparelhagens caras, aumento do risco para o desenvolvimento de complicações adicionais, tratamento cirúrgico e efeitos na taxa de mortalidade (BRYANT, 1992; KELLER et. al., 2002). As UPP simulando uma significativa ameaça a pacientes com redução de mobilidade e/ou percepção sensorial, doenças crônicas e para pacientes idosos, sendo consideradas como um grande problema clínico em pacientes institucionalizados ou cuidados em domicílio em todo o mundo. Na concepção de Lindgren et. al. (2004), o desenvolvimento de UPP é um acontecimento complexo que inclui diversos fatores relacionados com o paciente e com o meio externo, sendo a imobilidade o fator de risco de maior relevância nos pacientes hospitalizados, principalmente em UTI. - Intensidade da Pressão A pressão exerce uma importante função. A pressão normal de fechamento capilar é de aproximadamente 32 mmHg nas arteríolas e 12 mmHg nas vênulas. A fim de quantificar a intensidade da pressão que é utilizada externamente na pele é medida a pressão interface corpo/colchão, com o paciente em posição sentada ou elevada. Pesquisas comprovam que a pressão interface alcançada em posições elevada ou sentada geralmente excede a pressão de fechamento capilar. Tais produtos visam reduzir a intensidade da pressão (BRYANT; ROLSTAD, 2001, CALARI et. al., 2004). - Duração da pressão Fator bastante importante que precisa ser considerado juntamente com a intensidade da pressão. Há um relacionamento contrário entre a duração e a intensidade da pressão para a criação da isquemia tecidual. Os prejuízos podem acontecer com: pressão de baixa intensidade durante um longo período de tempo ou por pressão de intensidade elevada durante um curto período de tempo. - Tolerância tecidual É o último fator que define o efeito patológico do excesso de pressão e é influenciada pela capacidade da pele e estruturas que não se manifestam em trabalharem juntas a fim de redistribuir a carga imposta no tecido (BRYANT et. al., 1992). 2.2.1 Epidemiologia As UPPs têm prevalência e incidência elevadas, nos tratamentos agudo e de longo prazo de pacientes hospitalizados e/ou acamados, e podem se desenvolver em 24 horas ou espaçar 5 dias para sua manifestação (COSTA, 2003). No ano de 2001, nos Estados Unidos, avaliava-se que 1,5 a 3 milhões de pessoas desenvolveriam UPP no ano. Informações da população norte-americana evidenciam que a incidência de UPP varia entre a população e os locais de atendimento. Nos locais de tratamento agudo podem variar de 3% a 14%, em um grupo geriátrico a incidência aumenta para 24% e em pacientes com lesão medular pode chegar até 59% o total de pessoas acamadas que desenvolvem uma ou mais feridas (DELISA; GANS, 2002; SMELTZER; BARE, 2006). Embora seja elevado o número de pessoas que desenvolvem UPP, o Brasil não tem informações científicas e pesquisas nacionais que garantam essa incidência e prevalência. O que existe, são estudos e teses específicas de unidades de saúde em que comprovam parcialmente a afirmação. Uma pesquisa realizada por Costa (2003), por três meses sucessivos, no interior paulista, com 53 pacientes acamados, concluiu que 20 deles desenvolveram UPP, ou seja, 37,7%. Outro modelo é a tese de Rogenski e Santos (2005), que também por três meses, analisaram 211 pacientes em risco de desenvolverem UPP em um hospital universitário enfermidade. e concluíram que 39,8% desses pacientes apresentaram a Declair (2002, p. 6) assegura que nos Estados Unidos, mais ou menos 2,1 milhões de pessoas apresentam UPP no ano, equivalendo a um custo hospitalar mensal de 4 a 7 mil dólares por paciente. Destaca também que, no Brasil não existem estatísticas do número de pacientes que desenvolvem UP, já que os casos não são registrados ou notificados a um órgão responsável. 2.2.2 Fatores de risco A análise dos fatores de risco para o desenvolvimento de UPP é indispensável para uma assistência de enfermagem de qualidade, devendo ser indicada na admissão do paciente e reavaliada diariamente durante a realização do exame físico pelo enfermeiro. Alguns autores ao analisarem o efeito de um programa de prevenção de UPP expuseram os efeitos negativos da umidade e da atividade enzimática na pele do paciente que apresenta incontinência urinária e fecal. A incontinência urinária e fecal, gerando umidade e atividade enzimática cutânea, esteve diretamente relacionada ao desenvolvimento de UPP (BENOIT; WATTS, 2007; KLAY; MARFYAK, 2005). Percebe-se nestas análises a ligação direta entre umidade e UPP. A exposição prolongada à umidade pode provocar maceração da pele e ruptura da mesma. A umidade excessiva pode ser causada por incontinência urinária ou fecal, suor, e secreções de drenos ou feridas. Conforme relatos de Smeltzer e Bare (2006), a presença de fezes na pele além de predispor o indivíduo ao surgimento de UPP pode provocar contaminação de UPP localizadas na região sacral, coccigeana e trocanteriana, dificultando a cicatrização. Diante disso, a equipe de enfermagem deve atentar-se para a presença de secreções no leito do paciente, certificando-se sempre, de que este se encontre limpo e seco. Horn et. al. (2005) salientam que variáveis importantes associadas ao surgimento de UPP foram detectadas em outra pesquisa, como perda de peso, severidade da doença, estado nutricional, incontinência, deterioração da habilidade de executar atividades da vida diária, medicações e tempo de hospitalização. No que se refere aos medicamentos utilizados, sedativos e analgésicos causam uma redução da percepção sensorial, prejudicando a mobilidade, e os agentes hipotensores reduzem o fluxo sangüíneo e a perfusão tissular, tornado-os mais sujeitos à pressão (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Outros fatores de risco também foram associados ao surgimento de UPP: infecção, idade, edema, perda de peso, tempo de hospitalização, falta de mudança de decúbito e escore da Escala de Braden (BOURS et. al., 2001; McCORD et. al., 2004). As UPP podem surgir dentro da primeira semana de hospitalização na UTI. 23 de 186 pacientes analisados em um estudo desenvolveram ao menos uma UP após uma estada média de 6,4 dias. Foi associado expressivamente o paciente ser de baixo peso ao aparecimento de UPP (FIFE et. al., 2001). As UPP desenvolvem-se mais rapidamente e são mais resistentes ao tratamento em pacientes que apresentam distúrbios nutricionais. A desnutrição interfere com a cicatrização de feridas, aumenta a suscetibilidade do indivíduo à infecção e contribui para uma maior incidência de complicações, internações mais longas e repouso prolongado do paciente ao leito. Torna-se fundamental uma dieta rica em proteína, ferro e vitaminas para a manutenção de uma pele saudável (SMELTZER; BARE, 2006). Em um estudo (ROGENSKI; SANTOS, 2005) desenvolvido num hospital universitário em São Paulo houve predomínio de pacientes portadores de UPP com idade acima de 60 anos e com escores predominantemente de alto risco pela Escala de Braden. A média de internação entre os pacientes que desenvolveram UP foi de 8,9 dias, sendo que 36,9% da amostra desenvolveram UPP com um tempo de internação inferior a cinco dias. Encontrou-se uma maior prevalência de lesões por pressão em pacientes idosos (63,9%). Esta pesquisa verificou que o tempo médio de internação foi de 18 dias, sendo que 68,3% dos pacientes desenvolveram a lesão em menos de 10 dias. Destaca-se também que dos pacientes analisados, 87,8% apresentavam alguma disfunção no sistema urinário e 82,9% dos pacientes foram classificados como alto risco pela Escala de Braden (MORO et. al., 2007). A idade consiste num importante fator de risco. Sabe-se que a idade avançada provoca mudanças significativas no organismo, há redução da massa muscular, de proteínas séricas, da resposta inflamatória, da síntese de colágeno, entre outras modificações que predispõe o indivíduo às agressões externas. A idade avançada também causa um aumento da probabilidade de surgimento de doenças crônicas, que tornam as pessoas mais suscetíveis a desenvolver UPP (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Percebe-se nestes estudos que a presença de umidade, a idade, o estado nutricional/perda de peso e o tempo de hospitalização aparecem na grande maioria como fatores de risco para o aparecimento de UPP devendo, com isso, ser monitorados de perto pelo enfermeiro. 2.2.3 Estágios Conforme relatos de Silva (1998) e Dealey (2001) torna-se fundamental utilizar um sistema de classificação de UPP a fim de que se possa ministrar uma descrição objetiva da lesão. Tais sistemas foram desenvolvidos visando padronizar e objetivar um processo para a avaliação e descrição das UPPs entre os profissionais de saúde. Diversos processos de ajustar as UPPs foram preparados. Todavia, a classificação mais empregada é a indicada pela American National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP, 1989) e seguidos como diretrizes pela Agency for Health Care Policy and Research. A NPUAP (1989) estabelece quatro estágios na evolução da UP (BERGSTROM; BRADEN, 1992, BRYANT et. al., 1992), tais como: - Estágio I De acordo com Young et. al. (1997), este estágio é distinguido por eritema não esbranquiçado (vermelho escuro ou púrpura) da pele ilesa que pode ser pálido ou não pálido. O não pálido é o que continua vermelho no momento em que comprimido, indicando uma lesão na micro-circulação. Enquanto que o pálido empalidece ao toque, contudo, volta à cor anterior, no caso vermelho, após a retirada da pressão, esclarecida pela autora como sendo a “oclusão capilar e o preenchimento, sugerindo uma micro-circulação intacta”. A epiderme e a derme já estão prejudicadas, porém, não destruídas. O paciente que tem bastante sensibilidade reclama de dor na área. Na visão de Bryant et. al. (1992), as UPPs nesse estágio devem ser ponderadas como aviso, podendo, com isso, cicatrizarem fluentemente, caso seja efetuada uma intervenção preventiva, como mudança de decúbito freqüentemente, higienização e a redução ou ausência da força de cisalhamento. - Estágio II Aí já existe um comprometimento da epiderme e derme, podendo invadir o tecido subcutâneo. A UPP é pouco profunda e clinicamente pode ser considerada como abrasão, bolha ou cratera rasa. A cicatrização pode acontecer através de terapêutica local, medidas que afastem a pressão sobre o local lesionado e intervenções que eliminem o fator causal (SILVA, 1998, DEALEY, 2001; JORGE; DANTAS, 2003). - Estágio III Trata-se de uma lesão total da epiderme e da derme e tecido subcutâneo. É possível fazer drenagem de exsudato. A úlcera ocorre como uma cratera profunda, podendo surgir pontos de necrose e desenvolver infecção. O fechamento dessas lesões pode acontecer naturalmente, contudo, pode demorar e provocar uma cicatrização instável, predispondo à reincidência da ferida. Com isso, em vários casos se utiliza o fechamento cirúrgico, exceto havendo contra indicação (SILVA, 1998, DEALEY, 2001, JORGE, 2003). - Estágio IV Acontece um grande estrago apresentando tecidos necróticos, comprometimento infeccioso e drenagem, invadindo outros tecidos como músculos, ossos ou estruturas de suporte como tendões e cápsula articular. O risco para complicações do tipo septicemia, osteomielite é bastante elevado (BRYANT et. al., 1992, DECLAIR, 2002, SMELTZER; BARE, 2006, JORGE, 2003). 2.2.4 Tratamento No momento em que todos os recursos relativos à prevenção não são mais possíveis, serão implantados métodos sempre relacionados com a necessidade individual de cada paciente. Para Bergstrom et. al. (1992), os princípios considerados no tratamento da UP são quatro: - Suprimir a causa da UPP averiguando os motivos que induziram o paciente a desenvolver a UPP; - Aprimorar o ambiente analisando apropriadamente a ferida e a melhor terapia tópica a ser empregada. Documentar avaliação e implantar mudanças caso necessário. O tecido necrosado poderá ser retirado por métodos devidamente existentes; - Amparar o paciente, avaliar e monitorar o suporte nutricional, verificar se existem infecções locais ou sistêmicas e buscar controlá-las ou eliminá-las, investigar o motivo da cicatrização da ferida. A maior parte das UPPs oferecem dor, e por esse motivo, se deve implantar medidas para a redução desta, já que o paciente precisa ser preservado; - Educação: torna-se uma das principais aliadas tanto na prevenção como no tratamento, já que, na maior parte das vezes, o paciente sai do hospital e continua os cuidados em casa. 2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES COM UP EM UTI Segundo Tannure e Gonçalves (2008) e Tuyama et. al. (2004), a assistência de enfermagem ao portador de UP deve se basear na metodologia científica. Para isso, o enfermeiro possui um instrumento essencial, que é a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ou Processo de Enfermagem (PE), considerado como um processo de solução dos problemas dos pacientes, composto das fases de investigação ou histórico, diagnóstico, planejamento, intervenção ou implantação e evolução ou avaliação. Tal diferencial estratégico “possibilita a aplicação dos conhecimentos técnicos, o estabelecimento de fundamentos para a tomada de decisão e o registro adequado da assistência prestada”. Os cuidados necessários à completa recuperação da integridade da pele são complexos e exigem a atuação de uma equipe multiprofissional. Neste contexto, o enfermeiro tem um papel importante, em muitos momentos sua atuação se sobrepõe à dos outros profissionais da equipe interdisciplinar, uma vez que é ele quem tem maior contato com os clientes. Nesse âmbito, esse profissional possui autonomia e liberdade para traçar as estratégias de cuidados a serem adotadas no tratamento de feridas, que incluem avaliação da ferida e da pele do cliente como um todo, seguido por planejamento do cuidado e avaliação do alcance das metas de cicatrização, prevenção de complicações, auto-cuidado e reabilitação (CÂNDIDO, 2001, não paginado). O enfermeiro deve atentar amplamente o paciente e a ferida. O êxito na cicatrização de feridas depende bastante do cuidado oferecido em cada fase do tratamento, compreendendo avaliação crítica, planejamento, implantação, evolução e registro de enfermagem. O PE incluindo estas fases consiste numa proposta de melhoria da qualidade do cuidado oferecido aos pacientes focalizando um relacionamento dinâmico entre enfermeiro e paciente (TANNURE; GONÇALVES, 2008). Depois da formulação dos diagnósticos de enfermagem baseado nos dados colhidos, a assistência de enfermagem ao paciente com UPP deve ser planejada. Durante a etapa de planejamento, as prioridades devem ser estabelecidas e os resultados alcançados devem ser escritos. A partir disso, as ações prescritas poderão ser implantadas e analisadas (TANNURE; GONÇALVES, 2008). Indiscutivelmente, os cuidados de enfermagem devem ser diferenciados a fim de atender as necessidades específicas do paciente e podem ser qualificados como preventivos, quando o paciente apresenta o diagnóstico de risco para integridade da pele prejudicada, ou assistenciais, quando o diagnóstico de enfermagem de integridade da pele prejudicada já está fixado. Murdoch (2002) ressalta que a análise da integridade da pele nem sempre consiste numa prioridade no período inicial que segue a admissão do paciente. Ademais, a ausência de uma ferramenta universal para a avaliação do risco de desenvolvimento de UPP dificulta a avaliação de enfermagem. A avaliação do paciente deve ser efetuada durante as primeiras 12 a 24 horas da admissão e reavaliada a cada 12 horas para depois aplicar os cuidados de enfermagem. Deve ser proporcionada uma atenção especial à reação do paciente diante do estresse e dos fatores que intervêm na sua reconstituição ou adaptação. A enfermagem deve considerar o paciente de maneira completa (SOUSA, 2004; SOUSA et. al., 2004; CARLSON et. al., 1999). 2.3.1 Prevenção As agressões à pele, que põem em risco a saúde, pelas inúmeras complicações que podem provocar, levaram pesquisadores a buscar métodos e desenvolver tecnologias que objetivem a proteção da pele e que possam efetivamente contribuir para a prevenção desses agravos (BENNETT et. al., 2004). Pesquisas indicam a utilização de instrumentos de predição de riscos e defendem que o início da prevenção se dá quando os riscos são identificados, permitindo, com isso, a adoção de medidas preventivas individuais e eficazes. Como medidas preventivas, indicadas na literatura atual, se baseando na utilização das escalas de avaliação e predição de risco, são recomendadas superfícies de alívio de pressão, como colchões especiais, almofadas e coxins que têm sido relatados como importantes adjuvantes na prevenção das UPP. Todavia, alguns salientam que os pacientes necessitam de apoio para escolher a superfície que melhor lhes convier, em termos de custo, eficácia, facilidade de uso, conforto que proporciona e a satisfação do paciente (BENNETT et. al., 2004). O cuidado com a pele, como a higiene e limpeza da pele nas trocas de fralda, deve ser feito com frequência que não permita maceração da pele pelo excesso de umidade. O uso de hidratantes, pomadas, óleos previne o ressecamento, ou barreiras, proporcionadas por protetores cutâneos, filmes e hidrocolóides. São consideradas medidas valiosas para o controle da agressão à pele ocasionada pela umidade, pois mantêm uma barreira física na interface entre pele e superfícies (BERGSTROM et. al., 1992; HESS, 2002). Deve-se apurar a avaliação dos riscos de pacientes da UTI, examinando os outros fatores que podem ocorrer e irão aumentar o risco de desenvolvimento de UPP, incluindo o tempo de duração do internamento, baixa temperatura, reduzida mobilidade. A nutrição também foi outro aspecto considerado importante pelos pesquisadores. Pesquisas apontam alta prevalência de má nutrição em pacientes de risco e indicam que o uso de suplementação nutricional pode acelerar o processo cicatricial de úlceras em estágios III e IV (BERGQUIST, 2005; SORIANO et. al., 2004). Deve-se destacar a importância da avaliação nutricional logo no momento da admissão, visto que, sobretudo em pacientes idosos há necessidade de uma reposição nutricional. Pesquisa realizada por Silva (1998), em um hospital escola da rede municipal, verificou que 42, de um total de 52 dos pacientes identificados como de risco, apresentavam alterações nutricionais. Logo, a atenção com a quantidade e a qualidade dos alimentos oferecidos e efetivamente aceitos é de suma importância para uma avaliação nutricional que permita um aporte calórico-protêico adequado às necessidades do paciente, aspecto essencial na manutenção da turgidez e integridade cutâneas. No que diz respeito ao uso de medicamentos durante a internação, as drogas vasoativas provocam vasoconstricção periférica, diminuindo a irrigação nos tecidos. As drogas depressoras do Sistema Nervoso Central, imunossupressoras, anticoagulantes, antiinflamatórias, antineoplásicas e outras alteram o processo cicatricial. Um planejamento de mudança de decúbito e mobilizações, adequado às características individuais, e a constante investigação e proteção das proeminências ósseas, principalmente de pacientes idosos ou emagrecidos, são considerados cuidados indispensáveis à prevenção. Vários autores (AGENCY FOR HEALTH CARE POLICY RESEARCH, 1992; CALIRI, 2002; ROSELI, 2003) descrevem as principais medidas de prevenção de UPP, que podem estar sendo implantadas através da assistência de enfermagem, destacando: a pele deve ser limpa preferencialmente no momento que se sujar ou em intervalos de rotina. Minimizar a exposição da pele à umidade devido à incontinência urinária, perspiração ou drenagem de feridas. No momento em que indivíduos aparentemente bem nutridos desenvolvem uma ingestão inadequada de proteínas ou calorias, os profissionais devem primeiro tentar descobrir os fatores que estão comprometendo a ingestão e então oferecer uma ajuda na alimentação. Convém ressaltar que todas as intervenções e resultados devem ser monitorizados e documentados no prontuário. Alguns autores (AGENCY FOR HEALTH CARE POLICY RESEARCH, 1992) consideram que a utilização de superfícies de suporte e alívio da carga mecânica de grande importância e tem como meta proteger o paciente contra os efeitos adversos de forças mecânicas externas como pressão, fricção e cisalhamento. Assim sendo, qualquer indivíduo acamado que seja avaliado como estando em risco para ter UPP, deverá ser reposicionado pelo menos a cada duas horas se não houver contraindicações relacionadas às condições gerais do paciente. Um horário por escrito deve ser feito para que a mudança de decúbito e o reposicionamento sistemático do indivíduo sejam feitos sem esquecimentos. Materiais de posicionamento como travesseiros ou almofadas de matéria prima adequada podem ser utilizados para manter as proeminências ósseas (como os joelhos ou calcanhares) longe de contato direto um com o outro ou com a superfície da cama. Deve-se manter a cabeceira da cama em um grau mais baixo de elevação possível, que seja consistente com as condições clínicas do paciente. Se não for possível manter a elevação máxima de 30º, limitando a quantidade de tempo que a cabeceira da cama fica mais elevada. Para aqueles pacientes que não conseguem ajudar na movimentação ou na transferência e mudanças de posição recomenda-se usar o lençol móvel ou o forro da cama para a movimentação, ao invés de puxar ou arrastar. Qualquer indivíduo avaliado como estando em risco para desenvolver UPP deve ser colocado em um colchão que redistribua o peso corporal e reduza a pressão como colchão de espuma, ar estático, ar dinâmico, gel ou água. Além do saber técnico e científico, é indispensável que o enfermeiro possua uma visão que ultrapasse os cuidados físicos e enxergue o paciente de modo integral. Não é só mudança de decúbito o responsável pela prevenção. Alguns estudos enfocam a preocupação de profissionais da área da saúde, enfermeiros, médicos, nutricionistas, com a integridade cutânea e a prevenção de lesões como as úlceras por pressão, em diversas situações, contudo o idoso tem merecido uma atenção especial (BLANES et. al., 2004). As superfícies e dispositivos de alívio de pressão e toda a tecnologia desenvolvida para auxiliar no cuidado com os pacientes de risco são considerados de grande ajuda, todavia, não isentam profissionais de enfermagem da implantação de cuidados básicos e medidas essenciais no que se refere à prevenção como, por exemplo, as sugeridas pelas diretrizes da Agency for Health Care Policy and Research (AHCPR) (BERGSTROM et. al., 1992). 2.3.2 Adoção de inovações para prevenção de UPP em UTI Burns e Grove (2001) enfatizam que a utilização do conhecimento é um processo de dispersão e utilização de informações suscitadas a partir de pesquisas para criar impacto ou mudanças na prática existente. Estas autoras expõem ainda, a “prática baseada em evidências” como um processo de emprego das melhores evidências de pesquisa a fim de subsidiar as decisões, envolvendo o cuidado em saúde. Normalmente, é fundamentada em diretrizes para a prática clínica, que inclui a integração do uso de resultados de pesquisa e o consenso de especialistas e pesquisadores. A avaliação do conceito de utilização de pesquisa na prática clínica e da prática baseada em evidências permitiu a identificação do fato de que a meta final deste processo é o alcance de melhorias nos resultados e na qualidade da assistência (CALIRI, 2002). O emprego da prática baseada em evidências para a educação da enfermagem na prevenção de UPP tem sido apresentado por certos autores e conforme relatos de Sinclair et. al. (2004), dentre as estratégias utilizadas estão a avaliação do risco, medidas de prevenção, estadiamento das UPP, métodos formais e informais de ensino, Escala de Braden e documentação. Embora a proposta da prática baseada em evidências seja considerada uma opção para melhoria da qualidade do cuidado, inúmeros são os obstáculos para sua implantação, e estes se encontram em nível individual ou institucional. Entre estes obstáculos mencionados na literatura, salientam-se algumas como sendo (BURNS; GROVE, 2001; SITZIA, 2002): falta de reconhecimento dos profissionais, com relação aos resultados de enfermagem; qualidade inadequada dos estudos para gerar evidências para a prática; falta de tempo para uso dos resultados de pesquisa; falta de recursos financeiros; influência de opinião de líderes; falta de entendimento dos respectivos papéis da pesquisa, conhecimento experimental e julgamento clínico; falta de destreza no uso dos resultados de pesquisa; falta de concordância sobre prioridade; falta de comprometimento da equipe; interpretações não competentes do papel da enfermagem e de sua prática; o posicionamento da enfermagem e enfermeiros com relação a outros profissionais e pressão para a manutenção de uma prática ritualística; falta de formação específica para promoção de valorização, avaliação e utilização dos resultados de pesquisa; dentre outros. Mesmo com o elevado número de obstáculos existentes para a implantação da prática baseada em evidências, acredita-se que este seja o melhor caminho na busca de uma assistência inovadora e apropriada, no que se refere à prevenção da UPP, promovendo assim, possibilidades de melhores resultados com os pacientes internados em UTI, por já estarem disponíveis diretrizes para o cuidado que, são resultados de pesquisa, testadas e atualizadas e que podem ser adequadas à prática clínica (CALIRI, 2002). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo conclui que atualmente, as UPP são avaliadas como um dos maiores problemas de enfermagem, sobretudo por se tratar de uma complicação séria e bastante grave quando relacionada a pacientes com longo período de internação, estando acamados ou debilitados. A ligação observada nesta pesquisa mostra a importância de buscar em cada situação ou contexto que se encontra o paciente, principalmente aqueles internados em UTI, a influência da maior parte dos fatores e condições que aumentam o risco de ocorrência de UPP, na perspectiva de contribuir com a prevenção ou redução dessa complicação, facilitando, com isso, a redução do tempo de internamento, do sofrimento físico e psicológico, bem como a possibilidade de melhora do estado clínico, e, portanto, sua saída prematura da UTI. Assim, entende-se que para oferecer uma assistência com qualidade e integralizada, fundamentada na concepção holística, deve-se considerar que são inúmeros os elementos que podem provocar a ocorrência de UPP; não dependendo apenas dos cuidados oferecidos pela equipe multiprofissional, mas inclusive, da identificação dos diversos fatores que se interatuam entre si, dentre os quais estão os relacionados aos pacientes e à própria instituição, como dirigente de condições para prestação de cuidados. Portanto, com base neste estudo, considera-se imprescindível a adoção de protocolos assistenciais que considere a dimensão desses fatores e condições identificados e debatidos, visando aprimorar a qualidade da assistência, tornando-a mais humanizada, diminuindo as complicações provenientes dessas lesões, o tempo de hospitalização, mortalidade, os custos terapêuticos, a carga de trabalho da equipe que presta assistência, além de representar um grande avanço na redução no sofrimento físico e emocional do paciente e seus familiares. Analisa-se como essencial para a redução dos índices de UPP e suas consequências, o desenvolvimento de protocolos de cuidados objetivando a melhoria da qualidade da assistência prestada pela equipe de enfermagem, que considere a adoção de uma visão sistêmica desse contexto. Torna-se fundamental, a partir deste estudo, que atentar para as limitações metodológicas deste trabalho, não sendo o mais apropriado para avaliar a assistência. Deste modo, é indispensável realizar outras pesquisas, utilizando-se outras metodologias, que possibilitem avaliar e analisar além dos fatores de risco envolvidos, a qualidade da assistência de enfermagem oferecida e o conhecimento da equipe sobre esta temática, para que seja possível melhor caracterização do assunto em questão. Assim, constata-se que, reconhecendo a manutenção da integridade de pele e tecidos subjacentes tem sido uma responsabilidade da equipe de enfermagem e que a presença das UPP tem sido exibida como um indicador da qualidade de assistência dos serviços de enfermagem, percebe-se a necessidade de realização de mais estudos abordando este assunto, principalmente no Brasil. REFERÊNCIAS AGENCY FOR HEALTH CARE POLICY RESEARCH. Preventing pressure ulcers: a pacient’s guide. Rockville, MD, 1992. ANDRADE, M. T. S. Fatores psicológicos do paciente nas unidades de cuidados intensivos. In: ______. Guias práticos de enfermagem: cuidados intensivos. 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