Resumos de algumas atividades realizadas pelo PIBID em 2014 Intervenção – Filosofia Antiga. 25/04/2014. Executamos a oficina em duas turmas da Escola Senador Novaes Filho no dia vinte e cinco de abril de dois mil e quatorze, esperando encontrar êxito nos nossos objetivos. A primeira turma foi a do primeiro ano C. Assim que chegamos a turma estava copiando um exercício posto no quadro pela professora Maria Alice de filosofia, nossa supervisora, o tema era sobre o mito ou mais especificamente a passagem do mito ao logos pegando como principal autor o estudioso de mitologia Jean-Pierre Vernant. Pedimos para que parassem de copiar, pois faríamos algo diferenciado naquele dia e como previsto, os alunos fizeram uma festa diante daquela notícia. Alguns se olharam e se perguntaram quem éramos e eu fiz questão de manter o sigilo na tentativa de que a curiosidade criassem neles uma atenção ainda maior sobre o que iríamos fazer. Como eu havia suposto, assim que a professora fez uma breve apresentação sobre o programa do Pibid e pediu para que nos apresentássemos, toda a turma estava curiosa o suficiente para se manter calada a fim de ouvir o que estávamos dispostos a falar. Depois que cada um teve seu momento de apresentação, Jessica Lima apresentou o jogo de tabuleiro que iria compor aquele nosso primeiro encontro. Pedimos para que a sala se dividisse em grupos e que cada uma escolhesse um representante, depois explicamos paulatinamente as regras do jogo de tabuleiro. Alguns, em particular, se mantiveram afastados e afirmaram não querer participar. Por ser uma turma relativamente grande, não tivemos condições de tentar trazê-los para nosso meio por qualquer outra perspectiva e acabamos por focar somente naqueles que estavam participando do jogo – um número que era relativamente muito maior do que aqueles que estavam desinteressados. Quando o jogo iniciou e passamos a colocar em prática nossos objetivos, fiquei surpreso por perceber que todos aqueles que participavam queriam também opinar sobre as perguntas, fossem elas pessoais ou temáticas. Acredito que isso se deu pelo fato de todas elas abarcarem o senso comum. Quando os alunos perceberam que as perguntas ali fomentadas não eram extravagantes, mas aparentemente simples todos pareciam querer dar sua contribuição. Esse era nosso objetivo principal: demonstrar para os alunos que a filosofia não parte de perguntas inexplicáveis, não obstante de questionamentos engendrados no espanto do nosso dia-a-dia. Assim, a vontade de vencer o jogo e as perguntas moderadamente interessantes fizeram os grupos manter uma rivalidade produtiva que foi base para alguns debates acerca dos temas propostos. Eu que achei que cinqüenta minutos iriam ser muito para um simples jogo de tabuleiro, me surpreendi quando percebi que a aula havia acabado e todos estavam ainda compenetrados na vontade de vencer. Por isso, no primeiro ano C, não tivemos tempo suficiente para conversarmos no fim do jogo, mas os objetivos que propusermos inicialmente pareceram de fato terem sido alcançados por todos aqueles que participaram seja diretamente ou indiretamente. Minha preocupação com essa turma é apenas com os alunos que não quiseram de maneira alguma participar; alguns foram para quadra jogar bola e outros preferiram se debruçar no dominó. Acredito que precisaremos focar mais nesses alunos e tentar encontrar uma perspectiva diferenciada para abarcá-los no nosso projeto. Opinei que talvez fosse necessário algum de nós se “infiltrarmos” nos ambientes que eles mais gostam (futebol, dominó, etc) e lá tentar extrair, num sentido maiêutico-sócratico, o interesse pelas aulas e pela filosofia. Intervenção - Cine-Filosofia Realizado por: Lidiane Gomes Pereira; Jeferson José dos Santos; Rômulo Nascimento Filgueira; Luan Glauco Freire; Jéssica Tamara, Claubervan Lincow; Marcílio Bezerra e Daniel Costa. Filmes: O mundo de Sofia; Matrix. Data de realização dos filmes: O mundo de Sofia foi realizado em duas sessões a primeira dia 22/05/2014 e a segunda 29/05/2014. . O filme Matrix foi exibido também em duas sessões para todo o ensino médio nos dias 08/08/2014 e 15/08/2014. Objetivos da atividade: Visando um maior aperfeiçoamento didático, levando em conta os assuntos que estão sendo trabalhados em sala de aula, adotamos na escola Senador Novais Filho um espaço para exposição e debate de filmes, que chamamos Cine Filosofia, o Cine Filosofia acontece no contra turno dos estudantes e cada pibidiano pode sugerir um filme quinzenalmente, tentando sempre adequá-los aos conteúdos que estão porventura sendo trabalhados em sala de aula. Ao termino da exibição do filme é realizado um debate, onde é problematizado os principais pontos de destaques do filme. Inauguramos o Cine Filosofia com o filme que é uma adaptação da literatura filosófica, mundialmente conhecida, O mundo de Sofia, assim como o livro, o filme é uma introdução inteligente e bastante interessante à história da Filosofia e aos seus principais fundamentos, sendo recomendado a todos que têm interesse pelo conhecimento. O filme além de perpassar boa parte da história da filosofia, resgata o aforismo grego do Oráculo de Delfos que é uma das máximas na filosofia socrática, conhece-te a ti mesmo, esse seria o primeiro passo para tão almejada sophia, sabedoria em grego. Sócrates não queria formar homens sábios segundo o conceito sofista (boa eloquência, astúcia, boa retórica), mas filósofos que realmente fossem capazes de bem conduzir a própria vida e a vida da pólis. Através das perguntas colocadas à Sofia (personagem principal do filme), passamos a refletir junto com ela, a complexidade de perguntas aparentemente simples e começamos a vislumbrar o sentimento para uma verdadeira iniciação filosófica, que como o próprio filme expõe, é através de perguntas filosóficas. O filme Matrix foi exibido no intuito apresentar, esclarece e aprofundar tanto a maiêutica socrática quanto o Mundo da Caverna do livro seis da República de Platão. Achamos proveitoso esse filme pelo motivo de conseguirmos prender a atenção dos alunos e de tornar a discussão dos antigos filósofos mais atual, ou seja, trazer para o contexto dos próprios alunos. Intervenção Filosofia Politica A segunda turma que efetuamos o jogo de tabuleiro foi no terceiro ano A. Assim que todos os alunos da turma anterior saíram da sala, eles entraram. Muito diferente do primeiro C, o terceiro A era consideravelmente menor, não obstante isso não se deu por que eram poucos de fato, mas sim por que uma grande parte deles, ao ver que estávamos aplicando um jogo em sala e que não haveria uma aula tradicional, partiram diretamente para a quadra ou preferiram fazer qualquer outra coisa. Isso talvez demonstre o quanto a curiosidade seja um instrumento importante em sala de aula, enquanto no primeiro ano C todos estavam querendo saber o que iria rolar, o terceiro ano A pôde vislumbrar o que iríamos fazer e o “encanto” do primeiro contato aparentemente se perdeu. Assim que a professora fez uma nova apresentação sobre o Pibid e depois de nossas subseqüentes apresentações, partimos para a execução do jogo. Vale salientar um acontecimento que achei consideravelmente importante: quando dividimos a sala em grupos e pedimos para que cada um escolhesse um representante, tiveram alunos, assim como no primeiro A, que resistiram e não quiseram participar. Entrementes, diferentemente da outra turma que por conta da quantidade de alunos não pudemos agir sobre aqueles que se afastaram do jogo, no terceiro ano C, Claubervan Lincow partiu com uma perspectiva diferenciada e através de uma conversa paralela sobre o exercito, pôde trazer para o jogo de tabuleiro todos aqueles que inicialmente resistiram. Isso na minha concepção só demonstra que a idéia de “infiltrar-se” e “torna-se amigo” é interessante e proveitosa, uma vez que quebrar as barreiras cotidianamente construídas pela aversão as aulas é visivelmente o maior problema das escolas na atualidade. Depois que iniciamos o jogo, todos entraram de cabeça nele. Eu, em particular, gostei muito dessa turma, pois alguns alunos possuem um senso crítico destacado e diferenciado. Foi nela que conseguimos efetuar nosso objetivo com êxito. Houve uma total participação na oficina da parte dos alunos; todos pareceram querer demonstrar suas idéias, posicionamentos e inquietações em relação aos temos abordados ao decorrer do jogo; houve uma grande interação entre os membros do grupo e até entre um grupo e outro, demonstrando que a vitoria não era mais importante do que as respostas sobre as perguntas levantadas; individualmente, todos pareceram se esforçar para produzirem respostas mais bem elaboradas. Digo que houve êxito não só por que os alunos conseguiram alcançar os objetivos supracitados, mas por que nós mesmos também entramos de cabeça na brincadeira e passamos também a ponderar sobre as perguntas levantadas. O senso comum está intrinsecamente ligado a cada ser humano e até nós, que batemos no peito e nos orgulhamos por que fazemos filosofia e estarmos fora da caverna, volta e meia damos respostas vulgas e insuficientes. No terceiro ano A, eu consegui refletir sobre o que eu ando pensando, fazendo um exercício da analise do meu próprio pensamento: o objetivo que acredito ser o mais elevado de todos na filosofia. O jogo acabou cedo, por haverem menos grupos, a vitória foi incrivelmente comemorada até por aqueles que perderam e pudemos ouvir a frase mais satisfatória que um participante do PIBID pode ouvir da boca dos alunos: “professora, esse é o melhor PIBID de todos”. Reunimos em forma de circulo quando o jogo acabou e a professora entrou numa discussão sobre o grêmio do colégio. Novamente os alunos demonstraram capacidade racional e crítica peculiar frente ao problema, tentando encará-lo de forma filosófica, uma vez que “a capacidade do filosofo é de vê o todo” (como diria Platão) e alguns daqueles alunos não fragmentaram o problema para pensá-lo, mas sintetizaram para entendê-lo. Intervenção – Filosofia Contemporânea O sentir estético possui um carácter experiencial e não puramente conceitual, por isso, após uma aula sobre filosofia da arte, pensamos em realizar uma oficina cujo foco fosse a observação de obras de arte e manifestações artísticas, tendo como ferramenta para analise o Datashow. Os estudantes deveriam observar algumas obras de arte sem que soubessem as informações as mesmas e de acordo com cada analise individual criar um título para cada obra, em seguida Expressar impressões ou sentimentos vivenciados no momento da analise das obras. A experiência estética é altamente subjetiva pode nos mostrar perspectivas diferentes acerca da própria realidade. Além da analise individual das obras, este encontro proporcionou o compartilhamento subjetivo acerca de uma mesma realidade, a saber, a obra analisada. Intervenção – Filosofia Medieval No dia 12/09/2014 eu e Rômulo ficamos encarregados de produzir e ministrar uma aula sobre o tema: As provas da existência de Deus na idade média. Obviamente, o tema é bastante geral e tínhamos que priorizar nossa exposição em alguns filósofos específicos, deste modo, optamos por escolher as provas para existência de Deus mais famosas da história da filosofia (as provas de Anselmo e de Aquino) essa escolha foi motivada também devido ao fato do livro didático de filosofia adotado pelo Novaes Filho conter muito mais informações sobre estes autores, porém não ficamos presos somente aos conteúdos contidos no livro didático. Os conteúdos trabalhados em sala de aula foram: Exposição do Argumento Ontológico. Decomposição do argumento em premissas. Espaço para discussões acerca das premissas do Argumento Ontológico. Exposição do Argumento Cosmológico. Decomposição do argumento em premissas. Espaço para discussões acerca das premissas do Argumento Cosmológico. Nesta ocasião a aula foi bastante agitada e bastante participativa por parte dos alunos. Houve diversas falas distintas, cada uma defendendo e argumentando a favor dos seus pontos de vista e concepções de mundo. Intervenção – Lógica Classica No dia 03/10/2014 eu e Rômulo ficamos encarregados de preparar e apresentar uma aula expositiva sobre o tema: A Lógica Clássica de Aristóteles. Nesta ocasião deveríamos preparar a aula tendo em vista os pontos abordados no livro didático de filosofia adotado pela escola para que os alunos pudessem acompanhar todos os pontos da aula. A princípio todo o conteúdo deveria ser dado em apenas uma aula, porém, devido a dificuldade na compreensão do tema e tendo em vista que este tema seria cobrado na avaliação final do 3º bimestre, optamos por continuar a exposição em mais duas aula subsequentes (10/10 e 17/10). Os pontos trabalhados em sala de aula foram: - Introdução ao tema: Mostrar que a lógica faz parte do nosso cotidiano (família, trabalho, politica, etc.); Aristóteles como grande sistematizador. - Estrutura de um Argumento: 1º premissa = Toda estrela brilha com luz própria. 2º premissa = Nenhum planeta brilha com luz própria. Conclusão = Logo, nenhum planeta é estrela. - Definição e princípios: Definir e explicar os principais conceitos tais como: Premissas, conclusão, Verdade, Validade, argumento, proposição, entre outros. Explicar os Primeiros Princípios, são eles: Principio da não-contradição, Principio de identidade e o principio do terceiro excluído. - Teoria dos Silogismos: Explicar diferença entre termos médios, maiores e menores; proposições gerais, proposições singulares ou particulares e predicados; evidenciar as oito regras do silogismo, a saber: 1- O silogismo só deve ter três termos (o maior, menor e médio); 2- de duas premissas particulares negativas nada resulta; 3- de duas premissas particulares nada resulta; 4- o termo médio nunca entra na conclusão; 5- o termo médio deve ser pelo menos uma vez total; 6- nenhum termo pode ser total na conclusão sem ser total nas premissas; 7- de duas premissas afirmativas não se conclui uma negativa; 8- a conclusão segue sempre a premissa mais fraca (se nas premissas uma delas for negativa, a conclusão deve ser negativa; se uma for particular, a conclusão deve ser particular); Explicar as relações entre as quatro proposições categóricas, a saber, Afirmativa universal (Todo S é P), Negativa universal (Nenhum S é P), Afirmativa particular (Algum S é P) e Negativa Particular (Nenhum S é P) através do Quadrado das proposições. - Tipos de Argumentação: Evidenciar as diferenças entre argumentos dedutivos e indutivos. - Falácias: Explicar a diferença entre falácias formais das não-formais. Mostrar alguns exemplos: argumentum ad hominem, argumentum ad verecundiam, argumentum ad baculum, argumentum ad ignoratium entre outros. Intervenção – Filosofia da Música 10/11. Escola Senador Novaes Filho. A intervenção realizada no dia 10/11 referiu-se a Filosofia da Música. Buscando demonstrar aos alunos o objeto da arte, a validade intuitiva e a relação do mundo além das abstrações conceituais. Mais especificamente, buscamos demonstrar como a Música, por não possuir um objeto empírico, afeta mais diretamente a sensibilidade humana. Demonstramos as variações da teoria musical e dos sentidos da música em-si. Assim como também a dicotomia referente à essência da música “Conceito ou pura Intuição?” Houve demonstração prática por parte de um dos componentes utilizando um Violão. A dinâmica foi feita com o uso de instrumentos cedidos pela Escola e, trazendo os alunos para a experiência musical, teve como objetivo por em prova as duas teses demonstradas na aula, a saber, música enquanto necessidade conceitual ou pura intuição?