O homem é inacabado e inacabável e sempre aberto ao futuro. Não

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“O homem é inacabado e inacabável e sempre aberto ao futuro. Não há homem total e não
o haverá jamais. Por issso, há dois modos de pensar no futuro do homem. Posso concebê-lo
como um processo natural, análogo àquele que respeita aos objectos, e formular probabilidades.
Ou então posso imaginar as situações que vão ocorrer sem saber a resposta que lhes dará o
homem, sem saber como, através delas, mas espontaneamente, ele se encontrará a si próprio.
No primeiro caso, aguardo um desenrolar necessário que poderia conhecer em princípio,
mesmo se eu não o conheço.
No segundo caso, o futuro, longe de ser o desenvolvimento das necessidades causais
implicadas pela realidade dada, depende do que será realizado e vivido em liberdade.(...)
No primeiro caso, submeto-me a uma necessidade contra a qual nada posso. No
segundo, procuro a fonte original que está na base da liberdade humana. Faço um apelo à
vontade.
Caminhamos para um futuro que não pode ser conhecido, que na sua totalidade não
está decidido. A imagem que dele temos é incessantemente corrigida pela experiência. O
conhecimento do ser na sua totalidade continua a ser-nos inacessível. (...)
A nossa consciência está sempre em marcha. A uma consciência que desejaria ter-se
por definitiva opõe-se a realidade do ser que não deixa de se mostrar novo, diferente através dos
fenómenos que surgem incessantemente, forçando assim a nossa consciência a transformar-se
indefinidamente. Predizer verdadeiramente o futuro do homem seria já realizá-lo. Aqui predizer
significa produzir.
Se conseguirmos certificar-nos do que é a condição humana com as definidas
perspectivas das suas possibilidades infinitas, nunca mais poderemos desesperar definitivamente
do homem.”
Karl Jaspers, Panorama das Ideias Contemporâneas
“(...)Como disse Schopenhauer, nem há objecto sem sujeito nem sujeito sem objecto. (...)todo o
conteúdo do pensamento, todo o objecto sofre uma dupla cisão (...).”
Karl Jarpes, Iniciação à Filosofia
“(...) o Ser na sua totalidade continua a ser-nos inacessível.”
Karl Jaspers, Panorama das Ideias Contemporâneas
“(...) O Englobante, para a minha consciência, permanece obscuro. (...) O
Englobante não se torna em si objecto, mas manisfesta-se na cisão do eu e do objecto.”
Karl Jarpes, Iniciação à Filosofia
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