Vida das Estrelas
Tópicos Gerais de Ciências da Terra
Turma B
Karín Menéndez-Delmestre
Observatório do Valongo Qué é uma estrela? • Esfera de gás quente, auto-­‐
gravitante • Fonte bastante luminosa (Sol: 100 bilhões de bombas atómicas por segundo) e massiva • A estrela está em luta constante, resistendo a auto-­‐
gravidade... Cómo? • Possui uma fonte interna de energia própria: fusão nuclear Fusão Nuclear • Processo exotérmico energia produzida mantém equilíbrio, evitando o colapso por auto-­‐gravidade. • Durante ~90% da vida da estrela: fusão de hidrogênio Produto = hélio • Sol: 600 bilhões de kg de hidrogênio produzem 595 bilhões de kg de hélio por segundo Crescimento de um núcleo de hélio no centro da estrela
CombusXvel Nuclear 012345678$.5"940:$;<$5===
!"#"!$"#"%"#"&'()*(+$,"#"-."#"/$
>DE");55;"?1"-1:
F0.2;"?$">DE");55;"?1"-1:
• Uma vez o hidrogênio esgota, a estrela sucumbe à auto-­‐gravidade >,"451"?$"2;.5"012345678$.5"?$@$9?$"?;"2;55;"?;"$56<$:;"A
consequência (dependendo da massa da estrela): fusão de &2;.1<"2;55;"BC"2;.1<";"6$2@$<;64<;"0$96<;:,
hélio e produção de elementos mais pesados que por sua vez (dependendo novamente da massa da estrela) fusionam para G,";6H">DE";"2;55;"?1"-1:"BC"9I1"0195$*4$2"45;<"1"%;<3191
! formar elementos cada vez mais ! pesados… até o ferro! Produção de elementos pesados • Até Fe-­‐56 (ferro), elementos mais leves fusionam para produzir energia (processo exotérmico) • Depois de ferro, a fusão para formar elementos mais pesados vira processo endotérmico Produção de elementos pesados • Até Fe-­‐56 (ferro), elementos mais leves fusionam para produzir energia (processo exotérmico) • Depois de ferro, a fusão para formar elementos mais pesados vira processo endotérmico • Por tanto, uma vez a estrela produiz ferro, não tem combusXvel alterno para comba^r a auto-­‐gravidade. • Elementos mais pesados que o ferro são produzidos por processos que envolvem a absorção de neutrons e decaimento destes em protons: decaimento beta Produção de elementos pesados • Até Fe-­‐56 (ferro), elementos mais leves fusionam para produzir energia (processo exotérmico) • Depois de ferro, a fusão para formar elementos mais pesados vira processo endotérmico • Por tanto, uma vez a estrela produiz ferro, não tem combusXvel alterno para comba^r a auto-­‐gravidade. • Elementos mais pesados que o ferro são produzidos por processos que envolvem a absorção de neutrons e decaimento destes em protons: decaimento beta As estrelas são os fornos de
onde saem os elementos da
tabla periódica!
Pense sozinh@ e fale com seu/sua vizinh@… “Pergunta #1” -­‐ 1 minuto de reflexão individual -­‐ Escreva sua resposta individual -­‐ Discuta sua resposta (e razonamento!) com seu/sua vizinh@ Pense sozinh@ e fale com seu/sua vizinh@… “Pergunta #1” • Júpiter é uma bola de gás auto-­‐gravitante. Por qué não chamamos Júpiter de estrela? Evolução Estelar • Fator determinante: Massa Msol = 1.98892 x 1033 g
012345678$.5"940:$;<$5===
!"#"!$"#"%"#"&'()*(+$,"#"-."#"/$
>DE");55;"?1"-1:
(Baixa Massa)
F0.2;"?$">DE");55;"?1"-1:
(Alta Massa)
>,"451"?$"2;.5"012345678$.5"?$@$9?$"?;"2;55;"?;"$56<$:;"A
&2;.1<"2;55;"BC"2;.1<";"6$2@$<;64<;"0$96<;:,
Evolução Estelar • Fator determinante: Massa PORQUE?
Msol = 1.98892 x 1033 g
012345678$.5"940:$;<$5===
!"#"!$"#"%"#"&'()*(+$,"#"-."#"/$
>DE");55;"?1"-1:
(Baixa Massa)
F0.2;"?$">DE");55;"?1"-1:
(Alta Massa)
>,"451"?$"2;.5"012345678$.5"?$@$9?$"?;"2;55;"?;"$56<$:;"A
&2;.1<"2;55;"BC"2;.1<";"6$2@$<;64<;"0$96<;:,
Evolução Estelar • Três Fases Principais: Antes, Durante e Depois da “Sequência Principal” (SP) (1) Pré-­‐SP: formação de uma estrela a par^r de uma núvem molecular. (2) SP: Queima de hidrogênio -­‐ 90% da vida da estrela acontece na SP (3) Pós-­‐SP: Exaustão de hidrogênio no núcleo -­‐ Estrela deixa de ser homogénea Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: !"#$%&'"()*+),%#
núvens moleculares -)./,"*%(0%(12/3%
!
!
Formação de uma proto-­‐estrela: !"#$%&'"()*+),%#
núvens moleculares $%&'()*$+"*,-$&
!
Fase I (Pré-­‐SP) !
(,&&,&.
!
'/012/03'(&)*
4,5,%6)&.'
!
70230'8+
9$%&:;,;$&.
!
/0<'5)*=+"*,&>5?
4$58$-,@"-,&.
!
A0B'2'/0B'C$&+"-,&D
-)./,"*%(0%(12/3%
• ! Desenvolvem-­‐se pequenas regiões densas in situ !
Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: Equilíbrio hidrostá^co Equilíbrio hidrostá^co numa núvem de gás • Balanço entre força da gravidade e a força exercida pela pressão do gás. Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: Colapso e fragmentação da núvem Quebra do equilibrio hidro-­‐está^co • Balanço entre força da Colapso gravidade e a força exercida pela pressão do gás. • Quebra do equilibrio Colapso de uma hidrostá^co colapso da núvem de gás molecular núvem de gás • Fragmentação da núvem em nódulos menores Fragmentação • Nódulos individuais colapsam até re-­‐estabelecer equilibrio Protoestrelas Formação de proto-­‐estrelas! Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: Acreção de gás -­‐-­‐ disco proto-­‐estelar • Conservação de momento angular formação de um disco proto-­‐estelar (gás + poeira) • Acreção de gás na estrela Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: Acreção de gás -­‐-­‐ disco proto-­‐estelar • Conservação de momento angular formação de um disco proto-­‐estelar (gás + poeira) • Acreção de gás na estrela • Presença de jatos proto-­‐estelares Fase I (Pré-­‐SP) Formação de uma proto-­‐estrela: Acreção de gás -­‐-­‐ disco proto-­‐estelar • Conservação de momento angular formação de um disco proto-­‐estelar (gás + poeira) • Acreção de gás na estrela • Presença de jatos proto-­‐estelares Fase 2 (SP) Sequência Principal: Massa crí^ca • Os núcleos nas estrelas com massa < 0.08 Msol não alcançam temperaturas suficientemente altas para entrar na SP. • Estas estrelas viram “anãs marrons” Sequência Principal: Queima de hidrogênio Fase 2 (SP) • Mestelar > 0.08 Msol • Cadeia proton-­‐proton ~ T4 – Principal processo de produção de Hélio no interior de estrelas radia^vo de baixa massa • Ciclo de CNO ~ T20 – Principal processo de produção de Hélio no interior de estrelas de alta massa • No Sol: – 75% da energia fornecida por PP – Estrutura: núcleo de He inerte, convec^vo envelope de H Sequência Principal: Queima de hidrogênio Fase 2 (SP) A Sequência Principal
termina quando H acaba
no núcleo.
• Mestelar > 0.08 Msol • Cadeia proton-­‐proton ~ T4 – Principal processo de produção de Hélio no interior de estrelas de baixa massa • Ciclo de CNO ~ T20 – Principal processo de produção de Hélio no interior de estrelas de alta massa • No Sol: – 75% da energia fornecida por PP – Estrutura: núcleo de He inerte, envelope de H Fase 2 (SP) Sequência Principal: Queima de hidrogênio As estrelas passam a
maioria da vida delas
nesta fase
Fusão de H produiz um
núcleo de He que cresce
em massa no centro das
estrelas
A Sequência Principal
termina quando H acaba
no núcleo.
Pense sozinh@ e fale com seu/sua vizinh@… “Pergunta #2” -­‐ 2 minuto de reflexão individual -­‐ Escreva sua resposta individual -­‐ Discuta sua resposta (e razonamento!) com seu/sua vizinh@ Pense sozinh@ e fale com seu/sua vizinh@… “Pergunta #2” • Considere a seguinte informação sobre o tempo na sequência principal das estrelas A, B, e C: – Estrela A vai ficar na sequência principal por 45 bilhões de anos – Estrela B vai ficar na sequência principal por 70 bilhões de anos – Estrela C vai ficar na sequência principal por 800 bilhões de anos Qual das estrelas possui uma massa maior? (a) Estrela A (b) Estrela B (c) Estrela C (d) Estrelas A, B, C possuem aproximadamente a mesma massa Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Queima de He • Fusão de He no centro, fusão de H con^nua, mas numa camada afora do núcleo. Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Fase Gigante • Fusão de He no centro, fusão de H con^nua, mas numa camada afora do núcleo. • Fase Gigante – Perdidas importantes de massa atraves de ventos estelares. – Mestelar < 8 Msol: • Ejeção das camadas externas da estrela Nebulosas Planetárias Nebulosas Planetárias No siglo XIX, estes objetos – observados com telescópios pequenos – foram iden^ficados (por erro) como planetas gaseosos, pela apariência “nebulosa” • Estes objetos são o produto da ejeção das camadas externas em estrelas com M < 8 MSol A montage of images of planetary nebulae made with the Hubble Space Telescope. These illustrate
the various ways in which dying stars eject their outer layers as highly structured nebulae. Credits:
Bruce Balick, Howard Bond, R. Sahai, their collaborators, and NASA.
Nebulosas Planetárias • Estes objetos são o produto da ejeção das camadas externas em estrelas com M < 8 Msol • Os fótons ultravioletas emi^dos pela estrela excitam os átomos na nebulosa; cascada de electrons retornando ao nível raso fotons emi^dos na faixa óp^ca do espectro electromagné^co. Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Fase Gigante • Fusão de He no centro, fusão de H con^nua, mas numa camada afora do núcleo. • Fase Gigante – Perdidas importantes de massa atraves de ventos estelares. – Mestelar < 8 Msol: • Ejeção das camadas externas da estrela (Nebulosas Planetárias) • Remanescente estelar = “anã branca” !"#$%&'#(!)*+$,-
O Des^no do Sol !"#$!%&"'()*'&#+',-.'&'*&""&'/)'0)%'123%45!"'/!'&6)"7
!"#$%&'()*'+,'-.$(
5%6(78+$%9$(
/'01-2($()3-$%'&4+"$(
!
:;<
=$1($>2+)>'),1>$%?$(@)'(#2&$,'%&2)')
!
,1>$%?$)>')92,01(&AB'-)%19-'$+
Escala de tempo: bilhões de anos
Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Fase Gigante • Fusão de He no centro, fusão de H con^nua, mas numa camada afora do núcleo. • Fase Gigante – Perdidas importantes de massa atraves de ventos estelares. – Mestelar < 8 Msol: • Ejeção das camadas externas da estrela (Nebulosas Planetárias) • Remanescente estelar = “anã branca” Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Fase Super-­‐Gigante • Mestelar > 8 Msol: – Quando He acaba no centro fusão de elementos mais pesados estrutura de camadas, ^po cebola • fusão de H, He con^nua, mas em camadas afora do núcleo. Fase 3 (pós-­‐SP) Saída da Sequência Principal: Fase Super-­‐Gigante • Mestelar > 8 Msol: – Quando He acaba no centro fusão de elementos mais pesados estrutura de camadas, ^po cebola • fusão de H, He con^nua, mas em camadas afora do núcleo. • Quando o combusXvel termina Colapso da estrela Supernova 0.08 Msol < MZAMS < 90 Msol
M<0.08MSol
SP
T não aumeta o
suficiente, protoestrela não chega à
SP
M>5 MSol
Fase Subgigante
M>90-100 MSol
Inestável: luminosidade
radiativa leva a
pérdidas em massa
importantes
Gigante Vermelha
M>8 MSol
M<8MSol
Pérdida da camada externa (ventos estelares) nebula planetária Gigante
Vermelha AGB
Supergigante
Fusão não continua
depois de He
Anãs Brancas
Fusão continua:
C, O, Si
núcleo de 56Fe
colapso
Supernova Tipo II
MZAMS<25MSol
Estrela Neutron
MZAMS>25MSol
Buraco Negro
Aproximadamente 98% (incluindo o Sol!) de todas as estrelas
tornam-se anãs brancas, já que a maioria das estrelas são de
baixa massa
Supernova • Varios ^pos: – Tipo II: Uma vez uma estrela massiva u^liza todo o seu combusXvel (até formar um núcleo de Fe) colapso do nucleo ricochete onda de choque espalha o material da estrela. Supernova Tipo II • Remanescente: – se a massa da estrela original <25MSol: Estrela Neutron – se Mestelar>25MSol: Buraco Negro Supernova Tipo II • Remanescente: – se a massa da estrela original <25MSol: Estrela Neutron – se Mestelar>25MSol: Buraco Negro • Compressão do núcleo de Fe
• protons e electons se combinam
para formar um mar de neutrons.
• Degenerescencia de neutrones
impede a continuação do colapso
• Mestrela neutron = 1.4 Msol, R ~ 10 km
• Densidade é muito alta; nas
densidades extremas do centro
partículas exóticas (piones, plasmas
de quarks e gluons)
• Campos magnéticos extremos.
• Em fim, as estrelas neutron são
objetos muito exóticos.
Supernova Tipo II • Remanescente: – se a massa da estrela original <25MSol: Estrela Neutron – se Mestelar>MSol: Buraco Negro • A massa da estrela em colapso é tão
grande que nem a degenerescencia
dos neutrons alcança interromper o
colapso colapso até um ponto
infinitesimal centro de um buraco
negro
• “buraco negro” = região com tanta
massa concentrada num espaço tão
pequeno que nenhum outro objeto
passando muito perto dele pode
escapar a sua atração gravitacional
(nem a luz!).
Supernova • Varios ^pos: – Tipo II: Uma vez uma estrela massiva u^liza todo o seu combusXvel (até formar um núcleo de Fe) colapso do nucleo ricochete onda de choque espalha o material da estrela. – Tipo I: Em um sistema estelar binario, uma anã branca (núcleo=carbono+oxigênio) adquiere (por gravidade) massa adicional da companheira durante a fase gigante vermelha desta de repente, fusão do núcleo inteiro energia suficiente para espalhar a estrela inteira. Supernova Tipo I !"#"$%&'()*+",-.&'/(0*('12*)3-"$,*'("("$4'(
5)"$6"'(7(8)5-,"'
912*)3-3"$,*(:(;<<(=(;<<<(!'&+
>-3"$,*(:(;<(=(;<<(!'&+
9&+(A"$4D((E(;!'&+
?$4(5)"$6"(:(<@<;(!'1$
A"2)&B@(
,"#"$%&(C"(!*))"D
!
!
Tamanhos de Estrelas Importância da Evolução Estelar • Enriquecimento do méio inter-­‐estelar – Perdida de massa (ventos estelares, supernova) • Formação de uma nova geração de estrelas a par^r do material enriquecido ejetado por estrelas de gerações anteriores com metais mais pesados que o material original da núvem. Importância da Evolução Estelar • Enriquecimento do méio inter-­‐estelar • Formação de uma nova geração de estrelas a par^r do material enriquecido • Formação de grãos de poeira nas atmosferas das estrelas • Formação de moléculas complexas – Sistemas planetários vida NGC3603: Exibição in situ de várias fases de evolução estelar Nubes densas de H2
(globulos Bok)
• ~10K, >104 cm-3, 1-1000 Msol
• Ninhos de proto-estrelas
Pilares de H brilhante
•
estrelas jóvens emergindo
das núvens densas
NGC3603: Exibição in situ de várias fases de evolução estelar Nubes densas de H2
(globulos Bok)
• ~10K, >104 cm-3, 1-1000 Msol
• Ninhos de proto-estrelas
Pilares de H brilhante
•
estrelas jóvens emergindo
das núvens densas
Estrelas na SP e pós-SP
(O, Wolf-Rayet)
• fusão de H He
• presão radiativa e ventos
estelares formaram uma cavidade
na nube molecular
Fase super-gigante
• pérdida de massa estelar,
(matérial enriquecido): vento
bipolar (outflow), aneu
NGC3603: Exibição in situ de várias fases de evolução estelar Nubes densas de H2
(globulos Bok)
• ~10K, >104 cm-3, 1-1000 Msol
• Ninhos de proto-estrelas
Pilares de H brilhante
•
estrelas jóvens emergindo
das núvens densas
Estrelas na SP e pós-SP
(O, Wolf-Rayet)
• fusão de H He
• presão radiativa e ventos
estelares formaram uma cavidade
na nube molecular
Fase super-gigante
• pérdida de massa estelar,
(matérial enriquecido): vento
bipolar (outflow), aneu
Discos proto-planetários