REQUERIMENTO (Do Sr. Carlos Brandão) Requer o envio de Indicação ao Poder Executivo, relativa a programa de apoio aos Municípios para o manejo ambientalmente adequado de resíduos sólidos. Senhor Presidente: Nos termos do art. 113, inciso I e § 1o, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. seja encaminhada ao Poder Executivo a Indicação anexa, sugerindo que o Ministério do Meio Ambiente desenvolva programa de apoio aos Municípios para o manejo ambientalmente adequado de resíduos sólidos. Sala das Sessões, em de Deputado CARLOS BRANDÃO 2009_890_Carlos Brandão de 2009. INDICAÇÃO No , DE 2009 (Do Sr. Carlos Brandão e outros) Sugere o desenvolvimento de programa de apoio aos Municípios para o manejo ambientalmente adequado de resíduos sólidos. Excelentíssimo Senhor Ministro do Meio Ambiente: Os serviços de saneamento ambiental, embora tenham melhorado bastante nos últimos anos, ainda deixam muito a desejar, especialmente no que se refere ao manejo de resíduos sólidos. Ainda que a coleta domiciliar de lixo esteja próxima da universalidade, o mesmo não se pode dizer do tratamento e da destinação final do lixo. Conforme dados do IBGE, obtidos na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, em 2000, mais da metade do lixo coletado (53,4%) tinha destinação final inadequada, o que significa, em geral, degradação de espaços públicos por “lixões”, incluindo unidades de conservação, contaminação do lençol freático e de cursos de água, danos à fauna e, ainda, poluição do ar, pela queima a céu aberto. A coleta seletiva, em 2000, era realizada em apenas 451 Municípios, o que representa 8,2% do total de Municípios brasileiros, ainda conforme os dados do IBGE. No entanto, de acordo com a pesquisa Ciclosoft realizada pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), o número é um pouco menor, de 405 Municípios contavam com programas de coleta seletiva em 2008, atendendo a 26 milhões de pessoas, ou 14% da população brasileira. Não obstante, observa-se um crescimento da reciclagem no País, devido, sobretudo, ao trabalho de catadores, autônomos ou associados em cooperativas, que retiram do lixo os materiais de mais alto 2 valor, porém, em condições em geral insalubres, de baixa remuneração e com o auxílio de trabalho infantil. Por essas características, alguns materiais têm altas taxas de coleta e reciclagem, como as latas de alumínio, cuja reciclagem chegou a 96% em 2007, enquanto outros apresentam taxas menores, ao redor de 50% no caso do vidro, do papel e das embalagens PET, e cerca de 20% para o aço, as embalagens longa vida e os plásticos. Contudo, os resíduos orgânicos são os que apresentam menores taxas: a compostagem não passa de 3%. A reciclagem tem inúmeros benefícios econômicos e ambientais, ao reduzir o consumo de energia e recursos naturais, mas também a geração de gases de efeito estufa. É importante ressaltar as vantagens do composto orgânico, pouco difundidas. Tem em média, 2,5% da soma dos nutrientes nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), o que significa 250Kg de NPK em 10 toneladas de composto, mesma quantidade de nutrientes essenciais encontrada no adubo "químico", cujo preço é de R$ 800 a R$ 900 a tonelada. O valor do composto orgânico oscila entre R$100,00 e R$150,00 a tonelada, segundo dados do Cempre. O manejo adequado dos resíduos sólidos, incluindo a coleta seletiva, pode não apenas melhorar a eficiência da reciclagem e as condições de trabalho e renda dos trabalhadores envolvidos nas atividades relacionadas a resíduos, como ainda contribuir para a melhoria ambiental de expressiva parte dos Municípios brasileiros. O Ministério do Meio Ambiente deve ter participação decisiva nessa questão, por meio de amplo programa de capacitação e apoio técnico e financeiro aos Municípios brasileiros, os executores dos serviços de manejo de resíduos sólidos. Certos de contar com a adoção de providências para a rápida implantação do programa ora proposto, reitero protestos de consideração e respeito. Sala das Sessões, em de Deputado CARLOS BRANDÃO 2009_890_Carlos Brandão de 2009.