INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS PARA O MANEJO DA DOR Camila Etcheverry Monteiro (1), Bruna Sodré Simon (2) (1) Acadêmica de Enfermagem, Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, Rio Grande do Sul. [email protected] (2) Orientadora, Enfermeira, Mestra em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa. [email protected] Palavras-Chave: Dor, Cuidados de Enfermagem, Câncer. INTRODUÇÃO A “dor Oncológica” é uma expressão utilizada para caracterizar a dor, na maioria das vezes de múltiplas etiologias que se somam e se potencializam a neoplasia (THOMAZ. 2010). A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. (KLAUMANN, 2009). Os pacientes com câncer têm diversas causas e sítios de dor devido ao envolvimento direto com o tumor e patologias relacionadas, assim como o tratamento e procedimentos diagnósticos ou terapêuticos invasivos (FINK; GATES. 2009). A prevalência de dor aumenta com a progressão da doença, sendo que a dor moderada ou intensa ocorre em 30% dos pacientes com câncer em tratamento e em 60% a 90% dos que estão com câncer avançado (INCA. 2001). A avaliação precisa da dor do câncer é fundamental para identificar a etiologia subjacente e traçar o plano terapêutico (THOMAZ. 2010). Neste sentido, o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a avaliação, e a realização de intervenções adequadas a dor é essencial para poder proporcionar uma melhoria na qualidade de vida do paciente com câncer, levando em consideração a individualidade, singularidade, estilo de vida, crenças e valores culturais (ALVES et al, 2011). Quais as intervenções que a enfermagem utiliza para manejar a dor do paciente oncológico? Assim, o objetivo deste estudo é identificar na literatura nacional, as intervenções de enfermagem para o manejo da dor oncológica. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão narrativa, a qual segundo Rother (2007) é utilizada para buscas na literatura de forma ampliada. A busca no formulário simples ocorreu em setembro de 2016, na Biblioteca Virtual de Saúde com a seguinte estratégia de busca: “CÂNCER AND DOR CRÔNICA AND CUIDADOS DE ENFERMAGEM”. Esta busca, resultou em 141 publicações, essas foram analisadas pelos critérios de inclusão artigos disponíveis em formato completo, de acesso livre e que estivessem publicados em português, excluíram-se as dissertações, as teses e os manuais. Mediante aplicação destes critérios, resultaram em 15 artigos, destes excluíram-se, quatro publicações que não estavam disponíveis online, um artigo que não comtemplava as intervenções de enfermagem para o manejo da dor, seis artigos que estavam repetidos totalizando assim, um universo de quatro artigos, os quais foram lidos na íntegra. Após leitura exaustiva dos mesmos, organizaram-se os resultados por singularidades de intervenções para o manejo da dor oncológica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os artigos selecionados foram publicados entre o período de 2000 a 2015. Sendo todos de abordagem qualitativa. Quanto aos estados de origem dois eram de São Paulo (SILVA; ZAGO,2001; RECCO et al, 2006), um da Paraíba (PEREIRA et al, 2015) e um do Rio Grande do Sul (STUBE et al, 2015). No que se refere às intervenções de enfermagem os estudos revelam que, a realização de ações devem ser pautada na atenção e na assistência personalizada, de acordo com as necessidades de cada paciente naquele momento de dor. Porém, algumas intervenções necessitam do auxílio de outros profissionais que compõem a equipe de saúde. Uma das ações para minimizar a dor do paciente oncológico esta direcionada para o trabalho multidisciplinar. A equipe necessita integrar a família nos cuidados, que incluem: atenção, carinho, cuidados individualizados, medidas de conforto e proximidade com o paciente. As intervenções educativas junto à equipe multiprofissional, por meio da conscientização sobre a importância de causas geradora s de ruído, luminosidade excessiva, além de conversas paralelas, pode intensificar o desconforto e a dor do paciente, por isso a necessidade de um ambiente saudável no manejo do paciente (STUBE et al, 2015). Essas Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa medidas também são associadas com os fármacos como: analgésicos, anti-inflamatórios esteroides e os opióides (PEREIRA et al, 2015; SILVA; ZAGO,2001) . Além das drogas básicas para o alívio da dor, a assistência de enfermagem tem o objetivo de reduzir a intensidade da dor pelo uso de calor, frio e outras terapias complementares (RECCO et al, 2006). Ressalta-se que a dor oncológica, deve ser respeitada e identificada pela enfermagem conforme a intensidade relatada ou manifestada pelo paciente. Para tanto há necessidade de aprofundamento teórico. Neste sentido, destaca-se que as causas do insuficiente alívio da dor advêm de falhas na formação dos profissionais de saúde na área de analgesia, da apreciação inadequada ou negligência para com o problema da dor, do incorreto uso das terapias analgésicas e de falhas no modelo teórico da dor oncológica e de seu tratamento (PIMENTA et al, 2000). A sensação de dor tem como consequência a perda de energia, assim como, a dor não aliviada gera ansiedade e sintomas depressivos, prejudicando as funções cognitivas, as atividades diárias e sociais e o sono, que são interrompidos pela dor. Sendo assim, o enfermeiro deve exercer seu papel no controle da dor, ter responsabilidade na avaliação diagnóstica, na intervenção e monitorização do tratamento por meio da comunicação com o paciente (COSTA; CHAVES. 2012). CONCLUSÕES Diante desta revisão de literatura, identificou-se uma lacuna na produção científica nacional referente às intervenções de enfermagem para o manejo da dor oncológica, ou seja, um reduzido número de publicações. Tal fato justifica a necessidade de pesquisas sobre esta temática, tendo em vista que às intervenções de Enfermagem adequadas, neste cenário são essenciais para aliviar a dor do paciente oncológico, uma vez que se sabe que a dor pode causar a perda de energia, apatia, depressão e ansiedade. Constatou-se que quando o manejo da dor não é realizado com eficiência, muitas vezes se dá em detrimento do déficit de conhecimento por parte do enfermeiro. Assim, é fundamental que novas e mais pesquisas sejam feitas para que possam embasar cientificamente o cotidiano do cuidado de enfermagem. Portanto é necessário que o enfermeiro saiba avaliar e tratar corretamente a dor, mediante intervenções farmacológicas ou não farmacológicas, como proporcionar um ambiente tranquilo, agregar a família ao tratamento, e utilizar terapias com calor e frio. Assim, o paciente terá uma melhor qualidade de vida e alivio de seu sofrimento. REFERÊNCI AS ALVES, V. Conhecimento de Profissionais da Enfermagem sobre Fatores que Agravam e Aliviam a Dor Oncológica. Revista Brasileira de Cancerologia, 57, 2, 199-206, 2011. COSTA, A. I. S.; CHAVES, M. D. Dor em pacientes oncológicos sob tratamento quimioterápico. Revista Dor. 13, 1, 4549, 2012. FINK, R.M; GATES, A.R.Segredos em Enfermagem Oncológica: Respostas necessárias ao dia -a-dia. 3 ed. São Paulo: Artmed, 2009. P 454-476. KLAUMANN, P.R. Patofisiológia da dor. Archives of Veterinary Science.V. 13,n.1,p.1,2008. PEREIRA, D. T. S., et al. Condutas terapêuticas utilizadas no manejo da dor em oncologia. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental Online. 7,1,1883-1890, 2015. PIMENTA, C. et al. Dor Crônica e Depressão: Estudo em 92 doentes. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 34,1,76-83, 2000. RECCO, D. C., et al. O cuidado prestado ao paciente portador de doença oncológica na visão de um grupo de enfermeiros de um hospital de grande porte do interior d o estado de São Paulo. Arquivos de Ciências de Saúde. 12, 2, 85-90, 2005. ROTHER, E. Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, vol. 20.núm. 2. SP,2007. SILVA, L. M. H.; ZAGO, M. M. F. O cuidado do paciente oncológico com dor crônica na ótica do enfermeiro. Revista Latino Americana de Enfermagem. 9, 4, 44-49, 2001. STUBE, M. et al. Percepções de Enfermeiros e manejo da dor de pacientes Oncológicos. Revista Mineira de Enfermagem. 19, 3, 704-710, 2015. THOMAZ, A. 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