Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias RESPIRAR Ano XII n.37 Julho-Dezembro 2011 | Director Os vírus gostam do frio fri Sopre as doenças para longe… A rt u r Teles de Ar aú jo Destaque As infecções respiratórias que aparecem no Inverno São muitas as infecções respiratórias que escolhem o tempo frio para fazer das suas… O Outono e o Inverno são estações que atraem as bactérias e os vírus. Nesta edição do Jornal Respirar, damos-lhe a conhecer algumas das infecções respiratórias mais frequentes e reunimos alguns conselhos de prevenção que não pode deixar de seguir! Constipação vs gripe “Estou com uma valente gripe”. É uma frase que todos dizemos com frequência mas na maioria dos casos, apesar de os sintomas serem muito semelhantes, não temos nada mais do que uma constipação. Saiba o que a diferencia da gripe, as formas de prevenção e de tratamento. Pulmões em risco A pneumonia é uma patologia frequente em todo o mundo e pode ser fatal. No entanto, se os sintomas forem valorizados atempadamente, o doente pode ser tratado no domicílio sem necessitar de internamento hospitalar. A taxa de sucesso no tratamento é alta mas é importante que o doente não ignore os primeiros sinais de alerta. Infecções respiratórias Há que conhecer para prevenir Cláudia Pinto Editorial INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS, UM PROBLEMA ACTUAL Em geral, a relevância das doenças infecciosas é inversamente proporcional à riqueza dos países. Todavia, em relação às infecções respiratórias o panorama é um pouco diferente, já que em todos os países as pneumonias, infecções das vias aéreas inferiores, a gripe e a tuberculose permanecem como uma preocupação nos dias de hoje. Em Portugal, as pneumonias são responsáveis anualmente por mais de 40 000 internamentos hospitalares e, em 2009, mataram 5234 portugueses. Se englobarmos as infecções das vias aéreas inferiores, então os internamentos ultrapassaram os 51 000 em 2010, o que corresponde a 67,8% da totalidade dos internamentos da área médica. Estima-se que as pneumonias atinjam anualmente mais de 120 000 portugueses, de ambos os sexos e de todas as idades, embora sejam mais graves na criança pequena e nos grupos etários acima dos 65 anos. São responsáveis por cerca de 800 000 dias de baixa e são a principal causa de mortalidade e de internamento por doenças respiratórias. É também bem conhecida a frequência das infecções respiratórias, muitas vezes recorrentes, causando mal-estar à criança e sendo responsáveis por perturbação do normal funcionamento da família. Nelas estão incluídas as bronquiolites, situações de alguma gravidade, angustiantes para os pais e que podem ter consequências futuras na saúde respiratória da criança. Em relação à tuberculose há algumas boas notícias em Portugal. A taxa de incidência em 2010 foi de 22,3 novos casos por 100 000 habitantes, o que nos aproxima dos países de baixa incidência. Há ainda um longo caminho a percorrer e teremos de nos manter atentos ao diagnóstico precoce, aos grupos em maior risco de contrair a doença e ao problema das multirresistências (aliás, em pequeno número em Portugal). A gripe, doença geralmente subvalorizada, atinge anualmente 700 000 a 1 milhão de portugueses, implicando a perda de cerca de 1,5 milhões de dias de trabalho e escolaridade. Acrescente-se que a infecção gripal pode abrir caminho a outras infecções e, por isso, os picos de incidência da gripe coincidem com um aumento significativo da mortalidade por quase todas as doenças respiratórias. Infelizmente a taxa de vacinação contra a gripe não ultrapassou os 17,5%, em 2010/2011, sendo indesejavelmente baixa, mesmo nos grupos em que a vacinação é fortemente recomendada. Justifica-se, pois, que as infecções respiratórias tenham sido o tema do II Congresso da Fundação Portuguesa do Pulmão e que sejam objecto deste número do RESPIRAR, no qual se pretende sensibilizar a população para a importância das infecções respiratórias, apostando fortemente na prevenção (que inclui a vacina da gripe) e no tratamento tão precoce quanto possível, se a doença surgir. Dr. Artur Teles de Araújo Director da Fundação Portuguesa do Pulmão O tempo frio traz consigo um significativo acréscimo das infecções do aparelho respiratório, que são uma importante causa de absentismo escolar e profissional e de acréscimo de custos. Mas há formas de prevenção eficazes. Saiba quais nesta edição do Jornal Respirar. No Inverno, todos os segmentos do aparelho respiratório são atingidos pelas infecções. “As mais frequentes são aquelas que afectam as vias aéreas superiores: nariz (rinites), seios perinasais (sinusites), faringe (faringites) e laringe (laringites). Porém, as situações infecciosas mais graves estão associadas às infecções da parte inferior do aparelho respiratório: bronquites, bronquiolites, pneumonias e gripe, esta, uma infecção sistémica com forte componente respiratória”, indica o Dr. Jaime Pina, pneumologista da Fundação Portuguesa do Pulmão. Bactérias e vírus. São os microorganismos patogénicos responsáveis pelas infecções respiratórias. Nem sempre lhes damos a devida importância a menos que surjam sintomas incomodativos que nos conduzam a um diagnóstico de doenças típicas do tempo mais frio. “No que respeita às bactérias, o pneumococo é o agente mais frequentemente implicado em todas as infecções do aparelho respiratório, desde as sinusites até às pneumonias; estas são infecções do pulmão que estão associadas a significativa gravidade e mortalidade, sobretudo nos idosos, ou quando adquiridas em meio hospitalar”, diz-nos Jaime Pina. Relativamente aos vírus, o pneumologista elege um trio que merece o devido destaque: “Os rinovírus, responsáveis pela maioria das constipações ou resfriados; o vírus sincicial respiratório, causador de muitas das bronquiolites que ocorrem em crianças e que obrigam a idas aos serviços de urgência na sequência de quadros de falta de ar, e que podem deixar como sequelas síndromas asmatiformes e os vírus Influenza, causadores da gripe, infecção com gravidade variável, mas causadora de mortalidade relevante, sobretudo nos idosos.” As infecções respiratórias são contagiosas? As infecções respiratórias quando originadas por vírus são altamente contagiosas. Jaime Pina indica que “a transmissão faz-se pela inalação de microgotículas de secreções respiratórias contendo vírus, e lançadas pelos doentes infectados para o meio ambiente através da fala, do espirro e da tosse”. Outra forma de transmissão é através das mesmas gotículas, que se depositam nas superfícies, e que se tornam infectantes quando, através das mãos de outras pessoas, são levadas ao contacto com a boca, nariz ou olhos. COMO PREVENIR? - Em primeiro lugar, deve usar os sistemas de protecção facial, as máscaras. “Quando interpostas entre a pessoa infectada e os seus conviventes, esta medida simples im- pede a transmissão de muitos dos microrganismos infectantes. Ela deve cobrir o na- riz e a boca e ser usada sempre que haja contactos próximos”, indica Jaime Pina. - Outra medida de enorme eficácia é a da lavagem das mãos sempre que se manipulam objectos ou produtos provenientes de pes- soas infectadas. “Basta uma lavagem pro- longada com sabão; porém, a desinfecção pode ser melhorada pela utilização de ál- cool, sobretudo sob a forma de gel”, adianta o pneumologista. - É também importante a adopção de modelos de vida saudáveis que fortalecem a imunidade natural. “Medidas como uma boa alimentação, não beber em excesso, não fumar, praticar actividade física regular e res- peitar os períodos de repouso estão asso- ciadas a um organismo mais saudável e resistente”, sintetiza Jaime Pina. - Por outro lado, “a prevenção das infecções respiratórias pode ser feita através de ferramentas farmacológicas, das quais sobres- saem as vacinas da gripe e da pneumonia e os imunomoduladores, medicamentos que estimulam as defesas anti-infecciosas”, conclui o pneumologista. - As duas vacinas acima referidas devem ser administradas aos grupos de risco da gripe e da pneumonia, ou seja, às pessoas em que é admissível maior gravidade, maior taxa de complicações ou maior mortalidade no contexto clínico das duas infecções. “Quanto aos imunomoduladores, eles estão indicados, sobretudo, nas pessoas que têm infecções respiratórias de repetição, com um particular destaque nas crianças.” Respirar | p. 2 Atchim, atchim, mas porque é que me sinto assim? Dr. Artur Teles de Araújo Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão As constipações são infecções das vias aéreas superiores, atingindo especialmente o nariz e a garganta, causadas por vírus, em particular o rinovírus, podendo ocorrer em qualquer época do ano, mas sendo muito mais frequentes no Outono e no Inverno. Esta maior frequência no Outono e no Inverno deve-se ao facto de os vírus que as causam estarem mais activos nessa época. Acresce que nas épocas frias as pessoas concentram-se mais em casa, muitas vezes em divisões mal arejadas, facilitando o contágio. Igualmente, o ar seco, pelo uso de sistemas de aquecimento, ou a exposição a ar muito frio no exterior conduzem a uma inflamação da mucosa do nariz, facilitando o desenvolvimento da infecção. As constipações são doenças muito contagiosas que se transmitem através das gotículas de saliva ou expectoração libertadas quando o doente tosse ou espirra. Outro grande veículo de transmissão são as mãos contaminadas quando o doente se assoa. A constipação vulgar é uma doença benigna que habitualmente se cura em 3 a 5 dias. Sintomas principais Espirros, congestão nasal, muco nasal viscoso e transparente, dor de garganta ao engolir, ardor, secura, por vezes rouquidão, congestão e lacrimejo dos olhos, tosse irritativa, febre pouco elevada (abaixo dos 38,5°C) e mal-estar geral ligeiro constituem os principais sintomas das constipações. Por vezes, a constipação complica-se, sendo o primeiro sinal a expectoração amarela ou esverdeada, que indica já haver infecção bacteriana. Na criança pequena, especialmente se a infecção é por vírus sincicial respiratório, pode haver envolvimento dos brônquios mais pequenos, dando bronquiolites – situações mais graves e cujas ma- nifestações clínicas mais chamativas são a grande dificuldade respiratória e a pieira audível. Estes sinais indicam a necessidade urgente de a criança ser observada pelo médico. Se começa a haver temperatura elevada, tosse com expectoração purulenta, cefaleias intensas que não cedem à terapêutica, falta de ar ou grande prostração, o doente deve ser observado pelo médico, por existir, provavelmente, uma complicação. Como tratar? Para a febre e mal-estar geral estão indicados medicamentos como o paracetamol, ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios não esteróides. Se o corrimento nasal é muito intenso e/ou há queixas oculares, poderão estar indicados os anti-histamínicos em comprimidos. Igualmente, a congestão nasal poderá beneficiar com estes medicamentos. Se o corrimento nasal é espesso e difícil de expulsar, deverá ser usado soro fisiológico para lavagens frequentes. Os vasoconstritores nasais devem ser evitados por causarem, após uma descongestão temporária, um efeito contrário de vasodilatação com aumento da obstrução nasal. Para a tosse, se esta é seca, poderá ser usado um antitússico. Se houver expectoração deve ser usado um expectorante. A boa hidratação é importante, pelo que a abundante ingestão de líquidos é fortemente recomendável. Aos primeiros sintomas, o doente poderá automedicar-se, seguindo o que atrás se diz. Todavia, se a situação não melhorar ou houver qualquer dos sinais atrás indicados, deve procurar imediatamente o médico, pois existe uma complicação, cuja gravidade terá de ser avaliada e instituída a terapêutica adequada. O tempo é de gripe Cláudia Pinto A gripe é uma doença infecciosa que ataca, predominantemente, as vias aéreas superiores e inferiores. É uma doença provocada por um vírus – o vírus Influenza –, comummente denominado vírus da gripe. Raul de Amaral Marques, pneumologista e imunoalergologista diz-nos que “os vírus da gripe, que pertencem à família dos ortomixovírus, têm uma forma habitualmente esférica e possuem, na sua superfície, uma estrutura complexa constituída por cerca de 500 “espículas” que se projectam do invólucro de revestimento”. Fala-se muito mais em gripe do que, na realidade, se devia falar. “Isto porque se atribui o epíteto de gripe a meras constipações”, acrescenta o especialista. Embora compartilhem muitos sintomas a gripe não é o mesmo que uma constipação. “São muitos, da ordem das centenas, os vírus capazes de provocar uma constipação: os rinovírus são os mais frequentemente implicados. Os sintomas das constipações tendem a ser mais suaves do que os da gripe e, por isso, com menos probabilidades de provocarem complicações graves”, explica Raul Amaral Marques. Os surtos epidémicos de gripe surgem anualmente e, nos países de clima temperado, ocorrem habitualmente nos meses de Inverno e podem aparecer desde o fim do Outono até ao início da Primavera. “Nestes países, o período sazonal pode durar de 6 a 10 semanas, com uma média de 2 a 10% da população a ficar infectada e a desenvolverem doença”, diz-nos o imunoalergologista. Em Portugal, os meses habitualmente mais críticos são os de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. 6 dicas para prevenir as constipações! 1 – Não fume. Evite assim o maior agressor do pulmão que diminui as defesas naturais. 2 – Evite a exposição ao frio ou variações bruscas de temperatura. 3 – Se tem de se expor ao frio proteja a boca da entrada de ar, particularmente durante a prática de exercício físico. Vacinar? Sim ou não? A vacinação deve ser administrada anualmente aos grupos de risco porque os vírus vão alterando, em cada época, as suas características. “Os vírus da gripe, para se manterem e sobreviverem entre a população humana, têm de se modificar constantemente, caso contrário, ao serem reconhecidos pelo sistema imunitário humano seriam mais ou menos rapidamente, eliminados. É uma forma de inteligência, que estes micro seres encontraram para conseguirem sobreviver”, explica Raul Amaral Marques. Assim, de uma forma constante, “eles vão modificando as características dos seus antigénios de superfície, feitas de uma forma pouco marcada, mas suficientemente importante para que a estrutura antigénica não seja reconhecida pelo sistema imunitária dos humanos (é o “drift” ou deslizamen- 4 – Evite ambientes sobrepovoados, mal ventilados e com ar muito seco. 5 – Utilize lenços de papel descartáveis e lave frequentemente as mãos. Diminuirá assim a possibilidade de difusão de infecções virais, protegendo-se a si e aos outros. 6 – Beba bastantes líquidos, incluindo sumos de fruta naturais. to antigénico) – uma espécie de jogo do gato e do rato”, acrescenta. Estas modificações que se processam à superfície são as que se dão constantemente e que obrigam a que, cada ano haja necessidade de se criarem vacinas adaptadas a essas novas estirpes que são as responsáveis pelos surtos de gripe que surgem anualmente. Por isso, em termos práticos, o leitor deve procurar o seu médico e saber se está nas condições, ou se pertence aos chamados “grupos de risco”, para ser vacinado. A prescrição da vacina é da exclusiva responsabilidade do médico. “São os idosos, os portadores de doenças crónicas, tanto respiratórias como de outra origem (diabéticos, insuficientes renais, hepáticos, doentes cardíacos, apenas como exemplo), os doentes com doenças imunodepressivas, ou sob imunos- Respirar | p. 3 supressão, as grávidas a partir da 12ª semana de gravidez, os obesos, os que mais risco correm se apanharem gripe”, indica Raul Amaral Marques. Tratar para não agravar “A gripe, na maior parte das vezes comporta-se como uma doença benigna, com sintomas ultrapassáveis, combatidos ou contrariados pelos antipiréticos, pelos antihistamínicos, pelos analgésicos, pelos descongestionantes. Muitas vezes, as terapêuticas caseiras, ajudam ao aliviar dos sintomas e a gripe passa ao fim dos 3 a 5 dias habituais”, explica Raul Amaral Marques. Os problemas surgem à medida que as complicações dão lugar a uma faringite ou laringite agudas, à pneumonia, seja viral ou uma pneumonia bacteriana secundária. Se considerar que a doença está a começar a assumir um carácter de gravidade, se os sintomas persistirem ou agravarem, procure ajuda especializada e não adie a ida ao médico para começar o tratamento mais adequado tão cedo quanto possível. “É importante o contacto com o médico de família ou, em caso de agravamento súbito, o recurso a uma unidade de saúde ou um serviço de urgência”, aconselha Raul Amaral Marques. Afinal, com a gripe não se brinca. Ainda que seja benigna, “é uma doença que pode matar e é responsável por um excesso de mortalidade nos períodos de epidemia ou surtos epidémicos”, alerta o especialista. Constipação vs Gripe SINTOMAS CONSTIPAÇÃO GRIPE Febre Raro Habitualmente elevada: (37,8ºC a 38,9ºC, nas crianças pode ser Dores de cabeça Rara Fadiga, cansaço Algumas vezes Habitual; pode durar até 2 ou 3 semanas Comum Algumas vezes Dores musculares Comum Ligeiras Exaustão extrema Nariz congestionado Espirros mais elevada). Pode durar 3 a 5 dias. Dor de garganta Desconforto torácico, tosse Habituais; muitas vezes violentas Rara Habitual Habitual; no início da doença Comum Ligeiro a moderado; tosse dolorosa Algumas vezes Algumas vezes Comum; pode ser grave Pneumonia Uma doença grave mas com um bom prognóstico quando tratada atempadamente Cláudia Pinto A pneumonia é uma doença frequente com um peso importante na mortalidade em todo o mundo, representando a primeira causa de morte entre as doenças respiratórias na população portuguesa, provocando uma perda considerável de anos de vida por incapacidade. Esta doença aparece mais frequentemente nos meses de Inverno quando as temperaturas são mais baixas e também durante as epidemias de gripe. “A pneumonia é uma doença que atinge preferencialmente as crianças com menos de 2 anos e as pessoas mais idosas, sendo na faixa etária superior a 65 anos onde se concentra a mortalidade mais elevada”, explica o Dr. João Costeira, pneumologista e assistente hospitalar graduado do Hospital Pulido Valente". As pneumonias são causadas por microrganismos. “Os mais frequentes são as bactérias responsáveis por cerca de 80% dos casos surgindo posteriormente os vírus em quase 20% das ocorrência e em último lugar, numa percentagem mínima, os fungos e parasitas”, acrescenta o pneumologista. A bactéria pneumococo é a que mais se destaca e está implicada em mais de 2/3 dos casos. A forma mais característica da apresentação da pneumonia consiste no aparecimento súbito de arrepios e tremores associados a febre alta, seguido de tosse seca ou com expectoração de tonalidade amarela ou esverdeada, por vezes de coloração sanguínea, podendo também estar presente uma dor em pontada no peito ou nas costas. “Nas situações mais graves pode surgir dispneia (falta de ar) e aumento da frequência respiratória. Embora com menos frequência podem também estar presentes outros sintomas como: palpitações, dor muscular, mau estado geral, náuseas e vómitos”, explica João Costeira. Tratamento precoce precisa-se! A existência do conjunto de sintomas referido deve motivar o doente a procurar apoio médico pois a probabilidade da presença de uma pneumonia que necessita de tratamento rápido e adequado é elevada. “A pneumonia pode ser uma doença grave e nas situações mais complicadas pode levar à morte do doente. No entanto, na maioria dos casos tem um bom prognóstico com cura completa e sem sequelas. Contudo, para o tratamento ter sucesso é muito importante que os doentes cumpram as indicações médicas”, explica o pneumologista. Nos casos mais graves, o internamento hospitalar está indicado mas, na maior proporção dos casos o tratamento pode ser efectuado no domicílio. “Nesta condição é fundamental o cumprimento escrupuloso do tratamento com os antibióticos, com as doses certas, o correcto intervalo entre as tomas e a duração completa sem abandono antes de tempo”, adianta João Costeira. É importante, também, controlar a febre e manter uma boa hidratação com a ingestão de líquidos. Não se deve descurar o repouso e uma alimentação adequada. Ficha Técnica RESPIRAR Cuidados a ter Por Dr. João Costeira - A vacinação antipneumocócica e antigripal é sem dúvida a principal acção preventiva das pneumonias. Assim é da maior importância a adesão à vacinação das pessoas que pertencem aos grupos de risco para contrair a doença. Tome nota! A pneumonia é uma inflamação do pulmão que surge de forma repentina e tem por base uma infecção. A doença manifesta-se por sintomas enunciados por João Costeira: - Manter controladas, com medicação adequada, eventuais doenças crónicas existentes, como: a doença pulmonar obstrutiva crónica, a asma brônquica, as doenças crónicas hepáticas, renais ou cardíacas. E doenças ou condições que induzem diminuição da imunidade como: infecção pelo VIH, tumores malignos, diabetes mellitus. - Evitar hábitos comprovadamente prejudi- - A existência de uma infecção como seja a febre, calafrios, fraqueza muscular, dores de cabeça. - O atingimento do pulmão que pode levar ao aparecimento de tosse, expectora- ciais à saúde com particular destaque para o consumo de tabaco mas, também o alcoolismo e a toxicodependência. - Manter uma boa higiene oral com especial atenção para o tratamento da cárie dentária. - Evitar ambientes poluídos, principalmente em espaços fechados e alterações abruptas de temperatura. ção, dor no tórax e dificuldade em respirar. - A existência de alterações nos exames radiográficos do tórax e muitas vezes nas análises de sangue. Uma parceria com DIRECTOR: Artur Teles de Araújo REDACÇÃO, PAGINAÇÃO E PRODUÇÃO: Jornal do Centro de Saúde / Marketing For You, Lda – Beloura Office Park, Edif. 4, Esc. 1.2, 2710-693 Sintra, Tel.: 219 247 670, Fax: 219 247 679 PROPRIEDADE: Associação Nacional de Tuberculose e das Doenças Respiratórias e Fundação Portuguesa do Pulmão SEDE: Rua Alberto de Oliveira, 29 – r/c esquerdo, 1700-018 Lisboa, Tel.: 21 795 72 84, FAX: 21 795 73 00 N.º CONTRIBUINTE: 502 138 351 REGISTO NO ICS: 121383 PERIODICIDADE: Semestral TIRAGEM: 38 650 exemplares DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Respirar | p. 4