Terapia Nutricional no Câncer

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Etiologia dos distúrbios
nutricionais no Câncer
Adriana Garófolo, 2011
Coordenação - IAG – Assistência, Ensino e Pesquisa
CÂNCER
Quimioterapia
Radioterapia
Cirurgia
Tratamento
Antineoplásico
TMO
Suporte para infecções:
Terapia intensiva
Tratamento de
Suporte
Multidisciplinar
Terapia antimicrobiana
Suporte
endocrinológico
Terapia nutricional
Outros
TRATAMENTO
ANTINEOPLÁSICO
CÂNCER
COMPLICAÇÕES DO
TRATAMENTO
DISTÚRBIOS
NUTRICIONAIS
Etiologia dos distúrbios nutricionais no câncer
MULTIFATORIAL
INGESTÃO ALIMENTAR
ALTERAÇÕES NO GASTO ENERGÉTICO,
METABOLISMO DE NUTRIENTES
AUMENTO NAS PERDAS
NUTRICIONAIS
DOENÇA E TRATAMENTO
FATORES EMOCIONAIS
TUMOR, INFECÇÕES, QT, RTx
VÔMITOS, DIARRÉIA, MÁ
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES,
PERDAS POR TOXICIDADE
RENAL
Holcomb & Ziegler; 1990; Torosian, 1993; Tisdale, 1997; Picton, 1998; Ladas, 2005
Ingestão alimentar
• Mecânicos e funcionais
• Metabólicos
• Localização do tumor
• Náusea e vômitos
• Disgeusia e Xerostomia
• Mucosite
• Níveis de serotonina
• Alteração do apetite
(medicamento)
• Neurotransmissores
• Psicológicos
• Leptina
• Emocional
• Citocinas
Perda de peso induzida pelo tumor: mecanismo
multifatorial e complexo
Células tumorais malignas
Produção de citocinas pró-inflamatórias:
Fator indutor de proteólise
(PIF)
TNF-, IL-1, IL-6
Apetite
Resposta de fase aguda
(
Ingestão
alimentar
PCR)
Taxa
Metabólica
Basal (TMB)
Alteração no
metabolismo dos
macronutrientes
Emagrecimento/caquexia
induzida pelo tumor
Massa magra
Metabólicos
Carboidratos
Lipídeos
• Catabolismo das reservas
• Intolerância e oxidação
anormal de glicose;
• Menor sensibilidade à
insulina;
• Aumento na taxa de
gliconeogênese
lipídicas;
• Oxidação de ác graxos livres;
• Aumento da lipólise e redução
da lipogênese;
• Redução da atividade da
lipoproteína lipase;
• Aumento no turnover de
glicerol plasmático
Metabólicos
Proteínas
• Redução síntese proteína muscular
• Aumento catabolismo muscular
• Proteína muscular: substrato para síntese de glicose
• Balanço nitrogenado negativo
Distúrbios Metabólicos no Câncer
Lipólise
Gordura
Anorexia
Fator
Mobilizador
de lipídeos
Hipotálamo
 do GE
Fígado
PTN da fase
aguda
Insulina ,
cortisol e
glucagon
Tumor
AAs
Fator Indutor de Proteólise
Músculos
Proteólise
Eur J Oncol Nutrs, 2005 (35)
Fluxo de glutamina entre órgãos
Músculo
esquelético
Fígado
Pulmão
Catabolismo/degradação
Protéica
Estresse oxidativo: glutationa
(glutamina, cisteína e glicina)
Necessidades de glutamina
Glutamina
Síntese de proteína visceral
Glutamina
Plasmática
Rins
Intestino
Síntese de proteína visceral
Necessidades de Glutamina
Síntese de proteína visceral
Tecidos em recuperação
Necessidades de glutamina
Tumor
Sistema imune
Leucócitos
Necessidades de glutamina
Síntese de proteína visceral
Síntese de proteína visceral
Necessidades de glutamina
DESNUTRIÇÃO
Freqüência de perda de peso em pacientes
com câncer
Perda de peso de acordo com o tipo de tumor
Nutr Hosp. 2008;23(1):46-53
Relação estado nutricional e idade em
pacientes com câncer
Estado nutricional por meio escore-z em crianças (N = 79)
e do IMC em adolescentes e adultos jovens com câncer
iniciando tratamento no IOP entre 1998 e 2000 (N = 66)
12%
10%
11,4%
8%
10%
6%
4%
80%
5%
2%
60%
0%
P/I
62%
E/I
P/E
40%
20%
0%
3%
32%
Desnutrição
Eutrofia
Sobrepeso
3%
Obesidade
Garófolo, Rev Nutr. 2005; 18(2): 193
Alterações no perfil dos lipídios, glicose e
proteínas
60%
56%
41%
50%
40%
Todos os
diagnósticos
30%
14%
20%
10%
0
10%
10%
0%
HDL-C
Albumin
GLU
LDL-C
TG
CH
Situações associadas aos prejuízos nutricionais
• QUIMIOTERAPIA ALTAS
DOSES/RADIOTERAPIA
Toxicidade GI
Anorexia
Náusea/Vômitos
Mucosite/esofagite
Tumor de boca
Atividade doença
Tumor de lábio
RMS mucosite oral e monilíase vincristina,
actinomicina e carboplatina em altas doses.
Teratóide rabdóide
Tumor de língua
Situações associadas aos prejuízos nutricionais
Tumores Abdominais
Saciedade
Tumores Hipotalâmicos/ascite
Intolerância ao volume de dieta
Hepatoblastoma
Sd Russell
Tumor de Wilms IV
GASTO ENERGÉTICO
Distribuição uniforme
– Hipermetabolismo
33 %
– Hipometabolismo
33 %
– Normometabolismo
33 %
Dempsey e col. , 1984 ; Waitzberg, 1993
– Modificações do gasto energético :
• Local, grau desenvolvimento e estadiamento do tumor ;
• Ação de peptídios secretados pelo tumor ;
• Presença de ciclos metabólicos fúteis - 10 a 20 % GET;
• Ampliação resposta termogênica do alimento - desperdício
de calorias.
Theologides , 1976 ; Waitzberg , 1993
Estudos de gasto energético em crianças com câncer
Tumor
Fas e tratamento
R esultado
Autor
Ano
LLA
Diagnóstico
GER
Kien & Camitta
1989
LLA
Indução
Leucocitose
Organomeg
GER
Sttaling et al
1989
LLA
Manutenção
sem alteração
Vaisman et al
1993
Leucemias
Remissão
sem alteração
Bond et al
1992
Tu sólidos
Remissão
sem alteração
Bond et al
1992
• Alteração do índice metabólico x tipo tumor:
Elevação do gasto energético em pac. Sarcoma
associação:
• aumento do ciclo de Cori e da ressíntese da glicose
• redução da oxidação da glicose
• aumento do catabolismo protéico.
Shaw , 1988
•
Gasto Energético no Repouso:
Linfomas , Ca pulmão , carcinomas de cabeça e
pescoço e Tumores TGI alto.
Buzby , 1980 ; Daly & Michael , 1996
•
Gasto Energético:
– Associação câncer de pâncreas.
• Gasto Energético normal :
– Tumores do TGI baixo
Buzby , 1980
Tipo tumor: maior det.Gasto Energético Repouso /GER
Ca pulmonar X C. gátrico e colorretal X saudáveis
– Ca pulmonar
=
GER elevado
– C. gástrico e colorretal
=
GER normal
Fredrix , 1991
Estudos do Gasto Energético em Câncer
Tipo de Tumor No de
Hipo Normo Hiper Referência
pacientes
Gástrico
33
2
16
15
Wallersteiner
TGI
173
62
72
39
Dempsey e col.
Colorretal
73
20
37
16
Dempsey e col.
Ca pulmão
31
_
_
31
Shike e col.
Leucem/Linfoma
41
_
_
41
Silver e col.
Carcinoma
23
_
2
21
Silver e col.
Misto
65
?
?
38
Bozetti e col.
Misto
200
66
82
52
Knox e col.
Necessidades normais, desde que não haja situação específica do
contrário
•Calorimetria indireta:
• Cerca 25% dos pacientes com câncer em atividade: GER 10%
maior
• Cerca de 25%: GER 10% menor
•GER normal em pacientes com câncer gastrico ou colorretal
•GER aumentado em pacientes com câncer de pâncreas e pulmão.
•Em pacientes com câncer de pulmão o GER relaciona-se com resposta
inflamatória sitêmica.
TOXICIDADE EM TRATO GASTROINTESTINAL
QUIMIOTERAPIA: MTX e 5 FU
RADIOTERAPIA ABDOMINAL E PÉLVICA
Estudos em animais :
• alterações na estrutura celular e histológicas
• redução na atividade das dissacaridases
• prejuízos na digestão e absorção
• translocação bacteriana.
Loehry e Creamer, 1969 ; Souba e col., 1990 ; Mitchel e Schein, 1992
Efeitos da quimioterapia sobre a mucosa do Trato Gastrintestinal
• Alterações na estrutura
• Alterações fisiológicas :
celular :
• redução do conteúdo
protéico e lipídico da
membrana celular na
borda em escova
• Alterações histológicas:
• encurtamento das
microvilosidades
• atrofia e redução no
número de vilos
• redução no número de
células da cripta
• redução da
biodisponibilidade da
glicose
• redução da atividade
das dissacaridases
• redução na área
superficial absortiva
• prejuízo na digestão e
absorção de nutrientes
e diarréia
Estudos clínicos de absorção de nutrientes
em pacientes com câncer
Crianças com LLA :
– N = 16
– Alt. moderada e passageira integridade mucosa intestinal (Dxilose e H2 expirado).
Crianças c/ LLA , LNH, DH e T.W :
Halton et al.,1993
– Quimioterapia
– N = 20
–
60% = má-absorção lactose ( H2 expirado ) :
Adultos com LMA:
Mantovani, 1995
– doses de Etoposide,Dauno,Idarrubicina,Citarabina,
Carboplatina:
– N = 110
– graves anormalidades absortivas (D-xilose)
Bow et al.,1997
Estudos clínicos sobre a absorção de nutrientes em
pacientes com câncer
LMA, LNH, Sarcoma, T. cél Germin, D.H., CA peq. Cél. Pulm
–
Ciclofosfamida, Carboplatina, Etoposide, MTX,
Epirrubicina, Melfalano, Bussulfano
–
N = 35
–
Permeabilidade intestinal : pico D 7 após QT
–
Taxa mitose cél.cripta
–
Atrofia vilos
–
Má absorção de mono e dissacarídios.
Keefe Et al., 1997
• 17 pacientes
• Junho de 1996 a abril 1998.
• QT 5 Fluorouracil como tratamento para Ca de cólon
avançado ou metastático ou como terapia adjuvante após
cirurgia de ressecção de Ca de cólon.
Métodos: medida de recuperação (excreção) urinária (U)
D-Xilose: quanto maior o dano, menor a recuperação U, menor
absorção.
Celobiose: minimamente absorvido no intestino delgado através
de junções (estreitas) paracelulares
Manitol: absorvido por mecanismo transcelular na borda em
escova dos enterócitos.
Quando um dano intestinal ocorre, a recuperação U de celobiose
aumenta e a do manitol diminui.
A relação entre a porcentagem de celobiose e manitol
recuperados é uma medida de integridade da mucosa.
Absorção e permeabilidade intestinais antes e após
tratamento com 5FU
Absorção
Antes
Depois
Permeabilidade
Antes
Depois
Absorção e permeabilidade intestinais antes e
após tratamento com 5FU
Absorção
Antes
Depois
Permeabilidade
Antes
Depois
Absorção de nutrientes
• Quimioterapia
• Radioterapia pélvica e abdominal
• Desnutrição
•
Loehry & Creamer, 1969 ; Souba et al., 1990 ; Mitchel & Schein, 1992
Desnutrição energético-protéica
• redução nos níveis de dissacaridases
• prejuízo na absorção de CH
• diarréia pela redução de enzimas intestinais
• comprometimento da digestão e absorção de nutrientes
• DEP exacerba danos causados pelo MTX
Loehry, 1969 ; SBAN , 1991
• má-absorção de nutrientes: correlação com risco de infecções
invasivas na terapia de indução em adultos com LMA
(independente do nível de mielossupressão)
Bow et al., 1997
CONDIÇÕES ASSOCIADAS AO RISCO
NUTRICIONAL
• Tipo e localização do tumor
• Estágio da doença
• Fase do tratamento
• Tipo de terapêutica
Tumores de Alto Risco Nutricional
Neuroblastoma III e IV
Tumor de Wilms III e IV ou c/ histologia desfavorável
Sarcoma de Ewing; RMS pélvico, Osteossarcoma
LMA
LLA de prognóstico desfavorável ou recidivas
LNH de pior prognóstico ou com comprometimento do
TGI
SNC (meduloblastoma), Síndrome de Russell
Rickard, 1986
Fatores de risco nutricional
• Câncer de alto grau de malignidade;
• Doença em estádio avançado;
• Falta de resposta do tumor à terapia;
• Tumores TGI;
• Recebendo terapia agressiva (intenção curativa/
QT, RTx , cirurgias , TMO);
• Ausência de equipe de saúde treinada para
efetuar suporte nutricional.
Holcomb, 1990 ; Moreira, 1997
www.nutricancer.com.br
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