Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016

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Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016
Apresentação
Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016
[email protected]
www.paho.org/bra
Vírus Zika (ZIKV) – Incidência e
Tendências
Até o momento, 35 países e territórios confirmaram a
transmissão local vetorial do vírus zika na Região das
Américas desde 2015 (Figura 1). Desde a última Atualização Epidemiológica sobre Zika (21 de abril) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial
da Saúde (OPAS/OMS), nenhum outro país ou território
além destes confirmou a transmissão autóctone vetorial
do vírus zika.
Figura 1. Países e territórios nas Américas com casos autóctones
(vetoriais) do vírus zika confirmados, 2015-2016
(113,4/100.000), seguida do Nordeste (53,5 casos/100.000).
Além disso, três óbitos relacionados ao vírus zika foram
confirmados em São Luís (estado do Maranhão), Benevides (estado do Pará) e Serrinha (estado do Rio Grande do
Norte), conforme noticiado anteriormente. Leia a matéria
na íntegra.
Ilustrada abaixo está a tendência decrescente de casos registrados do vírus zika em El Salvador e na Jamaica, onde
os surtos começaram em 2015. Em contraste, também
está ilustrada a seguir a tendência crescente no número
de casos suspeitos do vírus na República Dominicana e na
Guadalupe, onde os surtos começaram em 2016.
El Salvador
Desde o início do surto em novembro e dezembro de
2015, os casos suspeitos do vírus zika aumentaram em
El Salvador, seguidos de uma tendência decrescente até a
SE 12 de 2016. Observa-se um aumento discreto entre a
SE 12 e a SE 13; o que talvez se deva à subnotificação no
feriado da páscoa que ocorreu na SE 12. Esta tendência é
semelhante à observada na Martinica e descrita na Atualização Epidemiológica sobre Zika (21 de abril). A curva
epidemiológica está sujeita a alterações visto que os casos
são notificados de forma retroativa (Figura 2).
Figura 2. Casos suspeitos e confirmados do vírus zika notificados
em El Salvador até a SE 16 de 2016
1400
1200
1000
Número de casos
Os casos suspeitos e confirmados do vírus zika vêm tendo
uma tendência decrescente em alguns países nas Américas,
em consonância com tendências observadas em períodos
correspondentes em anos anteriores em outras doenças
transmitidas por mosquitos. Por outro lado, ainda há uma
tendência crescente em países e territórios nas Américas
onde o surto começou mais recentemente, como na República Dominicana e na Guadalupe, conforme destacado
a seguir.
800
600
400
200
0
No Brasil, a notificação de casos de zika é compulsória
desde fevereiro de 2016 e até a semana epidemiológica
(SE) 13 de 2016, um total de 91.387 casos prováveis de zika
foi registrado nacionalmente (taxa de incidência de 44,7
casos por 100.000 pessoas). A região sudeste registrou o
maior número de casos prováveis acumulados (35.505),
o que talvez se deva ao início mais recente do surto nos
estados daquela região. A região com o segundo maior
número de casos prováveis (30.286) é o Nordeste. A maior
taxa de incidência foi registrada na região Centro-Oeste
42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16
Semana Epidemiológica
Fonte: Dados de vigilância fornecidos à OPAS/OMS pelo Ministério da Saúde de El Salvador
Jamaica
De maneira parecida, na Jamaica o número de casos suspeitos do vírus zika está diminuindo na Jamaica após um
aumento observado nas notificações do vírus zika a partir
da SE 39 de 2015. O maior número de casos suspeitos foi
registrado na SE 5 de 2016, seguido de uma tendência
decrescente de casos suspeitos até a SE 14 (Figura 3).
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
1
Apresentação
Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016
Figura 3. Casos suspeitos e confirmados do vírus zika notificados
na Jamaica até a SE 14 de 2016
Figura 5. Casos suspeitos e confirmados do vírus zika na
Guadalupe até a SE 14 de 2016
180
160
Número de casos
140
120
100
80
60
40
20
0
39
40
41
42
43 44
45
46
47
48
49
50
51
52
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13 14
Semana Epidemiológica
Fonte: Dados de vigilância fornecidos à OPAS/OMS pelo Ministério da Saúde da Jamaica
República Dominicana
Desde o início do surto na SE 49 de 2015 até a SE 15 de
2016, pode-se observar uma tendência crescente de casos suspeitos e confirmados do vírus zika na República
Dominicana. Foi registrada uma queda nos casos na SE
12, porém talvez se deva à subnotificação do vírus zika
durante o feriado da páscoa. Na SE 15 foi registrado o
maior número de casos de vírus zika (Figura 4). De modo
parecido, observa-se uma tendência crescente nos dados
sobre doença febril com erupção cutânea coletados na
República Dominicana relativos ao período iniciando na
SE 1 até a SE 15 de 2016.
Figura 4. Casos suspeitos e confirmados do vírus zika notificados
na República Dominicana até a SE 15 de 2016.
Número de casos
300
Infecção pelo vírus zika em gestantes
A detecção da infecção pelo vírus em gestantes está sendo
priorizada nos países da Região devido ao risco da síndrome de zika congênita. Casos confirmados e suspeitos de
infecção pelo vírus zika em gestantes têm sido notificados
em 21 países e territórios das Américas (Tabela 1). Os
resultados da vigilância da saúde das gestantes no Brasil
e na Colômbia estão destacados mais abaixo.
Tabela 1. Países e territórios nas Américas com registro de casos
confirmados e suspeitos do vírus zika em gestantes
250
Países e territórios com registro do vírus zika em gestantes
200
Barbados
Honduras
150
Brasil
Martinica
100
Bolívia
México
Colômbia
Nicarágua
Costa Rica
Panamá
Equador
Paraguai
El Salvador
Porto Rico
Guadalupe
República Dominicana
Guatemala
São Martinho
Guiana Francesa
Venezuela
50
0
50
51
52
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Semana Epidemiológica
Fonte: Dados publicados pelo Ministério da Saúde da República Dominicana e reproduzidos
pela OPAS/OMS
Guadalupe
Na Guadalupe, desde os primeiros registros na SE 2 de
2016, a tendência dos casos do vírus zika vem aumentando
constantemente. A redução momentânea nos casos entre
a SE 10 e a SE 12 de 2016 é parecida com as tendências
observadas em El Salvador e na República Dominicana
(Figura 5).
2
Fonte: Dados publicados pelo Instituto de Vigilância Sanitária da França (Institut de Veille SanitaireInVS) e reproduzidos pela OPAS/OMS
Brasil
No Brasil, entre fevereiro de 2016 e 2 de abril de 2016,
foi registrado um total de 7.584 casos prováveis do vírus
zika em gestantes, dos quais 2.844 foram confirmados por
exame laboratorial. Até o momento, o maior número de
casos de microcefalia associada ao vírus zika foi registrado
em mulheres que foram infectados no primeiro trimestre
da gravidez.
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
Apresentação
Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016
Na Colômbia, um total de 12.802 gestantes com suspeita
ou confirmação de infecção pelo vírus zika foi identificada
desde o início do surto até a SE 15 de 2016. Destas, 1.703
gestantes tiveram a infecção pelo vírus zika confirmada
por exame laboratorial; as demais 11.099 apresentaram
sintomas do vírus zika sem confirmação laboratorial.
Síndrome congênita associada à infecção
pelo vírus zika1
Nenhum país novo registrou casos da síndrome congênita
associada ao vírus zika (Tabela 2) desde a última Atualização Epidemiológica sobre Zika (21 de abril) da OPAS/OMS
No decorrer da semana corrente, o Panamá informou
que está investigando dois casos adicionais da síndrome
congênita associada à infecção pelo vírus zika. Um dos
casos é de um bebê nascido com microcefalia cuja mãe
teve resultado positivo para o vírus zika a partir de um
exame RT-PCR realizado com uma amostra de urina.
O outro caso é de um feto com 36 semanas de gestação
diagnosticado com malformações congênitas por meio
de exames de ultrassonografia. Os resultados dos exames
realizados na mãe ainda estão pendentes.
do país. Destes, o Ministério da Saúde do Brasil confirmou
1.198 casos de microcefalia por meio de exames clínicos,
radiológicos e/ou laboratoriais (194 foram confirmados
segundo critérios laboratoriais). Do total de casos notificados, 2.320 foram descartados porque se deviam a causas
não infecciosas ou não se enquadravam na definição de
caso, e 3.710 continuam sendo investigados. Os casos confirmados (1.198) estão distribuídos em 23 das 27 Unidades
da Federação, e a maioria dos casos confirmados (92%;
1.098 casos) continua a ser registrada na região Nordeste.
Em média, 197 casos de microcefalia foram investigados
(confirmados ou descartados) por semana entre a SE 3 e
a SE 12 de 2016, enquanto entre a SE 13 e a SE 16 de 2016,
uma média de 250 casos foi investigada semanalmente
(Figura 6).
Figura 6. Casos registrados de microfalia e outras malformações
congênitas em investigação, descartados ou
confirmados por semana epidemiológica, Brasil, SE 3 à
SE 16 de 2016
Total de casos notificados
1200
descartado (causa não infecciosa ou não cumpre
com a definição de caso)
1000
Número de casos
Colômbia
confirmado
800
600
400
200
Tabela 2. Países e territórios nas Américas com notificação da
síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika
Países notificando síndromes
congênitas associadas ao vírus zika
Número de casos
confirmados até o momento
Brasil
1.198
Colômbia
7
Estados Unidos
2
Martinica3
3
Panamá4
4
2
2Um caso importado do Brasil (leia a matéria na íntegra) e outro caso importado no qual a
mãe havia viajado para Belize, Guatemala e México (leia a matéria na íntegra).
3Dois casos de microcefalia e outro caso de anomalia fetal. Leia a matéria na íntegra.
4Há mais um caso adicional sendo investigado de um feto com suspeita de malformações
congênitas diagnosticadas por ultrassonografia.
Brasil
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, entre 22 de
outubro de 2015 e 23 de abril de 2016, foi registrado um
total de 7.228 casos de suspeita de microcefalia e de outras
malformações congênitas conforme o Protocolo Brasileiro
de Vigilância e Resposta2 em 1.356 dos 5.570 municípios
1 Definição de casos disponível em: http://bit.ly/1TpcVIS
2 Protocolo de Vigilância e Resposta. Clique aqui para ver o Protocolo.
0
EW3
EW4
EW5
EW6
EW7
EW8
EW9
EW10
EW11
EW12
EW13
EW14
EW15
EW16
Semana Epidemiológica
Fonte: Dados publicados pelo Ministério da Saúde do Brasil e reproduzidos pela POAS/OMS
Até a SE 16 de 2016, houve registro de 251 óbitos (incluindo abortos espontâneos ou natimortos), dos quais
54 foram confirmados como casos de microcefalia por
métodos clínicos, radiológicos e/ou laboratoriais. Leia a
matéria na íntegra.
A tendência dos casos de microcefalia e de outras malformações congênitas no estado nordestino de Pernambuco,
Brasil, junto com casos registrados de todos os três arbovírus (chikungunya, dengue e zika) em circulação está
ilustrada abaixo (Figura 7).
Entre o início de 2015 até a SE 16 de 2015, Pernambuco
vivenciou um grande aumento de doença parecida com
a dengue, durante o qual foram notificados casos de
chikungunya e os primeiros casos do vírus zika. Pode ser
observado um aumento nos casos de microcefalia entre 7
e 8 meses depois da detecção dos primeiros casos do vírus
zika, chegando ao pico na SE 46 de 2015. As notificações
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
3
Apresentação
Zika – Atualização Epidemiológica – 28 de abril de 2016
de casos de microcefalia começaram a diminuir na SE 48
de 2015. Entre a SE 51 de 2015 e a SE 12 de 2016, foram
registrados em média 39 casos de microcefalia por semana.
Entre a SE 13 e a SE 16, a média semanal abaixou para
9 casos de microcefalia. Os dados das últimas semanas
devem ser considerados preliminares devido a demoras
na notificação. Em comparação com outros períodos
correspondentes, Pernambuco teve um aumento de casos
notificados de dengue, chikungunya e zika entre a SE 43
de 2015 e a SE 10 de 2016.
6000
1200
5000
1000
4000
800
3000
600
2000
400
1000
200
0
1
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 1
3 5 7 9 11 13
2015
0
2016
Tendências da SGB na República Dominicana
Na SE 15 de 2016, houve 9 casos novos da SGB com
histórico de suspeita de infecção pelo vírus registrados
na República Dominicana, de um total de 48 casos entre
a SE 1 e a SE 15 de 2016. Do número total de casos, 67%
(32 casos) foram registrados nas últimas quatro semanas.
Isto corresponde ao aumento de casos do vírus zika registrados na SE 15.
Tendências da SGB no Suriname
Número de casos de ZIKV e Microcefalia
Número de casos de DEN e CHIKV
Figura 7. Casos notificados de dengue, chikungunya, zika e
microcefalia no estado de Pernambuco, Brasil por SE,
2015 a 2016
A seguir há novas informações de países que forneceram
atualizações.
Entre a SE 39 de 2015 e a SE 15 de 2016, o Suriname
notificou 14 casos de SGB, 9 dos quais foram notificados
entre a SE 1 e a SE 15 de 2016. Entre 2010 e 2014, em
média houve 5 casos de SGB por ano, apontando para um
aumento dobrado só nos primeiros quatro meses de 2016.
Semana Epidemiológica
Chikungunya
Dengue
Zika
Fonte: Dados publicados pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Brasil.
Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e
outros distúrbios neurológicos
Tabela 3. Países e territórios nas Américas com SGB no contexto
da circulação do vírus zika
Aumento de SGB,
com confirmação
laboratorial do vírus
zika em pelo menos
um caso de SGB
Confirmação
laboratorial do vírus
zika em pelo menos
um caso de SGB
Aumento de SGB,
sem confirmação
laboratorial do vírus
zika em qualquer
caso de SGB
Brasil
Guiana Francesa
Paraguai
Colômbia
Haiti
El Salvador
Panamá
Honduras
Porto Rico
República Dominicana Martinica
Figura 8. Casos notificados do vírus zika (suspeitos e
confirmados) e de SGB entre a SE 37 de 2015 e a SE 15
de 2016 no Suriname
450
4
400
350
3
300
250
2
200
150
1
100
Número de casos de SGB
Até o momento, 7 países na Região registraram um aumento nos casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB)
tendo pelo menos um caso com confirmação laboratorial
do vírus zika. O Paraguai registrou um aumento nos casos
de SGB, porém nenhum dos casos teve confirmação laboratorial de infecção pelo vírus zika. Outros cinco países e
territórios não registraram aumentos mas identificaram
casos de SGB associados ao vírus zika (Tabela 3).
Uma relação temporal pode ser observada entre tendências
de casos de vírus zika e casos de SGB no Suriname, sendo
que o maior número de casos de SGB foi registrado na
SE 4, o que coincide com o pico dos casos do vírus zika
(Figura 8).
Número de casos de ZIKV
Microcefalia
50
0
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15
0
Fonte: Dados de vigilância fornecidos à OPAS/OMS pelo Ministério da Saúde do Suriname
Texto original em inglês
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Zika Epidemiological Update
– 28 abril 2016. Washington, D.C.: PAHO/WHO; 2016
Pan American Health Organization • www.paho.org • ©
PAHO/WHO, 2016
Suriname
Venezuela
4
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
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