CIRCUITO-EMULADOR DE FONTE DE CORRENTE PARA CARACTERIZAÇÃO E ACIONAMENTO DE DIODOS ORGÂNICOS EMISSORES DE LUZ Abner Arthur Aguilar (1), Vitor Cristiano Bender (2). 1. Aluno do Curso de Engenharia Elétrica UNIPAMPA – Campus Alegrete, Bolsista de iniciação científica UNIPAMPA. E-mail: [email protected]. 2. Professor; Universidade Federal do Pampa – Campus Alegrete; [email protected] Palavras-Chave: OLEDs, corrente, controle, FCCT. INTRODUÇÃO A demanda energética, ao longo dos anos, tem aumentado de forma exponencial, assim como suas formas de obtenção têm se diversificado (Kosow, 1995). No entanto, enquanto aprimoram-se as formas de geração de energia elétrica, também se procura fazer o uso mais racional da mesma, através de dispositivos energeticamente mais eficientes e com menor custo. Uma alternativa que vêm se destacando como promissora é a emissão luminosa com os diodos orgânicos emissores de luz (OLEDs), que funcionam por meio da passagem de corrente elétrica por um semicondutor orgânico, capaz de emitir luz. OLEDs são fontes de iluminação planas, leves, de baixo peso, espessura reduzida, grande área e podem até ser flexíveis. Também apresentam vantagens como longa vida útil, elevada eficácia luminosa e iluminação confortável. A relação entre corrente elétrica e luminância dos OLEDs é linear (JACOBS, 2007), no entanto, por se tratar de uma tecnologia recente, alguns comportamentos ainda não são bem compreendidos pela comunidade científica, principalmente no que se refere à sua operação sob diferentes condições. Portanto, o objetivo deste trabalho é a construção de um circuito para o acionamento do OLED que trabalhe com correntes elevadas para operar de forma satisfatória, econômica e segura. METODOLOGIA Devido a sua grande área, os OLEDs apresentam elevada capacitância intrínseca, o que limita os métodos de ajuste da intensidade luminosa (dimmer) e controle de cor utilizando fontes de tensão. A limitação ocorre principalmente devido aos picos de corrente, consequência da carga da capacitância intrínseca do dispositivo. Para inibir o surgimento dos picos de corrente e controlar a intensidade luminosa linearmente, é adequado acionar estes dispositivos por meio de fontes de corrente controladas por tensão (FCCT), possibilitando a utilização de diferentes formas de onda, o que facilita sua caracterização sob tais condições (BENDER, 2015). A fonte de corrente controlada por tensão consiste de um gerador de funções, um amplificador operacional (AMPOP) com realimentação negativa e um transistor, como mostra a Figura 1. Esse circuito possibilita o acionamento e a caracterização dos OLEDs sob diferentes formas de onda. No circuito, o AMPOP faz a comparação entre a tensão sobre o resistor auxiliar (Raux) que é proporcional a corrente do OLED, com o sinal de tensão oriundo do gerador de funções. O resultado desta comparação é enviado à base do transistor que controlará o fornecimento de corrente para o OLED. Por meio de programas de simulação computacional, desenvolveu-se um circuito eletrônico para dispor os componentes e dispositivos. Uma característica do circuito é o espelhamento da placa eletrônica, que tem por finalidade operar simultaneamente o OLED e um modelo equivalente. Após a fixação e soldagem dos componentes, ocorreram testes para verificar o funcionamento da placa (Figura 2). Figura 1: Esquemático do acionamento Figura 2: Placa finalizada. do OLED. Com o gerador de funções é possível gerar diferentes formas de onda, capazes de caracterizar o OLED sob diferentes condições de operação, como por exemplo, modulação por largura de pulso (PWM), modulação por amplitude (AM), modulação por dois níveis (BLM), métodos amplamente empregados no ajuste de intensidade luminosa em sistemas de iluminação de estado sólido. RESULTADOS Verificado a funcionalidade do circuito, começaram a serem realizados os testes iniciais com formas de onda quadrada, ajuste da largura e da amplitude do pulso. Alterando os parâmetros ajustáveis, observou-se a variação da intensidade luminosa de uma lâmpada incandescente. Repetiu-se o processo utilizando diferentes valores de frequência, onde o dispositivo apresentou cintilação luminosa em frequências inferiores a 60 Hz. Após a submissão a testes de variação de amplitude de sinal, ajuste de tensão pico a pico e modificação da frequência do sinal de entrada, testou-se o OLED para verificar o comportamento da placa de acionamento. Nos testes, a lâmpada real OLED funcionou, sendo executados os mesmos ensaios anteriores com a lâmpada incandescente, mas o OLED teve uma maior exatidão e rápida resposta quando comparados a experiência com a lâmpada incandescente. CONCLUSÃO Os resultados obtidos foram de encontro com a previsão teórica. O dispositivo de acionamento operou de forma satisfatória e com bom desempenho em correntes da ordem de miliampères. Contudo, devido ao curto espaço de tempo entre a pesquisa, desenvolvimento e resultados não se desenvolveram um aprofundamento de trabalho para aplicar em correntes mais elevadas. Mas os resultados têm se demonstrado animadores. Há muito que aprofundar, no entanto, é um salto em relação à pesquisa e desenvolvimento do acionamento de lâmpadas com maior rendimento e menor consumo. O campo dos OLEDs ainda está em fase inicial de desenvolvimento em relação à pesquisa. Outras descobertas e invenções virão, e, aperfeiçoarão essa recente área de pesquisa. REFERÊNCIAS KOSOW, I. “Máquinas elétricas e transformadoras”, São Paulo: Globo, 1995 JACOBS, J.; HENTE D.; WAFFENSHIMIDT E."Drivers for OLEDs", Phillips Research - SSL, IEEE, 2010. BENDER V. "Modelagem e Acionamento de Diodos Orgânicos Emissores de Luz (OLEDs) para Sistemas de Iluminação", UFSM, 2015.