FISIOTERAPIA Proposta de protocolo de reabilitação para pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pós- ressecção de osteossarcoma Fernanda Helena Melki Pesquisador Thais Weber Alencar Bojadsen Orientador Resumo O osteossarcoma é o tumor ósseo mais comum na infância e na adolescência. Corresponde a 21% das neoplasias do esqueleto. O tumor geralmente acomete a região metafisária dos ossos de crescimento rápido, e por esta razão, o pico de incidência ocorre durante o estirão de crescimento. Com a evolução do tratamento para o câncer, a amputação passou a ser a última opção para esses pacientes, sendo, atualmente, a cirurgia conservadora do membro com a colocação de endoprótese, o tratamento de escolha. Apesar de não ser muito freqüente, o osteossarcoma pode acometer também o úmero que faz parte de uma articulação de extrema importância para a realização de quase todas as atividades da vida diária. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar, através de revisão de literatura, se há informações disponíveis para o fisioterapeuta quanto ao diagnóstico precoce, e protocolos de reabilitação para os pacientes portadores de endoprótese de úmero pós-ressecção de osteossarcoma; conforme o resultado desta revisão, a pesquisa visa a propor um protocolo para esses pacientes. Palavras- chave: Reabilitação. Endoprótese. Osteossarcoma. Abstract Osteosarcoma is the most common bone tumor in infancy and the adolescence. Osteosarcoma representes 21% of the neoplasias of the skeleton. The tumor generally reaches the metafisaria region of fast growth bones and for this reason, the incidence peak occurs during periods of fast growth in adolescence. As cancer’s treatment developed, amputation is nowadays the last option for these patients. Usually, the current treatment is the conservative surgery of the member with the rank of endoprosthesis. Although it is not very frequent, osteosarcoma can also develop in the humerus, which is part of a joint of extreme importance for the accomplishment of almost all daily activities. The objective of thiswork was to evaluate, through literature revision, if it has available information for the physiotherapist about precocious diagnosis and rehabilitation protocols for the manangement of this patientes. According to the result of this revision it was presented a protocol for these patients. Only articles approaching physiotherapy on different shoulder pathology were found. Key- words: Rehabilitation. Endoprosthesis. Osteosarcoma. Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 65 Fernanda Helena Melki 1 Introdução existe a necessidade da ressecção do tumor com margem O osteossarcoma é o tumor ósseo primário mais comum na infância e na adolescência. Um estudo epidemiológico realizado por Matos et al. em 1998, mostra que nos EUA, a American Center Society notificou de segurança, o que torna a reabilitação deste tipo de endoprótese mais difícil, pois muitas estruturas que estabil izam a articulação estão comprometidas, diminuindo a funcionalidade da mesma. a incidência de osteossarcoma de 1:1700 na população Por ser mais f reqüente, é comum encontrar referenciada. Segundo Jesus-Garcia et al. (1996), informações a respeito das endopróteses de quadril e corresponde a 21% entre as neoplasias malignas do joelho. Mas não devemos esquecer que, apesar de mais esqueleto. raro, a doença pode acometer também o úmero, que faz parte de uma articulação extremamente importante para Penna et al. (1993) relatam que antes de 1970, não havia terapia eficaz conhecida para os pacientes a realização de quase todas as atividades da vida diária, afetando a qualidade de vida do paciente. portadores de osteossarcoma, exceto a amputação da 66 extremidade afetada. Como mais de 80% del es O objetivo deste trabalho foi o de avaliar, através apresentavam doença micrometastática por ocasião do de revisão de literatura, se há informações disponíveis diagnóstico, esses evoluíam para óbito no 1º ano de para o fisioterapeuta quanto ao diagnóstico precoce e doença. protocolos de reabilitação para os pacientes portadores de endoprótese de úmero pós- ressecção de Na década de 70, a utilização da quimioterapia demonstrou ser eficaz em pacientesportadoresde doença osteossarcoma. Conforme o resultado desta revisão, esse estudo visa propor um protocolo para estes pacientes. metastática. Avançosno estudo da quimioterapia levaram à sua utilização também no pré-cirúrgico, o que resultou A metodologia utilizada foi da NBR-6023/2002 em regressão no tamanho do tumor (PENNA et al., (ABNT-2002), descrita por Abreu (2003) e Pasquarelli 1993). Com isso, o índice de amputaçõescaiu e aumentou (2002). a sobrevida destes pacientes, levando-os à cirurgia conservadora do membro com a colocação de endopróteses. Conseqüent ement e, as pessoas necessitavam de reabilitação pós-cirúrgica, onde entra a atuação da fisioterapia. Infelizmente, há poucas referências específicas sobre o papel da fisioterapia na reabilitação da endoprótese pós-osteossarcoma. Normalmente, os artigos abrangem a reabilitação nas endopróteses comuns, como por 2 Tratamento fisioterapêutico: considerações para a elaboração de um protocolo de reabilitação Segundo Mendes et al. (2002), o fêmur é a região mais acometida pelo osteossarcoma e o úmero é a terceira. Uma vez que este último é mais raro, a maioria dos artigos aborda a reabilitação do membro inferior (BARROS, 2002; CAMARGO et al.,1989; CASSONE et al., 1994 e PEDRO FILHO et al., 1988). exemplo na artrose, onde as estruturas funcionais estão É possível que o número reduzido de publicações preservadas. Em contrapartida, nas cirurgias de câncer, sobre a endoprótese de ombro esteja relacionada a uma Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 Proposta de protocolo de reabilitação para pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pós-ressecção de osteossarcoma visão terapêutica que valoriza mais o membro inferior, Espera-se que esse paciente retorne àssuasatividades devido a sua importância para marcha e, conseqüente, profissionais sem dar ênfase às adaptações necessárias independência do paciente. para tal. É provável que o indivíduo sem orientação Já no membro superior, segundo Malawer e Sugarbaker (2003), o objetivo de todas as reconstruções da cintura escapular é preservar a função do cotovelo e acabe usando excessivamente o membro contralateral, provocando alterações posturais que favorecem o aparecimento de DORT’s (doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho). da mão, pois assim o paciente consegue manter a independência nas suas AVD’s. Porém, é importante destacar que sem um bom controle motor proximal, garantido pela estabilização da escápula, o movimento distal do membro superior estará comprometido. Deve-se levar em consideração que o osteossarcoma é mais comum na segunda década de vida, isto é, na adolescência. Para retornar à vida normal, é necessário que algumas adaptações sejam feitas nas atividades de vida diária (AVD’s) do jovem, para que ele possa ter de volta sua autonomia. Os artigos científicos encontrados não destacam a importância de uma orientação geral sobre as AVD’s (MENDES et al ., 2002; JESUS- GARCIA, 1994; CAMARGO, 1989). É provável que os pacientes em questão não sejam orientados e conseqüentemente Osurgimento de tendinites, bursitese escoliose, pode levar ao afastamento do trabalho por um longo período, o que apresenta repercussão socioeconômica importante. Como não foram encontradosartigosqueabordassem o papel da fisioterapia em pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pós-ressecção de osteossarcoma, evi dencia-se a importânci a e a necessidade da realização de protocolo específico, através da adaptação dos protocolos já existentes para reabilitação pós-cirúrgica de ombro e também para artroplastia total de joelho. Alguns autores não dão a devida importância para a otimização da mecânica da cintura escapular após a colocação da endoprótese, como é evidenciada em Jesus-Garcia (1994). Este autor, ao discutir o tratamento do osteossarcoma, não indica a reabilitação pós- acabem assumindo posturas errôneas em relação a sua operatória. Ele somente orienta a limitação da rotação movimentação, pois para os pacientes, normalmente, o externa a fim de evitar a luxação, pois para Garcia, a que importa é realizar suas tarefas e não como realizá- função mais importante do membro superior é a las. sensibilidade seguida da função de pinça dos dedos, Porém, não realizar uma abordagem do papel da cintura escapular na mecânica do membro superior, enquanto que no membro inferior, a função de carga do peso e a deambulação são os fatores primordiais. implica em conseqüências ortopédicas à médio e longo Camargo (1989) sugere que 48 horas após a cirurgia prazo, que podem comprometer a qualidade de vida do e com o dreno retirado, sejam iniciados exercícios paci ent e e t er repercussões soci oeconômi cas isométricos. Mas em nenhum momento menciona a significativas. utilização de procedimentosanalgésicos, pois a cirurgia Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 67 Fernanda Helena Melki é extremamente agressiva, o que gera muita dor ao Deve-se iniciar o pré-operatório, enfatizando o paciente e, como é sabido, a dor leva a uma diminuição fortalecimento muscular de grupos que estabilizam a da movimentação, acarretando perda de massa muscular, escápula e a articulação do ombro. Esses músculos contraturase encurtamentos, prejudicando a reabilitação incluem: serrátil anterior, trapézio, elevador da escápula, desses pacientes. rombóide maior, rombóide menor, grande dorsal, peitoral Embora a fisioterapia não seja freqüentemente maior e peitoral menor (SOUZA, 2001). prescrita para os pacientes com endoprótese proximal Outro músculo escapuloumeral de importância de úmero pós-ressecção de osteossarcoma, ela auxilia fundamental para a mecânica do complexo do ombro é na recuperação dos pacientes, em diversos estágios de o músculo deltóide, que atua na flexão e adução sua reabilitação. horizontal (fibras anteriores), abdução (fibras médias) e Oosteossarcoma acomete o úmero, que faz parte de uma articulação extremamente importante para a realização de quase todas as atividades da vida diária, extensão e abdução horizontal (fibras posteriores) da articulação glenoumeral; também exerce importante ação sobre os movimentos acessórios da cabeça do úmero (ibidem). afetando a qualidade de vida do paciente. A reabilitação funcional do ombro no período pré e pós-operatório, 68 por meio de exercícios, é indispensável. Não se pode esquecer do manguito rotador, grupo muscular constituído de quatro músculos(supra-espinal, infra-espinal, redondo menor e subescapular) que atuam Segundo Marques e Kondo apud Barroset al. (2002), osexercícios terapêuticos constituem o principal recurso nas rotações da articulação glenoumeral e em sua estabilização (ibidem). utilizado pela fisioterapia para recuperar a força muscular do paciente. A grande variedade de exercícios possibilita manter a mobilidade articular, alongamento, diminuir contraturas e também diminuir o quadro álgico dos pacientes. Éimportante também enfatizar o alongamento destes mesmos grupos musculares para manter a flexibilidade articular, evitar encurtamentos musculares, aumentar o relaxamento muscular emelhorar a circulação sangüínea (ACHOUR JUNIOR, 2002). Uma vez que na cirurgia normalmente haverá a retirada de músculos periarticulares devido a margem de segurança, é de extrema importância um trabalho de fortalecimento visando a melhorar a condição dos músculos que permanecerão e estabilizarão a prótese. Deve-se ter em mente que na cirurgia conservadora do membro, al guns múscul os, dependendo da localização do tumor, são ressecados, levando à perda da função. Para que essa perda não seja tão significativa, deve-se realizar no programa pré-operatório, um A extensão da retirada dos músculos depende da trabalho de conscientização postural, fortalecimento e dimensão do tumor, que é variável; portanto éimportante alongamento global, pensando nas perdas futuras e nas um trabalho pré-operatório em toda musculatura. alterações posturais secundárias à cirurgia. Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 Proposta de protocolo de reabilitação para pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pós-ressecção de osteossarcoma Sabe-se que tanto o câncer como suas forma de f i si ot erapi a respi ratóri a. Tal recurso é usado, tratamento, seja ele cirúrgico ou quimioterápico, freqüentemente, em pacientes com doenças pulmonares independentes ou associados, debilitam o paciente das crônicas e em pré e pós-operatórios, pois diminuem as mais variadas formas. Deve-se portanto, redobrar a complicações pulmonares (FRIEDRICH et al., 2000). atenção quanto aos efeitos destes tratamentos, principalmente da quimioterapia, através de cuidadosa anamnese e avaliação física do paciente, comparada à Segundo Friedrich et al. (2000), a mobilidade torácica limitada pela dor melhora com os exercícios, quando realizados após a cirurgia. verificação de exames complementares, principalmente hemogramas, bioquímicoseRX (ACHOURJUNIOR, 2002). Em pacientes plaquetopênicos, com valores de plaquetas de 30.000 a 50.000/m3, há maior risco de A mais grave alteração da toxicidade dos agentes hemorragia. Logo, são indicados somente exercícios antineoplásicos, continua sendo sem dúvida, seu efeito ativos de amplitude máxima de movimento e exercícios no sistema hematopoiético: a mielodepressão, ou seja, a isotônicoscom resistência leve. Para valoresde plaquetas redução do número de células sangüíneas produzidas de 20.000 a 30.000/m3 são indicados exercícios ativos (SCHULTZ; SOUZA, 2002). ou passivos sem resistência. Para valores menores de Segundo Schultz e Souza (2002), a leucopenia, ou seja, a debilidade na imunidade, oferece ao paciente 20.000/m3 são indicados exercícios passivos realizados cuidadosamente e atividades de vida diária (ibidem). ri scos de infecções conhecidas como infecções Em paci ent es anêmi cos, com val ores de oportunistas, e o processo infeccioso em um paciente hemoglobinas menor que 8g/dL e hematócritos menor imunodeprimido aumenta o risco de sepse. As infecções hospitalares atualmente representam um grande probl ema, devido à alta inci dênci a, l etal i dade significativa, aumento do tempo de internação e do custo total do paciente. que 25% são indicados somente exercícios isométricos, ativos de amplitude máxima de movimento e atividades de vida diária. Deve-se evitar exercícios aeróbicos. Para valores de hematócritos de 25% a 35% e hemoglobinas entre 8 a 10g/dL são indicados exercícios aeróbicos levese com resistência leve. Para valoresde hematócritos O pulmão é considerado um freqüente alvo de acima de 35% e hemoglobinas maior de 10g/dL são infecção e metástase. Por isso, é importante manter um indicados exercícios com resistência, de acordo com a programa de manutenção da capacidade pulmonar, com tolerância de cada indivíduo (ibidem). exercícios e padrões respiratórios que visem à expansão pulmonar e propiciem adequada ventilação, bem como O uso de sobrecarga deve ser muito bem avaliado no paciente oncológico. Sua eleição deve basear-se nos a manutenção da higiene brônquica, impedindo o níveis de plaquetas, hematócritos e hemoglobina do acúmulo de secreção (ibidem). paciente. Os exercícios respiratórios podem ser empregados No pós- cirúrgi co deve- se preocupar com o sozinhos ou combinados com outras técnicas de alongamento desses pacientes, pois uma vez que ficam Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 69 Fernanda Helena Melki muito tempo imobilizados, instala-se a Síndrome da requisito para os processos de reparação. Isto é, Imobilização. Alguns dos efeitos desta síndrome sobre quanto mai or a absorção do hematoma, mai s o sistema músculo-esquelético são as contraturas, rapidamente iniciar-se-ão os processos de reparação encurtamentos e diminuição da amplitude articular. (DINIZ, 2001). Como o procedimento cirúrgico é muito agressivo, 3 Proposta de protocolo de reabilitação para pela retirada de tecido ósseo e também muscular, o pacientes portadores de endoprótese proximal de paciente apresenta muita dor no pós-operatório. Após úmero pós- ressecção de osteossarcoma o trauma agudo (cirurgia), haverá lesões de ligamentos, músculos, vasos e nervos e, conseqüentemente, a Pré-Operatório presença de hemorragia, edema, dor e espasmo muscular - Exercícios respiratórios. protetor. A articulação agredida apresenta aumento do metabolismo e vasodilatação, e ostecidos traumatizados têm sua necessidademetabólica aumentada, o queproduz aumento do consumo de oxigênio. O quadro clínico de dor, calor, rubor e tumor será evidente; a hipóxia secundária pode perpetuar o quadro inflamatório e 70 formar o edema de produção lenta (RODRIGUES, 1998). Kotthe e Lehmann (1994) dizem que nas cirurgias ortopédicas, as alterações de temperaturas induzidas pelo recurso crioterápico são fundamentais para o controle inflamatório traumático. A utilização do gelo na fase aguda se deve a trocas metabólicas, alterações de permeabi l i dade cel ul ar, ações no pl ano ci rcul atóri o (vasoconst ri ção) e di mi nui ção da velocidade de condução das informações sensoriais, o que causa efeito analgésico. Desta maneira, justifica-se o uso precoce da crioterapia, o que produz diminuição no tempo de recuperação, pois ocorre diminuição da hipóxia secundária, existindo menor dano tecidual e, portanto, pouca necessidade de reparação; com menos tecido lesado, o hematoma pode ser absorvido rapidamente, uma vez que a resolução do hematoma é um pré- Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 - Fortalecimento dosmúsculos estabilizadoresda cintura escapular (quando a massa tumoral permitir). - Alongamento muscular (quando possível). - Orientações sobre o pós-operatório. - Orientações sobre AVD’s com o membro superior imobilizado. Pós- Operatório Imediato É proibido realizar mobilização articular de ombro no pós-operatório imediato (até 24h após a cirurgia), em virtude do risco de comprometer a estabilização obtida na reconstrução, após a ressecção do tumor; pelo risco também de ruptura dos pontos internos e, finalmente, para evitar a luxação. 1.o Pós- Operatório - Exercícios respiratórios. - Orientar posicionamento no leito, com o ombro em posição de descanso com o cotovelo em flexão de 90º utilizando uma tipóia. - Avaliar o estado da ferida cirúrgica (coloração e Proposta de protocolo de reabilitação para pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pós-ressecção de osteossarcoma temperatura). - Deambulação. - Analgesia. Utilização de recursos terapêuticos, visando - Início do treino de AVD’s. analgesia de acordo com a necessidade de cada paciente. Exemplos: aplicação de gelo no local, pompage e massagem cervical e utilização de terapias alternativas como a reflexologia e acupuntura. - Exercícios metabólicos. - Estimular o paciente a sentar no leito. - Estimular saída do leito, com auxílio. 2.o Pós- Operatório - Exercícios respiratórios. - Analgesia. - Exercícios de mobilização distal e isométricos do membro superior. 4.o e 5.o Pós- operatório (alta hospitalar) - Exercícios respiratórios. - Analgesia. - Mobilização cervical, escapular e de ombro contralateral, punho e mão. - Manter fortalecimento muscular com exercícios isométricos no membro operado e exercícios isotônicos no membro contra-lateral. - Deambulação. - Orientações para as AVD’s. Fisioterapia Ambulatorial - Exercícios metabólicos. Após 3 semanas - Encorajar o paciente a sair do leito e sentar em poltrona, permanecendo, assim, o maior tempo possível de acordo com sua tolerância. - Estimular a deambulação. - Exercícios respiratórios. - Analgesia. - Sem a tipóia, trabalhar delicadamente flexão, extensão 3. Pós- Operatório e rotações de cotovelo. - Exercícios respiratórios. - Reeducação das AVD’s. - Analgesia. 1.o mês o - Mobilização cervical, escapular e de ombro contralateral, punho e mão. - Iniciar exercícios passivos para ganho de amplitude muscular, com exercícios isométricos no membro - Exercícios respiratórios. - Mobilização acessória. - Analgesia. operado e exercícios isotônicos no membro contralateral. - Mobilização fisiológica do membro contralateral. Revista PIBIC, v. 2, p. 65-73, 2005 71 Fernanda Helena Melki - Trabalho de fortalecimento e alongamento muscular do membro contralateral. do paciente. Considerações Finais 2. mês o Não foram encontrados artigos que abordam a - Exercícios respiratórios. - Fortalecimento muscular progressivo com a utilização importância da fisioterapia, na reabilitação de pacientes portadores de endoprótese proximal de úmero pósressecção de osteossarcoma. Isto colabora para de thera-band. dificuldade no diagnóstico precoce, dificultando o - Treino das AVD’s. tratamento e a reabilitação desses pacientes. - Propriocepção. A f i si oterapi a exerce um papel de extrema importância nessa reabilitação, promovendo melhor condição de vida a esses pacientes, daí a necessidade 3.o mês do protocolo proposto. - Exercícios respiratórios. Ainda será necessária a aplicação desse protocolo - Manter ganho de força. - Reeducação postural. 72 - Propriocepção e treino das AVD’s conforme a evolução para que se possa ter certeza de que, realmente, haverá um resultado positivo na reabilitação desses pacientes, visto que o membro superior é de extrema importância para a realização dasAVD’s e da atividadesprofissionais. Referências ABREU, Luiz Carlos de. Elaboração de trabalhos acadêmicos: desvendando a metodologia científica. São Paulo: Catálise, 2003. ACHOUR JUNIOR, Abdallah. Exercícios de alongamento – anatomia e fisiologia. São Paulo: Manole, 2002. BARROS, Edson A. Jr. Atuação fisioterapêutica no pós-cirúrgico de artroplastia total do joelho – proposta de protocolo. Reabilitar, ano 4, n. 16, p. 19-23, jul./set. 2002. CAMARGO, Olavo Pires de et al. Tratamento cirúrgico dostumores ósseos: ressecção e reconstrução com endoprótese de polietileno. Rev. Bras. Ortop., v. 24, n.10, p. 343-347, out. 1989. 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