pdf 1 contedo 2 geografia 1 bim 2 ano 2016

Propaganda
EEEP Paulo Petrola – Prof.ª Vânia Schaffer – Geografia
1º Conteúdo - 1º Bimestre - 2º Ano
Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual
Blog: http://geoschaffer.blogspot.com
1- Introdução: A geopolítica estuda as
relações entre espaço geográfico e poder. O
termo foi utilizado pela primeira vez por Rudolf
Kjellen no início do século XX, quando se
consolidou como campo de estudo, com base
na disputa de poder e da hegemonia entre
Estados, através das estratégias políticas e
militares utilizadas para a segurança nacional,
expansão das fronteiras e domínio de outros
territórios. A geopolítica global surgiu com o
mundo moderno, a formação dos Estados
nacionais europeus, a expansão mercantilista e
as conquistas territoriais marcadas pelas
grandes navegações.
1.2. O SÉCULO XX
O século XX foi marcado por grandes
contrastes. As guerras mundiais, a bomba
atômica e as armas sofisticadas e modernas. Ao
mesmo tempo o desenvolvimento médicocientífico, com a descoberta da penicilina, do
antibiótico as diversas vacinas acabou também
contribuindo para a longevidade humana.
Nesse século o espaço geográfico sofreu
grandes modificações com a formação de
cidades gigantescas, construções de usinas,
estradas, redes de comunicação dentre outras
realizações, o que acabou causando grandes
impactos ambientais.
Historicamente a Primeira Guerra Mundial
(1914 a 1918) está entre um dos principais
fatos que marcaram o início do século XX. A
Primeira
Guerra
Mundial
relaciona-se
diretamente às disputas imperialistas.
A Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) teve
proporções maiores que a primeira, além de
influenciar na indústria armamentista.
1.3. O IMPERIALISMO E A PRIMEIRA
GUERRA MUNDIAL.
Nas três últimas décadas do século XIX, as
potências industriais (Grã-Bretanha, França,
Bélgica, Holanda e EUA) dominaram o mundo.
A Grã-Bretanha e França dominaram a Ásia e
parte do território africano. A Bélgica, Holanda
e EUA, também estenderam seus domínios em
diferentes partes do mundo, a Bélgica apossouse da atual Indonésia, a Bélgica da atual
República Democrática do Congo e os EUA a
América e tomaram da Espanha as Filipinas,
Porto Rico e Cuba. Esses domínios eram
necessários para que essa potências pudessem
desenvolver suas industrias, pois precisavam de
matérias-primas.
Nessa época esses países aumentaram seus
controles sobre as colônias já existentes
e
conquistaram novas colônias também, daí essa
fase
acabou
ficando
conhecida
como
imperialismo ou neocolonialismo.
Esse neocolonialismo representou uma nova
divisão econômica e politica no mundo, que
resultou na partilha da Ásia e África entre as
potências europeias.
O Continente africano por exemplo foi dividido
como
uma
“colcha
de
retalhos”,
o
aprofundamento das rivalidades levou a
formação de alianças militares o que acabou
dividindo a Europa em dois blocos: de um lado
tínhamos a Tríplice Aliança, formada por
Itália, Alemanha e a Áustria-Hungria e do outro
lado estava a Tríplice Entente, formada pela
Grã-Bretanha, França e Rússia.
Nesse período o sudeste da Europa era palco de
grandes disputas e em 1914 o arquiduque
austro-húngaro
Francisco
Ferdinando
foi
assassinado na capital da Bósnia por um
estudante sérvio e isso acabou sendo visto
como uma agressão sérvia ao império AustroHúngaro o que serviu como estopim para o
início da Primeira Guerra Mundial.
A Tríplice Aliança com apoio da Turquia e da
Bulgária opuseram-se a Tríplice Entente, onde
num primeiro momento a Itália declarou-se
neutra, porém num segundo momento essa
mesma Itália aliou-se ao Japão junto a Tríplice
Entente e acabou lutando contra seus exaliados da Tríplice Aliança.
A Primeira Guerra Mundial transformou o
espaço geográfico mundial e os países europeus
devido a grandes destruições sofridas acabaram
dependendo economicamente dos EUA.
Só por volta de 1917 os EUA que já era uma
grande potência econômica declaram guerra a
Alemanha e entram no conflito. Em julho de
1918 as tropas da França, Grã-Bretanha e EUA
realizaram uma investida decisiva e meses
depois a Alemanha se rende.
1.4. O TRATADO DE VERSALHES
Vários acordos de paz foram assinados pelos
países derrotados na Primeira Guerra Mundial, o
que acabou provocando grandes modificações
no mapa político da Europa.
A Alemanha rendida ao final do conflito, foi
quem mais sofreu as punições do Tratado de
Paz de Versalhes, pois a mesma teve que pagar
indenizações de Guerra, foram confiscados seus
bens nacionais ou privados existentes no
exterior, tiveram que renunciar a todas suas
VAST 2016
EEEP Paulo Petrola – Prof.ª Vânia Schaffer – Geografia
1º Conteúdo - 1º Bimestre - 2º Ano
Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual
Blog: http://geoschaffer.blogspot.com
colônias, além da perda da sétima parte do seu
território para outras nações europeias e a
limitação das suas forças armadas.
1.5. A LIGA DAS NAÇÕES X ONU
Após a Primeira Guerra Mundial foi criada a Liga
das Nações, cujo princípio era assegurar a Paz
internacional,
onde
posteriormente
esse
organismo após a Segunda Guerra Mundial
acabou se transformando no que hoje
conhecemos como a ONU (Organização das
Nações Unidas).
1.6.
O
SOCIALISMO
A
AS
TRANSFORMAÇÕES
DO
ESPAÇO
GEOGRÁFICO
Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, por
volta de 1917 ocorreu na Rússia a Revolução
Socialista, onde foi implantado uma concepção
econômica com repercussões radicais na forma
de organização do espaço geográfico, houve
modificações no regime de propriedade, nas
formas de produção e comercialização de
mercadorias e novas relações de poder foram
definidas.
No final de 1922 foi formada a URSS (União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas), no território
do império Russo.
Entre 1917 e 1921 um grupo político
denominado de BOLCHEVIQUES, liderado por
Lenin, adotou uma politica econômica baseada
na propriedade estatal socialista (industrias,
bancos, minas e grande comércio) e a
propriedade privada (fazendas e pequenos
estabelecimentos comerciais e industriais), o
que ficou conhecido como NEP (Nova Politica
Econômica) , que durou de 1921 a 1928.
NEP é a sigla para Nova Política Econômica e foi
a política econômica seguida na União Soviética
após o fim do comunismo na guerra de 1921 e
com a ascensão ao poder de Stalin, em 1928. A
NEP era baseada nas pequenas explorações
agrícolas, industriais e comerciais à iniciativa
privada, para fazer com que União Soviética
saísse da crise em que se encontrava.
A Nova Política Econômica recuperou alguns
traços de capitalismo para incentivar a nascente
economia soviética. A NEP, segundo Lenin,
consistia num recuo tático, caracterizado pelo
restabelecimento da livre iniciativa e da
pequena propriedade privada, admitindo o
apoio de financiamentos estrangeiros. Lenin
disse "Um passo atrás para dar dois à frente".
A partir de 1928, efetivou-se a planificação da
economia, com o sistema de produção e a
organização do espaço geográfico definidos pelo
Estado. A Comissão do Plano Geral do Estado
(Gosplan) promoveu a total estatização dos
meios de produção, implantando cooperativas
agrícolas e fazendas estatais. O Estado
determinava as metas a serem alcançadas e o
tipo de produção de cada estabelecimento,
distribuía e comercializava os produtos e
investia em grandes obras de infraestrutura.
A planificação da produção industrial privilegiou
a indústria de base, favorecida pela vasta
extensão territorial e a abundância de recursos
minerais da URSS. O objetivo era eliminar, ou
diminuir ao máximo, a importação de
equipamentos e matérias-primas industriais.
No final da década de 1930, quando a indústria
de base soviética atingiu um elevado nível de
produção, o governo da URSS privilegiou os
investimentos em pesquisa e produção de
armamentos. Isso se deu por dois motivos: a
deflagração da Segunda Guerra Mundial, em
1939, e a política expansionista soviética,
visando
ampliar
sua
influência
políticoeconômica sobre outros países. Essa política de
investimentos foi mantida mesmo após o
término da Segunda Guerra Mundial, em
virtude de outros desdobramentos do conflito.
1.6.1- Socialismo
Socialismo Propostas socialistas, discutidas na
Europa desde o século XVII, ganharam impulso
a partir do século XIX com as ideias
desenvolvidas por Friedrich Engels e Karl Marx,
precursores do "socialismo científico" em
oposição ao "socialismo utópico". Embora
muitas vezes usados como sinônimos, há
distinção entre socialismo e comunismo. O
socialismo consistiria numa fase de transição
entre a sociedade capitalista e a comunista.
Nessa etapa, todos os princípios da sociedade
capitalista deveriam ser abolidos, e o Estado
seria controlado pelo proletariado. A existência
do Estado seria justificada pela necessidade de
destruir as marcas deixadas pelo capitalismo e
defender os trabalhadores daqueles que
tivessem
interesse
na
voltado
sistema
capitalista. O comunismo seria a fase final e
ideal, em que o ser humano realizaria suas
potencialidades nos planos individual e social.
Na sociedade comunista, o Estado deixaria de
existir. Marx afirmava que o Estado e suas
instituições eram um instrumento de dominação
de uma classe social sobre as outras, que não
teria lugar num sistema comunista. No entanto,
no "socialismo real", como ficou conhecido o
VAST 2016
EEEP Paulo Petrola – Prof.ª Vânia Schaffer – Geografia
1º Conteúdo - 1º Bimestre - 2º Ano
Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual
Blog: http://geoschaffer.blogspot.com
sistema implantado na extinta União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e em
outros
países,
o
Estado
tornou-se
extremamente forte, e o proletariado não
assumiu o poder.
1.7- A Grande Crise do Capitalismo
Na segunda metade do século XIX, o sistema
capitalista ampliou a produção numa proporção
muitas vezes maior que a capacidade de
consumo dos países industrializados. A busca
de novos mercados e fontes de matéria-prima
tornou-se indispensável à sustentação dessa
nova etapa produtiva. Ingleses, alemães,
franceses,
belgas,
norte--americanos
e
japoneses impuseram sua força industrial,
submetendo vários países do mundo a um
controle imperial nunca antes conhecido. Os
investimentos nessa nova etapa de produção
industrial
e
a
extensão
do
mercado
internacional que se pretendia atingir não
podiam mais ser realizados por um único
empresário. Foram criadas então as sociedades
anônimas e consolidaram-se os mercados
decapitais, nos quais todos podiam investir
numa empresa por meio da compra de ações.
Com a venda de ações, as empresas ampliaram
sua
capacidade
financeira
e,
consequentemente, tornaram-se mais fortes,
competitivas e elevaram a sua capacidade de
produção.
1.7.1- A crise de 1929
No início do século XX, a Bolsa de Valores de
Nova York era o principal centro internacional
de investimentos. O volume de negócios ali
realizados diariamente sugeria que nada mais
poderia deter o ritmo desenfreado do
desenvolvimento capitalista. Mas o capital
investido na produção não foi acompanhado
pelo crescimento do mercado de consumo. O
descompasso
entre
superprodução
e
consumidores com capacidade para -absorvê-la
ocasionou a grande crise de 1929. As fábricas,
não tendo como vender grande parte de suas
mercadorias, reduziram drasticamente suas
atividades; a produção agrícola, também
excessiva, não encontrava compradores; o
comércio inviabilizou-se. Nesse contexto, houve
um processo de falência generalizada, e muitos
trabalhadores
perderam
seus
empregos,
retraindo ainda mais o mercado de consumo.
Aqueles que viviam exclusivamente dos
investimentos
no
mercado
de
capitais,
particularmente da compra e venda de ações,
viram o valor de seus títulos despencar,
transformando-se em papéis sem valor. A crise
iniciada em Nova York afetou rapidamente o
mundo todo. Os países produtores de matériasprimas
e
alimentos,
que
dependiam
economicamente das exportações para os
países
industrializados,
não
encontravam
compradores para seus produtos e entraram
em colapso. O Brasil, que nesse período
ancorava sua economia na produção e
exportação quase exclusivamente do café, foi
profundamente abalado pelos efeitos mundiais
da crise.
1.7.2- O New Deal
O período subsequente à crise de 1929,
conhecido como a Grande Depressão, obrigou
os países a se reorganizarem economicamente.
Como a superprodução havia sido a principal
razão da crise, os países industrializados
tomaram duas medidas básicas para resolver o
problema:
• participação mais efetiva do Estado no
planejamento das atividades econômicas, tendo
em vista, entre outros objetivos, a adequação
entre a quantidade de mercadorias produzidas
e a demanda do mercado;
• aprimoramento da distribuição da renda,
dando melhores condições financeiras aos
trabalhadores, com o objetivo de ampliar o
mercado
de
consumo.
Partindo
dessas
iniciativas
básicas,
os
Estados
Unidos
conseguiram contornar os efeitos da crise com
mais eficiência e rapidez. Com a criação de um
amplo programa de obras públicas, o governo
do presidente Franklin Roosevelt (1933-1945)
conseguiu aos poucos amenizar o desemprego
e manter a economia relativamente aquecida. O
New Deal (Novo Acordo), como ficou conhecido
o
programa
de
recuperação
econômica
implantado por Roosevelt, era inspirado nas
teorias do economista John Maynard Keynes
(1883-1946). Para Keynes, o Estado não
poderia se limitar a regular as questões de
ordem socioeconômica e política, mas deveria
ser também um planejador, que daria as
diretrizes, fixaria as metas e estimularia
determinados setores da economia. Keynes não
acreditava na autorregulação do mercado, pois
a crise de 1929 tinha mostrado sua
impossibilidade. O New Deal respeitava a
iniciativa privada e as leis de mercado, mas
acreditava que alguns setores da economia
deveriam contar com a intervenção do Estado,
principalmente os relacionados a infraestrutura.
VAST 2016
EEEP Paulo Petrola – Prof.ª Vânia Schaffer – Geografia
1º Conteúdo - 1º Bimestre - 2º Ano
Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual
Blog: http://geoschaffer.blogspot.com
As ideias de Keynes atravessaram o Atlântico e
foram implementadas também em vários países
da Europa, que já haviam retomado o
desenvolvimento no final da década de 1930.
Entretanto, em 1939,eclodiu a Segunda Guerra
Mundial, demolindo todas as bases econômicas
reconstruídas no continente europeu.
1.8- A Segunda Guerra Mundial
As condições objetivas para a deflagração de
um novo conflito já existiam desde o final da
Primeira Guerra Mundial. Os acordos pós-guerra
e importantes acontecimentos no período entre
guerras criaram instabilidade permanente no
continente
europeu:
a
consolidação
da
Revolução Socialista na Rússia e a formação da
URSS; a paz "forçada" obtida pelo Tratado de
Versalhes, que minou a economia alemã,
fragmentou seu território e disseminou forte
sentimento nacionalista; e a crise de 1929. Em
1933, na Alemanha, Adolf Hitler conquistou o
cargo de chanceler. Em pouco tempo, suprimiu
os partidos de esquerda e os sindicatos,
instaurou uma férrea censura aos meios de
comunicação e rompeu com as cláusulas
impostas pelo Tratado de Versalhes. Dessa
forma, Hitler contestou a ordem mundial
definida após a Primeira Guerra e formou, com
a Itália e o Japão, uma nova aliança militar: o
Eixo. De acordo com a concepção geopolítica de
Hitler, a Alemanha necessitava de espaço vital
para a promoção de seu desenvolvimento
econômico. Com isso, justificava a retomada
dos territórios perdidos após a Primeira Guerra
e a expansão, sem limites, da área de influência
alemã. Para alcançar seus objetivos, Hitler
formou um exército forte e numeroso e investiu
maciçamente na indústria de armamentos. Em
1938, a Alemanha ocupou a Áustria e, em
1939,
a
Tchecoslováquia.
Quando,
em
setembro de 1939, a Polônia foi invadida pelo
exército alemão, a França e a Grã-Bretanha
(que formaram uma força militar oposta ao
Eixo, a dos Aliados) declararam guerra à
Alemanha.
A invasão da Polônia pela Alemanha foi
precedida de um acordo de não agressão com a
Rússia, o Pacto Germano Soviético. Hitler temia
iniciar a guerra em duas frentes e, por meio
desse acordo, conseguiu neutralizar o potencial
inimigo da frente oriental. O tratado autorizou
também a ocupação de parte das terras
polonesas pelos soviéticos, além da Finlândia e
de outros países do Leste Europeu. As ações
empreendidas pela máquina de guerra alemã
foram fulminantes. Em menos de um ano, a
Alemanha já havia ocupado Holanda, Bélgica,
Luxemburgo, Dinamarca, Noruega e a maior
parte da França.
As forças do Eixo tiveram significativo avanço
nos dois primeiros anos de guerra. A Itália
invadiu a Albânia e a Somália, e o Japão invadiu
a Malásia, Cingapura, as Filipinas e outras
regiões dominadas pelo império colonial dos
Aliados. A guerra também se estendeu à China
e ao norte da África, ganhando uma dimensão
geográfica nunca vista em conflitos anteriores.
No final de 1941, os Estados Unidos e a União
Soviética entraram na guerra ao lado das
tropas aliadas .A participação desses dois
países no conflito mostrou-se decisiva para a
derrota dos países do Eixo, que, nos últimos
anos de guerra, tiveram de recuar e abandonar
boa parte dos territórios invadidos no início do
conflito .Em 1943, a Itália assinou um acordo
de paz com as tropas aliadas. Em maio de
1945, quando o exército soviético invadiu
Berlim,
a
Alemanha
se
rendeu
incondicionalmente. Apesar de o Japão ainda
resistir, sua rendição seria inevitável, pois a
marinha japonesa já tinha sido praticamente
destruída. Em agosto de 1945, os Estados
Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre
as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki,
numa demonstração indiscutível de seu poderio
militar. Esse fato assinalou o fim da Segunda
Guerra Mundial. Terminada a guerra, a Europa
e vários países de outros continentes estavam
economicamente
arrasados,
com
cidades
destruídas e a produção industrial e agrícola
totalmente desorganizada. As duas guerras
mundiais colocaram fim à hegemonia europeia.
No período posterior à Segunda Guerra, uma
nova ordem mundial começou a ser estruturada
sob a liderança de duas grandes potências
militares que emergiam: os Estados Unidos e a
União Soviética. A nova divisão política da
Europa foi a primeira expressão dessa nova
ordem mundial. Os países europeus acabaram
dominados pela influência das duas potências
emergentes: na porção oeste, prevaleceram os
Estados Unidos, com o sistema econômico
capitalista; na porção leste, predominou a
União Soviética, com o socialismo.
1.9- A ordem mundial pós-Segunda Guerra
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os dois
grandes vitoriosos, Estados Unidos e União
Soviética, acirraram a disputa pela hegemonia
VAST 2016
EEEP Paulo Petrola – Prof.ª Vânia Schaffer – Geografia
1º Conteúdo - 1º Bimestre - 2º Ano
Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual
Blog: http://geoschaffer.blogspot.com
mundial,
originando
importantes
acontecimentos e fortes tensões mundiais em
quase toda a segunda metade do século XX. A
aliança de guerra da URSS com os Estados
Unidos e as demais potências europeias só
havia sido conquistada em razão da luta contra
um inimigo comum: a Alemanha nazista de
Adolf Hitler. Ao final do conflito, os dois países
voltaram cada um para o seu lado. A vitória da
União
Soviética
lhe
custou
sacrifícios
incalculáveis e as maiores perdas humanas
entre todos os países envolvidos no conflito'.
Para compensar, tentou tirar vantagem da
vitória. Os soviéticos conquistaram vasta
extensão territorial de países situados no leste
da Europa, como Estônia, Letônia, Lituânia,
leste da Polônia, parte da Finlândia e da
Romênia. Além disso, dominaram quase todos
os países da região, determinando os seus
governantes, implantando o sistema econômico
socialista e transformando esses países em
satélites.
O exército soviético, após ter conquistado
Berlim e imposto uma derrota definitiva à
Alemanha, saqueou o território inimigo. Retirou
máquinas, equipamentos industriais e agrícolas,
trilhos de ferrovias e aparelhos de escritório,
instalando-os em seu território e recompondo,
assim, parte da infraestrutura perdida.
Após a rendição do Japão, em agosto de 1945,
que significou o fim do conflito mundial, os
Estados Unidos suspenderam toda a ajuda
financeira dada durante a guerra à União
Soviética2, impedindo o plano de reconstrução
do país. Pouco tempo depois, suspenderam as
exportações de máquinas, ferramentas e outros
materiais estratégicos para a recuperação da
economia soviética.
Os
Estados
Unidos,
que
já
vinham
apresentando crescimento econômico acelerado
desde a segunda metade do século XIX,
transformaram-se na maior potência industrial
e agrícola do planeta, detentora dos maiores
recursos financeiros e de grande parte das
reservas de ouro (em 1948, 72% de todo o
ouro existente no mundo estavam nos cofres
americanos).
Após a Segunda Guerra Mundial, o American
way of life voltou à tona, estimulado pelo
grande boom de consumo de produtos, como
automóvel,
rádio,
televisor,
enceradeira,
máquina de lavar, aspirador de pó, batedeira
elétrica e liquidificador. A compra a crédito era
estimulada para satisfazer o consumismo
instigado pelas novas "maravilhas" do mundo
das mercadorias. Criadas pelas indústrias e
financiadas pelas instituições financeiras, essas
mercadorias eram agora acessíveis à classe
média norte-americana. A sociedade de
consumo passou a ser uma meta em si mesma
e a simbolizar e se confundir com valores como
bem-estar, prosperidade, liberdade e qualidade
de vida. Nesse contexto, os Estados Unidos
precisavam ampliar o comércio mundial de suas
mercadorias para escoar os excedentes. Para
isso, era necessário fortalecer o capitalismo
mundial. Dependiam, portanto, da reconstrução
da estrutura produtiva e da infraestrutura dos
países europeus afetados pela guerra para
impedir que os ideais socialistas e a influência
da URSS avançassem sobre o restante da
Europa.
Ao final da Segunda Guerra, representantes do
Reino Unido (Churchill), EUA (Roosevelt)e URSS
(Stalin)
estabeleceram
um
novo
mapa
geopolítico da Europa. As decisões tomadas na
ocasião, como a partilha de território entre
vencedores do conflito, tiveram efeitos diretos e
duradouros sobre povos de diversas nações. Na
foto, os governantes citados durante a
Conferência de Yalta, 1945.
Anotações:
VAST 2016
Download