Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios AULA 3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 1 Introdução • O desperdício de energia elétrica no Brasil é muito grande. De acordo com as estatísticas, 44% do consumo dessa energia originam-se em edificações residenciais (22%), comerciais (14%) e públicas (8%). • O potencial elétrico no Brasil tende a se tornar insuficiente no futuro, o que exigirá a construção de novas usinas e, com elas, o inevitável impacto ambiental. As reservas combustíveis necessárias às usinas termelétricas também estão diminuindo. É evidente e urgente a necessidade de conservação e uso racional de energia elétrica no país. • O objetivo desta aula é apresentar as principais premissas de manejo e controle do consumo de energia nas edificações, visando à sustentabilidade sem prejuízo do conforto dos usuários. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 2 1. Conforto ambiental na história Na antiga Roma, o imperador Ulpiano criou o Heliocaminus, uma lei para garantir ao povo romano do século II d.C. o direito ao Sol. Figura 01: Heliocaminus (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 3 1. Conforto ambiental na história Nas antigas cidades romanas: • Calidarium: sistemas para aquecimento de água. • Ipocausto: túneis subterrâneos nos quais uma fornalha aquecia o ar que, por sua vez, aquecia os ambientes. Figura 02: Calidarium e Ipocausto (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 4 1. Conforto ambiental na história Mesa Verde – povo do deserto do Colorado, nos EUA, que levantou construções nas encostas de pedra: • no verão quente e seco: as habitações são protegidas do sol pelas encostas de pedra, de forma a sombrear a incidência dos raios solares; • no inverno: a inclinação mais baixa do sol permite sua entrada nas habitações, aquecendo-as durante o dia. O calor armazenado na rocha das encostas durante o dia é devolvido ao interior das edificações à noite, garantindo o conforto térmico. Figura 03: Mesa verde: habitações e Kiwa (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 5 1. Conforto ambiental na história Norte da China: • por causa do clima muito severo, as edificações são subterrâneas; • a temperatura abaixo da superfície do solo é mais amena, compensando os extremos da temperatura do ar (alta durante o dia e baixa à noite); • são escolas, mercados, residências, tudo sob a superfície da terra; • vista de cima, a cidade mostra apenas os pátios das casas. Figura 04: Casas subterrâneas no norte da China (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 6 1. Conforto ambiental na história Sul do Brasil: • há cerca de 1200 anos, alguns grupos indígenas recorreram às construções subterrâneas para se abrigar da chuva e dos ventos frios típicos do planalto daquela região; • as habitações consistiam em um buraco fundo o bastante para que se pudesse ficar de pé, encimado por um teto que se apoiava em uma ou mais estacas principais e pilares ao redor, que evitavam que o teto chegasse até o chão e, portanto, facilitavam a ventilação; • por serem construídas sempre em grupo, muitas dispunham de galerias de circulação entre as habitações; • a denominação desses grupos é bastante acertiva: são conhecidos como “Casas Subterrâneas”. Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 7 1. Conforto ambiental na história Figura 05: Casas subterrâneas no sul do Brasil (há 1200 anos) Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 8 1. Conforto ambiental na história Figura 06: Casas subterrâneas no sul do Brasil (há 1200 anos) Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 9 1. Conforto ambiental na história The Hole House, na Suíça • As casas subterrâneas contemporâneas foram concebidas para oferecer tanto conforto quanto qualquer casa na superfície e ainda tirar proveito do isolamento térmico e acústico, da pouca poluição visual e, por incrível que pareça, da iluminação natural. • É o que fica evidente no projeto conhecido como The Hole House, executado em Vals, na Suíça, resultado da parceria entre os escritórios SeARCH e Christian Müller Architects, talvez o mais belo exemplo de casa subterrânea da atualidade. Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 10 1. Conforto ambiental na história Figura 07: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 11 1. Conforto ambiental na história Figura 08: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 12 1. Conforto ambiental na história Figura 09: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 13 1. Conforto ambiental na história Figura 10: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 14 1. Conforto ambiental na história Figura 11: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 15 1. Conforto ambiental na história Figura 12: The Hole House, na Suíça Fonte: Arquitetônico (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 16 1. Conforto ambiental na história Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha • De acordo com a Revista Casa e Jardim On Line [200?], o inglês Gary Neville, estrela do time de futebol Manchester United, estaria disposto a desembolsar cerca de oito milhões de libras por uma residência subterrânea que lembra uma flor. • A casa de campo, projetada pela Make Architects, surpreende quando avistada pelo alto: é praticamente invisível, salvo as pétalas, que são, na verdade, ambientes da área externa. • Além de possuir uma arquitetura ousada, a construção pretende ser a primeira casa de carbono neutro em toda a Grã-Bretanha. Sua energia será produzida a partir de uma turbina eólica e painéis solares. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 17 1. Conforto ambiental na história Figura 13: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: apenas a área externa fica à mostra. Vista de cima, lembra o desenho de uma flor. Projeto de Make Architects. Fonte: Revista Casa e Jardim On Line, [200?] Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 18 1. Conforto ambiental na história Figura 14: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: vista panorâmica Fonte: Engenharia Civil (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 19 1. Conforto ambiental na história Figura 15: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: vista aérea Fonte: Engenharia Civil (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 20 1. Conforto ambiental na história Figura 16: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: vista noturna. Fonte: Revista Casa e Jardim On Line, [200?] Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 21 1. Conforto ambiental na história Figura 17: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: ambiente iluminado com clarabóia Fonte: Revista Casa e Jardim On Line, [200?] Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 22 1. Conforto ambiental na história Figura 18: Casa de campo subterrânea, na Grã-Bretanha: ventilação e iluminação naturais Fonte: Engenharia Civil (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 23 1. Conforto ambiental na história Edifício “estufa” • o arquiteto Mies van der Rohe, com suas cortinas de vidro na segunda metade do século XX, criou um verdadeiro ícone de edifícios de escritórios; • seu formalismo clean foi seguido por várias gerações de profissionais que internacionalizaram o que era distinto para algumas economias e climas; • o conseqüente edifício “estufa” foi então exportado como símbolo de poder, assim como sistemas sofisticados de ar condicionado e megaestruturas de aço e concreto, sem sofrer readaptações às características culturais e climáticas do local de destino. Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 24 1. Conforto ambiental na história Figura 19: Edifício Seagran (escritórios), Nova Iorque, 1958. Projeto de Mies van der Rohe Fonte: Wikipedia (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 25 1. Conforto ambiental na história Figura 20: Conjunto Lake Shore Drive (apartamentos), em Chicago. Projeto de Mies van der Rohe Fonte: Wikipedia (2011) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 26 1. Conforto ambiental na história Figura 21: Edifício “estufa” (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 27 2. Eficiência energética • Obter o efeito desejado em termos de conforto térmico, qualidade do ar, aquecimento de água, iluminação, circulação vertical, com o menor consumo de energia possível.1 • Um edifício eficiente, para ter baixo consumo, não pode prejudicar a satisfação de seus usuários. 1 • A eficiência energética pode, então, ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. 2 • Portanto, um edifício é mais eficiente energicamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. 2 1. Vittorino (2010) 2. Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 28 2. Eficiência energética Por que se consome energia em edificações? Utilizam-se equipamentos para suprir necessidades dos usuários: • necessidades que só podem ser supridas com o consumo de energia: aquecimento de água para cozimento de alimentos; • necessidades decorrentes de decisões de projeto: uso de energia elétrica em sistemas de resfriamento empregados para climatizar edifícios inadequados ao clima. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 29 2. Eficiência energética Índice de Saturação O uso dos equipamentos eletrodomésticos tem relação direta com o consumo de energia elétrica. A presença destes pode ser aferida por dois índices: saturação e posses de equipamentos. O primeiro mostra o percentual de residências que possuem pelo menos um dos equipamentos pesquisados. A partir do índice de saturação pode-se projetar a possibilidade de expansão da aquisição do equipamento por mais consumidores. Fonte: Tavares e Fritsche (2007) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 30 2. Eficiência energética Índice de Saturação Em 2007, o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina publicou um relatório com alguns índices de saturação: • 100% das residências têm geladeiras, sendo que 10% duas unidades; • 33% das geladeiras têm até 3 anos de uso e 26% mais de 10 anos; • 34% das residências têm freezer; • 68% têm fornos de microondas; • 84% têm máquinas lava-roupa; • 7% têm aquecimento de água a gás, 1% boiler elétrico e 92% chuveiros elétricos. • 35% das residências têm ventiladores de teto; • 60% têm circuladores de ar ou ventiladores; • 27% têm ar condicionado; • 11% têm aquecedores de ambiente. Note-se o aumento significativo em relação aos índices da Figura 21, referentes ao ano de 1991. O número de residências com ar condicionado, por exemplo, passou de 6% , em 1991, para 27%, em 2007. Fonte: Tavares e Fritsche (2007) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 31 2. Eficiência energética Figura 22: Consumo de energia por uso final em residências (por Luciano Dutra) Fonte: Jannuzzi e Schipper (1991 apud LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 32 2. Eficiência energética IL = iluminação artificial AC = ar condicionado Figura 23: Consumo de energia em edificações comerciais e públicas (por Luciano Dutra). Fonte: Procel (1988 apud LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 33 2. Eficiência energética Figura 24: Consumo de energia por uso final em edificações comerciais (por Luciano Dutra) Fonte: Procel (1988 apud LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 34 2. Eficiência energética Quanto se consome de energia em um edifício? • Depende da potência dos equipamentos e de quanto tempo eles são utilizados: – uso no momento de necessidade: chuveiro de alta potência para aquecer a água do banho em dia frio; – uso fora do momento de necessidade: lâmpadas acesas sem que ninguém esteja no ambiente. • Depende do rendimento energético do equipamento ou sistema: – quando novo: Selo Procel; e – daquele decorrente do programa de manutenção. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 35 2. Eficiência energética Elementos que consomem energia em edificações • iluminação artificial: interiores, exteriores, fachadas; • transporte vertical: elevadores, monta-cargas e escadas rolantes; • transporte horizontal: esteiras rolantes e transportadoras de materiais; • bombeamento de água para consumo humano; • aquecimento de água: higiene e cocção; Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 36 2. Eficiência energética Elementos que consomem energia em edificações • climatização artificial: resfriamento, aquecimento, ventilação, umidificação, desumidificação, bombeamento de água gelada/aquecida; • processos – industriais: usinagem, conformação, eletrodeposição, moldagem, etc; – para serviços: geração de vapor, refrigeração alimentar, imagem e som, etc; – residenciais: televisores, ferro-de-passar, geladeiras, freezers, etc; – administrativos: equipamento de informática, centros de telefonia; – combinação dos anteriores. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 37 2. Eficiência energética Enfocando instalações e equipamentos • revisão da instalação elétrica em geral, buscando subdimensionamentos e problemas de manutenção; • verificação do uso de equipamentos com alta eficiência energética (selo “A” do selo Procel): – chuveiros; – geladeiras; – fogões; – ventiladores; – equipamentos de ar-condicionado. • verificação de níveis de iluminamento em ambientes; Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 38 2. Eficiência energética Enfocando instalações e equipamentos • avaliação e substituição de lâmpadas e luminárias; • avaliação do funcionamento de elevadores (controle inteligente) e regeneração; • substituição de monitores de microcomputadores de tubos de raios catódicos para LCD; • instalação de sensores de presença em corredores, banheiros, salas de reunião. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 39 2. Eficiência energética Participação do ar condicionado no consumo de edifícios de escritórios • variável segundo o clima, a envoltória e o uso do edifício; • pode chegar a até 75% do consumo total da edificação. É o “espelho” do sistema construtivo e das práticas de projeto e operação da edificação. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 40 2. Eficiência energética Gráfico 01: Participação do ar condicionado no consumo de edifícios de escritórios Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 41 2. Eficiência energética Figura 25: Uso indiscriminado de ar condicionado Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 42 3. Uso racional de energia De um modo geral, é possível racionalizar o uso de energia em um edifício se conseguir reduzir o consumo para iluminação, condicionamento do ar e aquecimento de água. Neste cenário, recomenda-se: • usar sistemas naturais de condicionamento e iluminação sempre que possível;1 • usar sistemas artificiais mais eficientes; 1 • buscar a integração entre os dois (artificial e natural); 1 • reduzir a demanda e utilizar equipamentos mais eficientes; 2 • em residências, utilizar coletores solares. 2 1. Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios 2. Vittorino (2010) Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 43 3. Uso racional de energia Edifícios brasileiros • Até muito recentemente: – construção rápida e econômica; – beleza da fachada; – pequena preocupação com eficiência energética da envoltória; – preocupação moderada com eficiência energética de equipamentos. • Tendência: – incorporação do conceito de eficiência energética visando certificações ambientais, como o LEED/USGB; – aplicação de soluções mais “ousadas”; – Selo PROCEL de eficiência energética de edificações. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 44 3. Uso racional de energia Edifícios brasileiros no futuro • Muito maior atenção à proteção térmica das fachadas: – pinturas refletivas; – vidros com baixo ganho de calor solar; – aumento do isolamento térmico de coberturas; – barreiras radiantes. • Comerciais: – sistemas de ar condicionado com acionamento individualizado (VRV); – aproveitamento de energia cinética de elevadores; – uso de equipamentos e dispositivos etiquetados. Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 45 3. Uso racional de energia Tabela 01: Requisitos ambientais e de projeto para São Paulo x edifícios altos de escritórios Fonte: Marcondes (2008 apud SAYEGH, 2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 46 3. Uso racional de energia Com quase 50 anos, o prédio do arquiteto Rino Levi, hoje do Banco Itaú, na avenida Paulista, em São Paulo, é um dos mais eficientes em conforto ambiental e consumo de energia. Figura 26: Banco Itaú, na Av. Paulista Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 47 3. Uso racional de energia O prédio do Banco Itaú é o melhor exemplo em São Paulo de conforto térmico e eficiência energética: • todas as fachadas foram tratadas de maneira diferenciada com cálculos e estudos de insolação; • o resultado é típico da arquitetura moderna: a incorporação de sistemas de proteção solar passivos, como os brises e fachadas cegas, com massa exposta, com alta inércia térmica e sombreamento garantido. Figura 27: Banco Itaú, na Av. Paulista: brise e fachada cega Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 48 3. Uso racional de energia Usar a forma e a orientação: • maximizar a exposição da edificação às brisas do verão orientando corretamente o projeto e empregando alguns recursos aplicáveis à forma do edifício; • o estudo da forma e da orientação da arquitetura também pode explorar a iluminação natural e favorecer ganhos de calor solar. Figura 28: A forma e a orientação do edifício (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 49 3. Uso racional de energia Promover ventilação vertical: • • • o ar quente tende a se acumular nas partes mais elevadas do interior da edificação; a retirada deste ar quente pode criar um fluxo de ar ascendente gerado por aberturas em diferentes níveis; o processo pode ser feito através de diversos dispositivos como lanternins, aberturas no telhado, exaustores eólicos ou aberturas zenitais. Figura 29: Tipos de ventilação vertical (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 50 3. Uso racional de energia Figura 30: Espaços fluídos (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Projetar espaços fluidos: • permitem a circulação do ar entre os ambientes internos e entre os ambientes e o exterior; • muitos dispositivos podem ser usados para permitir esse tipo de recurso, mantendo contudo a privacidade visual do interior (venezianas, elementos vazados); • em locais com invernos mais frios, estes dispositivos devem ser flexíveis, podendo ser fechados para evitar infiltrações indesejáveis. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 51 3. Uso racional de energia Figura 31: Direcionamento de ar para o interior (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Elementos que direcionam o fluxo de ar para o interior: • diversos elementos que se salientem da volumetria ou no entorno do edifício podem ser utilizados para incrementar o volume e a velocidade do fluxo de ar para o espaço interno; • alguns elementos podem ser úteis também para o sombreamento de aberturas. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 52 3. Uso racional de energia Figura 32: Resfriamento evaporativo com áreas gramadas ou arborizadas (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 53 3. Uso racional de energia Figura 33: Evaporação na telha cerâmica e molhagem do telhado (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 54 3. Uso racional de energia Figura 34: Molhagem de áreas externas (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 55 3. Uso racional de energia Figura 35: Paredes com trepadeiras (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 56 3. Uso racional de energia Figura 36: Jardim e tanque de água sobre laje (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 57 3. Uso racional de energia Figura 37: Fonte e espelho d’água (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 58 3. Uso racional de energia Figura 38: Ganho solar direto (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 59 3. Uso racional de energia Parede de acumulação: consiste no uso de paredes com elevada massa térmica nas orientações mais expostas à insolação. Este elemento acumula o calor do sol durante o dia, devolvendo-o ao ambiente a noite, quando as temperaturas são mais amenas. Figura 39: Ganho solar indireto (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 60 3. Uso racional de energia Figura 40: Ventilação cruzada (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 61 3. Uso racional de energia Figura 41: Janelas com bandeiras basculantes: ventilação seletiva para higienização do ar interno em períodos frios (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 62 3. Uso racional de energia Figura 42: Brises móveis: a versatilidade permite sombrear o sol indesejado através da parte fixa, reservando à parte móvel a função de controlar a entrada desejável do sol (por Luciano Dutra) Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 63 3. Uso racional de energia Figura 43: Proteção solar com árvores de folhas caducas Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 64 3. Uso racional de energia No escritório da Citroën do Brasil, projetado pela Hochheimer Imperatori Arquitetura, aberturas na cobertura somam-se à reformulação dos "sheeds" e possibilitam, além da utilização de luz natural, a criação de uma paisagem interna. Figura 44: Escritório da Citroën do Brasil Fonte: Gerolla (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 65 3. Uso racional de energia Figura 45: Ambiente com aproveitamento máximo da iluminação natural Fonte: Gerolla (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 66 3. Uso racional de energia Figura 46: Iluminação natural mesclada com artificial automatizada Fonte: Gerolla (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br O projeto dessa residência mescla iluminação natural com vários circuitos elétricos, que permitem a criação de usos diversos e consumo de eletricidade em cada situação. Alternando-se a utilização das fontes de luz, formam-se também novos cenários 67 Tabela 02: Lâmpadas e vida útil Fonte: Copel e Osram (apud GEROLLA, 2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 68 3. Uso racional de energia LEDs são fortes candidatos a substitutos das lâmpadas fluorescentes compactas devido à sua qualidade de emissão luminosa e alta potência Figura 47: Luminária com LED Fonte: Gerolla (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 69 3. Uso racional de energia Integração de luz natural e artificial, com sensores de luminosidade ligados às luminárias que medem a incidência de luz natural no ambiente e regulam a iluminância, mantida sempre em 500 lux. Figura 48: Projeto do Banco Pactual, em São Paulo, de Neide Sanzi Fonte: Gerolla (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 70 3. Uso racional de energia Fachada ventilada: primeiramente, o termo foi conferido às soluções com painéis opacos fixados afastados do paramento. A função da segunda pele nas fachadas ventiladas opacas é de promover um sombreamento na fachada, além da ventilação retirar carga térmica. Nesse tipo, já utilizada no Brasil desde a década de 90, são usados como revestimentos da segunda camada produtos como pedras, cerâmica e alumínio compósito, na maioria das vezes com juntas seladas, com distância entre camadas de no mínimo 10 cm. Figura 49: Esquema de fachada ventilada com revestimento pétreo ou cerâmico Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 71 3. Uso racional de energia Tabela 03: Desempenho de uma fachada dupla ventilada em relação a diferentes critérios ambientais em São Paulo e em cidades européias Fonte: Marcondes (2008 apud SAYEGH, 2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 72 3. Uso racional de energia Fachada ventilada dupla de vidro: criação de espaço entre as superfícies atuando como elemento de circulação e renovação de ar. Dentre suas vantagens está o aumento na eficiência energética e no conforto dos usuários, a diminuição da transmissão sonora, pois barra ruídos externos, e a redução dos ganhos solares, aliada a uma maximização da transparência. Além dessas características, esse sistema permite a ventilação natural em andares mais altos. Figura 50: Esquema de fachada ventilada dupla de vidro Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 73 3. Uso racional de energia O Centro Empresarial Nações Unidas é exemplo de uso de fachada dupla de vidro na cidade de São Paulo. Figura 51: Centro Empresarial Nações Unidas Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 74 3. Uso racional de energia O projeto de Norman Foster é um dos primeiros modelos de edifícios ecológicos de Londres. As fachadas são formadas de vidro duplo com metalização e cavidade de 15cm ventilada. Figura 52: Edifício ecológico em Londres Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 75 3. Uso racional de energia O edifício Debis, em Berlim, Alemanha, apresenta fachada dupla ventilada com camada exterior com aletas de vidro passíveis de abertura automatizada. É a última geração em fachadas duplas ventiladas. O projeto é de Renzo Piano. Figura 53: Edifício Debis, em Berlim Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 76 3. Uso racional de energia O edifício do Commerzbank, projetado por Norman Foster, é um ícone de conforto ambiental e eficiência energética na Europa. Possui modo misto de condicionamento de ar, que alia a ventilação natural de estratégicas aberturas e a ventilação mecânica do sistema radiante de forros gelados. Figura 54: Edifício do Commerzbank Fonte: Sayegh at al (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 77 3. Uso racional de energia Figura 55: Uso de coletores solares em habitações Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 78 3. Uso racional de energia Figura 56: Uso de aquecimento solar em escala industrial Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 79 3. Uso racional de energia Figura 57: Sistema de captação solar instalado em talude para atender indústria Fonte: Vittorino (2010) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 80 3. Uso racional de energia Este edifício construído em região quase desértica, na Espanha, conta com ar refrigerado produzido a partir de radiação solar. O protótipo pretende oferecer conforto térmico com pouca energia elétrica. Figura 58: Segundo edifício bioclimático da Plataforma Solar de Almería, na Espanha Fonte: Faria (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 81 3. Uso racional de energia Repleto de painéis fotovoltaicos e coletores de água, o edifício deve produzir quase toda a energia necessária para seu pleno funcionamento. Figura 59: Segundo edifício bioclimático da Plataforma Solar de Almería, na Espanha Fonte: Faria (2008) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 82 3. Uso racional de energia Figura 60: Sala comercial energicamente eficiente Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (1997) Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 83 Considerações Finais • O uso racional de energia é obrigação de todo cidadão, seja pela economia nas despesas pessoais, seja pela contribuição com o meio ambiente e gerações futuras. • Verificou-se que toda construção com eficiência energética deve considerar, desde o estudo preliminar, duas condições básicas: - integração entre condicionamento térmico e iluminação; - integração entre sistemas naturais e artificiais. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 84 Referências ARQUITETÔNICO. Casas subterrâneas. Disponível em: <http://www.arquitetonico.ufsc.br/casas-subterraneas>. Acesso em: 07 abr. 2011. ENGENHARIA CIVIL. Casas subterrâneas. Disponível em: <http://www.engenhariacivil.com/forum/casas-subterraneas-805.html>. Acesso em: 07 abr. 2011. FARIA, R. Técnica e ambiente: frio solar. Revista Téchne, São Paulo, n. 133, p.30-31, abr. 2008. GEROLLA, G. Luminotecnia: menos luz, mais eficiência. Revista Téchne, São Paulo, n. 133, p.32-35, abr. 2008. LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW Editores, 1997. 188p. REVISTA CASA E JARDIM ON LINE. Casa subterrânea é puro luxo. São Paulo, [200?]. Disponível em http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI12254016938,00-CASA+SUBTERRANEA+E+PURO+LUXO.html. Acesso em: 07 abr. 2011. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 85 Referências SAYEGH, S. at al. Fachadas: alto desempenho, baixo impacto. Revista Téchne, São Paulo, n. 133, p.38-43, abr. 2008. TAVARES, S.F.; FRITSCHE, I.D. AET N° 01/04 - Desenvolvimento de uma metodologia para criação de uma base nacional de dados sobre o consumo específico de energia. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Santa Catarina, 2007. Disponível em: <www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/projetos/etiquetagem/RT_AET01_Banco_de_ Dados.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2011. VITTORINO, F. Eficiência Energética em Edificações. Mestrado Profissional em Habitação, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo, 2010. (Aula da disciplina Sustentabilidade do Ambiente Construído ministrada em 29 nov. 2010). WIKIPEDIA. Ludwig Mies van der Rohe. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Mies_van_der_Rohe>. Acesso em: 07 abr. 2011. Gestão Ambiental Aplicada à Construção de Edifícios Prof. Roberta Vendramini - www.construir.arq.br 86