Avaliação da Toxicidade do fármaco 17α-Etinilestradiol (EE2) por meio de ensaios de toxicidade com Ceriodaphnia dubia. Anna C.F. Vilarrubia, Dymes R. A. Santos, Sueli I. Borrely Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares - IPEN Objetivos O 17 α-etinilestradiol (EE2) corresponde a um hormônio sexual feminino sintético utilizado em pílulas anticoncepcionais. Esta substância ao ser excretada pela urina e fezes, segue para a rede coletora de esgoto e pode contaminar águas superficiais, águas subterrâneas. Este fármaco possui a capacidade de interferir no sistema endócrino de diversas espécies animais desde invertebrados aquáticos até vertebrados terrestres, afetando a reprodução e a sobrevivência da prole destes animais[1]. Com isso, o objetivo deste trabalho se baseia na avaliação da toxicidade do EE2 por meio de ensaios de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia, considerando os valores de CEO (Concentração de Efeito Observado) e CENO (Concentração de Efeito Não Observado) calculados. Métodos Os ensaios de toxicidade crônica seguiram procedimentos conforme a norma NBR 13373[2]. Foram feitos ensaios preliminares e partir dos resultados, realizou-se um ensaio definitivo com as seguintes concentrações de EE2: 250 μg/L, 490 μg/L, 686 μg/L 960 μg/L , 1344 μg/L ,1822 μg/L. Organismos jovens, de 6-24 horas de idade, foram expostos às concentrações descritas por um período de sete dias. Durante este período observou-se o número de jovens gerados por fêmeas, sendo que jovens nascidas foram descartadas. Para os cálculos de efeitos tóxicos empregou-se o teste de hipótese de bioequivalência através do software TOXSTAT 3.5. Considerou-se como CEO, a concentração mínima de EE2 que foi classificada tóxica pelo programa estatístico e como CENO a concentração anterior a esta. Resultados A partir dos resultados do ensaio crônico definitivo (fig. 1) nota-se que o número de neonatos decresce à medida que se elevaram as concentrações de EE2. Figura 1– Número neonatos por concentração utilizada, no ensaio de toxicidade crônica definitivo. * Amostra de EE2 classificada como tóxica Além disso, apenas as últimas concentrações, 1344 µg/L e 1822 µg/L se mostram tóxicas, pois, segundo o programa estatístico as médias do número de neonatos dessas duas concentrações apresentaram diferenças significativas em relação ao controle. Conclusões De acordo com os resultados, a concentração mínina de EE2 que causa efeito crônico na reprodução dos organismo foi de que 1344 μg/L, segundo o programa estatítico, sendo considerada assim como CEO. Já a concentração de 960 μg/L, pode ser considera como CENO, pois foi a máxima concentração do fármaco que não apresentou efeito crônico. Referências Bibliográficas [1] FILHO, R. W. R.; ARAÚJO, J. C.; VIEIRA, E. M.. Química Nova, v. 29, n. 4, p. 817-822, 2006. [2] ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Método de Ensaio com Ceriodaphnia ssp - .(NBR 13373), 2005.