TRABALHO DE RECUPERAÇÃO – 1º ANO ENSINO MÉDIO – 2º BIMESTRE QUESTÃO 1: Leia o texto abaixo Renascimento Por Ana Lucia Santana O Renascimento foi um movimento cultural que marcou a fase de transição dos valores e das tradições medievais para um mundo totalmente novo, em que os códigos cavalheirescos cedem lugar à afetação burguesa, às máscaras sociais desenvolvidas pela burguesia emergente. Esta importante etapa histórica predominou no Ocidente entre os séculos XV e XVI, principalmente na Itália, centro irradiador desta revolução nas artes, na literatura, na política, na religião, nos aspectos sócio-culturais. Deste pólo cultural o Renascimento se propagou pela Europa, especialmente pela Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e com menos ênfase em Portugal e Espanha. Neste momento crítico de profundas transformações, surgiu o Renascimento, com uma eclosão criativa sem precedentes, inspirada nos antigos valores greco-romanos, retomados pelos artistas que vivenciaram a decadência de um paradigma e o nascimento de um universo totalmente diferente. Este movimento representou, portanto, uma profunda ruptura com um modo de vida mergulhado nas sombras do fanatismo religioso, para então despertar em uma esfera materialista e antropocêntrica. Agora o centro de tudo se deslocava do Divino para o Humano, daí a vertente renascentista conhecida como Humanismo. Alguns estudiosos atribuem a expressão Renascimento ao italiano Giorgio Vasari, que a teria usado para explicar o esplendor artístico e cultural vivenciado na Itália neste período, com repercussões na pintura, na literatura e na ciência. Outros atribuíam ao historiador francês Jules Michelet o uso deste termo ao se reportar a esta época, quando Giotto revolucionava as artes plásticas, enquanto Petrarca se tornava o pioneiro do Humanismo. Na sociedade desenvolviam-se rapidamente instâncias políticas intensamente centralizadas, uma economia de âmbito urbano e de natureza mercantil, e florescia o mecenato – surgimento de mecenas, ou seja, patrocinadores das artes, dos criadores. Na vertente humanista da Renascença, o Homem é a peça principal, agora ocupando o lugar antes impensável do próprio Criador. Este aspecto antropocentrista se prolonga por pelo menos um século em toda a Europa Ocidental. Petrarca via este período como o fim de uma era sombria, referindo-se à Era Medieval. Este movimento privilegia a Antiguidade Clássica, mas não se limita a reproduzir suas obras, o que reduziria sua importância. Seus seguidores recusavam radicalmente os valores medievais e para alcançar esse objetivo usavam a cultura greco-romana como o instrumento mais adequado para a realização de suas metas. Além do Antropocentrismo, o Renascimento também introduz princípios hedonistas – a busca do máximo prazer no momento presente, como tesouro maior do Homem – e individualistas – a exaltação do indivíduo e de sua suprema liberdade dentro do grupo social -, bem como o otimismo e o racionalismo. Após ler o texto acima, escreva uma redação relacionando o surgimento de uma nova classe social – chamada de burguesia – a ascensão do individualismo e a divulgação do humanismo pela Europa. QUESTÃO 2: Pesquise sobre as características da arte medieval e da arte renascentista. Após pesquisar, construa um texto evidenciando as principais diferenças entre ambas e como cada uma evidenciou, a partir de suas escolhas estéticas, as características de seu tempo. QUESTÃO 3: Falam-se muitos mitos e generalizações sobre o papel submisso da mulher islâmica. O texto a seguir alerta para alguns equívocos gerados por julgamentos apressados e preconceitos sobre a questão. "Estereótipos escondem a diversidade real da situação feminina nos diferentes países e classes o mundo islâmico. Desde os ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono, multiplicam-se as imagens do Oriente Médio, cenas que retratam belicosos protestos de rua, tranquilos momentos de oração ou pessoas tratando do seu dia-a-dia na esfera pública. Depois de alguns momentos, percebe-se algo de ,estranho nessas imagens: não há mulheres. Nunca. E como se a outra metade da população não existisse. As imagens de mulheres, islâmicas em alguns países do Oriente Médio e da Ásia Central mostram-nas com roupas que as escondem e frequentemente isoladas da sociedade. O noticiário fala de vidas femininas limitadas - as mulheres afegãs não podem trabalhar, sair de casa nem mesmo para ir ao médico, as sauditas não podem dirigir carro. Flagrantes noticiosos documentam espantosas execuções de mulheres adúlteras e mostram mesquitas e escolas abertas apenas aos homens. Para o americano médio, não versado em islamismo, essas imagens tendem a levar a uma conclusão óbvia: as mulheres muçulmanas são oprimidas. Sua cultura e sua religião as relegam a um status secundário, no qual levam vidas infelizes de servidão aos machos que governam seu mundo. Mas basta examinar mais de perto a questão do islamismo e das mulheres e esta certeza desaparece. O islamismo é na essência uma religião sexista? As mulheres muçulmanas levam vidas de opressão? O véu significa necessariamente sujeição? Todas as muçulmanas estão no mesmo barco miserável? 'Não existe uma sociedade muçulmana monolítica', diz Elizabeth Fernea, professora aposentada da Universidade do Texas, que escreveu cinco livros sobre o islamismo, entre eles In Search of Islamic Feminism (Em busca do feminismo islâmico). 'Há uma incrível diversidade no mundo islâmico no que diz respeito às mulheres. Veja-se o caso de extremistas como os talibãs, que fecharam escolas, hospitais e proibiram as mulheres de trabalhar: no mundo muçulmano, muitos dizem que isso é contra o islamismo, contra o Corão'. Acadêmicos como Fernea ironizam a percepção das mulheres muçulmanas como oprimidas: o Marrocos, por exemplo, tem mais advogadas per capita que os Estados Unidos; o Egito tem mais engenheiras que a Alemanha. O mundo muçulmano tem tido numerosos chefes de Estado do sexo feminino. Vem então à lembrança a Arábia Saudita, onde as mulheres não têm permissão para viajar sem um parente masculino, para trabalhar em funções típicas do sexo masculino (exceto medicina) ou receber educação e instrução sem permissão do pai. 'Todas essas práticas variam de país a país', diz Geneive Abdo, jornalista que passou muitos anos cobrindo a região do Oriente Médio para o Morning News e o jornal britânico Guardion. 'A Arábia Saudita seria considerada muito mais rigorosa até pelos muçulmanos que vivem no Irã, onde as mulheres podem ter empregos, ir à rua e se apresentar em público'. O fato é que as mulheres muçulmanas estão sujeitas à mesma realidade que afeta as mulheres em toda parte: é o dinheiro que faz a diferença. Segundo Fernea, mesmo na Arábia Saudita as mulheres bem de vida podem ir por exemplo a Paris comprar roupas chiques e sexy (embora não para usá-Ias em público). Ironicamente, no entanto, a riqueza também pode influir no grau em que uma mulher se vê recoberta de véus e tolhida em seus movimentos: em certas sociedades muçulmanas, diz Hargrove, o fato de não ter de sair de casa para trabalhar pode ser considerado um símbolo de status. 'Não é assim tão diferente da vida das mulheres ricas nos Estados Unidos, não é mesmo. (STOELTJE, Melissa. Por baixo do véu das muçulmanas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 oul. 2001. Disponível em: http://www.jb.com.br/jb/papel/cidade/2ool/10/20/jorcid2ooI1 0200 ll.html. Acesso em 21 OUI. 2001.) Compreendendo o texto a. Segundo o texto, como a mulher islâmica é vista nos países do Ocidente? b. A imagem que os ocidentais têm da mulher islâmica, para a autora, condiz com a realidade? Justifique c. Que exemplos a autora apresenta para sustentar sua posição? d. Pesquise sobre a condição feminina na sociedade ocidental e escreva um texto debatendo a ideia de liberdade e a situação da mulher no “mundo ocidental” em tempos atuais.