Universidade Federal de Viçosa Campus de Rio Paranaíba Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Seminário: Ano Internacional da Biodiversidade: os Desafios para o Brasil Avaliação Ecossistêmica do Milênio e o Conhecimento da Biodiversidade Expositor: Prof. Dr. Rubens Pazza [email protected] Campus de Rio Paranaíba da UFV Prédio atual Início das atividades – 2007 Atualmente são 10 cursos de graduação O curso de Ciências Biológicas (ênfase em Conservação da Biodiversidade) iniciou em 2010 Projeto do novo prédio com entrega prevista para setembro Avaliação Ecossistêmica do Milênio Conhecimento da Biodiversidade A Avaliação Ecossistêmica do Milênio... Grande projeto internacional organizado pela ONU – 2001 a 2005; Objetivo – avaliar a saúde dos ecossistemas através dos “serviços ecossistêmicos” (provisão de alimentos e de água doce, informação genética utilizada na biotecnologia, polinização de culturas, ciclos hidrológicos, etc.) Mudanças nos ecossistemas nas últimas décadas resultaram em um aumento significativo no bem estar humano e no desenvolvimento econômico; 60% dos ecossistemas avaliados não são utilizados de modo sustentável; Pelo menos ¼ dos estoques comerciais importantes de peixes são superexplorados; Utilização da água doce é insustentável – duplicou desde 1960; 70% utilizada na agricultura; Ações para aumentar um serviço do ecossistema geralmente gera impacto a outros – crescimento da lavoura e perda de biodiversidade, por exemplo; A taxa de extinções de espécies pelo homem aumentou 1000 vezes nos últimos séculos – de 10 a 30% das espécies de mamíferos, aves e anfíbios estão ameaçadas; A manutenção da biodiversidade está diretamente ligada aos serviços ambientais, afetando o bem-estar humano direta ou indiretamente Exemplo: superexploração do bacalhau no Canadá nos anos 90 – U$ 2 bilhões em seguro desemprego e treinamento para recolocação; Problemas de superexploração; Problemas com poluição das águas; Problemas com espécies invasoras; Problemas com alteração de regimes hídricos e transposições; ... e o Conhecimento da Biodiversidade O que é a biodiversidade? Diversidade de genes, espécies e ecossistemas; Conhecer a biodiversidade envolve conhecer todos os aspectos destes três níveis hierárquicos; Algumas etapas do conhecimento da biodiversidade: Coleta de exemplares (custos com expedições, burocracia da legislação para liberação de coletas; órgãos de fomento que não pagam combustível e tem valores de diárias disponíveis muito baixos); Manutenção do acervo (burocracia para acervo vivo, burocracia para sacrifício, pouca verba para material de consumo; órgãos de fomento que não pagam estantes e mobiliário necessário); Grande necessidade de especialistas, local, mão de obra; O problema da biodiversidade escondida Muito se fala de espécies - espécies ameaçadas, espécies em extinção; Dois principais problemas relacionados com o nível genético 1 – Nem sempre o que achamos ser uma espécie do ponto de vista morfológico é apenas uma espécie A avaliação genética utilizando diversas metodologias já demonstrou vários casos assim – Isso pode causar problemas no manejo e na conservação; 2 – Isolados populacionais podem levar à uma diferenciação genética crítica entre populações de uma mesma espécie, de modo a torná-las incompatíveis – depressão exogâmica Peixes são mais de 24 mil espécies – metade dos vertebrados; Na região Neotropical, são cerca de 8 mil; Recurso econômico ou natural? Número de espécies subestimado: muitas espécies crípticas; Um exemplo prático: peixamentos Por inúmeros fatores (mineração, agrotóxicos, perda de mata ciliar, sobrepesca, etc) o número de peixes de um riacho diminuiu drasticamente. A solução comum é soltar alevinos; Que espécies podem ser utilizadas? De que bacia hidrográfica são originadas as matrizes? De que populações são originadas as matrizes? Mesmo peixes da “mesma espécie” e da mesma bacia hidrográfica podem ser invasores quando soltos em outro ambiente! A Avaliação Ecossistêmica do Milênio... Proposta aos governos mundiais: opções para diminuir a degradação ambiental e contribuir para a regeneração dos ecossistemas globais; E a posição do Brasil? Diminuir a margem de mata ciliar de 30m para 15m não contribui para diminuir a degradação ambiental; Reduzir a área de proteção das propriedades não contribui para diminuir a degradação ambiental; Anistiar desmatadores não contribui para diminuir a degradação ambiental; Recompor mata com espécies exóticas não contribui para a regeneração dos ecossistemas; Agradecimentos UFV, Campus de Rio Paranaíba; FAPEMIG; CNPq; FUNARBE; Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal; [email protected] Obrigado!