O exercício físico no controle dos sintomas causados pela

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O exercício físico no controle dos sintomas causados pela deficiência dos
hormônios T3 e T4 da glândula tireóide em mulheres.
Adriana de Castro Magalhães Gerardi 1
Ana Flávia de Araújo Almeida2
Marly Aparecida Bini Dória3
1- Faculdades Integradas Stella Maris de Andradina
2- Bacharel em Educação Física
3- Bacharel em Educação Física
Resumo: O hipotireoidismo tem como sua definição a deficiência dos hormônios
triiodotironina e tiroxina conhecidos também como T 3 e T4 resultando na
diminuição destes nos níveis circulantes e teciduais do nosso corpo. Buscou-se
neste estudo uma comparação de sintomas causados pelo hipotireoidismo não
favoráveis a saúde e sintomas de fatores favoráveis a saúde entre mulheres
praticantes de exercícios físicos e mulheres não praticantes de exercícios físicos
que por conseqüência afeta a qualidade de vida destas mulheres. Esta pesquisa
foi realizada com 20 mulheres na faixa etária de 29 a 74 anos que foram
diagnosticadas com hipotireoidismo sendo elas 10 praticantes de exercícios
físicos e 10 mulheres não praticantes de exercícios físicos, que receberão dois
questionários relacionados a comportamentos e qualidade de vida. O estudo
mostrou ainda que mulheres praticantes de exercícios físicos convivem com
menos sintomas não favoráveis a saúde e mais sintomas de fatores favoráveis a
saúde que as mulheres não praticantes de exercícios físicos e pode-se concluir
neste estudo que o exercício físico é uma estratégia não medicamentosa que
ajuda a melhorar e/ou diminuir os sintomas causados pelo hipotireoidismo
proporcionando as mulheres praticantes de exercícios físicos uma melhora na
qualidade de vida.
Palavras-chave: exercício físico, hipotireoidismo, qualidade de vida.
Exercise in controlling symptoms caused by deficiency of the hormones T3
and T4 from the thyroid gland in women
Abstract:Hypothyroidism is its definition as the deficiency of the hormones
triiodothyronine and thyroxine also known as T3 and T4, resulting in decreased
levels of circulating and tissue of our body. We tried in this study a comparison of
symptoms caused by hypothyroidism is not conducive to health and symptoms of
favorable factors to health among women practitioners of physical and women do
not practice exercises which consequently affects the quality of life for these
women. This research was conducted with 20 women aged 29-74 years who were
diagnosed with hypothyroidism 10 and they practice exercises and 10 women who
did not practice physical exercises, which will receive two questionnaires related to
behaviors and quality of life. The study also showed that women practitioners of
physical symptoms not live with less favorable health and more symptoms of
factors favorable to health than women who did not practice physical exercise and
it can be concluded from this study that exercise is a non-drug strategy which
helps to improve and / or decrease the symptoms caused by hypothyroidism
giving women practice exercises an improved quality of life
Key words: physical exercise, hypothyroidism, quality of life.
INTRODUÇÃO
Todas as funções do corpo humano e vertebrados de uma maneira geral
as permanentemente controlados em estado fisiológico por dois grandes sistemas
que atuam de forma integrada: sistema nervoso e o sistema hormonal (CANALI;
KRUEL, 2001).
“O hormônio é uma substância química
secretada por células especializadas ou glândulas
endócrinas para o sangue, para o próprio órgão ou
para linfa em quantidades normalmente pequenas e
que provocam uma resposta fisiológica típica em
outras células específicas. Os hormônios são
reguladores fisiológicos eles aceleram ou diminuem a
velocidade de reações e funções biológicas que
acontecem mesmo na sua ausência, mas em ritmos
diferentes, essas mudanças são fundamentais no
funcionamento do corpo humano” (CANALI; KRUEL,
2001).
A regulação na liberação do hormônio se dá, na maioria das vezes pelo
mecanismo de feedback negativo, um pouco menos comum é a regulação por
feedback positivo. A secreção hormonal também pode ser regulada pelo controle
neural, que age para evocá-la ou suprimi-la em respostas a estímulos internos ou
2
externos, que podem ser de origem sensorial e podem ser percebidas consciente
ou inconscientemente (CANALI; KRUEL, 2001).
Os hormônios, por sua vez, são classificados em hormônios locais e
hormônios gerais. Os hormônios locais são aqueles que agem em um lugar
específico, já os hormônios gerais são secretados por glândulas endócrinas
específicas que são localizadas em varias partes do corpo. Hormônios estes
secretados para o sangue afetando quase todas as células do corpo causando
ações fisiológicas. Um exemplo de hormônios gerais são os hormônios
tireoidianos.
O Hipotálamo é localizado no cérebro, mais precisamente, no centro das
estruturas anatômicas do sistema límbico (margens do cérebro), este, além de
controlar as funções vegetativas e endócrinas do corpo também produz
hormônios hipotalâmicos, o hormônio liberador do (TRH) tirotropina. Este liberado
na corrente sanguínea chega até a glândula hipófise que libera o hormônio
estimulador da tireóide o (TSH) tireoestimulante aumentando a secreção dos
hormônios tireoidianos (T3) triiodotironina e (T4) tiroxina. Então o hipotálamo é o
responsável pelo controle hormonal.
Para que seja mentida no organismo uma atividade metabólica normal,
deve ser secretada, com exatidão, uma quantidade adequada de hormônios da
tireóide, e para que isso ocorra, mecanismos específicos de feedback operam
por meio do hipotálamo e da glândula hipófise controlando a secreção da tireóide.
Quando a secreção do hormônio da tireóide se eleva para 1,75 vezes o normal, a
secreção de TSH cai praticamente a zero. Portanto, é provado que o aumento da
secreção do hormônio da tireóide inibe a secreção de TSH pela hipófise anterior,
3
principalmente por efeito direto da própria hipófise anterior, embora talvez,
secundariamente, por efeitos muito menos intensos que atuam por meio do
hipotálamo. Qualquer que seja o mecanismo de feedback, seu efeito, é o de
manter nos líquidos corporais circulantes uma concentração praticamente
constante de hormônios tireoidianos livres (GUYTON; HALL, 1996).
O TSH controla o grau de absorção de iodo pela tireóide e, com isso, a
secreção de seu hormônio tiroxina (T 4) e a triiodotironina (T 3) (CANALI; KRUEL,
2001). De uma maneira geral o TSH faz aumentar o metabolismo do individuo,
segundo Guyton; Hall, (1997) apud (CANALI; KRUEL, 2001). E é observado, por
exemplo, que em climas frios, a taxa de metabolismo basal estimulada por níveis
aumentados de TSH, aumenta 15 a 20% acima do normal (CANALI; KRUEL,
2001).
A tireóide é uma glândula localizada abaixo da laringe, de cada lado e
anteriormente à traquéia, as células da tireóide produzem uma proteína chamada
tireoglobulina sendo que cada molécula de tiroglobulina tem 70 aminoácidos
tirosina, que são os principais substratos que se combina com iodo para formar os
hormônios T3 e T4, e com a conversão grande parte do T3 provem do T4.
O que afirma Pardini (2001), somente 20% do T 3 circulante é derivado de
secreção tireoidiana, 80% é derivado da monodeiodinação do T 4.
O T4 perde 1 molécula de iodo e se converte em T 3, e que de acordo com
Messias, Carmona e Auler (1999) os hormônio T4 e T3 são formados dentro da
glândula tireóide, sendo o T 4 transformado em T3, o hormônio ativo, nos tecidos
periféricos.
4
A tiroxina ou T4 tem uma produção diária cerca de 80μg e com uma meia
vida de 7 a 9 dias (LOPES, 2002).
Estes hormônios têm a função de regular o desenvolvimento e o
metabolismo corporal atuando em todos os tecidos do corpo. Estes aumentam o
metabolismo basal da célula e com isso o consumo de oxigênio total da célula, o
metabolismo na célula ou atividade metabólica basal pode ser aumentado em até
100% quando secretada em grande quantidade. A função destes hormônios são
as mesmas, mas o que diferem é a velocidade e intensidade da ação, o hormônio
triiodotironina (T3) é cinco vezes mais ativo que o hormônio tiroxina (T 4) enquanto
o T4 é encontrado em maior quantidade no sangue circulante e o seu período de
ação é maior.
De acordo com, Canali, Kruel (2001) eles também aumentam a síntese
protéica e, com isso, a síntese de enzimas, aumenta o tamanho das mitocôndrias
na maioria da células, aumenta a atividade contrátil do coração, promove a
absorção rápida de glicose pelas células e, por fim incrementa a glicolise e a
gliconeogenese e a mobilização de lipídios. O hormônio tireoidiano tem papel
importante na maturação estimulando a ossificação, crescimento linear do osso e
a maturação dos centros ósseos epifisários. Alem disso o T 3, especificamente,
pode acelerar o crescimento facilitando a síntese e secreção de GH.
As desordens da tireóide são de 5 a 8 vezes mais comum nas mulheres do
que em homens, e das patologias causadas por essas desordens a mais comum
é o hipotireoidismo. Dos sintomas relacionados ao hipotireoidismo os mais
comuns são: fraqueza muscular, intolerância ao frio, pele seca, fria e grossa,
aumento de peso e depressão (LOPES, 2002).
5
Segundo Messias, Carmona e Auler (1999) a dosagem de TSH, quando
apresenta valores entre 0,3 a 5,0 μUI.ml-1, exclui doença tireóidea.
O Hipotireoidísmo é caracterizado por diminuição dos
níveis circulantes e teciduais dos hormônios
tireoidianos (tiroxina e triiodotironina); pode ser
classificado em primário secundário ou terciário se a
doença que o causa se localizar na tireóide, hipófise
ou hipotálamo, respectivamente (CASTRO et. al.,
2001 apud GONÇALVES, 2005)
O hipotireoidismo crônico é associado a alterações cardiovasculares, como
diminuição do débito cardíaco e aumento da resistência vascular sistêmica. O
hipotireoidismo agudo, denominado síndrome eutireóidea, ocorre em várias
situações clínicas, sendo as mais freqüentes a morte cerebral, a septicemia, a
insuficiência cardíaca congestiva e a circulação extracorpórea (CEC). Esta
condição caracteriza-se por diminuição da concentração sérica de T 3, sem
alterações da concentração sérica de tireotropina (TSH) (MESSIAS; CARMONA;
AULER, 1999).
O hipotireoidismo pode ser de origem primária (hipotireoidismo primário)
quando a disfunção é na própria glândula, mas segundo outros autores, já citados
acima, esta disfunção pode ter outras origens.
Segundo Milhoranza e Soares, 2009, pode ser causado por doença
epifisária
(hipotireoidismo
secundário)
ou
por
doença
hipotalâmica
(hipotireoidismo terciário).
Segundo Lopes, (2002) o exame que confirma, com precisão, um
hipotireoidismo primário é o exame de dosagem de TSH.
6
A função tireoidiana pode ser determinada diretamente pela medida dos
seus hormônios (T4 e T3) ou indiretamente através da ação desses hormônios na
secreção de TSH.
Sabe-se hoje que o exercício físico pode ser um fator protetor para uma
série de males, entre os quais se destacam obesidade, doenças cardiovasculares,
diabetes, osteoporose, depressão e maior morbi-mortalidade por qualquer causa
(DOMINGUES, 2004).
Embora pareçam existir poucas dúvidas quanto a melhora na qualidade de
vida e, sobretudo, na condição de saúde alcançada através de um programa de
condicionamento físico, esses benefícios dependem de uma prescrição de
exercício adequada, no que diz respeito a sua intensidade, duração, freqüência e
modalidade (RONDON et. al, 1998)
O exercício físico tem um dos seus objetivos bem definidos como atuar na
prevenção de várias doenças, não só cardiovasculares, como também em várias
outras. A hipertensão, por exemplo, pode ser controlada através da prática de
exercícios físicos desde que tenha orientação correta sobre volume, intensidade e
freqüência de treinos, para uma pratica saudável.
A prescrição de atividades físicas para portadores desta deficiência na
glândula da tireóide (hipotireoidismo) vem acontecendo freqüentemente devido ao
benefício que o exercício físico proporciona ao praticante, além da perda de peso,
ele acelera o metabolismo corporal.
O sedentarismo é visto atualmente como um problema mundial de saúde.
Entre as razões que levam à inatividade, um dos possíveis fatores é o
desconhecimento sobre como se exercitar, as finalidades de cada exercício,
7
limitações de alguns grupos populacionais e percepções distorcidas em relação
aos benefícios do movimento (BOSCO et al, 2004).
Se tratando do hipotireoidismo, alguns autores relatam que o exercício
físico age sobre o aumento na liberação de hormônios e ainda mencionam uma
correlação do hormônio T3 com a musculatura esquelética que é alvo da ação dos
hormônios tireoidianos.
Afirmam Canali e Kruel, (2001) que o exercício serve de estimulo para
secreção de determinados hormônios e de fator inibitório para outros. Não se
sabe o motivo das alterações nos ritmos de secreção hormonal em todas as
glândulas nem nos seus níveis plasmáticos. No entanto, é muito mais sensato
acreditar que de fato existam motivos para essas alterações embora ainda
desconhecidas pela ciência.
A duração do exercício físico determina a intensidade das respostas
neurais e hormonais durante sua execução (FORJAZ, 1998).
O efeito do exercício sobre sua liberação é de aumentá-la. Sabemos que
no frio estimula o aumento do metabolismo corporal através da secreção de TSH,
os níveis desse hormônio sobem também com exercício, talvez como meio de o
corpo
aumentar
seu
metabolismo,
adaptação
necessária
para
maiores
necessidades quando o corpo está em atividade. (McARDLE; KATCH; KATCH,
1988 apud CANALI; KRUEL, 2001).
Existem evidências de que a produção e utilização de Triiodotironina (T 3)
apresenta forte correlação com a quantidade de massa muscular em atletas
(PARDINI, 2001).
8
O músculo esquelético é um dos principais alvos de ação dos hormônios
tireoidianos. Essa ação dos hormônios tireoidianos sobre a musculatura
esquelética afeta, principalmente, as fibras musculares do tipo I, que promovem
contração lenta e são predominantes na musculatura postural muito recrutada
durante esforços prolongados. Estudos relacionaram o hipotireoidismo à
disfunção muscular (GOLÇALVES et. al, 2006).
O problema parece residir na diminuição da
atividade enzimática relacionada ao metabolismo
aeróbico e anaeróbico da glicose. Também ocorre
redução na atividade mitocondrial com disfunção em
todo
o
metabolismo
energético
muscular
(GOLÇALVES et. al, 2006).
Mulheres em treinamento de endurance têm diminuição da função
tireoidiana, indicado por níveis diminuídos de T 3 e hiper-resposta do TSH ao
estímulo com hormônio tireotrófico estimulante (TRH) (PADINI, 2001).
Esse fato interfere diretamente na capacidade do paciente de realizar
tarefas da vida diária, tendo impacto na qualidade de vida (GOLÇALVES et. al,
2006).
Este estudo teve como objetivo analisar se os sintomas causados pelo
hipotireoidismo podem ser minimizados através da prática de exercícios físicos
juntamente com tratamento medicamentoso.
MATERIAIS E MÈTODOS
9
O presente estudo foi realizado com 20 mulheres na faixa etária de 29 a 74
anos que foram diagnosticadas com disfunção na glândula tireóide apresentando
o distúrbio do hipotireoidismo. Estas mulheres foram classificadas em dois
grupos: grupo I com 10 mulheres, classificadas como praticantes de exercícios
físicos aeróbios e anaeróbios à pelo menos 3 meses, com freqüência de no
mínimo 3 vezes na semana e que freqüentam as academias Corpo e Ação e
Academia Ativa situadas na cidade de Mirandópolis, e academia Estilo Livre
situada na cidade de Andradina, e destas 9 fazem tratamento para controlar o
distúrbio do hipotireoidismo há pelo menos um ano e, das 10 mulheres, uma não
faz tratamento para controlar a deficiência de hormônios e esta é praticante de
exercícios físicos há 3 meses, e
grupo II com 10 mulheres classificadas como
não praticantes de exercícios físicos e, portanto classificando-se o grupo II como
sedentário, estas foram escolhidas aleatoriamente, e destas 9 fazem tratamento
para controlar o hipotireoidismo há pelo menos 6 meses e, das 10 mulheres, uma
não faz tratamento, pois foi diagnosticado a deficiência hormonal a menos de três
meses e está em fase de encaminhamento.
Para esta pesquisa de campo foram desenvolvidos e aplicados dois tipos
de questionários específicos para o grupo de amostra, sendo um questionário
contendo 11 questões (10 de múltipla escolha e 1 dissertativa) relacionadas ao
comportamentos direcionados à praticantes de exercícios físicos e, um outro
questionário contendo 8 questões (7 de
múltipla escolha e 1 dissertativa)
relacionadas a comportamentos direcionados à não praticantes de exercícios
físicos ou sedentários. E para melhor análise dos resultados, outro questionário
sobre qualidade de vida (Questionário Saúde da Mulher - QSM – Myra Hunter),
10
citado por Dias (2002) foi adaptado e aplicado nos dois grupos de amostra
contendo 21 questões todas de múltipla escolha.
Os questionários foram entregues a estas mulheres para que elas
respondessem sozinhas, já que estes são de fácil entendimento, para que não
houvesse influência de outros, pois a escrita é de maneira simples de acordo com
a população que é leiga no assunto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram agrupados em tabelas para melhor analise e
entendimento. Os sintomas foram divididos em duas tabelas:
Tabela 1- sintomas causados pelo hipotireoidismo e que contribuem para uma
qualidade de vida não favorável á saúde, Tabela 2- sintomas de bem-estar que
contribuem para uma qualidade de vida favorável á saúde.
A Tabela 3 mostra de forma geral o número de sintomas, favoráveis e não
favoráveis a saúde, que as mulheres avaliadas convivem.
Tabela 1- mostra números e porcentagens de sintomas não favoráveis à
saúde apresentados pelas mulheres avaliadas.
Grupo I
SINTOMAS
N° de
mulheres
Grupo II
%
N° de
mulheres
%
Dorme mal
4
40
6
60
Se sente triste e infeliz
5
50
3
30
Dores de cabeça
4
40
6
60
Cansaço
4
40
7
70
11
Tonturas
1
10
5
50
Fraqueza ou falta de força
2
20
5
50
Fogachos (ondas de calor)
2
20
2
20
Friorenta (com frio)
3
30
4
40
Mal – estar constante
1
10
3
30
pelas 1
10
2
20
4
40
5
50
empachamento 3
30
6
60
5
50
8
80
Formigamentos nas mãos e pés 6
freqüentemente
60
4
40
Dificuldade para se concentrar
4
40
5
50
Urinar /beber água mais freqüente
3
30
4
40
Memória ruim
2
20
4
40
Perdeu
o
interesse
atividades sexuais?
Suores noturnos
Sensação
estomacal
de
Sonolência
Tabela 2- mostra números e porcentagens de sintomas favoráveis à saúde que
foram apresentados pelas mulheres avaliadas.
Grupo I
SINTOMAS
Bom apetite
Nº de
mulheres
Grupo II
%
N° de
mulheres
%
8
80
9
90
Se sente cheia de vida (com 5
energia)
50
4
40
Sensações de bem estar
8
80
6
60
Satisfeita com sua vida sexual
8
80
5
50
12
Tabela 3- Número de sintomas apresentados pelas mulheres.
SINTOMAS
Grupo I
Grupo II
N° de
sintomas
N° de
sintomas
Não favoráveis a saúde
54
79
Favoráveis a saúde
29
21
De acordo com Lopes (2002), são diversos os efeitos da deficiência de T 3 e
T4 no organismo. Em relação ao estado comportamental os sintomas são:
Lentidão, quietude, sonolência e sensibilidade ao frio; referente ao estado do
sistema musculoesquelético os sintomas são: Hipotonia e fraqueza muscular;
referente ao estado do sistema cardiovascular os sintomas são: Bradicardia,
diminuição da velocidade circulatória e pulso lento; referente ao organismo e
sistema gastro-intestinal os sintomas são: metabolismo basal baixo, mixedema,
hipofagia, constipação, hipercolesterolêmica.
A tabela1 mostra que o número de mulheres do grupo II que convivem com
os sintomas relacionados à cima, é maior que o número de mulheres do grupo I, e
que em apenas 2 dos 17 sintomas relacionados, o número de mulheres do grupo I
passa a ser maior, mas que mesmo assim representam somente 20% das
mulheres nos dois sintomas relacionados. Já nos outros 15 sintomas o percentual
de mulheres do grupo II que convivem com eles é maior e em alguns destes
chega a 80% das mulheres. A tabela 2 mostra que o número de sintomas
favoráveis à saúde apresentados pelas mulheres do grupo I é maior que o
número de sintomas das mulheres do grupo II.
13
Sendo assim pode-se verificar na amostra deste estudo que o número de
sintomas não favoráveis a saúde que as mulheres do grupo II, classificadas como
sedentária convivem é maior que o número de sintomas que as mulheres do
grupo I classificadas como ativas ou praticantes de exercícios físicos convivem e
o número de sintomas favoráveis a saúde das mulheres do grupo II é menor que
o número de sintomas apresentados pelas mulheres do grupo I.
Em geral, somando o número de sintomas apresentados pelas mulheres,
como mostra a tabela 3, nota-se que os sintomas, causados pelo hipotireoidismo
e suas conseqüências, são de maiores evidências nas mulheres do grupo II
(sedentárias) e o número de sintomas favoráveis a saúde são de maiores
evidências nas mulheres do grupo I (ativas). De fato a qualidade de vida das
mulheres não praticantes de exercícios físicos pode se tornar inferior a das
mulheres que inclui o exercício físico em seu cotidiano. De acordo com o autor
citado à cima, RONDON et. al, (1998). embora pareçam existir poucas dúvidas
quanto a melhora na qualidade de vida e, sobretudo, na condição de saúde
alcançada através de um programa de condicionamento físico, esses benefícios
dependem de uma prescrição de exercício adequada, no que diz respeito a sua
intensidade, duração, freqüência e modalidade.
Outras evidências pode-se analisar nesta pesquisa, das 20 mulheres
avaliadas, entre elas, praticantes e não praticantes de exercícios físicos, 12 delas
não sabem o benefício que o exercício proporciona no tratamento da deficiência
dos hormônios tireoidianos e 8 dizem conhecer o benefício que a prática de
exercícios trás ao tratamento da deficiência.
Entre as mulheres avaliadas classificadas como grupo I, no caso 10
mulheres, 4 delas sabem qual o benefício que o exercício físico proporciona
14
auxiliando o tratamento do hipotireoidismo, mas apenas 2 destas fazem a pratica
do exercício físico com o objetivo de tratar da disfunção hipotireoidiana e as
demais praticantes de exercícios físico, no caso 6 mulheres, os praticam por
outros motivos e não com a finalidade e com o conhecimento de que o exercício
poderá influenciar na melhora do distúrbio.
Das mulheres avaliadas classificadas como grupo II, no caso 10 mulheres,
apenas 4 delas sabem qual o benefício que o exercício físico proporciona no
auxilio ao tratamento do hipotireoidismo, mas mesmo tendo em consciência a
importância da prática para uma melhor qualidade de vida, o exercício físico não
faz parte da rotina destas mulheres.
Entre os fatores que ás levam a prática de exercícios, segundo Mello et. al.
(2005), afirma que o exercício físico provoca alterações fisiológicas, bioquímicas e
psicológicas,
portanto,
pode
ser
considerado
uma
intervenção
não-
medicamentosa para o tratamento de distúrbios relacionados aos aspectos
psicobiológicos.
Desta forma, a explicação para a inatividade, assim como diz o autor citado acima
BOSCO et. al. (2004), percepções distorcidas em relação aos benefícios do
movimento é um dos fatores que ás levam a não praticar exercício físico.
CONCLUSÃO
Quando se busca uma comparação entre praticantes e não praticantes de
exercícios físicos, é inegável que pessoas ativas têm melhor qualidade de vida,
sendo assim, neste estudo em que se buscou relacionar o exercício com a
patologia hipotireoidismo e seus sintomas a conclusão não foi diferente.
15
A conscientização e uma prática de exercícios bem orientada são de
estrema importância para que as pessoas pratiquem exercícios sabendo o que e
para que estão fazendo, conhecendo os benefícios da prática e até utilizando-os
como incentivo e motivação para começar a praticar exercícios físicos.
Portanto, pode-se concluir neste estudo que o exercício físico é uma
estratégia não medicamentosa que ajuda a melhorar e/ou diminuir os sintomas
causados pelo hipotireoidismo e elevar fatores que descrevem sintomas
favoráveis a saúde proporcionando as mulheres praticantes de exercícios físicos
uma melhora na qualidade de vida.
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