FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. Diretoria de Engenharia - DE Superintendência de Planejamento - SL.E Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.E Divisão de Estudos Econômicos e de Mercado - DEEM.E Dezembro de 2007 INFORMATIVO GERENCIAL DE MERCADO E ECONOMIA Sylvio - SL.E Informativo Gerencial de Mercado e Economia Informativo Gerencial de Mercado e Economia MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA O consumo de energia elétrica brasileiro, no mês de setembro, atingiu 31.713 GWh, com um crescimento de 5,6% com relação ao mesmo mês do ano passado, segundo os últimos dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética EPE. Nos últimos doze meses, o consumo de energia atingiu o patamar de 371.293 GWh, com uma alta de 4,8% em relação à igual período do ano anterior. Em termos absolutos, o incremento de 17.200 GWh verificado no consumo de energia elétrica nos últimos doze meses findos em setembro equivale à geração de uma usina hidrelétrica de 3.800 MW, capaz de abastecer o consumo do município do Rio de Janeiro. No acumulado de janeiro a setembro, o consumo total do país foi de 279.781 GWh, marca superior em 5,2% ao do mesmo período de 2006. Vale destacar o montante de energia consumido pelo setor comercial e pela região Centro-Oeste, que registraram crescimentos acima da média do consumo nacional, de 6,6% e 6,8%, respectivamente. Em setembro de 2007, na comparação com igual mês de 2006, o maior crescimento do consumo foi registrado pela classe comercial, de 6,4%, com o montante de 4.787 GWh. Exceto a região Nordeste, com expansão de apenas 2,9%, todas as demais regiões do país apresentaram taxas elevadas de crescimento do mercado comercial, com destaque para a região Sul e Sudeste com aumentos de 10,4% e 6,5%, respectivamente. Embora a expansão da região Sul tenha sido significativa, cabe destacar que o volume do consumo comercial da região Sudeste representa, isoladamente, 57% do montante total consumido por todo o setor brasileiro. No acumulado do ano, o consumo comercial de energia elétrica totalizou 43.647 GWh, com um incremento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2006. Já nos últimos 12 meses, o mercado comercial cresceu 6,2%, tendo registrado um consumo de 57.477 GWh. O setor residencial totalizou um consumo de cerca de 67.725 GWh com uma alta de 6,2%, no acumulado do ano até setembro. No indicador mensal, o acréscimo atingiu 5,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nos últimos doze meses findos em setembro, foram incorporados à rede de consumo de energia elétrica cerca de 1,7 milhão de novos consumidores, beneficiados sobretudo pelo Programa Luz para Todos. No acumulado dos últimos 12 meses, a classe residencial somou 89.713 GWh, com um crescimento de 5,8%. Os desempenhos das categorias comercial e residencial foram conseqüência da aceleração econômica que vem se verificando no país com aumento da renda, queda nos juros e maior oferta e alongamento de crédito, além da ocorrência de temperaturas acima dos valores médios. Taxa de Crescimento Acumulada de Janeiro a Setembro (%) Tota l Re side ncia l Industria l Com e rcia l Outros 10% 8% 6% 4% 2% 0% Bra sil Norte Norde ste Sude ste Ce ntro-Oe ste Sul FONTE: EPE O segmento industrial, com uma participação de 46,5% na demanda nacional, registrou um consumo de 14.760 GWh e uma expansão de 5,8% no mês de setembro de 2007. Já no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o consumo de energia elétrica da indústria brasileira totalizou 128.512 GWh com uma alta de 4,8% e nos últimos 12 meses findos em setembro de 2007 foi de 170.600 GWh, com um incremento de 4,4%, nas comparações com os mesmos períodos de 2006. O consumo de eletricidade do setor industrial doméstico está fortemente concentrado na região Sudeste que corresponde a 56,5% do mercado nacional. Embora esta região tenha registrado um crescimento menor, de 4,8%, é oportuno destacar a evolução do consumo no estado de São Paulo, onde se concentra grande parte do parque industrial brasileiro, que registrou expansão de 5,4% no período de janeiro a setembro. 2 Informativo Gerencial de Mercado e Economia Dezembro/2007 Participação das Classes no Consumo de Setembro (%) O u tr o s 14 ,6 % R e si d e n c i a l 23,8% C o m e rc ia l 1 5 ,1% I n d u str i a l 46 ,5 % FONTE: EPE Os números do consumo de energia elétrica no mês de setembro ratificam a tendência de recuperação do crescimento do consumo observada ao longo deste ano. Este comportamento já era esperado e reflete os diversos sinais positivos que vêm sendo dados pela economia brasileira, especialmente a partir do segundo semestre de 2006. Com impacto direto ou indireto no consumo de energia elétrica, podem ser destacados o incremento do investimento estrangeiro direto, o restabelecimento das atividades agroindustriais e o aumento das exportações de commodities. Do mesmo modo, o aumento da massa salarial, a queda dos juros e a maior oferta de crédito estimularam o consumo em geral, em especial a aquisição e o uso de equipamentos consumidores de eletricidade, aquecendo a demanda doméstica e, por conseqüência, a produção industrial. A expectativa é que essa tendência de crescimento se mantenha até o final do ano, com base no comportamento da carga do Sistema Interligado Nacional e da produção industrial. Segundo o ONS, a carga cresceu cerca de 4,8% até outubro. Já o IBGE divulgou que a produção industrial registrou expansão de 8,8% até agosto. Neste contexto, a previsão da EPE para o crescimento do consumo doméstico de energia elétrica em 2007 é de 5,3%. Consumo Final de Energia Elétrica em GWh - Crescimento mensal FONTE: EPE CENSO 2007 POPULAÇÃO EM 1º ABRIL DE 2007 Segundo o Censo de 2007, divulgado em novembro deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o Brasil tem 183,9 milhões de habitantes. Nos últimos sete anos, o Brasil ganhou mais de 14 milhões de habitantes, o que corresponde ao total do estado da Bahia. Nesta última contagem, foram visitados 30 milhões de domicílios em todo o país, em 5.435 municípios com até 170 mil habitantes (universo baseado na estimativa de 2005). Estes números servirão para o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). De acordo com o resultado, 444 municípios perderam participação no FPM em 2007, enquanto 403 terão um FPM maior e 4.588 mantiveram o patamar observado em 2006. 3 Informativo Gerencial de Mercado e Economia Dezembro/2007 A limitação de recursos orçamentários para o Censo 2007 implicou na necessidade de se fazer um corte na abrangência da Contagem da População. Foi feito o estudo apenas na faixa onde os efetivos da população causam impacto direto nos valores repassados pelo FPM, sendo que nas unidades da federação em que apenas um ou dois municípios estariam fora desta classificação, estes municípios também foram incluídos. Com isto, 14 estados foram integralmente recenseados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. O universo pesquisado pela contagem representou 60% da população estimada do país, sendo que apenas 129 municípios não foram abrangidos pela contagem. No ranking das regiões mais populosas, não houve alteração em relação ao censo de 2000. O Sudeste segue na liderança, com 77,8 milhões de habitantes, seguido de Nordeste (58,5 milhões), Sul (26,7 milhões), Norte (14,5 milhões) e CentroOeste (13,2 milhões). Os estados mais populosos continuam sendo São Paulo, com 39,8 milhões de habitantes, Minas Gerais (19,2 milhões), Rio de Janeiro (15,4 milhões), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,5 milhões). Os menos populosos são Roraima (395,7 mil habitantes), Amapá (587,3 mil) e Acre (665,3 mil). Desde o Censo 2000, o número de municípios com mais de um milhão de habitantes aumentou de 13 para 14, com a inclusão de Campinas, terceiro município paulista a figurar nesta lista: São Paulo (10,8 milhões); Rio de Janeiro (6,1 milhões); Salvador (2,8 milhões); Brasília (2,5 milhões); Fortaleza (2,4 milhões); Belo Horizonte (2,4 milhões), Curitiba (1,7 milhão); Manaus (1,6 milhão); Recife (1,5 milhão); Porto Alegre (1,4 milhão); Belém (1,4 milhão); Goiânia (1,2 milhão); Guarulhos (1,2 milhão); e Campinas (1,0 milhão). PRODUTO INTERNO BRUTO REGIONAL 2005 As Contas Regionais de 2005, divulgadas pelo IBGE em parceria com os governos estaduais e a SUFRAMA, refletiram em nível regional as grandes mudanças nas Contas Nacionais editadas em março e novembro de 2007. Foram divulgados os dados regionais da nova série, tendo como referência inicial o ano de 2002. Os resultados da nova série mostram que, em 2002, em relação à série anterior (1985 como ano de referência), o Centro-Oeste (de 7,4% para 8,8%) e o Sudeste (de 56,3% para 56,7%) elevaram sua participação no PIB brasileiro. Nas demais regiões, houve quedas, como mostra a tabela abaixo. Participação das regiões no PIB brasileiro - Referência 2002 e 1985 - em % Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Referência 2002 2002 2003 4,7 4,8 13,0 12,8 56,7 55,8 16,9 17,7 8,8 9,0 100,0 100,0 2004 4,9 12,7 55,8 17,4 9,1 100,0 2005 5,0 13,1 56,5 16,6 8,9 100,0 Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Referência 1985 2002 2003 5,0 5,0 13,5 13,8 56,3 55,2 17,7 18,6 7,4 7,5 100,0 100,0 2004 5,3 14,1 54,9 18,2 7,5 100,0 O ano de 2005 só foi calculado pela nova série (referência 2002). FONTE: IBGE Em 2005, o Amazonas foi o estado de maior variação do volume do PIB em relação a 2004 (10,2%), enquanto Paraná (0,1%) e Rio Grande do Sul (-2,8%) tiveram quedas. As regiões Sudeste, Norte e Nordeste elevaram sua participação na economia do país, que continua bastante concentrada: sete estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina) representam mais de 75% do PIB do Brasil. O maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 34.510) que, em 2005, na série anterior, representava duas vezes a média brasileira e passou para 2,9 vezes na nova série. O segundo maior passou a ser de São Paulo (R$ 17.977), ultrapassando o Rio de Janeiro, agora em 3º (R$ 16.052). Os demais estados com PIB per capita acima da média do Brasil são: Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná. O PIB per capita do Amazonas, na nova série, ficou abaixo da média nacional. Boletim Gerencial do Mercado de Energia Elétrica e da Economia na Área de Atuação de FURNAS Publicação do Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.E da Superintendência de Planejamento - SL.E e-mail: [email protected] FURNAS Tel.: 2528-5030 e 2528-4516 Sylvio Ribeiro Arte Gráfica - SL.E 4