SÍNDROME METABÓLICA Por Erodiade Benetti – nutricionista especialista em nutrição clínica. A síndrome metabólica (SM) é caracterizada por alterações no metabolismo glicídico (intolerância à glicose, tolerância normal à glicose com resistência à insulina ou diabetis), obesidade (principalmente a obesidade central ou periférica que deixa o corpo em formato de maçã e está associada à presença de gordura visceral), hipertensão e dislipidemias (níveis elevados de triglicérides - > 150 mg/dl, HDL colesterol baixo - < 35 mg/dl). Considerada uma doença da civilização moderna, apresenta altos índices de morbidade e mortalidade. Quando utilizadas as estratégias de tratamento adequadas tornase totalmente evitável e curável, afinal, é resultado de hábitos alimentares inadequados e do sedentarismo. A resistência à insulina pode ser definida como um estado de sensibilidade diminuída à insulina nos tecidos alvos, sobretudo no tecido muscular, adiposo e no fígado. Essa resistência, a disfunção endotelial e o estímulo crônico do sistema imune são fatores importantes como causadores e/ou iniciadores da SM. Sendo que o estado crônico de resistência à insulina determinará a hiperinsulinemia. Isso pode caracterizar um processo inflamatório crônico que, por sua vez, induz a resistência à insulina. É uma síndrome característica do sexo masculino na idade adulta ou meia-idade e aumenta a prevalência com o envelhecimento. Embora mulheres também possam ser alvos da doença, principalmente, mulheres que apresentam ovários policísticos, mesmo estando dentro da faixa de normalidade de peso. O estresse, a má utilização dos nutrientes pelo organismo, provocada pela síndrome de má-absorção, podem determinar os distúrbios de liberação de insulina. A baixa ingestão de alguns micronutrientes como vitamina C, magnésio, vitamina B6 e ácido fólico, os longos períodos em jejum, a utilização de carboidratos simples, refinados, as alergias alimentares tardias, alteração na permeabilidade da mucosa intestinal, podem promover a resistência à insulina, uma vez que a serotonina é responsável pela saciedade, ansiedade, compulsão pelos doces. A prática regular de atividade física, o controle de peso, evitar fumo e consumo de bebidas alcoólicas, a adoção de hábitos alimentares saudáveis, seguramente agem como fatores que diminuirão o risco à doença. As fibras solúveis (presentes nos vegetais de uma maneira geral), ajudam a controlar a glicemia, colesterol e triglicérides. O ômega 3 por possuir ação antiinflamatória reduz a resistência à insulina regulando a introdução de glicose na célula. Alguns minerais como vanádio, manganês, magnésio, favorecem a ação e secreção da insulina. O zinco, considerado o modulador do sistema imunológico, participa de enzimas digestiva sendo necessário para a produção de ácido clorídrico, portanto, corrige e evita a síndrome de má absorção. Vitaminas como biotina (melhora sensibilidade da insulina), nicotinamida (melhora a secreção de insulina), vitamina C (é uma vitamina antioxidante e a insulina é facilitadora do transporte dessa vitamina para dentro da célula). São apenas alguns exemplos de como é importante, ou melhor, é determinante, uma boa alimentação na prevenção e controle da Síndrome Metabólica.