CHAVEAMENTO DE BANCOS DE CAPACITORES SUBMETIDOS A REDES ELÉTRICAS COM ALIMENTAÇÃO NÃO SENOIDAL Luis Carlos de Miranda Júnior – [email protected] IFG/Itumbiara Rui Vagner Rodrigues da Silva – [email protected] IFG/Itumbiara Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica/PIBIC, Edital 005/2013-PROPPG Resumo: Devido a grande utilidade e o interesse em compensação de reativos em sistemas elétricos, o uso de bancos de capacitores de um ou mais estágios tem sido sempre a opção mais utilizada. A análise, modelagem e simulação de fenômenos associados a presença de bancos de capacitores monofásicos e trifásicos em sistemas elétricos, constituem motivo de pesquisas e publicações desde o início do século. Este trabalho irá descrever os efeitos transitórios através de modelagens matemáticas e simulações computacionais, envolvendo diversas configurações de circuitos de energização e desenergização de bancos de capacitores monofásicos e trifásicos levando em consideração a alimentação não senoidal da rede de alimentação. Os estudos de cargas não lineares são muito importantes, já que é cada vez mais comum em instalações industriais e residenciais a utilização de equipamentos que distorcem as formas de onda da corrente e tensão, como por exemplo, conversores estáticos, inversores, fontes chaveadas, entre outros. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi analisar 1 o comportamento dos bancos de capacitores monofásicos e trifásicos através de simulações computacionais, utilizando a ferramenta MatLab®, durante manobras de chaveamento, que são abertura e fechamento, quando a rede de alimentação é senoidal e não senoidal com presença de distorções harmônicas. Palavras-Chave: Bancos de capacitores, Qualidade de energia, Modelagem de bancos de capacitores. 1. Simulações Computacionais Na simulação monofásica os resultados obtidos mostram que no fechamento do banco de capacitores a tensão transitória com alimentação não senoidal (tensão de alimentação com THD de 10%) chega a ser 30% maior que na alimentação senoidal e as correntes na carga apresentam transitórios praticamente semelhantes. Na abertura do banco de capacitores a tensão na carga é em torno de 25% maior para alimentação não senoidal que para senoidal e a corrente transitória de carga é praticamente igual para os dois casos. Conclui-se, portanto, que quando os capacitores são alimentados com tensão não senoidal em circuitos monofásicos, os transitórios de tensão nas cargas podem chegar a níveis de 25 à 30% maior. As distorções harmônicas dos transitórios com alimentação monofásica, tanto de corrente quanto de tensão, tanto de abertura quanto de fechamento dos bancos, ficaram em torno de 40% maiores quando a tensão de alimentação da fonte estava com 10% de THD. A título de exemplo, na simulação trifásica, as formas de onda de tensão e corrente na carga após a abertura do banco de capacitores, para alimentação não senoidal, podem ser visualizadas nas figuras 1 e 2. 2 Figura 1 – Tensão na carga com alimentação Figura 2 – Corrente na carga com não senoidal. alimentação não senoidal. Os resultados mostraram que no fechamento do banco de capacitores no circuito trifásico a tensão transitória com alimentação não senoidal ficou ligeiramente menor, em torno de 7%, que na alimentação senoidal e as correntes na carga para alimentação não senoidal apresentaram um valor 20% maior. Na abertura do banco de capacitores no circuito trifásico, a tensão transitória com alimentação não senoidal, apresentou um valor 14% maior e, as correntes transitórias senoidais e não senoidais são praticamente as mesmas. As distorções harmônicas de tensão dos transitórios com alimentação trifásica, no fechamento do banco de capacitores, apresentaram um aumento em torno de 5% quando alimentado em tensão não senoidal e as correntes transitórias apresentaram um aumento de 16% nas distorções harmônicas. As distorções harmônicas de tensão dos transitórios com alimentação trifásica, na abertura do banco de capacitores, apresentaram uma redução em torno de 4% quando alimentado em tensão não senoidal e as correntes transitórias apresentaram um aumento de 10% nas distorções harmônicas. 3 2. Conclusões Os resultados mostraram que na realização de projetos preliminares de banco de capacitores tanto para suprimento de reativos como controle de tensão é necessário ficar atento quanto aos níveis de tensões e correntes transitórias que aparecem nos terminais das cargas. Pode-se utilizar as simulações implementadas, para futuramente simular outros casos de falta de qualidade de energia, como: desequilíbrios, afundamentos e elevações momentâneas de tensão. 3. Referências Bibliográficas [1] Fragoas, A.G.; “Estudo do caso do uso de bancos de capacitores em uma rede de distribuição primária – indicativos da sua viabilidade econômica”, Trabalho de Conclusão de Curso, São Carlos – SP, 2008. [2] Angueth de Araujo, A. E.; Rocha, A. C. O.; Silva Duarte, L. H.; Santos Novais, M.; “Manobra de Bancos de Capacitores – Resultados Práticos da Aplicação de Técnicas de Mitigação de Transitórios”, Artigo Científco do V SBQEE (Seminário Brasileiro sobre Qualidade da Energia Elétrica), UFMG – CEMIG – Belo Horizonte, 2003. [3] Fernandez, P. C.; “Estudo de Energização de bancos de capacitores de grande porte realizado no simulador digital em tempo real (RTDS TM) de Furnas utilizando disjuntores com sincronizador”, XIV SNPTE (Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica), GSI (Grupo de Estudo de Sobretensões, Coordenação de Isolamento e Interferências) – Furnas Centrais Elétricas S. A., Belém – PA, 1997. 4