EGIPTOMANIA NA AMAZÔNIA: ARQUITETURA E IMAGENS EGÍPICIAS NAS PAISAGENS DE BELÉM. Alex Paulo Oliveira1 Raimundo Diniz* Resumo As manifestações da Egiptomania são bem visíveis na cidade de Belém do Pará, praças com obeliscos, cemitérios com arquitetura egípcia, o marketing exaltando nomenclaturas do oriente antigo e Hotel com elementos bastante significativo para o estudo dessa manifestação. A abordagem historiográfica de autores consagrados na área da recreação de elementos egípcios, como Jean Marcel Humbert, que na sua obra destrincha vários conceitos para a pratica da Egiptomania e Margareth Marchiori Bakos, que em seu livro- Egiptomania o Egito no Brasil faz todo um aparato dessa pratica que vem alimentando imaginação com referente à terra dos Faraós. Durante as analises no Hotel Faraó em Belém, averiguei o máximo de informações a respeito da pratica neoegípcia. A metodologia aplicada recorreu ao uso de fotos, entrevistas e investigação bibliográfica específica. Palavras chaves: Egito antigo. Egiptomania.Neoegipcio. Amazonia. Belém. Abstract: The manifestations of Egyptomania are clearly visible in the city of Belém, with obelisks plazas, cemeteries with Egyptian architecture, marketing classifications extolling the ancient oriental elements and Hotel with quite significant for the study of this manifestation. The historiographical approach of renowned authors in the area of recreation Egyptian elements, such as Jean Marcel Humbert, in his work that unpacks several concepts to the practice of Egyptomania Marchiori and Margaret Bakos, who in his book-Egyptomania Egypt in Brazil makes a whole apparatus this practice has been nurturing imagination with respect to the land of the Pharaohs. During the analysis the Pharaoh Hotel in Bethlehem, ascertained as much information about the practice neoegípcia. The methodology resorted to using photos, interviews and research literature specific. Keywords: ancient Egypt. Egyptomania. Neoegipcio. Amazon.Belém. 1. INTRODUÇÃO A Egiptomania é apresentada como um elemento de recriação e divulgação envolvendo o Antigo Egito, porém em novos lugares e em novos ambiente com um 1 Graduando em Historia pela Faculdade Integrada Brasil Amazônia. E-mail: [email protected] * Artigo orientado pelo Prof. Raimundo Diniz- Graduado em Historia, Especialização em Gestão Ambiental e mestrado em Planejamento do desenvolvimento do Trópico Úmido. E-mail: [email protected] 2 caráter envolvente salientando a imaginação de quem as estuda. A prática desse fenômeno egípcio tem um olhar popular junto à academia, que unidas manifestam um gosto fascinante pela magia e pela cultura dos antigos egípcios, em que proporciona ate hoje aos pesquisadores e ao publico fiel um gosto pela terra do Nilo. Pode-se explicar a presença dos elementos egípcios na cultura ocidental com destaque em dois pontos importantes: Consiste de imediato no fascínio pelos valores culturais dando lugar ao respeito à magia, em que proporciona o pensamento racional, e logo em seguida o culto a imortalidade, em lugar do temor a morte. Assim nos direciona Bakos (2004) ao destrinchar o porquê da pratica da Egiptomania. Ao relatar esse fascino do Ocidente pelo Oriente Antigo, Said (1990) preconiza em seu Livro – O Orientalismo, O Termo “Oriente” não e apenas uma nomenclatura geográfica como tantas outras, mas permeia-se em uma invenção cultural e política do “Ocidente” que reúne as várias civilizações a leste da Europa sob o mesmo signo do exotismo e da inferioridade. Durante a colonização Africana que ocorria durante os séculos XVIII, XIX ate mesmo o XX, A África colonizada abriu um “leque” de alegoria que penetravam nas mentes europeias. O Oriente foi sim de certa forma uma invenção do Ocidente. E quando se trata do Egito, a situação não é diferente. Afinal todos os países se exceção, tem procurado adaptar a arte egípcia a seu modo. O interesse pelo Egito antigo vem sendo manifestado desde a antiguidade ate os dias contemporâneos. Esse interesse é exposto através do fenômeno da Egiptomania2, que por sinal vem sendo praticada em boa parte do mundo, incluindo o Brasil. O grande desenvolvimento da recriação do Egito Antigo, que progrediu paralelamente ás descobertas arqueológicas, nas artes decorativas. Augusto Cesar, o primeiro Imperador Romano, foi quem iniciou a pratica da Egiptomania em Roma. Mandou retirar de Karnak no ano 10, um Obelisco 3 que destinava ao Faraó Tutmosis III a fim de representar aos seus súditos o seu poder divino. Mesmo durante a Idade Media essa “mania” pelo Egito antigo continuou de 2 E um conceito variado, o mais comum e que a Egiptomania seja a pratica da valorização de elemento do oriente antigo - Egito, em novos ambiente e com novos sentidos. (BAKOS, 2004) 3 O formato de um Obelisco e bastante simples, é uma torre alta é solida de quatro lados, com uma ponta piramidal, entalhado em uma só peça inteira (Monólito), e decorado em relevo. Um Tekhen, (nome dado aos egípcios) pode não parecer um grande feito da engenharia, mas se pensarmos bem é uma das construções mais artísticas e impressionantes de todos os tempos. (SARAIVA, 2010) 3 forma significativa, pois nessa época pirâmides, esfinges e leões egípcios eram copiados da antiga arte romana. (Santos 2010). A prática da Transculturação 4 egípcia veio muito anteriormente que a Egiptologia5, que por sua vez nasce com a expedição de Napoleão Bonaparte nas terras do Nilo. O gosto pelo Oriente Antigo levou o jovem Imperador a investigar o máximo sobre o país que ele achava que iria governa. Grupos de acadêmicos intrigados com a imortalidade da arquitetura egípcia, como os templos, pirâmides e obeliscos, o que levou primeiro estudo da cidade moderna do Cairo. A Egiptomania moderna começa a entra a todo vapor, não apenas com a expedição de Napoleão Bonaparte, mas sim pela Publicação de Description de I’ Eggypte organizado pelo governo Francês em 1809. A obra completa destrincha um marco de estudos acadêmicos bem definidos, que provavelmente nunca havia sido feita antes. Feita a manuscrito, o trabalho circulou pela Europa moderna, levando a “mania” pelo Antigo Egito. Logo os europeus souberam que o mundo é bem mais antigo que se pensasse. O Egito Fabuloso havia emergido das areia do deserto graças ao fenômeno que durante séculos vem salientando alegoricamente as mentes humanas- A Egiptomania. No Brasil A pratica do Neo-egípcio6 se iniciou com a vinda da Família real ao Brasil. D. Pedro I financiou um museu no Rio de Janeiro com peças de origem egípcias. Essas relíquias chegaram ao País no século XIX pelo aventureiro italiano: Nicolau Fiengo. Jose Bonifácio foi quem preconizou ao jovem imperador que adquirisse as peças, (Bakos2004). Os estudos relacionando a Egiptomania no Brasil surgiram em 1995, pela Professora Doutora Margareth MarchioriBakos, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Suas pesquisas brotaram de trabalhos feitos pelo pesquisador Jean Marcel Humbert. O mesmo acredita que a prática da Egiptomania não se resume apenas pela mania envolvendo o antigo Egito, pois se trata de um fenômeno que contem rica arte e originalidade própria, de um passado muitas vezes antigo e prestigioso. A reutilização desses elementos e presente nos dias atuais, em 4 Desenvolvido por Fernando Ortiz (1983), que considerem as diferentes fases do processo transitivo de uma cultura para outra. 5 Ciência que estuda tudo relacionado ao Egito. (BAKOS, 2004) 6 Pronuncia técnica usa pelo professor arqueólogo Moacir Elias Santos. Neoegípcio se resume na pratica das egiptomania. 4 suma se tratando de reutilização, Humbert define como “Varivações Involuntárias”,refletem, na relação á adaptação da arte egípcia com novas funções e em novos ambiente. Margareth Bakos em somatória afirma: A arte em egiptomania tem duas características básicas: a utilização de símbolos do antigo Egito com novos objetivos a antiguidade do tratamento dado a estes, que deve apresentar elementos referenciais e identificadores da época antiga. (BAKOS;2004,p. 87). Desde o seu primeiro artigo- Tree moments of Egyptology in Brasil defendido em Cambridge a Dr. Bakos vem incentivando desde a década de 90 estudos relacionando os estudos de recriação envolvendo o Antigo Egito. Logo os trabalhos acadêmicos não pararam, um levantamento profícuo foi feito em algumas cidades brasileiras para ser o palco da “mania” pelo Oriente Antigo. As óticas dos estudiosos em historia antigas passaram a ser onisciente de uma maneira extraordinária. Para uma melhor compreensão dos resultados dos estudos da Egiptomania, um gráfico elaborado pela Revista Plêthos mostra um levantamento de principais temas já estudados, e que obtiveram resultados de extrema importância para a memória de cidades brasileiras. Esses temas foram analisados e elaborados por autores que tiveram seus trabalhos concluídos em 2011. Toda essa transculturação se deve ao pequeno grupo de especialistas e amantes do Egito Antigo. Não cabe em por a pesquisa que trabalhei no Hotel Faraó no gráfico abaixo, porem de maneira incansável mais estudos estão sendo elaborados aponto de me alegrar em ajudar a aumentar a porcentagem dos estudos da Egiptomania no Brasil. 5 3. USO METODOLÓGICO: A metodologia feita para a analise da decoração do Hotel Faraó se baseia no reconhecimento dos elementos que compõem a Egiptomania, através de um conhecimento sucinto de Egiptologia, principalmente da arte egípcia e também do recurso de fotografias, o que vai alcançar um maior desenvolvimento na pesquisa. A fotografia em trabalhos acadêmicos, trás a tona prova que permeia na veracidade dos estudos. O que funda a especificidade da descrição fotográfica é um laço absolutamente indefectível com seu referente. Enquanto a descrição naturalista designa e que descrição pictórica evoca ou sugere, a imagem, quanto a ela, oferece-se inteiramente como substituição do real. Ela constata, autentica, garante. Ela é da ordem da certeza, da evidencia e mais ainda da prova da objetividade dos fatos (...). Tudo pode ser recusado na existência salvo a fotografia (Laplantine 2004:81). Dessa forma a pesquisa tenta achar a localização da origem para tal inspiração ao oriente antigo e entender melhor a arte utilizando o recurso fotográfico. Sendo uma pesquisa qualitativa, que permeia em um caráter exploratório, em que me estimulei a entrevistar e a falar de uma forma espontânea sobre o tema aqui abordado, sem poupar os aspectos subjetivos. Debates acerca de autores que trabalham com a mesma pesquisa serão de muito produtivo no artigo. Assim as pesquisas terão um foco, a arte egípcia que constituem a mania pela Egito antigo- A Egiptomania, logo serão profícua a analise do livro: Arte Canônicas Egípcias do Prof. Ciro Flamarion Cardoso e também o livro O que e arte de J. Coli. Em alguns momentos da pesquisa a pratica de decifração da língua egípcia foram essenciais, 6 para se entender a que ponto alguns artista foram fies na arte egípcia. Logo o uso da obra- Guia dos Hieróglifos: Como ler e escrever em egípcio antigo, de um renomeado pesquisador em língua egípcia Richard Parkinson foi essencial. 2. A EGIPTOMANIA PRESENTE NO HOTEL FARAÓ EM BELÉM. Em alguns estados brasileiros que trabalham com a Egiptomania como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Rio Grande do sul, usam e a abusam da variação involuntária. Conceito enfatizado por sugeridos por Humbert. Em Belém-Pará a pratica da Egiptomania não é poupado desse conceito que tem varias vertentes. Espaços privados, cemitérios, praças, escolas, prédios públicos, departamentos comerciais esses e muitos outros setores estão sendo incorporados pela Egiptomania. Todos os Estados ditos anteriormente expõem a arte do Oriente Antigo em diversos lugares. A pesquisa se remete a analisar em um espaço privado. Procurando averiguar a forma de se faze arte se apropriando de elementos egípcios e por fim saber em que contexto social a Egiptomania no Hotel Faraó pode trazer para a sociedade? Ante de passar para os estudos do Hotel Faraó em importante ressaltar que as decorações de ambientes, desenhos desvinculados dos cânones artísticos originais egípcios com propostas de novas interpretações continuaram a ser feitos, ao longo dos séculos, alguns sob formas bizarras, indo ao encontro da fantasia e alegoria dos usuários da modernidade, ao sabor do imaginário social que as criaram. De um carater social, o Hotel Faraó aflinge o homem a pensar sobre as forma de se fazer arte. Perpetua em um conhecimento popular mesclado ao academico, que gera a pratica da reutilizaçao da arte egipcia. 7 O Hotel é uma forma de exporta a cultura do Egito antigo, na forma de arte contemporanea, alendo do que o proprio espaço que abriga a Egiptomania que se diferem em preconizar a lei 10.639/03 que por sua vez obriga o ensino da África nas escolas publica e privadas. Isso de maneira bastante produtiva levará o alunado do ensino básico e perceber o estilo de arte, e estilo arquitetônicos que vivem, usando os recursos que a própria cidade oferece recursos „vivos‟ que relembram o Egito antigo. Localizado na Avenida Júlio Cesar, próximo ao Aeroporto Internacional de Belém, fica o Hotel Faraó. A decoração do espaço exemplifica a pratica da Egiptomania, pois a escolha da temática é uma jogada de marketing, tento por objetivo passar aos usuários a idéia de riqueza associada ao poder faraônico. Na logomarca do espaço temos a foto que a priori parece ser do faraó Tutmósis III, o monarca da décima oitava dinastia, foi o rei de inúmeras expedições militares7. “Sua fronteira ao sul estende-se até o cimo da terra; sua fronteira ao norte ate os confins da Ásia, até os pilares celestes.” (JACQ; p.178). Contem três faixas com a mesma figura existente na parte exterior do Hotel, somando á outras duas que estão adjacente uma da outra, localizada na parte interna do prédio. 7 O próprio Deus Seth teria ensinado Tutmosis o tiro ao arco, logo temos o vigor de um monarca de princípios imperialistas que obteve grandes conquistas, assim o rei segundo Christian Jacq, merece o epíteto de “Napoleão Egípcio”. 8 Fotografia 01: Faixa do Hotel na parte interior do prédio. Fonte: Pesquisa de campo (21.03.2012). Ao passar pelo primeiro portão do espaço privado é visível a replica de dezenove estatuais de gesso, fixado de modo assimétrico no paredão externo do Hotel. As replicas salientam uma mulher usando um vestido de Linho, todo bem definido no corpo, além de que a estatua esta usando o nemes, que consiste em um símbolo da realeza faraônica e ao meio da coroa a serpente-uareus. Ao analisar as esculturas, é livre o pensar em Hatshepsut- A mulher Faraó, que reinou por vinte anos durante a décima oitava dinastia. Logo de inicio reinou como co-regente do príncipe Tutmosis III, depois reinou sozinha um Império rico e fértil. A rainha- Faraó pra ser respeita pelo povo egípcio vestiu-se de Rei usando a barda tradicional egípcia e o nemes. Mandou edificar nas margens de Tebas, um templo cujo nome – Deir el-bahari e ergueu grandes obeliscos, para anunciar a posse da rainha oportunista como rei por direito divino, (Jacq2004). 9 Fotografia 01:Esculturas de gesso de uma mulher egípcia, entre toda a parede principal do prédio foram colocadas dezenove replicas do mesmo tamanho contendo as mesmas posições. Pesquisa de campo (21.03.2012) Arvores e plantas de grande e pequeno porte embelezam a segunda entrada do Hotel, dando a imaginar um Oasis. O prédio por dentro é todo redefinido com lajotas pretas com um acabamento de precisão. Cenas do Antigo Egito estão por toda parte. Pilares, paredes e os moveis fazem parte da decoração do hotel Faraó. A primeira cena mostra a cena entalhada em pilares na vertical, é uma oferenda do Faraó desconhecido (figura 1) para a deusa mãe Isis8,(figura 2) que esta sendo agraciada pela deusa do amor Hathor.(figura 3)A imagem salienta o monarca9 com a mão esquerda fazendo oferenda a mãe protetora, que por sua vez esta usando as duas coroas de Osíris. O Faraó esta segurando com a mão esquerda um incenso preparado para oferenda já com a mão direita usa um instrumento musical destinada à deusa do amor, dança e da musica- Hathor, filha do deus Rá, a mesma abarca Isis com suas asas de proteção divina.Percebe-se que as deusas estão usando o ankh,símbolo destinado as divindades egípcias, seu significado “esta vivo”, junto ao cajado que também faz parte de símbolos de divindades egípcias. 8 9 Deusa mãe, protetora e maga dos Faraós.(Hart, 1992) Faraó não identificado por conta da falta de inscrições que o identificam como tal. 10 Vale observar que nas praticas da Egiptomania os cânones feitos pelos artistas do antigo Egito, raramente são considerados. Logo se a regra era colocar inscrição hieroglífica para identificar a essência da obra, o artista que os criou não os levou em consideração. Os painéis que serão demonstrados todos são baseados nos originais, todavia com algumas mudanças proposta pelo artista para que os entalhamentos se adaptem ao local. Em suma temos a conceito de Variação involuntária proposto por Humbert. Trata-se daquela que é imposta pela adaptação da arte antiga a novas funções e a novos ambientes, ou seja, também são representações da Egiptomania, mas caracterizadas de outra maneira. Humbert (1996, pag. 26). Figura 02:A oferenda de um Faraó para as principais deusas do panteão egípcio - Isis e Hathor. 3 2 1 Pesquisa de campo( 21.03.2012) Abaixo da primeira cena, temos um sacerdote exaltando a serpente-uareuse que se encontra nas laterais, no centro temos o olho de Hórus que significa o símbolo totalidade cósmica e do poder de visão total de Hórus. Para se mais preciso essa representação mostra um olho de um falcão, ela foi criada a cerca de seis milênios pelos artistas egípcios, logo após sua criação foi batizada de Udjat 10 . Admite-se também que esse olho esteja ligado ás fases de crescimento e de diminuição da lua, remetendo á mitologia que relata como o olho de Horus foi danificado e, posteriormente consertado, BAKOS (2009: 298). 10 O termo parece significar “O todo ou o restaurador”. BAKOS (2009). 11 Fotografia 04:Sacerdote em exaltação a cobra protetora e ao filho de Osíris que protege o KA. Pesquisa de campo (21.03.2012). Nos demais pilares deitados, temos representações de atividades exercidas nas terras do Nilo, como a agricultura; a fabricação de vinho; a retirada das pedras nas pedreiras, para a construção de templos, pratica de tingir tecidos e a caça aos patos com cães. Todas essas atividades que será mostrada no decorrer do trabalho, faziam parte do cotidiano egípcio, que muita das vezes foi silenciada por conta do analfabetismo que também faziam parte da vida dos camponeses. Antes de saírem ao trabalho, colares, perfumes e pouca roupa eram usados para mais um dia árduo de atividades no campo. Com as cheias anuais do Nilo, os egípcios agraciavam-se nas colheitas que vinham após a secamente do rio, o pós-enchente trazia lodo fértil que era deixado por onde a água passava. A enchente normalmente era nos meses de junho a setembro. A prática da agricultura egípcia era das mais evoluídas da época; lâmina de madeira; arado, o gado vacum11, chaduf12 e outros meios da agricultura, fizeram parte da colheita. 11 Era utilizado para puxar carretas. Possuir muitas cabeças de gado era símbolo de riqueza. MELLA (1987). Era formado por uma vara comprida com um contrapeso em um extremo e um recipiente no outro, esse equipamento servia de irrigação. (MELLA 1987). 12 12 Fotografia05: A agricultura egípcia apos as enchentes anuais. Pesquisa de campo (21.03.2012). A presença de uvas no Egito Antigo esta datada desde o período prédinástico. Foi a parti deste período que se colocava jarras de vinho como oferenda funerária nos túmulos egípcios sendo como mais destaque as necrópoles reais de Abidos e Saqqara. Não só a vida no campo e representado nos pilares do Hotel Faraó, assim como o lado mitológico é representado, a caça, a pesca e a fabricação de vinhos. Toda essa informação é uma fonte secundaria que contem muita informação sobre a vida dos antigos egípcios. Cenas de viticultura foram representadas em paredes do Hotel. Toda a cena mostra desde a retirada da uva ate a sua produção para o consumo. O método usado na fabricação e bem similar a método tradicional europeu. Na parte superior à esquerda quatro individuo realizam a vindima, ao lado ainda na parte superior, seis agricultores pisoteiam os frutos e logo em seguida fazem a prensa de saco para a melhor extração do liquido; no centro na inferioridade, temos o enchimento das ânforas, ao lado o cantador verifica o numero de ânforas cheias. 13 Fotografia06: Fabricação do vinho nas vinhetas. Pesquisa de campo (21.03.2012). Hoje as pirâmides do Egito contemplam como as sete maravilhas do mundo. Já no mundo antigo segundo, os gregos diziam que as sete maravilhas do mundo são- os jardins suspensos da Babilônia, o colosso de Rodes, o templo de Diana e Éfeso e as pirâmides do Egito, mas perante todas essas maravilhas apenas as pirâmides sobreviveram ao tempo e ao homem. “O tempo ri de tudo, porém as pirâmides rien do tempo.”- Provérbio egípcio. Discory Channel. (2004). Mas para a grandiosidade dessas casas funerárias, temos que nos remeter ate sua origem, o que e bem menos romântico. Grupos grandes de camponeses se deslocavam para as pedreiras que geralmente ficavam em distância considerável, eram feitos trabalho assimétrico em quebrar as pedras, depois de retirada de seu leito tinham de levar para o local onde seria de ser erguidas. O Nilo cheio era parceiro dessa viagem, pois pedras eram colocadas em barcos, em outros casos o trenó amarrados em grupos pequenos de homens em que água era derramada pelo caminho para facilitar o deslocamento dos granitos pesados. Discory Channel. (2004). Já Dito anteriormente foi apenas no Antigo Império, que as formas de trabalho plebeu como: a vida no campo, nas pedreiras, nas vinhetas foi entalhada nos túmulos reais e posteriormente com a “democratização” da imortalidade nos túmulos de nobres. Além de um luxuoso espaço mortuário contendo comidas, sentinelas, incensos, metais preciosos, animais mumificados e muitos outros elementos ditos sagrados, constituíram todo o perfil de um morto preste a participar 14 do tribunal de Osíris. Para um sucesso no julgamento o morto precisava ser bem cuidado. Logo cenas do cotidiano egípcio foram mostradas, na ideia de boa reputação por parte do monarca, pois todo o poder cabia a um homem, a um Deus, Horus encarnado por direito divino. Mas isso não significaria uma vida imortal, pois para o tal sonho egípcio- A imortalidade, eles precisavam ser Maat 13 . As cenas exibidas no hotel, quando se retrata da vida nas pedreiras,mostram um delicado trabalho de precisão às cortas a pedras de modo assimétricas ate a elevação dos blocos de pedra. A cena exibe a perfeição em grande escala no Novo Império egípcio, pois e quando os blocos de pedras são bem menores que as anteriores, tudo para facilitar o trabalho e para melhor edificação dos templos. Fotografia 07:A atividade egípcia: O trabalho nas pedreiras. Pesquisa de campo (21.03.2012). A origem do mundo para os antigos egípcios também foram representados. Geb e Nut entre o deus do vento Chu como aquele que separou os irmãos por intermédio de Rá. A cosmologia egípcia teve origem com o nascimento desses deuses. Nut o feminino e Geb o masculino, que foram separados, Nut subiu tornando-se céu e Geb tornou-se terra. MELLA (1981. Pag. 37). Essa representação nota-se que e a mais simples se comparando com as demais já mostradas. Apesar da representação dos deuses egípcios serem a, mas pouca elaborada por seus 13 Deusa da Justiça, do controle do Caos. Maat e peça fundamental no Tribunal de Osíris, pois a pena é pesada junto ao coração do falecido. A imortalidade só seria garantida se o coração tivesse o mesmo peso de Maat.HART 1992). 15 criadores, o fato é que as artes constituem uma variedade de modo de produção, logo a possibilidade de descartar como não sendo arte é incompatível. Fotografia08: Geb e Nut, a origem do céu e da terra. Pesquisa de campo (21.03.2012). Apesar das mais variadas formas de representação englobando a Egiptomania, esses desenhos tem algo em comum, todos eles não possuem a escrita sagrada hieroglífica, uma vez sabendo que no Egito antigo cada desenho independente do seu valor simbólico, todos contem os hieróglifos entalhados ao lado do desenho, isso remete a pensar na falta de mão-de-obra qualificada, sem desmerecer o trabalho do artista, logo temos o conceito já trabalho acima por Humbert, variação involuntária, em reforço é pensar na adaptação da arte egípcia a novas funções e a novos ambientes. Em momentos de visitação no Hotel, usei métodos de entrevistas para tentar tornar a pesquisa profícua. Perguntando de uma forma suscita a um dos funcionários do Hotel, sobre a origem dos pilares expostos nas laterais o prédio. Em responda disse que não sabia a origem, apenas comentou de uma viagem feita pela proprietária do espaço ao Cairo-Egito e que é difícil algum funcionário saber de onde vieram as peças. Percebe-se o desconhecimento da origem da arte ate pelos próprios funcionários do Hotel Faraó. Mas isso e algo irrelevante, pois de tanto que Belém tem em arquitetura egípcia e muito são desconhecidos pelo publico que muita das vezes passa por eles e ainda sim são despercebidos. O Hotel Faraó tem varias peças egípcias, uma mais envolvente que a outra, tem peça das mais variadas possíveis. Em duas paredes do prédio há duas replicas 16 que, mais chama atenção, por sua perfeiçao no entalhamento e os hieróglifos em posições corretas para a leitura. A primeira retrata o monarca da décima nona dinastia, filho de Seth I e da dama Tuya, “a qual foi prestado um culto. Era altiva, majestosa e muito bela”. (JACQ; p. 243). O grande Ramsés foi um dos maiores Faraó do Egito antigo, a ponto de ser conhecido como “O grande”. Reinou por sessenta e quatro anos, durante esse período batalhas por território foi proclamado. Saiu vitorioso na batalha de Kadesh14 contra os Hititas15. (JACQ 2004). Durante seu reinado o grande monarca se divinizava como um deus vivo entre os homens. Esse momento de divinização é mostrado na imagem entalhada na parede do Hotel, em que mostra o próprio Rei pronunciando as palavras sagradas pra si mesmo. Os dedos cerrados, a vestimenta, a postura do monarca e os hieróglifos são bem definidos. Figura 09: Ramsés II se divinizando com as esculturas de Thot. Pesquisa de campo(21.03.2012) . A maneira como os egípcios representavam o corpo humano esta intimamente ligado ao aspecto divino, assim ao tentarem mostrar o máximo de traços daquilo que se ilustra, os egípcios preferiam representar o rosto de perfil; os 14 Área de batalha que culminou na vitória de Ramsés II.Era uma local prospero para o comercio. (JACQ 2010) Inimigo mortal dos Egípcios. Após a batalha em Kadesh o grande Ramsés assinou o primeiro tratado de paz da história com os Hititas. (JACQ 2010) 15 17 olhos e a boca eram considerados como melhor de frente; para tanto, no rosto em perfil, eram colocados em três quartos, para que se pudesse representar o umbigo; as pernas e os pés, por sua vez, apareciam em perfil; e, quando entendido como necessário, as mãos eram desenhadas de maneira igual, ou melhor direitas ou esquerdas, como o objetos de que a posição do polegar ficasse bem clara. (CARDOSO, p. 7) Sobre a cabeça do rei, vemos a coroa com a serpente-uareus, pela nuca o deus Rá em forma de falcão protegendo onde fica um dos centros vitais do monarca. Usando um vestido de linho transparente em que no abdome é amarrado com um nó16, a barba tradicional egípcia é usado no cinturão do rei, outro nó é traçado e ao meio temos a presença de Bés o deus da fertilidade, ou seja, mostra o poder da virilidade de Ramsés, aos vinte e um anos o rei já tinha vinte filhos. Ao termino do cinto, temos seis serpentes com o sol em suas cabeças e entre elas, cartuchos anunciando o nome do soberano, para finalizar, as sandálias que era o símbolo de poder durante o Império Faraônico. (PARKINSON 2006). Os hieróglifos que estão de forma não aleatória, anuncia a divindade que engrandeceu o Egito no Novo Império- Ramsés II. Vamos compreender o significado desses símbolos. (Tradução Livre):‘Senhor das duas terras./Ramsés II,/Senhor das duas terras./Nosso Protetor,/Ramsés II/Reina eternamente Filho do deus Sol, perfeito./Todos exaltam a ele/Contemplado de vida’. Adjacente ao quadro de Ramsés II, outro elemento egípcio enche os olhos pela sua beleza. Em tratar da deusa Ísis, magnífica postura, vestimenta impecável e belos hieróglifos entalhados. Ísis tem uma identidade de inexaurível generosidade, e mãe terrena dos Faraós. O Egiptólogo Frances Christian Jacq retrata Ísis como: A mulher serpente que se transforma em uraeus, a naja fêmea que se ergue na fronte do rei para destruir os inimigos da luz; uma desastrosa evolução e o desconhecimento do símbolo primitivo tornaram a boa deusa-serpente no réptil tentador do Genesis [...] Modelo das rainhas, Isis foi também o modelo das esposas, das mães e das mulheres mais humildes.(JACQ; p.28- 31). 16 O nó para os egípcios significa “palavras mágicas”, logo quando se faz um nó é sinal que estamos traçando a magia. 18 Ao lado da Deusa-mãe (figura 1) sobre seus pés esta Anúbis (figura 2), o deusa-chacal, o senhor dos cemitérios, o guardião dos mortos. Fotografia 10: Isis e Anúbis. 1 2 Pesquisa de campo (21.03.2012). Sobre sua cabeça o sol vivo, que é sustentado com um abutre. Com os cabelos longos e trançados ate a altura dos seios, com um vestido entalhado com fibras e ao termino do vestido com flores de lótus que e símbolo de ressurreição, fazem a acabamento da peça. Com uma postura ereta que realça o poderio dessa deusa que atravessou milênios para continuar sendo cultuado. Anúbis em posição sentado, esta ao lado de Isis. Perto do balcão de informações do Hotel Faraó, Rá o deus sol e representado. Sobre sua cabeça o sol esta abarcando a lua. Na mitologia egípcia, o sol e lua eram vistos como os olhos de Horus, como já mencionado antes, muito embora, com o tempo, os dois olhos tenham se diferenciado: o esquerdo ( o olho de Horus) passou freqüentemente a ser visto como símbolo da lua – Udjat – e o direito (olho de Rá) como o sol, BAKOS(2009; 300). Pintado com amarelo ouro e em outras partes com preto, entre seus pés hieróglifos foram entalhados de forma aleatória. Não da para ler as esculturas sagradas uma vez sabendo que é de difícil compreensão, todos os símbolos foram colocados de forma incorretos, dificultando a leitura. Em suma a variação 19 involuntária aqui seria diferente das quais posteriormente foram trabalhadas, pois dessa vez cabe usa a variação de outra maneira, na qual preconizei aquela em que os elementos simplesmente estão justapostos criando um meio totalmente fantasioso, assim defini Humbert. Os espaços do Hotel Faraó além de abrigar uma variada coleção de arte egípcia, também abriga uma variedade de saberes egípcios, levando o hóspede do Hotel ou ate mesmo a comunidade periférica do hotel, poder se imaginar nas terras do Nilo. Levando em consideração as múltiplas formas que os artistas retratam a magnitude do Antigo Egito. Figura 11: Rá o Deus sol. Pesquisa de campo (21.03.2012). Apesar da Egiptomania ser é a reutilização de elementos egípcios em novos ambientes com novos significados. Não necessariamente a perfeição tem que esta atrelada a esse conceito. Em consequência disso, a estrutura de Rá tem elementos que não se enquadram na perfeição dos originais, porem a escultura do artista não é desmerecedora de elementos egipcíacos. Todavia a estatua tem um elemento muito 20 importante que remete aos originais. Na arte egípcia o conceito de “arte e escrita”17 eram muito enfatizavas desde o inicio do médio império, logo os símbolos expostos na escultura poderia ser “lidos”. Acima da cabeça de Deus a um sol, o sol em hieróglifo ler-se Ra, logo ao mesmo tempo em que representa um Deus a estatua escreve seu nome. Fotografia12: A escrita de Thot aleatória. Pesquisa de campo (21.03.2012) Após passar pelas escadas para ter acesso a outras areas do Hotel, como a area da piscina, lanchonete e o escritório. Entre esses espaços há uma sala de espera. Uma grande parede esculpida com cenas do Antigo Egito junto a um busto de uma famosa rainha no Novo Imperio. Esperar nessa sala, é se contemplar de um passado suspreendente e inovador. O trío do Antigo Imperio é exposto no quadro. As piramides que se basearam na de Djoser18, são bem relembradas. Do maior para o menor, assim são mostradas as gigantes de pedra que fizeram parte no reinado dos gigantes- Quéop, Quefren é Miqueirinos. A presença de um intrumento de guerra muito importante, a biga que consistia em um transporte de guerra usado apena por uma pessoas ou no maximo duas. Essa “carrosa”, é bem retrada no templo de Abu-simbel de Ramses II, onde mostra de forma romantica, a biga sendo puxada por dois cavalos enquanto o rei atira suas flexas no iminigo polpado de luz. 17 Ciro Cardoso trabalha como esse conceito em suas obras ao retrata das artes regias egípcias. Foi o segundo faraó da terceira dinastia, foi Djoser quem iniciou a primeira construção de pedra do mundo antigo- A pirâmides de degrau. JACQ (2004). 18 21 Ao lado do quadro, mas precisamente na figura 2, uma imagem chama a atençao, um faraó segurando dois cetros, intrumento de realeza. A foto contem os principais simbolos de realeza entre eles- o nemes e a serperte. Mas pela falta de incriçoes em hieroglifos é impossivel a identificaçao do monarca. A deduçao é um fator importante para a analise- O faraó Tut19, é o que chega mais perto na arte da analise. Figura 13: Cenas do Egito Antigo. 1 2 Pesquisa de campo (21.03.2012). Uma pequena mesa que se encontra no centro do quadro acima, serve de base para asseugurar uma das mulheres mais importantes do período ArmarianoNefertiti. Esta rainha aparece na história egípcia, como a principal contribuente do culto a um só deus, junto ao seu marido, que antes de mais nada mudou de Amenófis IV pra Akenathon.20 Faltam palavras certas para descrever a beleza desta nobre esplenderosa mulher que foi esposa do sol. Nefertiti “a Bela chegou”, tem uma origem em discurçao porem o seu doce sorriso que atravou milenios para encantar os Egiptologos. Um busto emerge nas areia de Tell el-Amarna em meados do seculo XX. Essa cabeça esculpida de olhos não-incrustados, 19 21 tem um modelo Filho de Amenofis IV(Akhenaton). Seu tumulo foi achado intacto em 1922 pelo arqueólogo Howard Carter.JACQ (2004). 20 Significa “o servo de Aton”. Deus único que deixou de ser coadjuvante no Novo Império. JACQ (2004). 21 Assim define Christian Jacq em seu livro- As egípcias, retrato de mulheres no Egito faraônico. (2004) 22 arquitetonico que se define que o busto era colocado sobre uma estátua. A intensidade da obra é admiravel; realmente é um ser fiel á luz, contemplando a divindade para além do mundo aparente. (JACQ 2004; 112). Figura 14: Busto replica da rainha Nefertiti. Pesquisa de campo (21.03.2012). Apesar de o busto original encontra-se no museu de Berlim, e plausível nos depararmos pela replica exporta no Hotel Faraó. De cor não original, de tamanho inferior, um sorriso, com olhar transversal é colocado no busto - replica desta mulher que um dia a sua luz divina reinou sobre um Egito rico e fértil. 23 4. NEOEGÍPCIO OU PSEUDO-EGIPCIO: UM CASO EM DISCUSSÃO NAS DECORAÇÕES DO HOTEL. Antes de nos deportamos para os outros elementos da Egiptomania, temos de compreender o sentido do termo técnico- Neoegipcio ou pseudo-egipcio. Ambos os termos fazem parte do fenômeno da Egiptomania. Neoegipcio significa uma denominação utilizada para definir objetos da arte décor com motivos egípcios. Pseudo-egípcio por sua vez consiste do termo utilizado para definir as copias pictóricas egípcias. (Jesus 2001, p. 3). Dentre tantos objetos que faziam parte do Egito antigo, alguns chamaram mais atenção durante as pesquisas no Hotel. Objetos são bem retratados na arte de fazer relembrar o Oriente antigo. Assim como o busto de rainha Nefertiti que também fazem parte do conceito de Neoegipcio, outros elementos merecem a estrema atenção. Como por exemplo, a cadeira de uso pessoal do Faraó Tut ou mais conhecido mundialmente por nome deTutancâmon. 24 Fotografia 15: trono do Príncipe Tutancâmon. Pesquisa de campo (21.03.2012). O saber fazer arte envolvendo a Egiptomania levou a artista a mais perfeita ornamentação do trono de Tut. Com um acabamento magnífico a cadeira é um dos elementos exposto no Hotel de maior valor artístico por conta do caráter sincero ao original.Ha pelos menos três modelos delas colocadas na recepção do prédio. Levando o publico a imaginar como seria sentar em um trono que um dia foi do Príncipe do Egito, apesar de ser um replica. Todos os símbolos que definem um monarca como um deus vivo entre os homens e colocados no trono. A serpente com a coroa do baixo Egito, os escaravelhos com o poder do sol, os hieróglifos mostrando o poder da magia perante o reinado do rei e principalmente a poder de Aton, o deus único que seu pai Amenofis IV cultuou durante seu reinado. Levando a imagem mais de perto vamos poder perceber a relação de Tut e sua princesa com o deus raio do sol, Aton. 25 Figura 16: Casal régio. Pesquisa de campo (21.03.2012). O cuidado do artista em representar o príncipe aponta para a perfeição. A cena mostra o casal real, na decoração mostra a rainha oferecendo ungüentos e flores a Tutancâmon e colocando-lhe um colar no pescoço. Perto da boca do rei os raios de Aton dão vida ao menino príncipe, o símbolo ankh e dado ao casal monárquico. A coroa sagrada, a vesti de linho, as sandálias também são bem retratados nessa replica e suma importância para o estudo do fenômeno da Egiptomania levando em consideração o neoegípcio. A imagem mostra o trono de Tut, temos que levar em consideração um conceito de arte egípcia desenvolvida pelo prof. Ciro Flamarion Cardoso ao tratar do “sistema de escala”. Essa característica remete na variação de tamanho dos gêneros expostos na imagem, o comum e ver o homem sendo retratado de tamanho maior que a mulher, sendo assim mostrando o papel secundário da mulher na sociedade faraônica. Entre os mais de mil objetos achados na tumba de Tut em 1922, também são representada um objeto de uso do monarca, uma replica de arca dourada que servia para guardar o vestuário do faraó. Nesse casso o artista usou o lado fantasiosos para desenvolver a arca, ou seja, apropriou-se da variação involuntária. Com um 26 formato longe do original a arca contem inscrições e a cada lado a figura de deuses que faziam parte do panteão egípcio. Analise só foram possíveis a dois lados da caixa, os demais se encontra encostado na parede, dificultando a analise completa da peça. Figura 17: A amostra dos lados da arca. Pesquisa de campo: 21.03.2012 De natureza tradicional, as imagens mostram a deusa Isis postando a duas coras do alto Egito, composto pela cor branca e a do baixo Egito, que é vermelha, e com seu cajado de realeza em uma das mãos. Do outro lado temos um monarca oferecendo flor de lótus. Os hieróglifos estão na forma correta de leitura para quem tem prática no assunto. No outro lado da arca se ver o deus da sabedoria e da escrita sagrada Thot. 27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observa-se que a uma diversidade de conceitos que amparam a Egiptomania, apesar de ter usado apenas dois deles. A falta de conhecimento por parte do artista com relação à cultura egípcia não e algo a ser analisado como errado, pois analisar Egiptomania e depara-se com situações como esta, que para Humbert faz parte do conceito básico do Fenômeno envolvendo a reutilização da cultura egípcia na contemporaneidade. Por outro lado tivemos uma intimidade de algumas obras artísticas exportas no Hotel que se parecem muito com as do original. Com a escrita bem definida para a compreensão da leitura, posição de replicas de reis em status certo comparando com as verdadeiras, cores brilhantes muito bem adequadas para não desagradar à obra. Isto apesar da origem desconhecida do Hotel Faraó o que se percebe em uma ornamentação extremamente chamativa, uma publicação de marketing não inovadora porem única na região, região essa cheia de elementos egípcios, cheias de memórias muita das vezes silenciada por falta de documentação necessário ou por falta de interesse dos acadêmicos locais. O Hotel Faraó é voltado para o todo o publico, dos mais ricos que se admiram ao ser hóspede ou ao mais pobre que se admira ao passar pela porta da frente do Hotel é deparar-se com dezenove mulheres carregando luz e sendo vigiada por um Faraó que com seu sorriso quase escondido nos encanta aos olhos. Belém, desde que foi erguido o primeiro obelisco na praça da cidade, cemitérios com arquitetura oriental; o marketing com nomenclaturas do mundo faraônico e agora, um luxuoso Hotel. Isso tem sido extremamente significativo, aponto de perceber que um povo que um dia foi o Império mais forte e temível do mundo antigo e que agora salienta nossas imaginações mais profundas através do fenômeno que nós leva ate as terras do Nilo- A Egiptomania. Jorge Coli preconiza uma ideia de que, a diferentes formas de se fazer arte. Percebe-se que algumas obras não há preocupação do artista em representar a arte egípcia original dentro das regras, porem isso não tira seu mérito. O tentar relembrar as cidades francesas na época da belle époque não foi apenas à construção da cidade em estilo Frances, pois o que se tende em perceber 28 que a vestígios do oriente próximo, mais precisamente o Egito antigo, que também esteve alinhado ao estilo. Até porque foi na França do século XVIII que surgiu às primeiras escolas para tratarem de assuntos que estava sendo comentado por toda a Europa desde o achado da “pedra de Roseta”. A Egiptomania trás a tona o conceito diversificado dos elementos egípcios. O saber fazer e o não saber Egiptomania nos levam a uma ciência que se perpetua no novo conhecimento acadêmico que junto ao saber popular, gerando pratica desde o Império Romano e que hoje nos encantar por seus significados diversos. Um Obelisco igual ao original pode está presente em varias cidades brasileira, para os egípcios esse monumento tinha uma essencial cósmica que não variava de significados, porém esses obeliscos contemporâneos têm sim vários significados, tamanhos, espessura em território nacional, logo se vê a presença da Egiptomania. A verdadeira herança do Egito é, na verdade, o fato de ter-se entrelaçado, ao longo dos séculos, de forma quase imperceptível, na interminável teia da experiência humana. (HARRIA: 1993; 15). 29 6. REFERENCIAS: BAKOS, Margareth Marchiori- Egiptomania:O Egito no Brasil- São Paulo: Paris Editorial, 2004. BAKOS, Margareth Marchiori- Fatos e mitos do Antigo Egito- 3°. Ed., ver. E ampl.Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. BAKOS, Margareth Marchiori- Imagens do Egito Antigo: um estudo de representações históricas. COLI, J. O que e arte. São Paulo: Brasiliense, 2004. COELHO, Liliane Cristina/ SANTOS, Moacir Elias- O Antigo Egito em espaços privados: Um estudo de Egiptomania- Curitiba, v.6, n.1, janeiro-junho 2005. CARDOSO, Ciro Flamarion- O faraó Akhenaton e nossos contemporâneos. CARDOSO, Ciro Flamarion- Arte Canônicas Egípcias: Regras Básicas para relevos e desenhos. Texto inédito, s\d. HARRIS, J.R. O legado do Egito. Rio de Janeiro: IMAGO, 1993. HART, George- O passado lendário: Mitos egípcios- tradução Geraldo Costa filho. Ed. Moraes Ltda, 1992. 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