a mixomatose e a doença hemorrágica viral

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DESAFIOS À CONSERVAÇÃO DO COELHO-BRAVO: A MIXOMATOSE E A DOENÇA HEMORRÁGICA VIRA
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Desafios à conservação do Coelho-bravo: a Mixomatose e a Doença Hemorrágica Viral
O declínio populacional acentuado vivido pelas populações de coelho-bravo na Península
Ibérica a partir de meados do século XX é, grande medida, consequências de duas epizootias
virais - a Mixomatose e a Doença Hemorrágica Viral, que são aqui brevemente apresentadas.
Paula Pinheiro
Duas epizootias de origem viral têm vindo a influenciar a dinâmica populacional de
coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus): a mixomatose e a doença hemorrágica viral (DHV). O
aparecimento destas duas doenças causou acentuados declínios populacionais na década de
1950 e 1990 respectivamente. Embora a mixomatose tenha sido, até ao aparecimento da DHV,
a doença mais relacionada com o coelho-bravo e uma das patologias da fauna silvestre mais
estudadas, actualmente a DHV suscita tanto interesse entre os investigadores como a
mixomatose.
1/3
DESAFIOS À CONSERVAÇÃO DO COELHO-BRAVO: A MIXOMATOSE E A DOENÇA HEMORRÁGICA VIRAL
A mixomatose foi descrita pela primeira vez em 1896 no Uruguai como uma enfermidade fatal
que afectava coelhos em cativeiro. Foi depois observada em coelhos domésticos no Brasil e
em 1930 foi revelada a sua importância enquanto epizootia na Califórnia, em explorações
agrícolas dedicadas à cunicultura. O vírus da mixomatose (myxoma) foi introduzido no vale do
rio Murray, na Austrália, numa tentativa de controlar a crescente população de coelho-bravo.
Dois anos depois, uma estirpe do vírus foi inoculada em dois coelhos de uma propriedade
privada em França. Em poucos meses a doença propagou-se por todo o país, tendo atingido
posteriormente a Península Ibérica, Bélgica, Holanda, Alemanha e Luxemburgo em 1953, e o
resto da Europa entre 1954 e 1961.
O vírus transmite-se por contacto directo com coelhos infectados ou cadáveres de indivíduos
que tenham morrido na sequência da mixomatose, ou ainda pela mordedura de pulgas ou
mosquitos que se tenham alimentado previamente de coelhos afectados. O vírus myxoma não
se replica nos insectos hospedeiros, mas pode ser transportado nas suas peças bucais. Os
indivíduos doentes excretam grandes quantidades do vírus por diversas vias – lesões
cutâneas, urina, dejectos. Os coelhos que sejam portadores do vírus mas que ainda não
tenham desenvolvido a doença, podem também transmitir o vírus, enquanto que indivíduos que
estejam a recuperar da doença e cujas lesões tenham cicatrizado não são portadores
eficientes. A resistência do vírus da mixomatose aos agentes físicos é notável. Conserva-se
perfeitamente no frio, podendo permanecer congelado durante pelo menos 3 meses. Por outro
lado, a exposição a altas temperaturas (55-60º C), radiações ultra-violetas, e alterações
bruscas de temperatura podem alterar as suas propriedades biológicas, pelo que as condições
que se verificam nas tocas dos coelhos são óptimas para a sobrevivência do vírus e potenciam
a sua transmissão. A exposição à luz solar pode desactivar o vírus em cerca de duas semanas,
que consegue sobreviver durante oito dias no cadáver de um coelho infectado, aumentando
este período para 220 dias quando ocorre na pele.
Todas as variedades do vírus que se conhecem actualmente provêm de duas estirpes
originais: “Moses”, que foi introduzida na Austrália, e “Lausanne”, que foi introduzida em França
e que apresenta uma maior virulência que a estirpe anterior. Alguns anos após o seu
estabelecimento na Austrália e na Europa, a virulência do vírus pareceu diminuir, bem como a
consequente mortalidade em populações silvestres. Ainda assim, de acordo com testes de
laboratório, a infecção com este vírus está associada a uma taxa de mortalidade de 50 a 95%.
2/3
DESAFIOS À CONSERVAÇÃO DO COELHO-BRAVO: A MIXOMATOSE E A DOENÇA HEMORRÁGICA VIRA
Fig.
1ou
-As
Coelhos
em
redor
de
um
ponto
de
água
num
ensaio
clínico
da
Mixomatose
na
Austrália
O
de
primário
corpo.
lesões
surgem
membros.
hipertrofia
morte
provoca,
a
o
falência
aparecimento
período
inoculação
esta
ocorre
ocorrem
tumores
que
uma
ocorre
lesões
do
As
dos
de
9
sistema
incubação
lesões
e
testículos
sobretudo
de
como
no
nodulares.
13
principais
que
infecções
gânglio
viscerais
imunitário
resultado
as
não
equatro
após
lesões
no
hemorragias
que
linfático
Estes
é
bacterianas
tecido
acessórias
aaumentando
detectado.
ocorrem
provocada
de
inoculação,
descritas
pode
concentram-se
inanição
associado
nervoso
variar
pulmonares.
são
secundárias.
são
Quatro
não
pela
embora
e
os
e
entre
discretas,
complicações
produz
epitelial,
são
mixomas,
replicação
na
dias
2embora
suficientes
não
e
cara,
Ensaios
depois
14
com
podendo
seja
mixoma
dias.
ou
orelhas,
do
secundárias
maior
pseudotumores
laboratoriais
claro
ovírus
para
A
vírus
replicação
ocorrer
(tumor
prevalência
genitais
oprovocar
nos
mecanismo
está
linfócitos,
não
que
ainda
presente
sugerem
egeneralização
do
ainflamação
cutâneos.
extremidades
cancerígeno)
se
morte.
na
vírus
inflamação
prendem
que
o
pele,
em
que
no
a
Supõe-se
todo
onde
As
ponto
facilita
aáreas
com
edos
o2
A
mixomatose
pode
apresentar-se
sob
quatro
formas:
Forma
aguda
doença.
que
e
anogenital
dois
mixomas
fluído
evolui
nasal
A
secundários
fase
muito
dos
–vez
mixomas
inicial
frequente
rapidamente
Vinte
dura
emixomas
secundários
que
em
toda
24
se
populações
para
a
a
48
horas
torna
pele.
horas
um
que
depois
A
edema
morte
caracteriza-se
que
invadem
purulento.
sucede
não
cefálico
ocorre
tenham
o
ânus
aum
tipicamente
doloroso,
fase
pelo
Posteriormente
e
tido
genitais
terminal
aparecimento
nenhum
associado
12
dos
dias
contacto
dá-se
coelhos
aincompleta.
após
do
a
mixoma
avírus
a
generalização
com
infectados
inoculação.
aàda
primário
ocular
dos
em
subaguda
durante
coincide
cefálica
aguda,
atrês
dos
vários
com
morte
mixomas
a
anos
existência
ocorre
–resistência
édias
na
menos
epor
mais
população,
embora
de
tarde,
exsudativa
animais
a
sintomatologia
cerca
e
quando
com
que
de
maior
3efectivo
ano
aa
forma
presença
5
resistência.
siga
semanas
aguda
a
mesma
de
após
e
uma
Caracteriza-se
ocorre
sequência
os
estirpe
primeiros
quando
menos
de
pela
opor
sintomas.
eventos
virulenta
localização
prevalece
forma
crónica
espontaneamente.
mixomatose
escassos,
Ao
a
afectadas
8
fim
semanas
de
5
muito
pequenos,
adias.
egeralmente
os
6abundante
os
–a
dias
mixomas
tempo
é
coelhos
uma
Surge
os
e
aforma
sua
em
infectados
cicatrizam
populações
consistência
localizada,
dão
por
apresentam
lugar
completo,
pouco
que
vai-se
a
úlceras
tenham
exsudativa,
um
alterando,
negras
bom
sofrido
estado
o
endurecendo
benigna
e
pêlo
um
começam
longo
geral.
só
ecom
volte
que
período
Os
a47
progressivamente.
a
regredir.
geralmente
mixomas
crescer
de
exposição
Ao
nas
são
fim
se
mais
cura
de
à
Forma
amixomatósica
coelhos
ocular,
mixomas
congestão
afectados,
planos
pouco
auricular
sobretudo
–depois.
evidentes
caracteriza-se
evírus
algum
juvenis
em
edema
conjunto
por
40
uma
anogenital.
com
50
sintomatologia
dias
os
sintomas
Em
de
vida,
indivíduos
essencialmente
podem
respiratórios.
adultos
apresentar
podem
respiratória.
inflamação
surgir
Os
Durante
99%.
que
efectivo
os
morreram
menos
posteriormente,
Calcula-se
coelhos
aumentava
O
virulenta
número
populacional
a
como
primeira
que
25
entraram
a
ao
de
resultado
causou
a
epizootia
longo
coelhos
27%
equivalente
ado
em
da
dos
morte
da
foi
década
de
contacto
dos
mixomatose.
coelhos
mixomatose
de
coelhos
a
20%
cerca
de
com
foram
1970,
do
de
ao
Em
o
gradualmente
infectados
vírus
90%
vírus,
a
1962,
Reino
dispersão
da
quando
atingido
original.
uma
população.
Unido,
e
destes
epizootia
foi
durante
este
no
Investigadores
mais
foi
final
surgiu
estimada
apenas
Nas
lenta
os
da
causada
epizootias
anos
pela
década
e
uma
primeira
seguintes,
a
estimam
69%
de
mortalidade
que
uma
1970
morreram.
vez
ocorreram
que
estirpe
um
medida
todos
de
Fig.
2
-conduz
Coelho-bravo
com
Mixomatose
(Autor:
Piet
Spaans)
A
doença
hemorrágica
viral
(DHV)
processo
Europa
de
coelho-bravo
toda
para
60
a
as
milhões
Europa
a
populações
agudo
doença
como
de
ao
que
coelhos.
foi
comprometer
coelhos
já
ocorreu
debilitadas
A
domésticos.
DHV
num
as
pela
de
chegou
grupo
explorações
foi
coelho-bravo.
primeira
primeiro
de
Esta
àorganismo
coelhos
Península
doença
vez
de
descrita
na
coelhos,
Angorá
Itália,
provocou
Ibéria
em
em
e
importados
em
1984,
teve
1986,
vastos
1988,
consequências
na
onde
China,
danos
afectando
Alemanha.
resultou
como
económicos
tanto
negativas
um
na
Na
morte
ooa
identificada
responsável
seja
dias
a
temperatura
seco
etiologia
extremamente
numa
–tenham
quando
suspensão
da
ade
de
pela
sua
DHV
37º
deixado
DHV
natureza
foi
resistente
C
e
orgânica
inicialmente
como
3
à
dias
infecciosa
temperatura
sendo
–indivíduos
àoutras
a
permanece
temperatura
4º
atribuída
um
C,
e
e
calcivírus.
viral,
ambiente,
2
dias
viável
a
ambiente.
tendo-se
várias
aprimeiro
60º
Embora
após
resiste
causas,
C
vindo
mais
tanto
apenas
em
posteriormente
de
mas
numa
determinadas
um
3
ainda
suspensão
horas
na
a
-5º
quando
década
acondições
C,
identificar
orgânica
durante
exposto
de
1980
como
oem
225
vírus
vírus
àéque
foi
oral,
(associada
vias
grandes
que
espécies
predadores
vírus
pH
vulpes),
leva
disseminação
transmissão
ácidos
se
respiratórias
alguns
intranasal,
pode
um
distâncias
de
e
ser
a
e
investigadores
dos
àhospedeiros
taxas
necrófagos
do
acção
do
encontrado
alimentado
intramuscular
predadores
vírus
e
vírus
de
pode
por
das
mortalidade
durante
último
pode
dever-se,
enzimas
não
podem
activo
a
de
do
suporem
ocorrer
susceptíveis
através
e
as
coelho-bravo,
intravenosa.
actuar
nas
digestivas.
primeiras
mais
de
por
fezes
do
acordo
que
como
elevadas),
contacto
portadores
contacto
este
à
destes
epizootias.
DHV
No
De
com
não
reservatórios
carnívoro
entanto,
facto,
directo
possam
com
é
alguns
animais,
seguida
susceptível
do
a
foi
vírus.
pele.
a
o
teve
investigadores,
provado
transmitir
via
indirecto
após
da
devido
É
A
de
um
infecção
ainda
àtrês
transmissão
ingerirem
infecção
infecção
papel
que
à
e
o
possível
através
vírus
ada
importante
elevada
raposa
a
mais
pelo
conjuntiva
carne
pulgas
de
do
de
que
forma
calcivírus
comum
vírus
(Vulpes
qualquer
infectada.
resistência
eseja
outras
na
mosquitos
passiva
e
das
étraduz
o
apor
via
oral
O
aé
Apesar
claro
em
amostras
que
dos
seja
primeiros
de
esta
tecido
a
origem
casos
recolhidas
descritos
da
DHV,
e
conservadas
terem
já
que
ocorrido
a
presença
em
em
1975
de
coelhos
na
anticorpos
Checoslováquia.
oriundos
anti-DHV
da
Alemanha,
foi
encontrada
não
O
indivíduos
intestino
capacidade
necrose.
calicivírus
coagulação
delgado.
Podem
infectados,
que
produzir
devido
ainda
provoca
A
primeira
embora
à
ocorrer
proteínas)
redução
aEm
DHV
alteração
a
primeira
nos
da
é
sua
uma
coelhos
alterações
que
síntese
replicação
degeneração
ocorre
replica-se
causada
na
nos
hemostasia,
após
hepatócitos
que
sobretudo
a
pela
inoculação
conduz
como
no
(células
progressivamente
fígado
a
ocorra
hepática.
diminuição
do
e
tipicamente
fígado
baço
de
dos
com
factores
no
A
resultado
num
de
maior
morte
plaquetas
processo
risco
súbita
de
de
uma
e
hemorragia.
de
dos
factores
coagulação
activação
coelhos
de
coagulação
doentes
massiva
intravascular
parece
dos
no
mecanismos
disseminada
resultar
de
o
de
uma
que,
(CID).
coagulação
falência
paradoxalmente,
Este
processo
múltipla
do
sangue
dos
contribui
diminui
que
órgãos
se
oaà
para
número
um
microvasculares
falência
hepatite
CID
morte
cardio-respiratória.
e
mais
a
CID
ainda
frequente
em
parece
todos
àidentificada
produção
ser
em
os
Ainda
menos
indivíduos
órgãos,
e
assim,
deposição
frequente
sobretudo
com
embora
DHV,
de
sobretudo
fibrina
os
esta
a
pulmões,
única
falência
o
em
que
lesão
indivíduos
resultando
vem
múltipla
que
depois
ésua
realmente
mais
dos
numa
a
orgãos
provocar
jovens.
morte
constante
tromboses
rápida
causa
por
a––
DHV
pode
apresentar-se
sob
diversas
formas,
consoante
a
fase
da
epizootia.
peraguda
Os
excreção
coelhos
ocasional
infectados
–
observa-se
de
morrem
espuma
quando
subitamente,
com
vestígios
ocorre
sem
de
o
sangue
que
se
contacto
observem
pelo
nariz
da
sintomas
ou
população
pela
vagina.
àque
excepção
com
a
DHV.
da
aguda
forma
depressão,
cianose,
morte
verifica-se
o
podem
curso
diarreia
a
anorexia
excreção
ocorrer
–
da
predominante
e
doença
hematúria
e
convulsões
de
apatia.
demora
espuma
(presença
Em
em
e
12
áreas
sanguinolenta
muitos
distúrbios
a
36
de
em
casos
horas.
sangue
que
neurológicos
ocorre
a
Os
pelas
DHV
na
coelhos
urina).
fossas
aumento
se
tenha
e
afectados
em
Nos
nasais.
da
10
tornado
momentos
frequência
aano
20%
demonstram
epidémica,
dos
respiratória,
coelhos
antecedem
geralmente
mortos
Forma
subclínica
coelhos
sobrevivem.
manifestam
–
ocorre
depressão,
nos
estádios
anorexia
finais
e
febre
da
evolução
durante
dois
da
DHV
anecrose
numa
dias
e
população.
geralmente
Os
subclínica.
transmitem
os
principal
rins
de
estão
aerossol
fonte
São
o
comprometidos.
vírus
geralmente
de
pelas
às
infecção
mães
vias
indivíduos
adoptivas.
parece
respiratórias,
ser
lactantes
Os
os
indivíduos
pela
coelhos
saliva,
e
com
em
doentes
pelas
menos
que
a
fezes
DHV
podem
de
20
e
se
dias,
também
transmitir
manifesta
que
pela
facilmente
oprimeira
sob
vírus
urina
anesta
forma
em
quando
A
semanas
disseminada.
significa
imunizada
mortalidade
adultos
que
são
entre
uma
Esta
praticamente
provocada
a
os
elevada
mortalidade
diferença
20
e
45
pela
proporção
imunes
dias
pode
DHV
atinge
de
dever-se
não
idade,
está
taxas
de
se
coelhos
correlacionada
altura
verificando
próximas
à
imaturidade
em
jovens
que
de
a
pode
com
100%
ocorrência
já
do
são
a
seu
sobreviver
ea
idade
independentes
os
sistema
de
coelhos
do
coagulação
hospedeiro,
permanecer
com
das
poucas
intravascular
mães.
já
e
que
nos
Estima-se
coelho-bravo
aparecimento
mais
Após
seria
epizootia
devastador,
mais
estas
jovens
e
que
eficiente
contribuir
primeiras
tenha
da
cinco
que
doença.
com
em
diminuído
poderiam
anos
para
epizootias,
diminuições
áreas
após
a
substituição
que
sobreviver
algumas
para
os
vários
favoreçam
primeiros
de
47%
80%
regiões
autores
do
e
dos
ficar
em
efectivo
casos
indivíduos
a
Múrcia,
as
reprodução,
imunizados
sugeriram
primeiras
de
populacional
DHV
75%
eliminados
que
no
em
devido
epizootias
em
decorrer
Espanha,
Alicante
recuperação
observado
ao
pela
elevado
tiveram
de
DHV.
e
aimunológico
70-80%
uma
população
antes
das
um
número
populações
efeito
do
em
de
Navarra.
de
ainda
Bibliografia
António
Ferreira
Borges.
2007.
Criação
de
Coelho-bravo
e
Perdiz-vermelha
em
Cativeiro.
Litexa
Editora,
77
Pp.
Carlos
Calvete
Margolles
e
Rosa
Estrada
Peña.
2000.
Hemorrágica
Herramientas
(VHD)
de
Gestión
y
Mixomatosis
en
el
Conejo
Silvestre
Epidemiología
en
el
Valle
Medio
de
Enfermedad
del
Ebro.
–
de
Protección
de
la
Naturaleza
de
Aragón,
175
Pp.
,
Consejo
Chasey.
1997.
Rabbit
haemorrhagic
disease:
the
new
scourge
of
Oryctolagus
cuniculus.
Laboratory
Animals
31,
33-44.
David
Villafuerte,
Williams,
R.
Acevedo,
P.,
Gortazár,
C.,
Escudero,
M.,
Labarta,
J.,
Marco,
J.
e
2007. Hunting for answers: rabbit (Oryctolagus cuniculus) population trends inEu
J53:
Wildl
Re Spain.
srnortheastern
19–28.
3/3
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