Fonte da imagem: lacasadepuros.com A Independência das Colônias Espanholas Profª: Alexandra Disciplina: História 9º ano 1. ANTES DA INDEPENDÊNCIA 1.1 A força das ideias: Influência do pensamento iluminista através da elite “criolla”(descendentes de espanhóis nascidos na América e com importante poder econômico); O Iluminismo e o Liberalismo foram a base ideológica para os projetos de libertação e autonomia; Além das revoluções americana e francesa: exemplos de ruptura com os laços coloniais e com a opressão política e econômica. 1.2 Crise espanhola e reformas na América: A Espanha passava dificuldades econômicas: redução da exploração da prata americana e gastos em conflitos armados; Para evitar a presença de outras potências aumentou seu aparato militar nas colônias e reprimia qualquer tipo de revolta contra a metrópole; Criação das intendências: funcionários da coroa, nascidos na Espanha, passaram a controlar a arrecadação de impostos e a estabelecer novos monopólios metropolitanos; 1.3 O domínio francês: A Espanha foi ocupada pelas tropas napoleônicas em 1808; Algumas regiões espanholas reagiram e criaram as Juntas Governativas (desobediência e resistência ao governo napoleônico); Nas colônias americanas também foram formada juntas governativas, o que fez aumentar a disposição de autonomia da elite criolla; Com a queda de Napoleão e a realização do Congresso de Viena, a Espanha tentou retomar toda a sua autoridade sobre as colônias, mas encontrou uma elite fortalecida e resistente. Oficiais espanhóis entregam Madrid a Napoleão. Antoine-Jean Gros - Capitulation de Madrid, le 4 décembre 1808. 2. A luta na América Central e no México 2.1 Os criollos no comando dos novos governos: A luta pela independência na América espanhola envolveu quase toda a sociedade; O sentido de “liberdade” se diferenciava segundo os interesses dos grupos. Ex.: - Criollos: liberdade = autonomia política e liberdade comercial; - Índios e negros: liberdade = fim da escravidão e melhores condições de vida; Os criollos foram os que mais se beneficiaram com a emancipação, assumindo o controle dos novos governos. 2.2 Os casos do México e da América Central AMÉRICA CENTRAL: o processo de independência se deu, inicialmente, pela via pacífica, na maioria dos casos. 1812: Autonomia política e relativa liberdade comercial. 1823: A América Central se dividiu em vários países. Províncias Unidas da América Central Toda a América Central, da Guatemala ao Panamá, estava submetida à jurisdição guatemalteca. Em 1821, a América Central proclamou sua independência. O Panamá anexou-se à Nova Granada, e o restante ao México. Em 1823, a América Central emancipou-se do México, formando as Províncias Unidas da América Central, abrangendo Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Honduras e Costa Rica. Em 1838, a federação dissolveu-se, dando origem a países autônomos. MÉXICO: Participação popular, luta social e independência • 1810: Conflitos internos e divergências políticas e religiosas com a coroa. • A guerra foi declarada na madrugada de 16 de setembro de 1810 pelo padre Miguel Hidalgo, no estado de Guanajuato (esta declaração ficou conhecida como Grito de Dolores). • 1810 – 1811: Hidalgo lidera tropas contra a Espanha. • Em julho de 1811, Hidalgo foi derrotado e fuzilado pelas tropas espanholas. • O seu sucessor na luta pela independência, José Maria Morelos, elaborou o primeiro projeto de Constituição do México. Foi capturado e fuzilado em 1815. • A autonomia do México foi finalmente negociada com a Espanha em 1821, pelo militar mexicano Itúrbide, que combateu Hidalgo e Morelos. Ele foi coroado “imperador” do México, portanto, a forma de governo adotada foi uma Monarquia. • Em 1823, Itúrbide foi derrubado pelos republicanos e executado. • A monarquia foi extinta no México e se instalou a República. Miguel Hidalgo, uma das figuras principais da independência do México. Foto: Reprodução 3. A independência do Haiti e de Cuba HAITI: Rebelião escrava e independência • Tornou-se colônia francesa na segunda metade do século XVII; • Século XVIII: a colônia era a maior produtora de açúcar no Novo Mundo e o número de escravos negros chegavam aproximadamente a 500 mil; • Relação conflituosa entre os escravos e a elite branca; • 1791: Rebelião escrava liderada por Toussaint-Louverture determinou a abolição da escravidão. • 1793: o governo Jacobino emancipou a região; • 1802: tropas napoleônicos restabelecem a dominação francesa. Louverture é preso e enviado à França. Morre em 1803; • No mesmo ano, Dessalines assume a liderança do movimento negro e derrota os franceses. • 1804: o Haiti se torna definitivamente independente. Batalha em San Domingo, pintado por January Suchodolski representando uma luta entre as tropas polonesas ao serviço francês e os rebeldes do Haiti. François-Dominique Toussaint Louverture. CUBA: independente, mas nem tanto... • Início do século XIX: a colônia espanhola produzia açúcar, café, tabaco e criação de gado; • Crescimento econômico e mão de obra escrava; • Relativa autonomia comercial (Forte relações com as colônias inglesas do Norte / EUA); • 1860: transferência de produção e investimento de produtores do sul dos Estados Unidos nos campos de Cuba, gerando maior aproximação entre os dois, e ampliando o desejo de autonomia; • 1868-1878: guerra pela emancipação e vitória espanhola; AUTONOMISTAS x ANEXIONISTAS AUTONOMISTAS: independência total, sem vínculos obrigatórios com outros países, defendiam a autonomia política e a liberdade comercial; ANEXIONISTAS: aliança com os Estados Unidos na guerra e futura anexação. O general cubano Calixto García (a direita) com o general americano William Ludlow, com rebeldes pró-independência atrás deles. SEGUNDA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA (1895-1898) Forças norte-americanas auxiliaram os cubanos e aceleraram a vitória sobre as tropas da metrópole; Essa participação reforçou a posição dos anexionistas; Apesar da conquista da autonomia cubana, toda a produção da ilha estava voltada prioritariamente para o comércio com os Estados Unidos. EMENDA PLATT Em 12 de junho de 1901, a Assembleia Constituinte cubana redigiria a Constituição com uma cláusula, a Emenda Platt, redigida pelo senador norte-americano Edward Platt, como garantia dos interesses norte-americanos na ilha. Segundo a emenda: “Cuba reconhece o direito dos EUA de intervir em seus assuntos internos; sempre que o último país o considere necessário para a conservação da independência cubana, e para a manutenção de um governo adequado para a proteção da vida, propriedade e liberdade individual (…) Para colocar os EUA em condições de manter a independência de Cuba e proteger o povo da mesma, assim como em sua própria defesa, Cuba arrendará ou venderá terras aos EUA, destinadas ao estabelecimento de bases navais e à atividade carvoeira”. Em 1903, os Estados Unidos assinam com Cuba um contrato de arrendamento perpétuo de 116km² de terra e água na baía de Guantánamo (ilha de Cuba). O propósito seria a mineração e operações navais.