Epidemiologia Dinâmica de transmissão Quando um sorotipo viral é introduzido em uma localidade, cuja população encontra-se susceptível ao mesmo, há a possibilidade de ocorrência de epidemias, por vezes explosivas. Entretanto, para que isto ocorra, é necessária a existência do mosquito vetor em altos índices de infestação predial e de condições ambientais que permitam o contacto deste vetor com aquela população. A transmissão do vírus dengue em uma determinada comunidade e a magnitude das epidemias estão na dependência da conjunção de uma série de fatores, os chamados macro e microdeterminantes. Entre os macrodeterminantes, destacam-se temperatura e umidade relativa do ar elevadas, alta densidade populacional, coleta de resíduos sólidos domiciliares e abastecimento de água potável deficientes; entre os microdeterminantes estão o percentual de susceptíveis aos sorotipos circulantes, abundância e tipos de criadouros do mosquito transmissor, altos índices de infestação predial e densidade de fêmeas desse vetor. Acredita-se que uma vacina eficaz para a profilaxia da infecção pelos quatro sorotipos dificilmente estará disponível em larga escala em menos de cinco anos, razão pela qual a prevenção deve ser dirigida para a redução do impacto dos macros e microdeterminantes que a ação do homem pode modificar. Os vetores A transmissão dos vírus dengue ao homem se dá através da picada da fêmea hematófaga do gênero Aedes. A espécie que apresenta maior antropofilia, caráter doméstico e ampla distribuição geográfica é o Aedes (Stegomyia) aegypti, que se caracteriza pela grande capacidade de adaptação às transformações ambientais provocadas pelo homem.